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Aprile 3, 2011 21:00 , by Unknown - | 2 people following this article.
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Jogava pedras no telhado do juiz e repetia

Maggio 11, 2017 13:52, by Feed RSS do(a) News


Um certo conto, ou novela, ou romance, que li há muito tempo e do qual não guardei o seu nome nem o de seu autor - com quase certeza latino-americano -, e que se passa num vilarejo ermo, desses perdidos neste mundo imenso, tem uma passagem da qual, volta e meia, me recordo: o protagonista, um camponês miserável, para se vingar de um juiz que, em vez de lhe fazer justiça, manteve a sua sentença execrável, passa a jogar pedras, escondido nas sombras da noite, no telhado de sua casa, tirando-lhe o sono, o sossego, e amedrontando-o.

E a cada pedra jogada, repetia para si a mesma frase: "Não há justiça, não há justiça."

Nessa quarta-feira, 10 de maio, o ex-presidente Lula, respondeu, durante cerca de 5 horas, a perguntas de procuradores públicos e de um juiz de 1ª instância, em Curitiba, num processo em que é acusado, entre outros crimes, de ter recebido um apartamento na cidade litorânea paulista de Guarujá como propina de uma construtora.


Os advogados de Lula e ele próprio, em suas considerações finais, observaram que seus acusadores não apresentaram uma prova sequer de que o imóvel lhe pertence.

As perguntas que lhe foram feitas oscilaram entre a estupidez e a infantilidade.

Várias delas se basearam em fofocas, boatos, e matérias jornalísticas.

O juiz chegou ao cúmulo de mostrar ao ex-presidente um documento apócrifo, como se ele fosse evidência de alguma coisa...


Fora esse, Lula é réu em outros processos igualmente sem nenhuma fundamentação lógica, jurídica ou factual.

Seu interrogatório na autoproclamada "República de Curitiba" apenas reforçou a tese de que ele vem sendo vítima do chamado "lawfare", a guerra jurídica movida para destruir a possibilidade de que concorra na eleição presidencial de 2018, com boas chances de vencer, e, se eleito, reverta as medidas do governo golpista que estão levando o Brasil de volta a um passado sombrio - e destruindo seu futuro.

Uma Justiça de verdade nem aceitaria Lula como réu, tal a fragilidade das acusações contra ele.

O Brasil, porém, possui um Judiciário que tem lado, o dos ricos, dos poderosos, dos endinheirados de sempre - essa turma que patrocinou o golpe que destituiu a presidenta Dilma e provocou a maior crise político-social-econômica da história do país.

Constatado esse fato, não há a menor possibilidade de que um dos representantes mais notórios desse tipo de "Justiça" absolva o ex-presidente Lula por absoluta falta de provas em qualquer um dos processos de que é réu.

Os julgamentos são meras formalidades, encenações, puro teatro, para dar um ar de legalidade a processos político-ideológicos, construídos apenas para destruir uma das maiores lideranças populares da história brasileira, um símbolo, ele sim, de Justiça e igualdade social.

Para todos os que desejam construir uma nação à base da democracia, com reais oportunidades para todos, instituições verdadeiramente republicanas, que respeite as diferenças e proteja as minorias e seus cidadãos mais fragilizados, infelizmente restará tão somente jogar pedras no telhado da casa do juiz e murmurar "não há Justiça, não há Justiça..." (Carlos Motta)



Um país dividido e à beira do abismo da ditadura

Maggio 11, 2017 13:52, by Feed RSS do(a) News


O colunista da revista semanal, que se vangloria de ter criado o termo "petralha" e até outro dia se refestelava com o uso do substantivo "apedeuta" em seus textos, escreve que a decisão do juiz que mandou fechar o Instituto Lula representa um "impressionante rasgo de autoritarismo" e "agressão" à ordem legal.

O Estadão, uma das vozes mais estridentes do conservadorismo nacional, diz em editorial que "é perniciosa a tentativa de transformar a Lava Jato na grande panaceia nacional; além de não tirar o país da crise, esse modo de conduzi-la, como se tudo estivesse podre – como se os poderes constituídos já não tivessem legitimidade para construir soluções –, inviabiliza a saída da crise."

As duas recentes manifestações, que se somam a várias outras nas últimas semanas, poderiam ser consideradas meras opiniões isoladas nesta imensa crise social e política que o golpe que afastou Dilma Rousseff da presidência da República provocou, não fosse o fato de que elas se dão em meio a uma escalada rápida e violenta da supressão do Estado de direito no país - a impressão que se tem é que o aparato jurídico-policial-midiático corresponsável, com políticos corruptos e oligarcas, pelo ataque à democracia, está perdendo o controle de suas ações e atingiu um ponto no qual não há mais retorno.


A comparação com o malfadado AI-5 de 1968, que marcou o endurecimento da ditadura militar, é bem plausível.

O golpe, é quase unanimidade entre os analistas, teve por finalidade permitir a volta do ideário neoliberal ao centro das decisões do Executivo central, a destruição do PT e das esquerdas em geral do cenário político-partidário, tornando inviável a candidatura de sua principal liderança, o ex-presidente Lula, em 2018, e a entrega despudorada das principais riquezas do país ao capital internacional.

O que não estava no radar dos golpistas, talvez, tenha sido a dificuldade para levar adiante a extinção do campo progressista. 

O núcleo jurídico do golpe bem que tem feito a sua parte.

A atuação do juiz paranaense e seu grupo de procuradores, promotores e agentes de polícia, tem sido digna dos melhores - piores - momentos históricos do nazi-fascismo.

O ex-presidente, alvo prioritário da operação, porém, tem se mostrado duro na queda.

Já conseguiu, até mesmo em âmbito internacional, demonstrar que é vítima do processo denominado de "lawfare", no qual o aparato legal é utilizado como arma de guerra, com o claro objetivo de impedir a sua atuação política-partidária.

Essa resistência quase desesperada de Lula contra os sucessivos golpes do aparato jurídico-policial teve o efeito de melhorar sua posição na preferência do eleitorado para a disputa de 2018 e insuflar ânimo na luta contra o golpe não só nos militantes do seu partido, mas em milhares de cidadãos que não se conformam com a perda da democracia.

Emparedados, os criadores do caos se mostram quase sem alternativas: recuar agora seria mostrar uma fraqueza que poderia estimular ainda mais seus adversários; aumentar a pressão, como estão fazendo, embute o risco de jogar o país numa ditadura escancarada, com todas as consequências nefastas de tal ação.

A reação contra o endurecimento das medidas dos golpistas, por parte de setores conservadores e até ontem favoráveis a este "Brasil Novo", resume o momento da nação: cada vez mais se agrava a divisão entre os que almejam, para si e seus sucessores, viver numa democracia, mesmo que imperfeita, e os que só se sentem bem num mundo de injustiças, desigualdade, opressão, ódio, preconceito e violência. (Carlos Motta) 



Lula: a visão de uma anarquista

Maggio 11, 2017 13:25, by Feed RSS do(a) News

Anarco lula

Nunca votei no Lula. Também não votei em Dilma. Nem em Fernando Henrique, nem em Collor. Não votei, porque sou anarquista. O que é ser anarquista? É ter consciência de que os sistemas de governo – todos, incluindo a democracia e incluindo os sistemas pretensamente socialistas que tivemos na história recente – estão sempre a serviço de alguma classe, de alguns privilegiados. O Estado é mantido pela violência militar e policial, que pode ser usada a qualquer momento contra o próprio povo ou contra outros povos. E sempre a serviço de interesses de grupos. No caso da democracia atual, ela está a serviço dos bancos, das corporações, dos lobbies, das elites locais e das elites internacionais. Em momentos menos ruins, sobram alguns direitos a mais para o povo. Em algumas tradições de construção estatal, com mais tempo sob influência de ideias sociais e igualitárias, como alguns países da Europa, houve maior oportunidade para o povo adquirir mais educação e um tanto mais de direitos – mas que agora estão sendo retirados em toda parte.

Em todas as democracias do planeta, é o dinheiro do capital que financia os políticos que, portanto, estão a serviço do capital. Se aqui temos uma Odebrecht, nos EUA, temos por exemplo uma indústria bélica, com que os governos “eleitos democraticamente” estão comprometidos até o pescoço. Já o grande anarquista norte-americano Henry Thoreau, no século XIX, negava-se a pagar impostos, porque o dinheiro seria usado para armamentos e guerras expansionistas, que desde aquela época era a política externa do seu país.

Para entrar no jogo político, portanto, ser eleito, governar e fazer acordos, usa-se dinheiro. O dinheiro corrompe princípios, compra pessoas, atende a interesses de grupos e não aos interesses da coletividade.

Assim, nunca me iludi que o PT pudesse manter uma pureza de vestal, ao entrar no jogo do poder e realmente governar. Por isso, nunca votei no PT.

Mas, dentro dessa realidade de como funciona a democracia, por que se escolheu agora fazer uma cruzada inquisitorial, para varrer a corrupção na política? Por que se derrubou o governo Dilma e se persegue com voracidade a pessoa do Lula? Por que Lula está sendo acusado (ainda sem nenhuma prova e com uma orquestração odienta da mídia em peso) de ter um apartamento triplex no Guarujá e Fernando Henrique, sob cujo governo havia os mesmos esquemas de corrupção endêmica no Brasil, não está sendo investigado por seu apartamento em Paris?

Por que há uma multidão no Brasil espumando de ódio contra um homem de 70 anos, querendo sua prisão, como fanáticos inquisidores queriam eliminar as bruxas? Por que se cuspiu na dignidade de uma mulher como Dilma, que não teve até agora nenhum crime comprovado – quando o congresso nacional e esse governo ilegítimo estão tomados de corruptos já mencionados em todas as investigações em curso?

Por três motivos principais:

1) Porque por mais que os governos do PT tivessem adotado a famosa governabilidade – que significa a composição com as forças econômicas e políticas que desde sempre comandam o país, ainda havia nesses governos uma preocupação com o social e um impedimento de se implementar plenamente o programa neoliberal selvagem a que estamos sendo submetidos desde o golpe. Acabar com todos os direitos trabalhistas, esvaziar ainda mais a já combalida educação pública, arrancar dinheiro da saúde, da previdência e da educação, sem mexer um milímetro com os juros exorbitantes dos bancos e com os impostos devidos pelos ricos… Isso só poderia ser feito por um governo que não foi eleito e que está a serviço desse projeto de neoliberalismo selvagem, que aliás é um projeto internacional.

2) Porque enquanto esses direitos são tirados do povo, a mídia, alimentada em primeira mão pela republiqueta de Curitiba e em conluio com ela, montou um circo inquisitorial, em que o principal bode expiatório é o Lula, com seu suposto e patético triplex. Oferece-se alguém ou um grupo para se odiar, com linchamentos públicos diários, e o povo deixa vir à tona seus instintos mais primitivos, enquanto lhe surrupiam os direitos e a nação. Técnica muito conhecida pelos nazistas e descrita por George Orwell em 1984! Não por acaso, nesse livro é que aparece a figura mediática do Grande Irmão (Big Brother)… Lembra alguma coisa?

3) Porque o Brasil era uma economia ascendente – participante do Brics (grupo composto pelas chamadas economias emergentes, Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) e economias emergentes devem ser cortadas pela raiz pelo Império dominante no planeta. Gera-se então uma crise artificial, produz-se descontentamento popular e faz-se cair o governo que causa incômodo àqueles que de fato mandam no mundo. E mais, o Brasil, com seus recursos naturais de petróleo e água, não pode crescer com seus recursos. Eles devem ser transferidos aos donos do mundo. Entre as primeiras ações do governo golpista foi a de entregar o pré-sal ao capital estrangeiro.

E toda essa trama que parece maquiavélica e é maquiavélica sim (aliás, uma leitura esclarecedora é O Príncipe de Maquiavel, para vermos como o poder se comporta em todos os tempos) é possível pela alienação do povo e por seu desejo de odiar alguém, em que pode depositar suas frustrações e sua agressividade. Lula é o objeto perfeito para esse ódio, porque muita gente jamais aceitou que um operário, um “analfabeto”, chegasse ao poder…. Por isso tantos acham normal Fernando Henrique ter um apartamento em Paris, mas babam de raiva com um suposto triplex de Lula no Guarujá. Esse menino nordestino saiu do lugar da senzala a que são destinados os de sua classe social. E não vi ninguém espumando contra a Odebrecht, que participou da corrupção de todos os governos….

E por fim, como anarquista e como espírita e cristã, não me apraz ver ninguém, nem Lula, nem qualquer outro político, de qualquer partido, seja José Dirceu, Sérgio Cabral ou Eduardo Cunha (de quem tinha verdadeiro horror quando comandava o Congresso), nenhum ser humano, seja criminoso ou não, ser humilhado, com sua dignidade arrancada. Esse sistema de suposta justiça que temos no mundo, e ainda mais no Brasil com seu sistema carcerário indecente, é na verdade um sistema de vingança social. Não se quer consertar a ação maléfica e melhorar quem a praticou, mas punir sadicamente o indivíduo, satisfazendo um anseio de extermínio do outro. Pessoas diante de um tribunal, culpadas ou não, e pessoas encarceradas, em prisões decentes ou não, me causam compaixão e empatia e não satisfação.

Por tudo isso e mais um pouco, digo o seguinte:

Nunca votei no Lula e nunca votei em nenhum presidente. Mas se esse homem, que cresceu aos meus olhos, pela perseguição implacável que vem sofrendo, conseguir sobreviver ao massacre e se levantar de novo como candidato em 2018, terá finalmente meu voto.

Dora Incontri é paulistana, nascida em 1962. Jornalista, educadora e escritora. Suas áreas de atuação são Educação, Filosofia, Espiritualidade, Artes, Espiritismo. Tem mestrado, doutorado e pós-doutorado em Filosofia da Educação pela USP. É sócia-diretora da Editora Comenius e coordenadora geral da Associação Brasileira de Pedagogia Espírita. Coordenadora geral da Universidade Livre Pampédia.

Fonte: https://doraincontri.com/2017/05/11/lula-a-visao-de-uma-anarquista/



Lula depõe por mais de 5 horas em Curitiba

Maggio 11, 2017 10:56, by Feed RSS do(a) News

O depoimento do ex-presidente Lula ocorrido em 10 de maio de 2017 demonstra o total amadorismo dos representantes do Ministério Público e do Poder Judiciário envolvidos no caso.

Perguntas primárias e repetidas diversas vezes com o único objetivo de ver Lula caindo em contradição, no melhor estilo infantil "Te peguei".

Confira nos links abaixo os 9 trechos do depoimento de Lula em 10 de março de 2017.

Lula depõe por mais de 5 horas em Curitiba 1/9
http://blogoosfero.cc/tvt/blog/lula-depoe-por-mais-de-5-horas-em-curitiba-19

Lula depõe por mais de 5 horas em Curitiba 2/9
http://blogoosfero.cc/tvt/blog/lula-depoe-por-mais-de-5-horas-em-curitiba-29

Lula depõe por mais de 5 horas em Curitiba 3/9
http://blogoosfero.cc/tvt/blog/lula-depoe-por-mais-de-5-horas-em-curitiba-39

Lula depõe por mais de 5 horas em Curitiba 4/9
http://blogoosfero.cc/tvt/blog/lula-depoe-por-mais-de-5-horas-em-curitiba-49

Lula depõe por mais de 5 horas em Curitiba 5/9
http://blogoosfero.cc/tvt/blog/lula-depoe-por-mais-de-5-horas-em-curitiba-59

Lula depõe por mais de 5 horas em Curitiba 6/9
http://blogoosfero.cc/tvt/blog/lula-depoe-por-mais-de-5-horas-em-curitiba-69

Lula depõe por mais de 5 horas em Curitiba 7/9
http://blogoosfero.cc/tvt/blog/lula-depoe-por-mais-de-5-horas-em-curitiba-79

Lula depõe por mais de 5 horas em Curitiba 8/9
http://blogoosfero.cc/tvt/blog/lula-depoe-por-mais-de-5-horas-em-curitiba-89

Lula depõe por mais de 5 horas em Curitiba 9/9
http://blogoosfero.cc/tvt/blog/lula-depoe-por-mais-de-5-horas-em-curitiba-99



A miséria volta às ruas

Maggio 8, 2017 15:13, by Feed RSS do(a) News


Em cerca de meia hora, no sábado passado (6 de maio), em dois quarteirões da Rua 13 de Maio, centro comercial de Amparo, cidade de 70 mil habitantes do Circuito das Águas Paulista, uns 10 pedintes abordavam os passantes, que ainda tinham de se desviar de uma meia dúzia de camelôs.

A volta desse cenário comum no Brasil dos tempos de FHC, Collor, Itamar, Sarney, e da ditadura militar, quando a miséria era muito mais visível que nos poucos anos em que o trabalhismo esteve no comando do Executivo central, é apenas a ponta do iceberg dos estragos que a recessão econômica provocada pelo golpe jurídico-parlamentar que depôs a presidenta Dilma Rousseff vem fazendo ao país.


Aparentemente, a classe média ainda não sentiu os efeitos mais danosos da crise para o seu bolso. 

Dois exemplos são o próprio centro comercial de Amparo, que estava bastante movimentado no sábado, ou a vizinha Serra Negra, lotada nos últimos três feriadões. 

Os preços das mercadorias das lojas, responsáveis por atrair tantos turistas para o município serrano - sua principal rua é um enorme shopping center ao ar livre -, porém, não aumentaram nos últimos meses, e os dos restaurantes populares caíram: hoje se come em sistema de bufê completo por menos de R$ 20.

Mas os sinais de que a crise já chegou à cidade de 27 mil habitantes começam a surgir: nos fins de semana há pedintes no centro e mesmo o único jornal de circulação periódica, "O Serrano", noticiou, na primeira página, a existência de cerca de 20 moradores de rua no município, algo que não se via ali havia muito tempo. 

E pelo que relatam alguns amigos feicebuqueanos, a situação no resto do país não é muito diferente dessa das estâncias hidrominerais de São Paulo.

A jundiaiense Ana Lucia Oliveira, por exemplo, diz que sua cidade, pouco mais de 400 mil habitantes, a 60 quilômetros da capital, altamente industrializada, "também está assim [como Amparo], fora o semáforo com gente fazendo malabarismo e vendendo balinhas".

O jornalista e professor universitário Adelto Goncalves, ex-Estadão, entre outros órgãos da imprensa, hoje morador de Amparo, relata que voltou ao município "depois de alguns dias em Praia Grande e São Vicente - e a terra do vice-governador [São Vicente] está pior que na Etiópia".

Bea Falleiros, também jornalista e residente na capital, esteve recentemente no país africano, e completa a informação de Adelto: "Vou lhe contar que lá tem muito menos gente na situação de pedinte do que aqui no país do golpe."

Outro morador de Jundiaí, o sindicalista Douglas Yamagata, acha que "ainda que não se chegou totalmente ao fundo do poço, pois a súbita classe média ainda está queimando seus estoques da era Lula e Dilma". Ele acredita que "quando isso acabar, haverá ainda mais pedintes e se engana quem acha que o desemprego irá diminuir, pois este é o instrumento do capital para deixar salários baixos e trabalhadores reféns do patrão".

Já o jornalista carioca Boecio Vidal Lannes dá notícias da situação no Rio de Janeiro: "Nem queiram imaginar como tem camelô aqui. De cada 10 vagas de trabalho fechadas no país, pelo menos 7 são aqui do Rio. Os camelôs se organizam em escala, e fazem fila, para entrar no BRT com o objetivo de evitar a canibalização deles mesmos. Ou seja, estão tentando dividir os lucros fazendo a divisão dos clientes."

Do jeito que está a situação, é quase certo que o Brasil entrou num túnel do tempo, retornando a uma realidade de miséria e desigualdade social que só foi alterada na década e um pouco em que os trabalhistas ocuparam o Palácio do Planalto e tentaram transformar o país numa social-democracia. (Carlos Motta)



Antes de viajar para Curitiba, Lula coloca triplex à venda

Maggio 6, 2017 18:17, by Feed RSS do(a) News

Triplexdolula



Lula Ladrão

Maggio 6, 2017 18:17, by Feed RSS do(a) News

Nóisamalula



E o Brasil real vai se calando

Maggio 6, 2017 17:58, by Feed RSS do(a) News


Com a diferença de poucos dias, a música popular brasileira perdeu o cantor Jerry Adriani, um dos protagonistas da "Jovem Guarda", o cantor e compositor Belchior, autor de versos perenes, e Almir Guineto, o sambista completo. 

Estão internados outros dois notáveis artistas, Arlindo Cruz, compositor de mais de 300 sambas gravados por inúmeros cantores, inclusive ele próprio, e Luiz Melodia, um dos principais renovadores da MPB. 

Arlindo se recupera de um AVC e Melodia trata um câncer. 

2017 está sendo um ano terrível.


De um lado, uma crise econômica profunda que caminha ao lado de uma crise política, as duas prejudicando de forma aparentemente irremediável o fiapo de democracia, redução de desigualdades sociais, e projeto de nação que os governos trabalhistas aprofundaram.

De outro lado, uma crise ética e moral, com o governo central expondo as vísceras de um sistema político-partidário profundamente corrupto, Ministério Público e Justiça atuando como milícias ideológicas, e o fascismo caminhando impune em todos os cantos do país, repetindo, em ações violentas e criminosas, o modus operandi que o fez, no passado, mergulhar o mundo no caos e insanidade da guerra.

 


País de escassos lampejos de inteligência, que se revelam como luzes piscando em profundas trevas de ignorância e estupidez, artistas como esses que deixaram a vida ou estão, ao menos momentaneamente, incapacitados para trabalhar, fazem muita falta.

Todos, cada um ao seu modo, representam o que há de melhor no Brasil.

São a antípoda daquilo que se apresenta como oficial, esses pomposos e ridículos ministros de Estado, secretários de governo, parlamentares, autoridades "sabe com quem está falando?" a granel, doutores formados e titulados em uniesquinas, empresários semialfabetizados, jornalistas que apenas vocalizam a palavra do patrão...

Dá uma tristeza imensa ver que, aos poucos, o país vai perdendo aquilo que o mantém culturalmente coeso, essas vozes que unem compatriotas distantes milhares de quilômetros, e que ajudaram, com sua arte, a moldar a alma de um povo que mistura a ingenuidade das crianças com a criatividade dos adolescentes.

País ainda jovem em todos os sentidos, o Brasil necessita, para atingir a maturidade, que não só a obra de um Belchior, de um Guineto, ou um Adriani, seja perpetuada, mas que surjam outros artistas que sigam seus passos.

O Brasil real não pode ficar refém do Brasil oficial. (Carlos Motta)



O Brasil sem os malditos petralhas

Maggio 6, 2017 17:58, by Feed RSS do(a) News


A coisa aqui tá preta - para os petralhas.

Interessante que o petralhíssimo Chico Buarque, 41 anos atrás, previa, na letra de sua Meu Caro Amigo, o clima do Brasil de hoje.

Ou, com esse verso, ele quis retratar a situação do Brasil de 1976, aquele da ditadura militar?

Pouco importa.

O fato é que, pelo andar da carruagem - ou dos SUVs -, os petralhas estão com os dias contados neste Brasil Novo das reformas e outras mutretas mais.

Em breve, muito em breve, os petralhas e congêneres farão parte do passado.

Serão apenas lembrados em parcas - ou porcas? - linhas nos livros - ou tablets - de história, histórias para boi dormir, histórias para botar medo nas criancinhas, adotados pelas escolas sem partido.

"Houve um tempo em que o Brasil era infestado por uma raça de seres malignos, os petralhas, que se divertiam roubando o povo sofrido, entrando nas mentes dos jovens, corrompendo os costumes, iludindo as pessoas com promessas impossíveis, fazendo o mal, enfim..."


Nesse Brasil Novo, livre dos malditos petralhas, tudo vai ser diferente, como disse o Rei Roberto, eterno cantor da essência da alma brasileira - é sempre bom lembrar que nem só de Chicos Buarques vive a nossa rica música popular.

Vamos ter, por exemplo, a tão almejada ordem e progresso.

Nada de baderneiros impedindo o direito constitucional de ir e vir do trabalhador.

Nada de sindicalistas para atrapalhar a negociação entre os felizes funcionários e os generosos patrões.

E a justa meritocracia finalmente será exercida em sua plenitude.

Haverá oportunidade para todos, desde que cada um saiba o seu lugar.

Nas ruas, os cidadãos de bem poderão andar tranquilamente, sem medo de violência, assaltos, roubos ou furtos, pois a polícia estará atenta, vigilante, de olho em todos os tipos suspeitos, essa gente feia que habita casebres sujos, distantes de tudo, se veste mal, fala um patoá incompreensível, e tem a pele escura.

Não haverá, tampouco, lugar para notícias ruins, que possam afetar o ânimo do povo ordeiro desse Brasil Novo. 

A Rede Globo de Televisão será o pilar emocional da nação, se encarregará de espalhar otimismo e felicidade para todos.

Terá, claro, a ajuda de outras emissoras, como a Record, que ampliará as mensagens cristãs de paz e fraternidade dos religiosos que a dirigem.

A religião terá papel fundamental no Brasil livre dos malditos petralhas.

As igrejas florescerão - haverá templos em cada esquina.

Pastores e pastoras, bispos e bispas poderão levar sua mensagem evangelizadora sem o temor de ter a sua sagrada palavra contestada pelos infiéis, os ímpios, os malditos petralhas.

E os dízimos se multiplicarão e permitirão que lindos e possantes veículos transportem com segurança e conforto os propagadores da palavra do Senhor às casas de Deus.

Nesse Brasil que se aproxima, por obra e graça de um seleto grupo de visionários, não haverá mais a discórdia entre as pessoas, e finalmente elas compreenderão que é impossível, para que a civilização evolua sem traumas, não haver pobres e ricos, excesso e escassez, senhores e vassalos.

O Brasil sem os malditos petralhas será, em suma, como sempre foi, o decantado, o sempre celebrado país do futuro. (Carlos Motta)



Auditores dizem que só em 2015 empresas não pagaram R$ 48 bi à Previdência

Maggio 5, 2017 9:51, by Feed RSS do(a) News

Empresas devedoras, desonerações e contribuições sociais utilizadas em outras finalidades que não a Seguridade Social. Essas são algumas das razões apontadas pelos convidados para falar sobre o desequilíbrio nas contas durante a primeira audiência pública da CPI da Previdência, nesta quarta-feira (3). Para eles, a reforma previdenciária proposta pelo governo não resolve os problemas da maneira como deveria.

De acordo com presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, Carlos Fernando da Silva Filho, somente em 2015, mais de R$ 46 bilhões em contribuições previdenciárias dos empregados deixaram de ser pagos pelas empresas à União. O valor que os empregadores deixaram de pagar entre 2012 e 2015 soma, segundo o auditor, soma mais de R$ 108 bilhões. Os dados mostram uma tendência de piora do quadro, já que a ineficiência arrecadatória pulou de 22% em 2012 para 35% em 2015.

O que assusta mais é saber que esse número que aqui trago é conhecido pelo governo federal, porque é declarado pelo devedor. O devedor informa nas guias aquilo que ele recolheu ou que deve, mas não recolheu — argumentou o auditor.

Para ele, o governo federal não prioriza a fiscalização dessas contribuições, o que gera um volume alarmante de tributo não recolhido, com dívida reconhecida pelo sonegador e não inscrita em dívida ativa. Carlos Filho declarou que o sindicato é contrário à reforma por entender que é “inconstitucional, ilegítima e não representativa das necessidades do povo brasileiro”.

Vale, Friboi, Itaú e outros devem R$ 426 bilhões para a Previdência Social

Dívida ativa

A dívida ativa da União já alcança, hoje, mais de R$ 1,8 trilhão, dos quais mais de R$ 400 bilhões são de dívidas relativas à Previdência. A informação é do presidente do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), Achilles Linhares de Campos Frias. Para ele, há um interesse claro de paralisar a procuradoria, “privatizar a dívida”, por meio de securitização, e “vendê-la” para os bancos, que são, em sua maioria, grandes devedores.

— Existe dinheiro, existe muito dinheiro. Existe um órgão responsabilizado pela cobrança cada vez mais sucateado porque não existe interesse do governo em que esse dinheiro seja cobrado. Fazer reforma da previdência dizendo que a conta, mais uma vez, tem que ser paga pelo trabalhador, existindo um montante de recursos de trilhões disponível é muito delicado — lamentou.

Frias também criticou o fato de deputados devedores votarem textos que concedem perdão de dívidas. Ele citou o exemplo o deputado Newton Cardoso Jr (PMDB-MG), relator da MP 766/2017, que institui o Programa de Regularização Tributária (PRT). O deputado, segundo o auditor, deve cerca de R$ 67 milhões à União.

Cálculo

O presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), Vilson Antonio Romero, lembrou que nas contas da Previdência não são computadas as contribuições sociais, que transformariam rombo em superávit. De acordo com a associação, receitas que deveriam ser destinadas à Seguridade Social são usadas para pagar a dívida pública.

Dados mostrados pelo auditor da Receita mostram que, incluindo-se a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) e as Contribuições para o PIS/Pasep nos recursos da Seguridade Social, o total das receitas em 2015 seria de R$ 694 bilhões. A despesa com a seguridade social, por sua vez, seria de R$ 683 bilhões, o que significa um superávit de R$ 11 bilhões.

De acordo com Romero, a reforma não resolve os problemas da Previdência porque o déficit no meio rural não vai ser solucionado, os militares não foram incluídos na reforma e os estados e municípios também não são citados no texto. Para ele, quem está sendo prejudicado são os servidores públicos, os trabalhadores que contribuem para o INSS e as pessoas que recebem o Benefício de Prestação Continuada, pago a pessoas idosas e com deficiência com renda inferior a um quarto do salário mínimo.

Reforma da previdencia

Desonerações

Romero mostrou um vídeo feito para esclarecer a população sobre a reforma. De acordo com o material, as políticas de incentivo são responsáveis por boa parte do rombo alardeado pelo governo.

O presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco), Cláudio Marcio Oliveira Damasceno, concorda. Ele lembrou que o governo federal eliminou a contribuição previdenciária sobre a folha de um grupo de empresas com atuação em atividades econômicas específicas e adotou uma nova contribuição previdenciária sobre a receita bruta. Essa desoneração teria retirado da folha de pagamento, entre 2012 e 2016, mais de R$ 80 bilhões.

Transferiram-se recursos da seguridade, portanto de toda a sociedade, ao longo de seis anos, para amigos do rei sem qualquer exigência de contrapartida em benefício da sociedade. Agora, querem que o trabalhador pague a conta sob a forma de ‘ou se faz reforma ou não teremos amanhã’, mas ninguém pensou nisso em 2011, ninguém atentou para a crítica que fizemos em 2011 — afirmou.

Na visão do auditor, uma reforma da Previdência não deve buscar apenas que o sistema seja superavitário. É preciso blindar o sistema contra esse tipo de iniciativa que retira recursos da Previdência Social.

Ele também alertou para a chamada pejotização, prevista na reforma trabalhista (PLC 38/2017), que acaba de chegar ao Senado. Nessa modalidade, uma empresa contrata o trabalhador como pessoa jurídica ou microempreendedor individual em vez de assinar sua carteira de trabalho. Como as contribuições dos microempreendedores são menores que a do trabalhador, haverá prejuízos à arrecadação tributária. (Agência Senado)



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