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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | 2 people following this article.
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A evacuação do trabalho

17 de Outubro de 2017, 10:35, por Feed RSS do(a) News

Refletindo sobre a inacreditável ausência do tema sindical no simpósio internacional da USP sobre os 100 anos da revolução russa constato que tal desprezo é uma deformação presente nas produções acadêmicas aqui no Brasil e no mundo

Por João Guilherme Vargas Netto – de São Paulo:

A categoria “trabalho” foi evacuada no dia-a-dia do pensamento neoliberal hegemônico, seja nas pesquisas acadêmicas, seja na cobertura midiática, seja na literatura e nas artes e, sobretudo, no mundo econômico. O trabalho perdeu a centralidade nas teorias correntes e na ideologia dominante.

A categoria “trabalho” foi evacuada no dia-a-dia do pensamento neoliberal hegemônico

Uma consequência disso é o abandono dos sindicatos como entidades fundamentais no arranjo societário capitalista. O pensamento hegemônico culturalista e individualista despreza a ação coletiva dos sindicatos; organizações históricas de resistência dos trabalhadores.

Há muitas razões justificativas de tal alienação. Mas seus efeitos convergem para uma visão deformada da vida em sociedade ofuscando o papel dos trabalhadores e de suas organizações. O descaso com os sindicatos, sua subestimação e até mesmo o ódio a eles é a contrapartida do abandono do trabalho; principalmente do trabalho industrial, como categoria estruturante de pensamento pós-moderno.

A força dos trabalhadores

Em 2007, John Womack Jr editou em espanhol pelo Fundo de Cultura Econômica do México o seu importante livro sobre a posição estratégica; e a força dos trabalhadores. Ao descrever nele as formas de fazer a história dos trabalhadores, Womack registra que “os historiadores acadêmicos se interessam agora em quase qualquer coisa que não seja o trabalho industrial”.

Para demonstrar isto recorre às aquisições da biblioteca da universidade de Harvard nos últimos dez anos; mais de duas vezes sobre gênero que sobre trabalho, 18 vezes mais sobre sexo que sobre trabalho industrial; e um terço mais sobre pornografia que sobre trabalho industrial.

Provocadoramente afirma que “resulta absurdo que careça de interesse estudar a história da atividade necessária; para que ocorra qualquer outra história humana. É histórica e materialmente interessante; o fato de que a espécie se extinguiria muito mais rapidamente sem trabalho do que sem copulação”.

João Guilherme Vargas Netto, é consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores em São Paulo

O post A evacuação do trabalho apareceu primeiro em Jornal Correio do Brasil.



Maia articula com aliados para aprovar denúncia contra Temer

16 de Outubro de 2017, 17:26, por Feed RSS do(a) News

Conversas com os principais adversários de Temer aumentam risco de queda do governo ainda neste mês.

Por Redação – de Brasília

Aumenta fosso que separa o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente de facto, Michel Temer. As declarações do advogado do peemedebista, Eduardo Pizarro Carnelós, críticas à determinação de Maia para que os vídeos da delação premiada do doleiro Dilson Funaro, entornaram o caldo. Segundo na sucessão presidencial, Maia não escondeu sua decepção com o primeiro mandatário, em recente jantar na companhia dos senadores Renan Calheiros e Kátia Abreu. Ninguém menos do que seus maiores críticos no PMDB.

Maia tem articulado, nos bastidores, a composição de um ministério para substituir o atual

Maia tem articulado, nos bastidores, a composição de um ministério para substituir o atual governo Temer

Entre um e outro acepipe regado a vinho fino, Temer foi servido no prato principal, acompanhado das dúvidas quanto às chances de sobreviver à segunda denúncia. Segundo vazou para a mídia, nesta segunda-feira, o assunto estava tão saboroso que chegaram a tratar dos cargos em um possível governo Maia.

‘Criminoso’

Deputados da confiança de Rodrigo Maia, presentes ao jantar, confirmaram que, na eventual gestão do deputado, o chefe do gabinete da Presidência da República, seu contraparente, Moreira Franco seria poupado da degola. Permaneceria no governo, com foro privilegiado — para não cair na Vara Federal do juiz Sérgio Moro — mas distante do Planalto.

O presidente da Câmara confirmou sua presença no jantar, oferecido pela senadora Kátia Abreu. Negou, porém, que a formação de um novo governo.

— Recomposição (do governo) não tratamos. (Falamos sobre o) jogo do Botafogo — disse o torcedor do alvinegro carioca. Este também foi a alcunha com a qual foi citado na lista dos políticos que receberam propina da Construtora Norberto Odebrecht.

Não pode chegar em melhor hora, para Maia, a gafe do advogado de Temer. O compasso foi perfeito para que o sucessor do substituto de Dilma Rousseff (PT) não economizasse nas críticas ao possível sucedido. Maia disse que se sentiu agredido por Carnelós, depois que o advogado classificou a divulgação do depoimento de Lúcio Funaro era “criminoso”.

Incompetência

Em nota, o advogado afirmou ser “evidente que o criminoso vazamento foi produzido por quem pretende insistir na criação de grave crise política no país”. Acontece que os vídeos foram publicados no site da Câmara, com a autorização de Maia.

— Não estavam sob sigilo — alegou o presidente da Câmara.

Nesta segunda-feira, após alertado para a repercussão da nota, o advogado negou saber que os vídeos estão disponíveis site da Câmara. Na tentativa de reduzir o dano causado, ressaltou que “jamais quis imputar crime a Rodrigo Maia”. Disse isso depois que Maia o chamou de “incompetente e irresponsável”. Na mesma linha, avisou que Carnelós será “processado pelos servidores da Câmara”. Maia também não poupou Temer:

— Uma pena o presidente do Brasil constituir este advogado na sua defesa. Incompetência é pouco pra justificar as agressões do advogado. A defesa do presidente recebeu todos os documentos. Nunca imaginei ser agredido pelo advogado do presidente Temer. Depois de tudo que eu fiz, esta agressão não faz sentido. Daqui para frente vou, exclusivamente, cumprir meu papel institucional, presidir a sessão.

Liberado

Temer anda tão desmoralizado no país que ser chamado de “capitão do golpe” e chefe da “quadrilha do PMDB” não significa um atentado contra sua honra. Nesta segunda-feira, o presidenciável do PDT, ex-ministro Ciro Gomes, foi absolvido na Justiça Federal, em Brasília, da acusação de ter atentado contra sua dignidade ao tê-lo chamado de quadrilheiro. O juízo entendeu que Ciro dirigiu críticas a um adversário no momento em que a política está conturbada.

Tão conturbada quanto a vida de um dos principais aliados do peemedebista. Ainda nesta manhã, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação na Câmara dos Deputados. A ação ocorreu a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e tem como alvo o gabinete do deputado Lúcio Vieira Lima. Trata-se do irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, atualmente encontrado no Presídio da Papuda.

Lavagem de dinheiro

As buscas ocorreram como parte da investigação ligada a R$ 51 milhões. A fortuna foi encontrada pelas autoridades num apartamento, em Salvador, ligado ao político. Geddel foi preso em julho, após a PF fazer a maior apreensão de dinheiro em espécie da história.

O imóvel em que o dinheiro foi encontrado teria sido emprestado a Lúcio e era usado por Geddel. Em setembro, por haver indícios do envolvimento do deputado, que tem foro privilegiado, as investigações foram remetidas ao Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão foi do juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília. Segundo decidiu, “não se pode excluir de plano a participação de Lúcio Vieira Lima no ilícito de lavagem de dinheiro”.

Geddel é investigado na Operação Cui Bono, que apura desvios de recursos na Caixa Econômica Federal. A primeira fase, deflagrada em 13 de janeiro deste ano; investigou um esquema de fraude na liberação de créditos no período entre 2011 e 2013. De acordo com a investigação, entre março de 2011 e dezembro de 2013, a vice-presidência de pessoa jurídica da instituição era ocupada por Geddel Vieira Lima.

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O chorinho, ou o que o Brasil tem de melhor

16 de Outubro de 2017, 17:26, por Feed RSS do(a) News
 
Carlos Motta

O Brasil que deu certo está por toda a parte, só não vê - ou ouve - quem não quer.

Está nas ruas das cidades, nas escolas, nas praças, nos teatros, nos palcos mambembes, nos salões da elite, nos botecos pés sujos, está em qualquer lugar onde caibam algumas pessoas - em mínimos metros quadrados os representantes desse Brasil que deu certo são capazes de mostrar o seu imenso talento.

O que seria do Brasil sem a força desse povo que canta, toca, compõe, sem pensar em grandes recompensas, a não ser o prazer de espalhar a sua arte, de receber em troca dela aplausos muitas vezes entusiasmados?

A música popular brasileira é o maior tesouro que este imenso país possui.

Os americanos são bons nesse campo, não há dúvida, são os campeões mundiais de audiência, espalham com orgulho seu rock, seu country, seu blues, seu jazz, suas baladas - e a gente os admira, os respeita, porque eles merecem toda a reverência.

Mas nós, os humildes brasileiros, estamos no jogo - e não só para competir.

A bossa nova invadiu o campo adversário com suas harmonias sofisticadas, melodias comoventes e intérpretes maravilhosos.

E depois veio o samba, o pai inconteste da bossa nova, símbolo maior da união nacional - em que lugar deste enorme país não se toca, não se dança e não se canta o samba?

E os músicos do mundo todo foram se encantando com a música brasileira, descobrindo joias que aqui são tão pouco reveladas.

Caso do choro, ou chorinho, como queiram, o mais antigo gênero musical brasileiro, que teve adeptos e criadores geniais, como Ernesto Nazareth, Zequinha de Abreu, Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Severino Araújo, Altamiro Carrilho - e dezenas de outros mais.

O choro é hoje estudado, tocado e reverenciado na Europa, nas Américas, na Ásia, em todo o planeta.

O instrumentista brasileiro é aplaudido pelas plateias mais exigentes.

E, incrível, aqui mesmo, o país que a cada dia se torna mais e mais uma colônia do grande irmão do Norte, que recebe diariamente toneladas e toneladas do mais tóxico lixo cultural, o choro - como o samba e outros ritmos mais regionais - cresce, amplia a sua audiência, mostra caras novas, talentos indiscutíveis.

É o caso do grupo Desenhando o Choro, muito atuante na região das cidades paulistas de Amparo e Bragança Paulista, que acaba de lançar o seu segundo CD, "Nosso Momento".

O Desenhando é composto pelo flautista Fefê Corradini, violonista Rafael Schimidt, cavaquinista Jairo Ribeiro e pandeirista Paulinho Marciano.

Como no seu primeiro CD, "Desenhando!", todas as composições são de autoria ou dos componentes do grupo, principalmente de Rafael Schimidt, ou de músicos amigos.

As músicas continuam a tradição das melodias sofisticadas dos choros de antigamente, a interpretação é de alto nível, e a produção do novo disco, feita com "muito sacrifício", como diz Fefê Corradini, é simples, porém profissional e eficiente - afinal, do que mais precisa a boa música além de bons intérpretes?

E os músicos do Desenhando são ótimos, tão bons que um deles, o violonista Rafael Schimidt, vai aos poucos consolidando uma carreira solo que já chamou a atenção de bambas do instrumento, como o hoje internacional Yamandu Costa, com quem ele já dividiu o palco.

Rafael tem um trunfo a mais na sua curta, mas profícua carreira: é um compositor de mão cheia, autor de mais de 80 músicas.

Neste último CD do grupo, ele assina 9 das 10 faixas, algumas em parceria com Rafael Beck, um jovem flautista já considerado um fenômeno da música brasileira, e com o consagrado violonista Douglas Lora.

Num país de economia arrasada, crise política sem precedentes e instituições em farrapos, é alentador saber que ao menos a sua música não só resiste, mas amplia sua influência na cultura, agregando cada vez mais talentos indiscutíveis de uma geração que não se acomoda em fórmulas antigas e bem-sucedidas, mas que busca sempre se aperfeiçoar tecnicamente e experimentar novos enfoques, novos caminhos.

O novo trabalho do Desenhando reflete essa alegria de se fazer bem algo de que se gosta. Seu título, "Nosso Momento", diz tudo. 



Aos professores e a todos os brasileiros!

15 de Outubro de 2017, 18:37, por Feed RSS do(a) News



Mauro Santayana: o fim do BNDES e o grande golpe do Brasil quebrado

10 de Outubro de 2017, 12:16, por Feed RSS do(a) News
 
Mentira mil vezes repetida torna-se verdade, pregava Joseph Goebbels (centro), ministro da Propaganda de Hitler, que conseguiu entorpecer os alemães com as teorias nazistas. Teoria parece guiar os golpistas de 2016


Brasil tem se transformado no país de pequenos e grandes golpes. Canalhas, sucessivos e mendazes. Contra a economia, a soberania e a democracia. E, sobretudo, golpes contra verdade e a consciência popular

Nos últimos anos, e mais especialmente a partir de 2013, o Brasil tem se transformado, cada vez mais, no país de pequenos e grandes golpes, canalhas, sucessivos e mendazes. Golpes na economia, golpes na soberania e na estratégia nacional, golpes contra a democracia, que culminaram no grande golpe jurídico-midiático-parlamentar de 2016.

Mas, sobretudo, golpes contra verdade, a consciência popular, a própria realidade e a opinião pública. Com a criação e disseminação de mentiras, fakes e falsos paradigmas apoiados mutuamente na fabricação do consentimento para a desconstrução de um sistema político que, com todos os seus defeitos – aliás, como toda democracia – funcionava com um mínimo de governabilidade, de estabilidade institucional e de equilíbrio entre os poderes da República.

Golpes voltados para sabotagem e destruição de um programa nacionalista e desenvolvimentista que levou o Brasil da 14ª para a sexta economia do mundo, em 9 anos, a partir de 2003, apoiado no retorno à construção de plataformas de petróleo, hidrelétricas de grande porte, ferrovias, refinarias, tanques, submarinos, navios, rifles de assalto, caças, cargueiros aéreos militares, multiplicando o crédito, dobrando a produção agrícola, triplicando a produção de automóveis.

- Entenda como a privatização da Eletrobras mexe com sua vida
- Clube de Engenharia: Lava Jato está esfacelando a engenharia nacional

 
Da imensa usina de contrainformação fascista montada, principalmente, a partir de 2013, saíram – e continuam a sair – milhares de calúnias, seguindo uma estratégia não escrita que usa pequenas “notícias” cotidianas. A maior parte delas surreal, disseminada pela má fé, o ódio e a hipocrisia, realimenta permanentemente, principalmente nas redes sociais, grandes correntes e paradigmas midiáticos que adquiriram o ar de certeza para a parcela mais ideologicamente imbecil, quanto mais apaixonadamente ignorante, da população brasileira.

Uma das principais pós-verdades vendidas para esse público, hoje já transformada em discurso e adotado como bandeira e muleta pelo atual governo e boa parte da mídia, é de que o Brasil estaria totalmente inviabilizado economicamente e, logo, necessitado de passar por um urgente programa de “reformas” – com venda de ativos públicos e privados para “sair do buraco”.

Ora, quebrados, ou quase isso, estávamos no último ano de governo do senhor Fernando Henrique Cardoso. Em 2002, depois de um nefasto e maior programa de “reformas” e de “privatizações” (na verdade, de desnacionalização) da economia brasileira em 500 anos, encerramos o ano com um PIB nominal e uma renda per capita em dólares, segundo o Banco Mundial, menor do que de oito anos antes, no final do governo Itamar Franco. E uma dívida com o FMI de US$ 40 bilhões.

Hoje o Brasil tem R$ 380 bilhões de dólares – mais de R$ 1 trilhão – em reservas internacionais e é ainda, com toda a crise, a nona economia do mundo. Entre as 10 principais economias do planeta, grupo em que nos incluímos depois de 2002, pelos menos sete países – Estados Unidos, Japão, Reino Unido, França, Itália, Canadá – têm dívida pública maior do que a nossa.

O salário mínimo e a renda per capita são maiores, em dólares, agora, do que no final de 2002, e as dívidas bruta, externa e líquida são menores do que eram quando Fernando Henrique deixou o poder.

A razão pela qual o governo e o sistema de contrainformação fascista escondem da população o excelente nível de reservas internacionais é óbvia: a informação contradiz o mito de que os governos do PT quebraram o Brasil. E anularia a justificativa que usam para entregar o Brasil a toque de caixa e preço de banana podre aos estrangeiros

208 milhões de idiotas

Mas a mídia, os ministros, os “especialistas” e “analistas” do “mercado” insistem em afirmar a todo o momento exatamente o contrário. Que estamos redondamente quebrados e que a dívida nacional explodiu por terem, talvez, na verdade, a mais descarada certeza de que conseguiram realmente nos transformar impunemente, nos últimos quatro anos, a todos os brasileiros em uma populosa nação de 208 milhões de idiotas.

Afinal, há muita diferença entre dificuldades fiscais momentâneas, causadas entre outras coisas, por um programa de desonerações fiscais equivocado, mas que deixou um déficit muito menor do que o de hoje – agravado por volumosos aumentos de salários para o Judiciário e o Ministério Público aprovados depois que Temer chegou ao poder – e os dados macroeconômicos de um Brasil que já emprestou dinheiro ao FMI e ocupa o posto de quarto maior credor individual dos Estados Unidos. (Basta pesquisar na página oficial do Tesouro norte-americano procurando a expressão mayor treasuries holders no Google.)

A razão pela qual o governo e o sistema de contrainformação fascista, na internet principalmente, não alardeiam para a maioria da população o excelente nível de reservas internacionais é óbvia. Essa informação contradiz frontalmente o mito de que Lula, Dilma e os governos do PT quebraram o Brasil, a ponto de deixar o país de chapéu na mão.

E anula, praticamente, a justificativa que está por trás de um programa apressado, antidemocrático – porque a sociedade não está sendo ouvida – e antipatriótico de privatizações que está entregando o Brasil a toque de caixa e preço de banana podre aos estrangeiros. Como ocorreu, por exemplo, com a venda da maior refinaria de resina PET da América Latina, recém-inaugurada pela Petrobras (na qual foram investidos R$ 9 bilhões) por apenas R$ 1,3 bilhão para capitais mexicanos, no final do ano passado, provocando um prejuízo, apenas nesse caso, três vezes superior àquele que teoricamente teria sido gerado por Dilma no caso Pasadena, se ela já não tivesse, a bem da verdade, sido isentada pelo TCU dessas acusações.

Ou da entrega – por meio de um discurso entreguista tão hipócrita quanto calhorda – de reservas de petróleo do pré-sal para empresas 100% estatais de outros países como Noruega e China, enquanto, para consumo interno, defende-se a “desestatização” da Eletrobras e a própria Petrobras, com a alegação de que o capital privado seria mais honesto e competente.

Tudo isso em um país em que, paradoxalmente, com base em uma campanha jurídica eivada de primeiras, segundas e terceiras intenções políticas, se acaba de destruir cinicamente – e em alguns casos, desnacionalizar – a base do capital privado nacional e da megaengenharia brasileiras, justamente por serem consideradas, as duas, fontes de corrupção e de serem excessivamente dependentes do governo.

BNDES poderoso e eficiente

São essas mesmas razões – a mentira e a manipulação e a necessidade de sustentar o mito de que o PT quebrou o país – que fazem com que o governo e a mídia deixem de mencionar, ou tentem esconder da maior parte da população, que Temer e Meirelles herdaram dos governos Dilma e Lula, quando assumiram o poder depois do golpe de 2016, um BNDES extremamente poderoso e eficiente, com centenas de bilhões de reais em caixa.

Recursos que eles estão raspando dos cofres do nosso maior banco de fomento, enviando-os “antecipadamente” para o Tesouro, com a desculpa de estar diminuindo a dívida pública, quando ela é menor hoje do que em 2002 e esse dinheiro fará quase ou nenhuma diferença em percentual de dívida com relação ao PIB, ao fim desse estúpido e gigantesco austericídio.

Não é preciso lembrar ao ministro da Fazenda – que recebeu mais de R$ 200 milhões em “consultoria” no exterior nos últimos três anos – que o BNDES foi criado, em 1952, no segundo governo Vargas, para promover o desenvolvimento econômico e social do país, e não para gerar recursos para o pagamento de uma dívida pública que ainda se encontra em uma classificação mediana do ponto de vista internacional.

Como não é preciso recordar que bancos precisam de dinheiro para funcionar, retirar deles recursos, nesse caso, capitais públicos, equivale a fechar as suas portas. Tampouco é preciso lembrar que, assim como no caso da justificativa imbecil da queda de Dilma por “pedaladas” fiscais, o dinheiro que está no BNDES, ou no Tesouro, pertencem ao mesmo dono – o povo brasileiro –, que o que importa não é ficar fingindo que se tratam de coisas diferentes, mas, no frigir dos ovos, gerir esses recursos, economizados nos últimos anos, em benefício de todos os cidadãos e não de firulas contábeis para se posar de bons moços para o “mercado”.

Isso tudo em um momento em que o país, com mais de 14 milhões de desempregados, padece com centenas de bilhões de dólares em projetos importantíssimos – muitos deles estratégicos – paralisados irresponsavelmente por decisão da Justiça nos últimos três anos. E precisa desesperadamente recuperar suas maiores empresas, e de mais infraestrutura e vagas de trabalho.

A intenção de acabar, na prática, com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, estrangulando-o enquanto principal instrumento estratégico para a competitividade brasileira, não atende apenas aos interesses de nossos concorrentes externos.

Faz parte da mesma estratégia de enfraquecer também o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal para justificar privatizações, ou, no mínimo, “equilibrar” o “mercado”, favorecendo bancos privados nacionais e estrangeiros no sistema financeiro nacional.

Não por acaso, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco acaba de declarar, em seminário em Belo Horizonte, que o BB está pronto para privatização. Franco presidiu o Banco Central no primeiro mandato de FCH, entre 1997 e 1999, era das grandes privatizações. Não é também por coincidência que contratos do Minha Casa Minha Vida têm sido sistematicamente atrasados pela Caixa. Anunciou-se nesta semana que o financiamento de imóveis usados na Caixa agora só chegará, no máximo, a 50% do valor do bem a ser adquirido.

A classe “média”, principalmente, aquela parcela que se assume como vanguarda do fascismo nas redes sociais, ou está engolindo a seco, ou deve mesmo estar satisfeita com essas notícias, e também com outras novidades desse “novo” Brasil, ordeiro e progressista, como a volta dos frequentes, quase semanais, aumentos do preço dos combustíveis da Petrobras para as distribuidoras, rapidamente repassados pelos postos, tão comuns na última década do século passado. - Rede Brasil Atual

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BlogueDoSouza - Democratização da Comunicação, Reformas de Base e Direitos Humanos.



Sinais de aviso que antecedem o fascismo

9 de Outubro de 2017, 14:26, por Feed RSS do(a) News

No Brasil já tivemos todos.

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Sinais fascismo



Nacionalismo é uma invenção da burguesia para dividir os Trabalhadores

7 de Outubro de 2017, 21:24, por Feed RSS do(a) News

Nacionalismo invenção da burguesia



O Jovem Marx – Algumas observações sobre o filme

7 de Outubro de 2017, 21:19, por Feed RSS do(a) News

Há uma grande fidelidade do filme aos fatos, personagens e suas falas, para não falar das semelhanças dos atores com Marx, Engels e Proudhon.

 

Por Val Carvalho – do Rio de Janeiro

 

Vale muito a pena vermos o filme O Jovem Marx, por três motivos no mínimo. O primeiro, porque é a primeira vez que um filme sobre Marx é passado nas telonas e telinhas. O sistema capitalista, que domina também a produção, distribuição e projeção de filmes, não tem o menor interesse nisso.

O Jovem Marx é uma produção que rompe com velhos paradigmas

O Jovem Marx é uma produção que rompe com velhos paradigmas

O segundo motivo, é a grande fidelidade do filme aos fatos, personagens e suas falas, para não falar das semelhanças dos atores com Marx, Engels e Proudhon. Além disso, interpretar um Marx criticamente mordaz e ao mesmo tempo convincente, e também um Engels colaborador, mas com ideias próprias, não é algo fácil.

O filme foi muito feliz em mostrar uma Jenny crítica, participante e revolucionária como o marido Marx. A burguesia tenta sempre mostrar um Marx machista e Jenny apenas como uma mulher sofredora.

Marx e O Capital

O filme soube mostrar também a difícil relação de Marx com Proudhon e, junto com Engels, a sua complicada luta teórica contra as ideias utópicas da Liga dos Justos, que frequentemente descambava para embates pessoais. Mas foi isso, como mostra o filme de forma realista, o que transformou uma Liga utópica em Liga Comunista, principalmente com a publicação de seu Manifesto pouco depois, expondo o que seria cada vez mais o socialismo científico.

Um detalhe pitoresco, mas que deixava Engels, a Liga e posteriormente os editores de O Capital à beira de um ataque de nervos, é o seu preciosismo; de nunca considerar seu texto finalizado, e assim furar todos os prazos para a entrega.

Por último, gostaria de falar aqui de um ponto nem sempre visível, mas que foi essencial para transformar Marx em “marxista”. Até 1844, Marx não ia muito além de um filósofo hegeliano que tinha se tornado materialista, mas, ao contrário de Feuerbach, não abandonou o método dialético herdado de Hegel.

Essencial

Nesse momento a intervenção de Engels foi essencial para fazer Marx dar um salto de qualidade em seus estudos. Como ele já tinha lido e gostado de seu livro A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, Engels insistiu muito para ele começar a estudar economia política, sobretudo Adam Smith e David Ricardo, os melhores. Além disso, Engels pagou uma viagem providencial do companheiro à Inglaterra, onde o mesmo pode ver toda a riqueza e miséria produzidas ao mesmo tempo pelo capitalismo mais desenvolvido de então.

A partir dessa visita, sua tendência teórica de buscar a razão concreta, econômica, dos problemas sociais e políticos, de ver a “sociedade civil” como causa do Estado, e não o contrário, como pensava Hegel e todos os filósofos da época, se consolidou definitivamente. Para sorte nossa o filme mostra esse momento de iluminação mental na cabeça de um gênio.

Marx nunca mais deixou de priorizar o estudo de economia política e de buscar na base econômica a razão última da evolução da sociedade. Podemos dizer que a partir de 1844, a preocupação central do pai do comunismo era compreender o movimento do capital; as relações de produção do capitalismo. Era escrever o livro fundamental do marxismo, O Capital. Como efeito colateral, continuou a infernizar a vida dos editores e de Engels por sempre adiar, por preciosismo, a entrega de seus livros.

Val Carvalho é articulista do Correio do Brasil.

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