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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | 2 people following this article.
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A terra dos "doutores"

14 de Julho de 2017, 14:32, por Feed RSS do(a) News


A sentença que condena o ex-presidente Lula a 9 anos e meio de prisão é uma peça tão absurda que faz a gente refletir sobre como algumas pessoas atingem posições de relevância na sociedade.

São os nossos "doutores".

O Brasil deve ser o país com mais "doutores" em todo o planeta.

Em toda rua de toda cidade há um "doutor" em alguma função: fisioterapia, odontologia, direito, medicina, ciências sociais...

É tanta sabedoria que chega a dar vergonha a nós, cidadãos ordinários, que escolhemos profissões tão abjetas que nunca, mas nunca mesmo, nos darão a possibilidade de sermos tratados como "doutores".


E os nossos "doutores" são cada vez mais jovens.

O doutor Dallagnol, chefe dos procuradores lava-jatos, por exemplo, tem cara de bebê.

Mesmo o doutor Moro, o juiz implacável que atribuiu para si a responsabilidade de mandar para a cadeia todos os corruptos do país, parece um daqueles meninões de praia que poderiam figurar em novelas de televisão.

Nada contra o fato de eles serem jovens, mas é que certas funções exigem um tanto de experiência de vida que não se encontra nos livros - ou nas apostilas de concurso público. 

Fora a juventude, esses nossos "doutores" têm um traço em comum: a sua sapiência tem a profundidade de uma página de jornal, a leveza de uma bolha de sabão.

É uma sabedoria que só engana trouxas, ou seja, a grande massa idiotizada pelos meios de comunicação, pelos "pastores" evangélicos, pelas correntes de whatsapp, pelas postagens das redes sociais.

Qualquer doutor de verdade, ou mesmo uma pessoa medianamente educada e informada, é capaz de reduzir a pó, em minutos, o pernosticismo desses "doutores" de araque.

Só um país onde a educação é tão desleixada e o patrimonialismo tão arraigado é capaz de formar tantos "doutores" como essas estrelas dos nossos jornalões.

Chega a ser inacreditável que alguém como o juiz da tal operação Lava jato seja celebrado do modo que foi nestes últimos anos não só pelos meios de comunicação, que têm claros objetivos ideológicos, mas também por membros da comunidade jurídica.

Um fato como esse me faz lembrar de meu tipo inesquecível, o saudoso sociólogo Antonio Geraldo de Campos Coelho, com quem tive a oportunidade de passar deliciosos momentos na Jundiaí de minha juventude.

Pois bem, o Coelho não admitia ser chamado de "professor". 

Ele se sentia profundamente ofendido se alguém o tratasse por esse título.

E tinha uma explicação perfeitamente lógica para isso:

- Todo mundo é professor, é uma avacalhação. Tem o professor de capoeira, o professor de ioga, o professor de bordado... 

Isso foi há 40 anos. 

Hoje ninguém mais quer ser chamado de professor nesta terra de doutores. (Carlos Motta) 



Uma elite sem cérebro, um país sem futuro

12 de Julho de 2017, 22:08, por Feed RSS do(a) News


A aprovação da tal "reforma trabalhista" pelo Congresso e a condenação do ex-presidente Lula num dos sabe-se-lá quantos processos abertos contra ele para impedi-lo de concorrer na eleição presidencial  - se houver - de 2018, acabaram por provar, inequivocamente, o quanto a chamada "elite" brasileira é desprovida das famosas "pequeninas células cinzentas" tão prezadas pelo famoso e imortal detetive Hercule Poirot.

Se não, vejamos.


A começar pela "reforma trabalhista", tão desejada pelos patrióticos e supercompetentes empresários brasileiros.

Não é preciso ser nenhum especialista em economia para entender que o fim da CLT vai trazer muito mais malefícios que benefícios ao país - nem é preciso dizer que para o trabalhador é uma catástrofe.

O senador João Capibaribe (PSB-AP) fez um ótimo resumo do que o tal projeto de "modernização" das relações trabalhistas vai provocar, logo depois de ele ter sido aprovado:

"Essa reforma trabalhista não tem uma vírgula a favor do trabalhador. É uma reforma unilateral e é burra, porque é recessiva. A renda do trabalhador vai despencar. E nós aqui estamos surdos, não enxergamos o óbvio."

Segundo ele, a queda da renda levará à diminuição do consumo e da arrecadação da própria Previdência Social. "Este Congresso brincou com a democracia. Não se sai da crise agradando só a um  lado", disse.

Vamos agora ao segundo ponto, a condenação daquele que uma boa parte da sociedade, para achincalhá-lo, colocou nele vários apelidos depreciativos - "Nine", "Brahma", "Molusco" e "Apedeuta" são alguns dos mais ternos -, sintoma do ódio profundo, visceral e patológico, que nutre por sua figura.

A sentença do juiz paranaense é, talvez, uma das peças mais aviltantes da história do direito universal, mas nem é essa a questão que aponta para a sua imbecilidade - pelo menos do ponto de vista daqueles que tramaram e executaram o golpe que liquidou com o pouco de democracia que havia no Brasil.

Ora, Lula é talvez a maior liderança popular que este país conheceu e se há milhões que o odeiam, há outros tantos que o idolatram.

Condená-lo sem provas, apenas por convicções, num processo claramente político, é transformá-lo num mártir.

Não há como prever a reação dessas pessoas que veem nele a única esperança de uma vida melhor.

Fora isso, mesmo que, graças à condenação, Lula fique impedido de concorrer à presidência da República em 2018, não existe a menor garantia de que um candidato apoiado por ele não se eleja. 

Se a intenção não foi essa, mas simplesmente a de humilhá-lo, assassinar a sua reputação, jogá-lo no picadeiro do circo de horrores apreciado por parte da classe média e burguesia do país, o resultado é ainda mais pífio: o deleite pela sua condenação será apenas e tão somente dessas pessoas; do outro lado estará uma massa cada vez mais revoltada com a farsa de uma justiça que pune apenas pobres, pretos, putas e petistas.

Os dois episódios demonstram mais uma certeza: o Brasil está muito longe de se transformar numa nação civilizada e talvez o seu destino seja mesmo o de continuar a ser um gigante bobo, uma colônia dos interesses do grande capital internacional, um imenso Zimbábue, um inferno de pobreza, injustiça e desigualdade. (Carlos Motta)



Capital e trabalho, finalmente de mãos dadas

12 de Julho de 2017, 22:08, por Feed RSS do(a) News


Todas as vezes que o pessoal do sindicato dos jornalistas ia visitar as redações onde trabalhei mais tempo em São Paulo, Estadão e Valor Econômico, para explicar como andava a campanha salarial, ou informar sobre o seu resultado, ouvia de alguns coleguinhas sempre as mesmas queixas:

- Para quê serve o sindicato? Só para pegar nosso dinheiro... Putz, que reajuste ridículo vamos ter... Também com um sindicato desses... 

E por aí afora.

Bem, com a aprovação da "reforma" trabalhista do governo golpista, acho que esses meus antigos colegas não terão mais do que se queixar

Daqui em diante eles não precisarão mais de ouvir a turma do sindicato falar sobre a dificuldade de se promover uma campanha salarial, negociando com patrões irredutíveis que, todo ano, iniciam as conversas com propostas de nem repor a inflação, o que, na prática, significa rebaixar o salário da categoria.

Agora, esse povo que não se cansava de espinafrar o sindicato vai poder se reunir, discutir quanto quer de aumento, bater na porta do dono da empresa em que trabalham, ter uma boa conversa civilizada, e sair de sua sala, depois de tomar um cafezinho, dando pulos de alegria por ter conseguido o que queria.

Vai ser uma moleza, essa "reforma" realmente modernizou as relações trabalhistas no Brasil, acabou com a antediluviana CLT, coisa antiquada, inspiração do fascismo italiano, fora da realidade deste mundo, como dizem, "pós-moderno".

Esses meus coleguinhas que, hoje eu sei disso, antecipavam o futuro com rara precisão, devem estar neste momento exultantes com o advento dessa nova era que, certamente, vai revolucionar o relacionamento sempre conturbado, difícil e desgastante, entre o capital e o trabalho.

Daqui para a frente, quem sabe por séculos e séculos, os conflitos entre trabalhadores e patrões vão ser não somente amenizados, mas - como querem os homens de bom senso, os homens de bem -, extintos.

Finalmente eles não serão mais importunados por aquele bando de sindicalistas, a maioria certamente petralha, que interrompia o trabalho sério que faziam e atrapalhava o fluxo das ideias que resultava num texto perfeito de uma reportagem definitiva, para, ora vejam só, reclamar da intransigência dos patrões, da falta de mobilização da categoria, e outras bobagens.

Daqui em diante, tudo vai ser diferente. 

Frias, Marinhos, Civitas, Mesquitas, todos os patrões de todas as empresas de todos os tamanhos e todas as áreas, se preparem para abraçar, com os corações em júbilo, os seus sempre leais "colaboradores", doravante parceiros de uma, com certeza, trajetória direta rumo ao sucesso e à felicidade.

O Brasil Novo vai mostrar que bastará um sorriso, um aperto de mão, uma palavra gentil para que todos sejam felizes para sempre. (Carlos Motta)



É tudo culpa de 2013?

11 de Julho de 2017, 23:08, por Feed RSS do(a) News

É lugar comum nas análises atuais dizer que a desgraça pela qual passa o Brasil é culpa das manifestações de 2013. Não há dúvidas que as mesmas tiveram um papel nisso tudo e parte delas contaram inclusive com financiamento interno e externo do grande capital. Porém, é preciso analisar o que tornou, ao longo de décadas, possível que 2013 tivesse lugar da forma como aconteceu.

Arte povo trabalhador

No artigo Ciberguerra potencializa guerra informacional analisamos o roteiro usado nas chamadas revoluções coloridas ou primaveras disso ou daquilo que aconteceram no planeta desde o início da década de 2010.

Obviamente as condições que permitiram a aplicação do roteiro variaram de acordo com o momento histórico de cada país, mas regra geral, estas condições foram sendo criadas ao longo das últimas 3 décadas com maior ou menor intensidade segundo o momento histórico e o estágio de desenvolvimento político, econômico e social vivido por cada um deles. Não se trata aqui de debater qualitativamente o desenvolvimento de cada país, mas entender que os países se desenvolvem em ritmos diferentes.

Mas como o objetivo deste artigo é tentar entender como as manifestações de 2013 foram possíveis no Brasil precisamos olhar o que aconteceu em nosso país e no mundo nas últimas 3 décadas.

O processo que levou a derrota do projeto de governo petista de inclusão social e redução da pobreza não teve início em 2014, nem em 2013, nem 2010 e muito menos em 2002.

Por paradoxal que possa parecer, este processo teve início em meados de 1980, quando o movimento sindical e o PT viviam um momento de ascendência. Crescíam vertiginosamente, com uma proposta popular e socialista quando o mundo soviético a rejeitava ferozmente.

No Brasil e no Mundo daquela época acontecem alguns movimentos importantes que podem indicar porque chegamos ao que chegamos:

  • O trabalho como conceito moral, como valor social, é sistematicamente desqualificado, criando a ideia de quem trabalha é otário;
  • A Igreja Católica da Teologia da Libertação é dizimada pelo anti-comunista papa polonês (Józef Wojtyła) e seu buldog alemão (Natzinger);
  • A Teologia da Prosperidade (dos neopentecostais) cresce e leva os católicos a pregar a renovação carismática e uma guinada à direita;
  • O movimento sindical tira o pé do acelerador e começa a deixar o trabalho de base de lado em nome de uma possível eleição de Lula, processo que fica cada vez mais forte depois da quase vitória em 1989;
  • O neoliberalismo ganha força no mundo todo (inclusive na URSS), cuja derrubada do Muro de Berlim foi o símbolo maior;
  • A esquerda mundial entra numa crise de criatividade sem precedentes;
  • A socialdemocracia europeia rende-se ao neoliberalismo e, por vezes, é mais radical em sua implantação que os próprios direitistas;
  • A esquerda que sempre teve um papel importante no imaginário das pessoas e forte influência na área cultural, perde o espaço para a direita;
  • Direitos Humanos e o Humanismo são ridicularizados. O deus mercado e o lucro fácil tomam contam de corações e mentes das mais distintas classes sociais;
  • A utopia cede espaço ao pragmatismo, que na prática se traduz em vantagens pessoais de curto prazo colocadas acima dos objetivos históricos coletivos de longo prazo;
  • O fim do modelo soviético fortalece o dogma ideológico difundido pelos capitalistas de que não há alternativas ao capitalismo e que, portanto, a saída que nos resta é melhorar a situação econômica dos mais pobres e, com isso, garantir seu apoio aos programas de governos progressistas;
  • Passa-se a tolir todo e qualquer debate que possa levar a um crítica ao capitalismo e desqualifica-se àqueles que lembram que a Luta de Classes não terminou com o fim da URSS.

Por outro lado, os problemas e as mazelas no Brasil eram e são tão profundos que até mesmo pequenas reformas e alguns programas sociais teriam um efeito enorme sobre toda a sociedade, conforme pudemos notar nos anos de governos petistas. Isso gerou a atual onda de fúria e ódio da CasaGrande que culminou no impedimento de Dilma em 2016 e nos ferozes ataques, que ocorrem desde a instauração do governo golpista e cleptocrata de Michel Temer e seus tucanos, aos direitos sociais e trabalhistas duramente conquistado ao longo de décadas de lutas de brasileiros e brasileiras.

É claro que em 13 anos de governos petistas não se conseguiria substituir toda uma estrutura socio-político-econômica cuidadosamente montada em 502 anos de domínio pleno da Casagrande. Esta tarefa se tornou ainda mais difícil ao deixarmos de fazer trabalho de conscientização e organização de base, coisas, aliás, que fizemos muito bem no final dos anos 1970, começo dos anos 1980.

Contudo, um dos maiores erros cometidos por parte da esquerda foi acreditar que a tomada do poder político (ganhar o governo) facilitaria o processo de transformação econômica. A história já demonstrou que aqueles que conquistam o poder político, sem ter o poder econômico, acabam transformados em servos do último e, nos casos onde não se submetem aos pesados interesses econômicos, são expulsos do poder político por movimentos mais atrasados e piores para os Trabalhadores, piores até que os derrotados pela esquerda no período anterior.

Para evitar este desastre socio-político é preciso que existam na sociedade forças extremamente organizadas a partir da base e preparadas para fazer com que a economia funcione, capaz de gerar riquezas, segundo novas condições. Em outras palavras é preciso construir poder econômico, tendo os Trabalhadores não só a frente deste processo, mas sujeito dos mesmos. (Escrevemos este parágrafo em 2007, publicado na apresentação do livro Concepção Anarquista de Sindicalismo de autoria de Neno Vasco, o anarco-sindicalista português que traduziu para a língua pátria os versos de A Internacional.)

Eis aqui uma das chaves para entender porque 2013 foi possível. Além de não se ter investido na formação de poder econômico próprio, controlado pelos trabalhadores e apontando para uma nova forma de organização política, social e econômica, não conseguimos fazer frente ao massivo ataque ideológico direitista de endeusamento do mercado e das liberdades para o capital porque deixou-se de fazer trabalho de base e estar junto com o povo, ouvindo-o e construindo coletivamente com ele as soluções possíveis, assim como lançando as bases para a construção da alternativa desejada e compartilhada por todos.

Então, 2013, foi possível não só pela organização da direita, mas também pela desorganização e desmobilização da esquerda, da qual, uma parte, se contentou com os programas de governo que podia implantar a partir dos palácios do governo e, outra parte, se meteu num radicalismo acadêmico distante do povo.

Certamente, poderíamos nos comunicar melhor com o povo e não deixar que seu imaginário fosse conquistado pelos fundamentalistas de mercado e seu braço neopentecostal. Resta saber se teremos capacidade para avaliar todo este processo, fazer autocrítica, aprender com os próprios erros, reconquistar o imaginário das pessoas e avançar.

Ficar na análise fácil de que tudo é culpa das manifestações de 2013, certamente não nos ajudará a entender nada.



Para quando aqueles que apoiaram o golpe reclamarem que não tem mais direitos trabalhistas

11 de Julho de 2017, 22:49, por Feed RSS do(a) News

Quando aquele seu amigucho ou vizinho que apoiou o Golpe de Estado vier reclamar que não tem mais direitos trabalhistas, dê este desenho de presente.

Carangos e motocas

Ah! E lembro-o que com a DEforma trabalhista aprovada em 11/07/2017 não precisa mais fazer a reforma da previdência, pois ninguém conseguirá tempo de serviço ou de contribuição para se aposentar.



Quem pagou a conta?

11 de Julho de 2017, 15:19, por Feed RSS do(a) News

Quem pagou a conta

Sinopse do site da Editora

QUEM PAGOU A CONTA? é um livro fascinante e fundamental, que teve um ampla cobertura pela mídia quando foi lançado no exterior. Nele, Frances Stonor Saunders narra em detalhes como e por que a CIA, durante a Guerra Fria, financiou artistas, publicações e intelectuais de centro e esquerda, num esforço para mantê-los distantes da ideologia comunista. Cheia de personagens instigantes e memoráveis, esta é uma das maiores histórias de corrupção intelectual e artística pelo poder.

Não é segredo para ninguém que, com o término da Segunda Guerra Mundial, a CIA passou a financiar artistas e intelectuais de direita; o que poucos sabem é que ela também cortejou personalidades de centro e de esquerda, num esforço para afastar a intelligentsia do comunismo e aproximá-la do American way of life.

No livro, Saunders detalha como e por que a CIA promoveu congressos culturais, exposições e concertos, bem como as razões que a levaram a publicar e traduzir nos Estados Unidos autores alinhados com o governo americano e a patrocinar a arte abstrata, como tentativa de reduzir o espaço para qualquer arte com conteúdo social. Além disso, por todo o mundo, subsidiou jornais críticos do marxismo, do comunismo e de políticas revolucionárias. Com esta política, foi capaz de angariar o apoio de alguns dos maiores expoentes do mundo ocidental, a ponto de muitos passarem a fazer parte de sua folha de pagamentos.

Partisan Review, Kenyon Review, New Leader e Encounter foram algumas das publicações que receberam apoio direto ou indireto. Entre os intelectuais patrocinados ou promovidos pela CIA estavam Irving Kristol, Melvin Lasky, Isaiah Berlin, Stephen Spender, Sidney Hook, Daniel Bell, Dwight MacDonald, Robert Lowell, Hannah Arendt, Mary McCarthy e muitos outros. Na Europa, havia um interesse especial na Esquerda Democrática e em ex-esquerdistas, como Ignacio Silone, Arthur Koestler, Raymond Aron, Michael Josselson e George Orwell.

A prosa esplendorosa e contundente de Frances Stonor Saunders leva o leitor de volta a uma época em que a política era tudo, e em que espiões endinheirados conheciam o preço da cultura.

“Um trabalho fundamental de história investigativa.”
Edward W. Said

“Esta é a fascinante história do conflito em torno dos valores culturais e das ideologias do pós-guerra em meio aos quais cresceram diversas gerações literárias e culturais (...) uma história crucial sobre as energias perigosas e comprometedoras e sobre a manipulação de toda uma era muito recente.”
The Times

“Frances Stonor Saunders escreveu um livro que é uma martelada, e que estabelece em definitivo a realidade sobre as atividades da CIA.”
Spectator

“Quem pagou a conta? é o primeiro e excelente livro de Frances Stonor Saunders, tão animado e malicioso quanto um coquetel literário, penetrante e vastamente pesquisado.”
Times Literary Supplement

“Consistente e fascinante.”
The Washington Post



'Não há condição de conciliação. Temer e Maia são exatamente a mesma coisa'

10 de Julho de 2017, 9:40, por Feed RSS do(a) News

Frenteparlamentar
Foto: Fernando Lopes
 
Do site Vermelho:

Neste sábado (08/07/2017) foi lançada, em Curitiba (Paraná), a Frente Suprapartidária por Eleições Diretas Já, com um ato que reuniu diversas lideranças políticas e lideranças sociais. O ato, convocado pelos senadores paranaenses Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT), fortalece a campanha por eleições diretas como alternativa para a crise política e a falta de legitimidade do governo de Michel Temer.

A tônica dos discursos deram como certa a queda de Temer e, neste sentido, o coro de "fora Maia" foi a palavra de ordem do evento. “Não há condição de conciliação. Temer e Maia são exatamente a mesma coisa. Esse Congresso só vai se mexer se houver uma grande mobilização popular”, afirmou Requião, defendendo as eleições diretas.
 
“A gente tem que fazer valer a força do povo. Estão brincando com o povo brasileiro. Nós temos uma situação de instabilidade política, institucional e econômica. O Temer está para cair, vai cair e vai assumir um outro golpista e só tem um jeito: chamar uma nova eleição”, declarou Gleisi.

A frente é integrada por parlamentares de diversos partidos, entre os eles, PCdoB, PDT, PSB e Psol, além de entidades sindicais. As mobilizações visam pressionar o Congresso Nacional a aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Diretas, que prevê eleições diretas caso os cargos de presidente e vice-presidente fiquem vagos nos três primeiros anos do mandato.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou o texto, que deve ir a votação no plenário do Senado e depois, se aprovado, passa por apreciação da Câmara dos Deputados.

“Para a gente aprovar em plenário [no Senado] varia uns 10 dias, se tivermos vontade política, e vai para a Câmara. Se a gente tiver vontade política na Câmara é aprovado em um mês. Se não der para fazer eleição em outubro fazemos no mês seguinte ou no outro mês. O importante é que o povo legitime quem vai governa-lo”, salientou a senadora, que reforçou que qualquer pessoa que assuma o governo, após a queda de Temer, não terá condições de conduzir o país.

“A única possibilidade de negociação é suspensão de todas as reformas e tramitação com urgência das Diretas. Podemos chegar a um acordo e deter um mandato mais ampliado ao presidente da República e ao invés de fazer de um ano fazer com cinco anos para coincidir com as próximas eleições”, argumentou Gleisi.

Reformas

Com votação prevista para a próxima terça-feira (11), no Senado, a reforma trabalhista foi abordada por diversas lideranças. Os senadores chamaram a atenção para as manobras feitas pela base aliada do governo para aprovar o projeto.

“Nós temos que fazer as medidas que eles estão tomando contra a gente e fazer uma resistência radical a essas reformas em nome do povo brasileiro. É um absurdo a falta de sensibilidade que tem o Congresso Nacional. Eles estão fazendo uma reforma sem lastro na opinião pública. Quem dissesse que ia fazer reforma trabalhista não ganharia eleição”, advertiu.

Requião destacou a importância da pressão popular. “Ela tem que ser contida na rua e com manifestações populares. Temos que resistir a uma mobilização financiada por capitais internacionais, do controle absoluto do monopólio de comunicação e da liberalização da economia brasileira que já está fracassada em todo o mundo”, declarou o senador.

“Temer jamais falou em entregar o petróleo e precarizar o trabalho. Foi um negócio feito com a sua vaidade e desejo de ser presidente da República com os capitais que financiaram a mobilização e os grandes meios de comunicação. O dinheiro não pode dominar a sociedade humana. Não somos chineses. O povo não vai aguentar essa mudança na CLT”, finalizou.



Bancos devem R$ 124 bilhões à União

7 de Julho de 2017, 19:28, por Feed RSS do(a) News


Os mais importantes bancos comerciais do Brasil aparecem com destaque na lista das instituições financeiras endividadas com a União. 

É o que revela um levantamento feito pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional - Sinprofaz, preparado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e obtido com base na Lei de Acesso à Informação. 

O relatório aponta que as instituições financeiras devem, juntas, mais de R$ 124 bilhões à União – sendo aproximadamente R$ 7 bilhões referentes à dívida tributária previdenciária, R$ 117 bilhões relativos à dívida tributária não-previdenciária e R$ 107,5 milhões referentes à dívida de FGTS.


Esse montante de R$ 124 bilhões inclui débitos em situação regular e irregular. 

As dívidas em “situação irregular” – aproximadamente R$ 82,6 bilhões – representam valores com cobrança em andamento, em razão da ausência de regularização mediante parcelamento, garantia ou penhora de bens nas execuções fiscais. 

As dívidas em “situação regular” – cerca de R$ 41,8 bilhões – representam valores objeto de parcelamentos ordinários ou especiais (Refis), garantidos por depósito, carta de fiança ou seguro garantia, bem como com suspensão da cobrança por decisão judicial ou com penhora efetivada em execução fiscal.

O campeão das dívidas é o Bradesco, com R$ 6,1 bilhões.

A relação dos devedores pode ser acessada aqui



Preços caem, sinal de que a crise se aprofunda

7 de Julho de 2017, 19:28, por Feed RSS do(a) News


A atividade econômica do Brasil Novo está pior do que se pensava: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, fechou o mês de junho com resultado negativo (deflação) de 0,23%, a primeira registrada em 11 anos. 

Os dados foram divulgados pelo IBGE. O resultado é o mais baixo para o mês de junho desde o início do Plano Real e o primeiro resultado mensal negativo desde os -0,21% de 2006. Em agosto de 1998, a taxa atingiu -0,51%.


Com isso, o primeiro semestre do ano fechou em 1,18%, abaixo dos 4,42% registrados no mesmo período do ano passado. Considerando os primeiros semestres do ano, é o resultado mais baixo da série histórica. Em relação aos últimos 12 meses, o índice acumulado foi para 3%, abaixo dos 3,6% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores.

A deflação ocorre quando os preços de produtos e serviços caem em determinado período de tempo. É um movimento contrário ao de inflação, quando os preços sobem. A deflação é diferente da chamada desinflação – neste caso, os preços sobem, mas em ritmo mais lento.

E ela é boa para o país?

Definitivamente, não.

Um dos principais fatores que levam à deflação é a recessão, a retração do Produto Interno Bruto, o PIB, soma das riquezas do país. Numa crise econômica, os consumidores compram menos e forçam as empresas a reduzir preços.

Segundo economistas, a deflação é tão ruim ou até pior que a inflação muito alta quando vira uma tendência. O motivo é simples: quando os preços caem demais, as pessoas deixam de consumir e passam a poupar, acreditando que o dinheiro valerá mais no futuro. Isso alimenta uma nova queda de preços, puxando a economia para baixo.



O tico-tico está comendo todo o fubá há 100 anos

7 de Julho de 2017, 18:03, por Feed RSS do(a) News




O tico-tico está comendo todo o fubá há 100 anos.

Isso mesmo.

Uma das músicas brasileiras mais conhecidas em todo o mundo, na verdade, um clássico universal, o choro "Tico-Tico no Fubá", de Zequinha de Abreu, foi apresentado pela primeira vez em 1917, num baile na cidade natal de seu autor, Santa Rita do Passa Quatro, no Interior paulista, com o nome de "Tico-Tico no Farelo".

Demorou 14 anos para o pequeno pássaro decolar - a primeira gravação do choro é de 1931, pela Orquestra Colbaz, já com o nome que o consagrou, modificado porque existia um outro tico-tico, de autoria do violonista Canhoto (Américo Jacomino, autor de "Abismo de Rosas"), fazendo a farra no farelo. 

Depois, ele voou alto e para bem longe.

O "Tico-Tico" atingiu o auge de seu sucesso na década de 40 do século passado - fez parte de seis filmes de Hollywood naquela época. 

As gravações de Carmen Miranda (1945) e a de Ademilde Fonseca (1942), a Rainha do Chorinho, têm letras diferentes: a de Carmen é de autoria de Aloysio de Oliveira, o líder do Bando da Lua, e a de Ademilde, de Eurico Barreiro.

Em 1941, a organista americana Ethel Smith lançou o "Tico-Tico" para o mundo.

E o passarinho percorreu todo o planeta: entre muitos outros, o chorinho foi gravado por Dalida, Michel Legrand, Mantovani, Roberto Inglez, Ray Conniff, Perez Prado, Orquestra Tabajara, Henry Mancini, Stan Kenton, Charlie Parker, Tommy Dorsey, Paco de Lucia, Desi Arnaz, Les Brown, David Grisman, Waldir Azevedo, Garoto, Daniel Barenboim, Moreira Lima, Jacques Klein, Liberace, Lou Bega, Oscar Alemán, Paquito D'Rivera, Raphael Rabello, Armandinho, Paulo Moura, Pixinguinha, Ray Ventura, João Bosco, Benedito Lacerda, Orquestra Filarmônica de Berlim, Percy Faith, Marc-André Hamelin, Edmundo Ros, Klaus Wunderlich, Xavier Cugat, Edson Lopes, Ney Matogrosso e Roberta Sá.

O autor desse clássico, Zequinha de Abreu (José Gomes de Abreu - Santa Rita do Passa Quatro, 19 de setembro de 1880 — São Paulo, 22 de janeiro de 1935), teve a sua vida contada - e romanceada - no filme "Tico-Tico no Fubá", dirigido pelo italiano Adolfo Celi, com Anselmo Duarte, Tônia Carrero, Marisa Prado e Ziembinski no elenco, lançado em 1952.

Zequinha compôs inúmeros outros choros e diversas valsas que se incorporaram ao riquíssimo acervo da música popular brasileira, como "Os Pintinhos no Terreiro", "Branca", e "Tardes em Lindoia".

Mas nenhuma música se igualou, nem de longe, ao sucesso do travesso e comilão passarinho.

No vídeo, o Trio Boa Maré homenageia esse clássico centenário, com a letra de Eurico Barreiro:

Um tico-tico só
O tico-tico lá
Está comendo
Todo, todo, meu fubá
Olha, seu Nicolau
Que o fubá se vai
Pego no meu pica-pau
E um tiro sai

Então eu tenho pena
Do susto que levou
E uma cuia
Cheia de fubá eu dou
E alegre já voando e piando
Meu fubá, meu fubá
Saltando de lá para cá

Houve um dia porém
Que ele não voltou
O seu gostoso fubá
O vento levou
Triste fiquei quase chorei
Mas então vi
Logo depois não era um
E sim já dois

Quero contar baixinho
A vida dos dois
Tiveram ninhos
E filhinhos depois
Todos agora pulam ali
Saltam aqui
Comendo todo o meu fubá
Saltando de lá para cá



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