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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | 2 people following this article.
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A ELITE DO ATRASO - trechos do livro de Jessé Souza

6 de Dezembro de 2018, 19:40, por Feed RSS do(a) News

A ELITE DO ATRASO - trechos do livro de Jessé Souza.

(Livro: A Elite do Atraso: da escravidão à Lava Jato. Um livro que analisa o pacto dos donos do poder para perpetuar uma sociedade cruel forjada na escravidão. Jessé Souza. Editora Casa da Palavra. Rio, 2017.)

 

RACISMO, CULTURALISMO E A TEORIA DA MODERNIZAÇÃO.

A colonização da elite brasileira mais mesquinha sobre toda a população só foi e é ainda posssível pelo uso, contra a própria população indefesa, de um racismo travestido em culturalismo que possibilita a legitimação para todo ataque contra qualquer governo popular.

Todo racismo, inclusive o culturalismo racista dominante no mundo inteiro, precisa escravizar o oprimido no seu espírito e não apenas no seu corpo. Colonizar o espírito e as idéias de alguém é o primeiro passo para controlar seu corpo e seu bolso.

 

No mundo moderno, a dominação de fato tem que ser legitimada cientificamente. Quem atribui prestígio hoje em dia a uma idéia é o prestígio científico, assim como antes era o prestígio religioso ou supostamente divino. É a ciência hoje, mais que a religião, quem decide o que é verdadeiro ou falso no mundo. Por conta disso, toda informação midiática, no jornal ou na TV, procura se legitimar com algum especialista na matéria que esteja sendo discutida. ….é a posse do que é tido como verdadeiro que permite também se apoderar do que é percebido como justo e injusto, honesto ou desonesto, correto ou incorreto, bem ou mal e assim por diante…...Não por acaso, a dominação do culturalismo racista é um efeito da dominação americana a partir do século XX…..o racismo cultural americano vai substituir – com enormes vantagens – o racismo fenotípico ou racial do racismo científico que vigorou no colonialismo europeu…

 

O novo racismo culturalista americano foi implementado como política de Estado e não foi deixado à ação espontânea de ninguém. A teoria da modernização recebeu dinheiro pesado do departamento de Estado americano sob o comando de Harry Truman no pós-guerra, para se tornar paradigma universal. A partir daí, a teoria da modernização americana virou uma espécie de coqueluche mundial. Milhares de trabalhos foram realizados nas duas décadas seguintes… e os EUA viraram modelo universal para o planeta. Todos os outros países eram uma espécie de realização incompleta desse modelo. ….. Mas no Brasil onde a comparação com os EUA foi a obsessão de todos os intelectuais desde o começo do século XIX, a elaboração de nosso culturalismo racista invertido (contra nós mesmos) foi realizada por mãos nativas...a elaboração de teorias racistas que nos rebaixam e humilham foi relativamente independente do movimento internacional…..

 

Assim enquanto na década de 1930, Talcott Parsons dava os primeiros passos em seu engenhoso esquema da teoria da modernização no mundo e construia a imagem dos americanos superiores como objetivos, pragmáticos, antitradicionais, universalistas e produtivos…..no Brasil a sua contraparte “vira-lata”…nossos pensadores mais influentes iriam construir o brasileiro como pré-moderno, tradicional, particularista, afetivo e com uma “tendência irresistível à desonestidade.”…. Gilberto Freyre foi a figura demiúrgica desse período…. Freyre foi o criador do paradigma culturalista brasileiro vigente até hoje dominado pelas falsas idéias da continuidade com Portugal e da emotividade como traço singular dessa cultura. ….Freyre literalmente construiu a versão dominante da identidade nacional em um país que, antes dele, não tinha construído nada realmente eficaz nesse sentido. … Sérgio Buarque de Holanda vai aproveitar todas as idéias de Freyre…. Todo o esforço de Freyre em ver aspectos positivos ou pelo menos ambíguos no que ele via como “legado brasileiro” foi invertido e transformado em unicamente negativo…. Sérgio Buarque constrói a idéia do “homem cordial” como expressão mais acabada do brasileiro…. O culturalismo racista, na versão vira lata de Buarque se torna o porta-voz oficial do liberalismo conservador brasileiro. …. a legitimação perfeita para o tipo de interesse econômico e político da elite econômica que manda no mercado e se tornaria a interpretação dominante da sociedade brasileira até hoje.

 

Sérgio Buarque ao negar Freyre, aceita a vira-latice do brasileiro como lixo da história de bom grado e degrada e distorce a percepção de todo um povo como intrinsecamente inferior. E ainda tira onda de crítico, seguido por cerca de 90% da intelectualidade nacional, por ter supostamente descoberto as razões da fraqueza nacional. O embuste se torna completo por ter também inventado o conceito mais fajuto e mais influente de todo o pensamento social brasileiro , que é a noção de patrimonialismo. O patrimonialismo defende que o Estado no Brasil é um alongamento institucionalizado do homem cordial e tão vira lata quanto ele. Abriga elites que roubam o povo e privatizam o bem público…. Essa noção é um contrabando malfeito da noção weberiana inutilizável no caso brasileiro…..mas esta noção se tornou dominante…. É a própria interpretação dominante dos brasileiros sobre si mesmo, seja na direita seja na esquerda do espectro político. ….os discípulos apenas repetem o paradigma….é a visão da singularidade brasileira a partir do homem cordial, do homem emotivo como negatividade e como potencialmente corrupto, já que dividiria o mundo entre amigos e inimigos e não de modo “impessoal”…. O Estado patrimonialista seria a principal herança do homem cordial e principal problema nacional. ….. está criada a ideologia do vira lata brasileiro, inferior, posto que percebido como afeto e, portanto, como corpo, opondo-se ao espírito do americano e europeu idealizado, como se não houvesse personalismo e relações pessoais fundando todo tipo de privilégio também nos EUA e Europa. …..

 

A emoção nos animalizaria, enquanto o espírito tornaria divinos americanos e europeus.

Como seres divinos os americanos seriam seres especiais que põem a impessoalidade acima de suas preferências, explicando com isso a excelência de sua democracia, assim como sua honestidade e incorruptibilidade. O capital do homem cordial é o capital de relações pessoais, ou aquilo que Roberto DaMatta, discípulo de Sérgio Buarque como quase todos, chamaria mais tarde de “jeitinho brasileiro”, uma suprema bobagem infelizmente naturalizada pela repetição e usada como explicação fácil em todos os botecos de esquina do Brasil. …. Sua explicação nega portanto a origem de toda a desigualdade que separa classes com acesso privilegiado aos capitais econômico e cultural das classes que foram excluídas de todo acesso a esses capitais.

 

Mas Sérgio Buarque cria muito especialmente a “Geni” brasileira….que seria o Estado sempre corrupto. O mercado é divinizado pela mera oposição com o Estado definido como corrupto, e sua corrupção tanto “legal” quanto “ilegal”, tornada invisível. Sérgio Buarque ao localizar a “elite maldita” no Estado, torna literalmente invisível a verdadeira elite de rapina que se encontra no mercado. O Estado se torna o suspeito preferido de todos os malfeitos…..essa idéia favorece os golpes de Estado baseados na corrupção seletiva…. Como acontece até hoje, essa concepção tornou possível fazer do mote da corrupção apenas do Estado o núcleo de uma concepção de mundo que permite a elite mais mesquinha fazer todo um povo de tolo. Todo brasileiro aprende na formação escolar a perceber o Brasil com os pressupostos envenenados desta teoria culturalista e da corrupção só no Estado e assim não perceber os reais problemas brasileiros. É por meio desses “óculos” composto por idéias que se tornam tão óbvias que não mais refletimos sobre elas, que não mais percebemos o mundo que nos rodeia.

 

Restou à mídia apenas o trabalho facilitado de selecionar contra quem seria mobilizado o ataque moralista conservador que nossos intelectuais construíram contra o povo e em benefício de uma ínfima elite….. Sem esse consenso intelectual prévio a mídia não poderia ter sido tão eficaz na sua obra de fraudar sistematicamente a realidade para a legitimação da trama do golpe de 2016.

 

A ESCRAVIDÃO MODERNA….O excluído, majoritariamente negro e mestiço, é estigmatizado como perigoso e inferior e perseguido não mais pelo capitão do mato, mas, sim, pelas viaturas de polícia com licença para matar pobre e preto. E essa continuação da escravidão com outros meios se utilizou e se utiliza da mesma perseguição e da mesma opressão cotidiana e selvagem para quebrar a resistência e a dignidade dos excluídos. O resumo dessa passagem dramática entre as duas formas de escravidão pode ser visto deste modo: como a escravidão exige a tortura física e psíquica cotidiana como único meio de dobrar a resistência do escravo a abdicar da própria vontade, as elites que comandaram esse processo foram as mesmas que abandonaram os seres humilhados e sem auto estima e autoconfiança e os deixaram à própria sorte. Depois, como se não tivessem nada a ver com esse genocídio de classe, buscaram imigrantes com um passado e um ponto de partida muito diferente para contraporem o mérito de um e de outro, aprofundando ainda mais a humilhação e a injustiça. Esse esquema funciona até os dias de hoje, sem qualquer diferença. Esse abandono e essa injustiça flagrante é o real câncer brasileiro e a causa de todos os reais problemas nacionais.

 

O Brasil passou de um mercado de trabalho escravocrata para formalmente livre, mas manteve todas as virtualidades do escravismo na nova situação. Os ex-escravos da “ralé de novos escravos” continuam sendo explorados na sua “tração muscular”, como cavalos aos quais os escravos de ontem e de hoje ainda se assemelham. Os carregadores de lixo das grandes cidades são chamados literalmente, de cavalos. O recurso que as empregadas domésticas usam é, antes de tudo, o corpo, trabalhando horas de pé em funções repetitivas, com a barriga no fogão quente, do mesmo modo que faxineiras, motoboys, cortadores de cana, serventes de pedreiros, etc. Uma classe reduzida ao corpo, que representa o que há de mais baixo na escala valorativa do Ocidente. ….essa mesma classe, do mesmo modo que os escravos, é desumanizada e animalizada. A ralé de novos escravos será não só a classe que todas as outras vão procurar se distinguir e se afastar, mas, também, vão procurar explorar o trabalho farto e barato.

 

NADA DE NOVO EM RELAÇÃO AO PASSADO ESCRAVISTA. Ela permite que todas as classes acima se sintam superiores a ela e possam explorá-la se possível sem limites legais. A reação violenta da classe média à lei das empregadas domésticas, que procura limitar e garantir direitos mínimos, comprova sobejamente o que estamos dizendo. A grande questão econômica, social e política do Brasil é a existência continuada dessa ralé de novos escravos….. A escola republicana igual para todos, conquistada pelos franceses a partir da Revolução Francesa, jamais aconteceu entre nós. Iniciativas como a escola de tempo integral de Brizola, foram destruídas no nascedouro com apoio da mídia elitista, como sempre, com a Rede Globo à frente. A tentativa light petista de melhorar minimamente as condições dessa classe levou ao golpe de 2016 com amplo apoio midiático da classe média e até de setores populares. ….. se um governo existir para redimí-los (a ralé de novos escravos) deve ser derrubado sob qualquer pretexto de ocasião. … pois é necessário continuar a escravidão com outros meios….. é isso que explica o golpe recente no seu conteúdo mais importante e mais assustador. … Por que nossa elite trata a ralé dos novos escravos como sub-humanos com tamanha violência material e simbólica e não os consideram seres humanos ? Essa é a principal herança da escravidão para o Brasil moderno….a naturalização de um ódio tão mesquinho em circunstâncias modernas…..essa é a grande questão brasileira do momento… nenhuma outra se compara a ela em magnitude e urgência.

 

A OPERAÇÃO LAVA-JATO foi desde seu começo uma caça aos petistas e a seu líder maior, como forma de garantir e assegurar a mesma distância social em relação aos pobres que não os torne tão ameaçadores como eles haviam se tornado com Lula. O maior perigo representado pelos pobres foi quando eles começaram a poder entrar para a universidade pública, reduto dos privilegiados da classe média, pois durante a administração do PT aumentou de 3 para 8 milhões o número de matriculados. Se não fosse essa a razão, o que faria os “camisas amarelas” ficarem em casa quietinhos, agora, em meados de 2017, quando a corrupção real mostra sua pior face ? Se fosse a corrupção que indignasse esse povo, o panelaço deveria ser ensurdecedor agora, não concorda, caro leitor ? É a seletividade da corrupção não só apenas no Estado, mas apenas dos partidos de esquerda, que querem diminuir a distância entre as classes sociais, o que verdadeiramente move e comove nossos “camisas amarelas”.

 

PATRIMONIALISMO E ESCRAVIDÃO. A noção de patrimonialismo passa a ser fundamental exatamente por sua imprecisão conceitual. Ela está no lugar da noção de escravidão e serve para tornar invisíveis as relações sociais de humilhação e subordinação criados nesse contexto. ….Somos nós brasileiros, portanto, filhos de um ambiente escravocrata, que cria um tipo de família específica, uma Justiça específica, uma economia específica. Aqui valia tomar a terra dos outros à fôrça para acumular capital, como acontece até hoje, e condenar os mais frágeis ao abandono e à humilhação cotidiana. Isso é herança escravocrata e não portuguesa. O patrimonialismo, percebido como herança portuguesa, substitui a escravidão como núcleo explicativo de nossa formação. Essa é sua função real. Por conta disso, até hoje, reproduzimos padrões de sociabilidade escravagistas, como exclusão social massiva, a violência indiscriminada contra os pobres, chacinas contra pobres indefesos que são comemoradas pela população, etc. O patrimonialismo esconde as reais bases do poder social entre nós…..uma noção do senso comum, uma noção absurda, mas tida como verdade acima de qualquer suspeita – a noção de que a elite poderosa está no Estado, com isso invisibilizando a ação da elite real, que está no mercado. O conceito de patrimonialismo serve para encobrir os interesses organizados no mercado. A real função da noção de patrimonialismo é fazer o povo de tolo e manter a dominação mais tosca e abusiva de um mercado desregulado completamente invisível.

 

A elite do atraso e seu braço midiático fazem parte, portanto, do mesmo esquema de depenar a população em seu benefício. É o que explica a constante necessidade de criar espantalhos para desviar a atenção do público do que lhe é surrupiado e explicar a penúria que seu saque provoca por outras causas. O espantalho da criminalização da política só serve para que a economia dispense a mediação da política e ponha seus lacaios sem voto e que se vangloriam de sua impopularidade vendida como cartão de visitas para a elite do atraso,…. Já o espantalho da criminalização da esquerda e do princípio da igualdade social só serve para que a justa raiva e o ressentimento da população, que sofre sem entender os reais motivos do sofrimento, percam sua expressão política e racional possível.

 

MÍDIA E BOLSONARO. Foi assim que a mídia irresponsável possibilitou e pavimentou o caminho para a violência fascista do ódio cego dos bolsonaros da vida. O ódio fomentado todos os dias ao PT e a Lula produziu, inevitavelmente, Bolsonaro e sua violência em estado puro, agressividade burra e covarde. Agora, uma população pobre e à mercê de demagogos religiosos está minando as poucas bases civilizadas que ainda restam à sociedade brasileira. Essa dívida tem que ser cobrada da mídia que cometeu esse crime. …. A conta do ódio aos pobres foi o empobrecimento de todos. Será que valeu a pena tudo isso para pagar salários de fome às empregadas domésticas e não ver mais pobres nos aeroportos, nos shopping centers e, principalmente, nas universidades ? Afinal, a educação, a saúde e a previdência, agora sucateadas pelo Estado capturado, abrem caminho para que essas áreas se tornem o novo negócio dos bancos…. Será que vale a pena tudo isso para manter os escravos no seu lugar ?

 

Daniel Miranda Soares é economista, ex-professor e mestre pela UFV.



China e EUA concordam com trégua específica na guerra comercial

6 de Dezembro de 2018, 19:40, por Feed RSS do(a) News

Os dois lados também terão novas negociações comerciais para tratar de assuntos que incluem transferência de tecnologia, entre outros pontos.

 

Por Redação, com Reuters – de Buenos Aires

 

A China e os Estados Unidos concordaram em não aplicar tarifas adicionais, em um acordo que evita que a guerra comercial cresça, no momento em que ambos os lados tentam resolver as divergências em novas negociações que visam alcançar um acordo dentro de 90 dias.

Xi Jinping concordou em estabelecer uma trégua negociada com Donald Trump

A Casa Branca disse no sábado que o presidente dos EUA, Donald Trump, falou ao presidente chinês, Xi Jinping, durante negociações de grande importância na Argentina que ele não aumentará as tarifas sobre US$ 200 bilhões em bens chineses para 25 por cento em 1 de janeiro, como anunciado anteriormente.

Pequim, por sua vez, concordou em comprar uma quantidade não especificada, mas “muito substancial” de produtos agrícolas, energéticos e industriais, disse a Casa Branca em comunicado.

Os dois lados também terão novas negociações comerciais para tratar de assuntos que incluem transferência de tecnologia, propriedade intelectual, barreiras não-tarifárias, roubo cibernético e agricultura, afirmou Washington.

Tarifas

Caso não se chegue a um acordo dentro de 90 dias, ambos os lados concordaram que as tarifas de 10 por cento serão elevadas para 25 por cento, disse a Casa Branca. Neste domingo, a mídia estatal da China saudou o “importante consenso” alcançado pelos dois líderes, mas não mencionou o prazo de 90 dias.

Trump impôs tarifas de 10 por cento sobre US$ 200 bilhões em bens chineses em setembro. A China respondeu com suas próprias tarifas.

O presidente norte-americano também ameaçou aplicar tarifas sobre adicionais US$ 267 bilhões em bens chineses, e a relação entre os dois países pareceu se agravar nas semanas antes do encontro na Argentina.

— Eu não acho que isso é um avanço – é mais para evitar um colapso. Esse não é o pior resultado, mas o trabalho duro está pela frente. Os chineses precisam entrar (nas negociações) com um senso de urgência — disse Paul Haenle, diretor do Carnegie-Tsinghua Center em Pequim.

Acordo

Como parte do acordo, a China concordou em começar a comprar produtos agrícolas de produtores dos Estados Unidos imediatamente, afirmou a Casa Branca. Falando a repórteres no Air Force One, Trump elogiou seu acordo com Xi.

— É um acordo incrível. O que eu estaria fazendo é segurando a mão nas tarifas. A China estará se abrindo. A China se livrará das tarifas — afirmou.

Ele disse que sob o acordo a China comprará uma “quantidade tremenda de produtos agrícolas e outros” dos EUA.

— Terá um impacto incrivelmente positivo sobre a agricultura — acrescentou.

Fricções

O conselheiro estatal Wang Yi, principal diplomata do governo chinês, disse a repórteres em Buenos Aires que os dois lados acreditam que o acordo “efetivamente previne a expansão de fricções econômicas entre os dois países”.

— Fatos mostram que os interesses conjuntos de China e EUA são maiores que as disputas, e a necessidade de cooperação é maior do que as fricções — afirmou.

Companhias dos EUA e consumidores estão arcando com parte do preço das tarifas dos EUA sobre a China ao pagar preços mais altos por bens, e muitas empresas aumentaram os preços de produtos importados.

Ao mesmo tempo, produtores dos EUA foram prejudicados por menores importações chinesas de soja e outros produtos.



A milagrosa festa do jazz manouche

2 de Dezembro de 2018, 15:27, por Feed RSS do(a) News



Carlos Motta

Depois de seis horas de música, os participantes do 6º Festival de Jazz Manouche de Piracicaba foram chamados, no domingo, 25 de novembro, ao palco montado atrás do Teatro Erotides de Campos, no belo conjunto cultural do Engenho Central, às margens do Rio Piracicaba. Alguns deles já tinham ido embora, mas mesmo assim, o palco ficou cheio. Eram brasileiros, argentinos, colombianos, venezuelanos, e um romeno, o violinista Florian Cristea, que mora no Brasil há 20 anos. 


E foi ao som de "Besame Mucho", clássico bolero da mexicana Consuelo Velásquez, uma obra atemporal, que a grande festa musical terminou. Violões, violinos, contrabaixos, acordeão e trumpete se fundiram no ritmo inconfundível criado pelo belga Django Reinhardt para acompanhar o  chileno Sebastian Abuter, que trocou seu clarinete pela voz. "Besame, besame mucho", cantou, ao que o coro de três dezenas de vozes, "regido" pelo violonista Bina Coquet, respondeu: "Mucho, mucho"...


Foi um final surpreendente para uma tarde/noite igualmente surpreendente, pela qualidade dos artistas que se apresentaram e pelas próprias características do festival, idealizado e organizado por José Fernando Seifarth de Freitas, um juiz de direito que leva a música muito a sério: na adolescência, integrou o conjunto Bombom, que estourou no Brasil com o hit "Vamos a la Playa", e anos depois foi um dos fundadores do Hot Club de Piracicaba, um dos grupos pioneiros do jazz manouche, ou cigano, no Brasil.

José Fernando já gravou vários discos e participou de inúmeros shows com seu violão rítmico no Brasil e exterior. Na grande apresentação de domingo, porém, tocou pouco. Foi mais visto nos bastidores, na plateia, nos arredores do palco, infatigável. Pegou o microfone apenas para anunciar as atrações. Numa dessas vezes, agradeceu o apoio recebido para pôr de pé o festival - uma lista que inclui desde a prefeitura de Piracicaba até uma padaria.


Por mais que tenha sido extensa a lista - José Fernando confessou, na hora, que não se lembrava de todos os que precisava agradecer -, ela, à primeira vista, parece ser insuficiente para realizar o milagre que é organizar um concerto com tal qualidade artística.

Seja como for, o fato é que nem a forte chuva no começo da noite atrapalhou o festival. O som estava ótimo, o público não cansou de aplaudir, muitas vezes entusiasticamente, os artistas, e eles, pela expressão em seus rostos, pareciam também estar, mais que satisfeitos com suas performances, felizes por participar da festa.

Pois o jazz manouche, além de um gênero musical arrebatador, é justamente isso, uma festa. Uma festa mais que necessária nestes tempos confusos em que vivemos.

(Nas fotos de Liliana Akstein, Bina Coquet, Florian Cristea e Sandro Haick. No vídeo, o argentino Ricardo Pellican e os brasileiros Marcelo Cigano, Sandro Haick e Danilo Vianna mostram com quantas notas se faz uma música de altíssima qualidade)

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