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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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Democratização da Comunicação, Reformas de Base e Direitos Humanos.


Lalo Leal: Ascensão e queda da comunicação pública

24 de Setembro de 2017, 8:42, por BlogueDoSouza

A EBC tornou-se apenas mais um ente estatal. O atual governo acabou com o sistema público

Hoje, destrói-se rapidamente, de maneira acintosa, uma dura conquista da sociedade brasileira

A construção foi longa e demorada. A destruição rápida. Falo da comunicação pública brasileira representada pela EBC, a Empresa Brasil de Comunicação, responsável pelas TV Brasil nacional e internacional, por oito emissoras de rádio e duas agências de notícias.

Ao contrário do que ocorreu na Europa e nos Estados Unidos, onde as emissoras públicas se constituíram na primeira metade do século passado, por aqui só conseguimos esse feito no final de 2007 com a criação da EBC.

Tentativas anteriores fracassaram. A mais arrojada delas ocorreu quando o segundo governo Vargas, no início dos anos 1950, se dispôs a outorgar um canal de televisão à Rádio Nacional, emissora líder de audiência no país, controlada governo federal. Com a morte do presidente o processo foi interrompido.

Juscelino Kubitschek tentou dar prosseguimento a iniciativa. A resposta da mídia comercial foi violenta. Assis Chateaubriand, o poderoso controlador dos Diários Associados, espécie de Organizações Globo da época, foi claro “se Vossa Excelência der o canal de televisão à Nacional, jogo toda a minha rede de rádio, imprensa e televisão contra o seu governo”, lembra o ator e compositor Mario Lago no livro de memórias “Bagaço de Beira de Estrada”. Diante da ameaça, JK esqueceu a promessa de criar o canal público. O espaço reservado no dial para a Nacional, o canal 4 do Rio de Janeiro, acabou nas mãos da Globo, ocupado por ela até hoje.

Leia também de Lalo Leal:

- Partido da mídia segue unido e quer saída da crise ao seu modo
- TV digital: avanço desperdiçado por falta de vontade política
- Mídia direciona pensamentos, modos de vida e decisões econômicas

Consolidou-se assim o modelo de rádio e TV comercial em todo o país. Alguns estados, a partir dos anos 1960, até criaram emissoras não comerciais, no entanto elas sempre foram muito mais estatais do que públicas, controladas direta ou indiretamente pelos governantes do momento.

A EBC rompeu com essa prática. Ainda que impulsionada e mantida pelo governo federal, garantiu o seu caráter público com a participação ampla da sociedade em seu órgão máximo, o Conselho Curador. Além disso, deu ao seu presidente um mandato de quatro anos, revogável apenas por decisão do próprio Conselho.

Uma das primeiras medidas do governo que substituiu, por meio de um golpe parlamentar a presidenta Dilma Rousseff, foi acabar com esse dois instrumentos institucionais garantidores do caráter público da empresa. A EBC deixou de ser pública tornando-se apenas mais um ente estatal. Decisão contrária a própria Constituição Federal que em seu Artigo 223 determina a existência complementar de sistemas de radiodifusão privados, públicos e estatais. O atual governo acabou com o sistema público.

Decisão arbitrária que acabou com uma importante experiência de comunicação, fundamental para o funcionamento da democracia, sem receber da sociedade a contestação que merecia. Isso porque a EBC não conseguiu, em seus quase dez anos de existência conquistar os corações e mentes de ouvintes, leitores e telespectadores.

No Reino Unido, nos anos 1980, o governo neoliberal de Margareth Thatcher tentou privatizar a BBC. A resposta contrária da sociedade foi forte e imediata. A “dama de ferro” que havia dobrado o poderoso sindicato dos mineiros não conseguiu acabar com o caráter público do principal serviço de comunicação do país. Isso porque a BBC havia conquistado, com seu trabalho ao longo dos anos, o apoio da ampla maioria da população.

Por aqui, a TV Brasil nunca chegou a ser uma emissora nacional de fato, concorrente real das grandes corporações comerciais. Seu sinal não chegava a todo o território nacional ferindo um princípio básico da comunicação pública que é o da universalidade de acesso. Na maioria dos estados só podia ser sintonizada no canal controlado pelo governo local, ficando assim a mercê da vontade política dos governantes regionais de turno.

Das oito emissoras de rádio da EBC nenhuma delas chega a São Paulo. Um esforço para romper com essa situação foi feito pouco antes da intervenção do atual governo na empresa. A Rádio Brasil Atual passou a transmitir para a capital paulista e região um noticiário matinal em conjunto com a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, controlada pela EBC. Seria a libertação do monopólio informativo radiofônico existente no Estado. Infelizmente a experiência durou poucas semanas. O golpe acabou com ela.

A destruição tornou-se acelerada. Transformados em estatais, os veículos da EBC passaram a ser meros divulgadores das ações do governo federal, deixando de lado qualquer compromisso público. Serviços importantes, como os prestados pela Rádio Nacional da Amazônia, outra emissora da EBC, foram abandonados. Uma pane em seu transmissor causada por um raio a tirou do ar, sem que se vissem maiores esforços para recuperá-lo. Um contingente enorme de ouvintes que tinha na emissora a sua única janela para o mundo deixou de ser atendido.

Propõem-se agora a demissão voluntária de 500 funcionários da empresa, fala-se em fundir a TV Brasil com a NBR, a emissora oficial do governo, ouvem-se reclamações de ingerências políticas nas pautas jornalísticas, criticam-se distorções nos textos da Agência Brasil, fonte noticiosa de inúmeros veículos de comunicação por todo o pais.

Destrói-se rapidamente, de maneira acintosa, uma dura conquista da sociedade brasileira. Que pelo menos os erros cometidos sirvam de lição para o momento em que a democracia plena for restaurada e a comunicação pública volte a ser entendida como patrimônio da nação.

Rede Brasil Atual
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Dilma rebate editorial de ‘O Globo’ e manda recado: “Depois, não adianta pedir perdão”

24 de Setembro de 2017, 8:02, por BlogueDoSouza


Em nota, ex-presidenta responde ao editoral que tenta associá-la à corrupção e destaca o papel antidemocrático do jornal e seu papel decisivo em golpes no país. Confira

A ex-presidenta Dilma Rousseff divulgou, na tarde deste sábado (23), uma nota oficial em que rebate o editorial do jornal O Globo, que foi às bancas hoje pela manhã, em que tentam associá-la à corrupção. No texto, o jornal diz que os desvios do “quadrilhão do PMDB” só ocorreram por que “Dilma permitiu”.

Em sua resposta, a ex-presidenta classificou a atitude do jornal O Globo como uma tentativa de “jornalismo de guerra” e lembrou que, historicamente, o Grupo Globo teve papel decisivos em golpes, seja em 1964 ou seja em 2016. “Pródigo em se posicionar de maneira contrária aos governos do PT, o Grupo Globo tem um longo histórico de adesões aos golpes contra a democracia brasileira. E, como no passado, se arvora a assumir o papel de polícia, promotor e juiz. Condena sem provas, acusa sem ouvir o outro lado, promove um linchamento sistemático e odioso, manchando reputações em nome de um padrão moral que não possui e de compromissos com o país que jamais teve”, escreveu a petista.

Com relação ao seu apoio à ditadura militar instaurada a partir do golpe de 1964, o Grupo Globo já chegou a pedir desculpas. Com Dilma, no entanto, não será possível uma retratação futura. É o que ela assinala no final de seu texto.

“O papel antidemocrático de empresas jornalísticas como a Globo é sempre lembrado pelo povo, que não esquece a raiz do fascismo nas hostes dos falsos moralistas de plantão. Depois, não adianta pedir perdão”.

Confira a íntegra.

CONTRA DILMA, GLOBO SE INVESTE DO
PAPEL DE POLÍCIA, PROMOTOR E JUIZ

Jornalismo de Guerra que mira a ex-presidenta mostra autoritarismo da empresa e a adesão de primeira hora à conspiração que resultou no Golpe de 2016 e na ascensão de Temer

A propósito do editorial “Papel de Dilma ganha espaço na corrupção”, publicado pelo jornal “O Globo” neste sábado, 23 de setembro, a Assessoria de Imprensa da presidenta eleita Dilma Rousseff responde:

1. O Grupo Globo vem se investindo de forma ilegítima – e por razões inconfessáveis – em poder judiciário. Tenta de qualquer jeito manchar a honra da presidenta eleita Dilma Rousseff. Para isso, vem assumindo um papel pretensioso para o qual não tem investidura nem legal nem ética.

2. A empresa demonstra absoluto descompromisso com a ética jornalística exigida para o desempenho da nobre função de informar. Tanto que volta ao Jornalismo de Guerra, promovendo os assassinatos de reputação como quem distribui brindes em bancas de revistas.

3. Pródigo em se posicionar de maneira contrária aos governos do PT, o Grupo Globo tem um longo histórico de adesões aos golpes contra a democracia brasileira. E, como no passado, se arvora a assumir o papel de polícia, promotor e juiz. Condena sem provas, acusa sem ouvir o outro lado, promove um linchamento sistemático e odioso, manchando reputações em nome de um padrão moral que não possui e de compromissos com o país que jamais teve.

4. Depois de demonizar a presidenta eleita Dilma Rousseff, lançando mão de toda sorte de ataques antes, durante e depois de sua reeleição, assumindo inclusive um papel decisivo na construção do seu impeachment, o Grupo Globo se esmera agora em distorcer a realidade.

5. Dizer que a presidenta beneficiou o grupo de Eduardo Cunha e o “quadrilhão do PMDB” em esquemas de corrupção na Caixa Econômica é mentir mais uma vez para o público. A empresa rasga os fatos e encobre o seu próprio papel no impeachment e ainda no acordo que permitiu a ascensão do peemedebista – agora preso – à Presidência da Câmara dos Deputados, talvez em troca de um bloqueio à lei de regulação econômica da mídia.

6. Sobre o método de lançar acusações sem provas, promovendo julgamentos antecipados, basta apontar que o Grupo Globo chegou a editar fotos na capa do jornal, recentemente, induzindo o leitor a falsas conclusões. E, ainda, condenou Dilma mesmo ela já tendo sido absolvida, como no caso de Pasadena.

7. Vale lembrar que a condenação por tribunais midiáticos resulta muitas vezes na absolvição pela Justiça e pela História. Já o papel antidemocrático de empresas jornalísticas como a Globo é sempre lembrado pelo povo, que não esquece a raiz do fascismo nas hostes dos falsos moralistas de plantão. Depois, não adianta pedir perdão.

Revista Forum
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Procurador quer abrir caixa-preta das delações em CPI

23 de Setembro de 2017, 7:09, por BlogueDoSouza


Primeiro depoente da CPI da JBS, o procurador Ângelo Villela se diz disposto a revelar os métodos do Ministério Público para obter delações na Lava Jato; em conversas com interlocutores, ele relatou interesse em expor os mecanismos de pressão para obter relatos contra alvos específicos; "Qual é o fato novo que envolve a empresa JBS? Há muito meses existe no Brasil uma suspeita de que há um modus operandi de extração de delações. Há uma interpretação por setores do Ministério Público Federal que estão em Curitiba e em Brasília que, para se extrair de um delator aquilo que se quer ouvir, vale tudo", diz o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), integrante da CPI

Brasil247 – Primeiro depoente da CPI da JBS, o procurador Ângelo Villela se diz disposto a revelar os métodos do Ministério Público para obter delações na Lava Jato.

"O procurador Ângelo Goulart Villela, que chegou a ser preso em decorrência dos relatos de Joesley Batista, da JBS, está disposto a abrir a 'caixa preta das delações' na gestão de Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República, encerrada domingo (17). Em conversas com interlocutores, Villela relatou interesse em expor os métodos, segundo ele, de pressão da equipe de Janot para obter relatos contra alvos específicos", informa reportagem da Folha.

"Qual é o fato novo que envolve a empresa JBS? Há muito meses existe no Brasil uma suspeita de que há um modus operandi de extração de delações. Há uma interpretação por setores do Ministério Público Federal que estão em Curitiba e em Brasília que, para se extrair de um delator aquilo que se quer ouvir, vale tudo", diz o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), integrante da CPI.

O procurador, que está afastado, é acusado de ter recebido propina para dar informações sigilosas de investigações ao grupo JBS.

Leia também:

Pimenta denuncia 'conexão Curitiba' para inviabilizar Lula
Alex Ferreira / Câmara dos Deputados: <p>paulo pimenta</p>

"Todos sabem da ligação do juiz Sérgio Moro com Curitiba, assim como dos delegados e procuradores da Lava Jato com a capital paranaense. Porém, o que quase ninguém sabe é que os membros do Poder Judiciário de instâncias superiores que julgarão as decisões de Moro contra Lula também são todos de Curitiba e de círculos próximos ao do magistrado que persegue o ex-presidente", disse o deputado
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A concentração dos meios de comunicação como uma barreira para a democracia

22 de Setembro de 2017, 9:36, por BlogueDoSouza


A concentração dos meios de comunicação é uma das barreiras enfrentadas pela democracia do Brasil. A mídia tradicional é controlada por conglomerados empresariais que estão ligados não somente a interesses editoriais, mas também a interesses privados de uma elite influente.

De acordo com a Pesquisa Brasileira de Mídia 2016, realizada pela Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República), a TV é o meio de comunicação mais acessado pelos entrevistados, sendo mencionada pela quase totalidade da amostra. Pouco mais de três quartos dos entrevistados assistem TV todos os dias da semana. As emissoras da TV aberta são as mais assistidas, principalmente a Rede Globo. Aproximadamente 73% dos entrevistados afirmaram assistir a TV Globo.

Por volta de um em cada três respondentes afirma ler jornal. Apesar do recente crescimento de meios digitais e novas mídias, a principal fonte de informação da maioria da população brasileira sobre política nacional continua sendo os jornais da mídia tradicional. O Globo e a Folha de São Paulo são os jornais mais lidos do país. Apenas 26% da população afirmam se informar sobre o que acontece no Brasil pela internet.

A imprensa tradicional constitui uma instituição poderosa no país. Segundo pesquisa realizada pela Associação Nacional de Jornais, a audiência mensal da Folha é de 20,2 milhões de brasileiros. Esse é o número de pessoas que consomem conteúdo por meio de aparelhos móveis, internet e versão impressa. Na rede social Twitter, a Folha de SP tem mais de cinco milhões de seguidores e O Globo quase cinco milhões.

De acordo com o jornalista e sociólogo Venício Artur de Lima, na nossa versão de democracia liberal, a grande imprensa é uma instituição privada poderosa, concentrada nas mãos de uns poucos grupos empresariais familiares, beneficiária da propriedade cruzada e da ausência histórica de formas democráticas de regulação.

No Brasil, a propriedade cruzada dos meios de comunicação é uma prática recorrente que consiste em uma forma de concentração da propriedade na qual um grupo empresarial ou família é proprietário de mais de um tipo de veículo de comunicação, ou seja, jornal, TV, rádio, revista ou portal de notícias, como é o caso das Organizações Globo. Com a maior audiência do país e elevada arrecadação de verba publicitária, os veículos de imprensa das Organizações Globo têm poder para influenciar a sociedade, a economia e a política do país. De acordo com publicação do site Observatório da Imprensa, apenas entre maio e agosto de 2016, as Organizações Globo receberam mais de R$ 15,8 milhões do governo. No mesmo período, o UOL recebeu mais de R$ 691 mil e a Folha, mais de R$ 426 mil, somando a apenas essas duas empresas do Grupo Folha uma quantia superior a R$ 1,1 milhão.

Como a sociedade se informa, principalmente, por meio de notícias transmitidas pela mídia tradicional, essas notícias podem criar um falso consenso engendrado pelas classes dominantes, no qual interesses específicos das elites são apresentados como interesses coletivos para os diversos setores da sociedade.

Com o acesso limitado a informações alternativas, ou devido à escassez de recursos mentais para se opor a tais informações, os leitores ou a audiência dificilmente questionarão as mensagens transmitidas por jornais com amplo alcance. A mídia tradicional configura-se, assim, como única fonte de informação para a maioria da população brasileira, disseminando notícias raramente contestadas. E, pode assim, produzir conteúdos utilizando artifícios discursivos para enquadrar aspectos da realidade, dessa forma, determinadas ideias e interpretações podem ser enfatizadas e naturalizadas em diversos setores da sociedade.

Hoje, essas empresas de mídia — que “falam” como se fossem representantes de cada um de nós — constituem-se, elas próprias, em importantes e poderosos atores, tanto econômicos quanto políticos, mas, sobretudo, como atores determinantes na construção da opinião pública em todo o mundo (LIMA, 2010. p.104).

No Brasil, a legislação não define limites à concentração dos meios de comunicação. Além disso, o “coronelismo eletrônico” define a atual rede de relações na estrutura de comunicação brasileira. Herdado do termo Coronelismo, cunhado na década de 1940, que designa o sistema político de “troca de favores”, que sustentou o período da República Velha (1889–1930), o coronelismo eletrônico designa-se, de acordo com Santos (2006) como:

“O sistema organizacional da recente estrutura brasileira de comunicações, baseado no compromisso recíproco entre poder nacional e poder local, configurando uma complexa rede de influências entre o poder público e o poder privado dos chefes locais, proprietários de meios de comunicação” (SANTOS, Suzy, 2006. p.8).

Um exemplo de coronelismo eletrônico pode ser visto no Maranhão. A Rede Mirante, conglomerado de mídia, afiliado da Rede Globo no estado, durante anos pertenceu ao político Fernando Sarney, filho do ex-presidente José Sarney (PMDB).

Os meios de comunicação podem atuar com interesses políticos bem definidos. Esse posicionamento é criticado por alguns setores da sociedade. Movimentos sociais, organizações e a mídia alternativa visam combater a concentração existente nos meios de comunicação. O Intervozes visa promover às pessoas o direito de comunicação no país. O “Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé” pretende democratizar o sistema de comunicação para que a diversidade e a pluralidade da mídia sejam exercidas. O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação tem como objetivo democratizar os meios de comunicação do Brasil. O site “Outras Palavras” é um exemplo a respeito da questão do direito à comunicação e da mídia livre. Além da Mídia Ninja, que oferece uma cobertura jornalística alternativa dos fatos políticos do país e que está presente em mais de 150 cidades brasileiras. “A sociedade enfrenta sua mídia”, Braga (2006).

Em 2009, o Governo em busca de regulamentação da mídia realizou a 1ª. Conferência Nacional de Comunicação com a participação de mais 1600 delegados. Poucas entidades do setor privado participaram, apenas a ABRA e a Telebrasil. Apesar da falta de apoio dos grandes grupos de mídia do país, o evento resultou em 600 propostas para auxiliar o governo na regulação dos meios de comunicação. Em 2010, o então presidente, Luís Inácio Lula da Silva, assinou um decreto criando uma comissão interministerial que elaborou estudos e propostas de revisão do marco regulatório dos serviços de radiofusão da mídia. Em 2014, a ex-presidenta da República, Dilma Rousseff, prometeu que no seu segundo mandato defenderia a regulação da mídia no Brasil.

No início de seu primeiro mandato, com fama de gestora eficiente e iniciativas de combate à corrupção, a presidente Dilma Rousseff chegou a ter a maior aprovação de um mandatário brasileiro desde a redemocratização. Entre janeiro e março de 2013, a aprovação de Dilma era de 63%, de acordo com pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria. Esse cenário se inverteu após os primeiros meses do segundo mandato. Segundo pesquisa realizada pelo instituto Datafolha e divulgada em março de 2015, em poucos meses a reprovação de sua gestão chegou a 62%. Após diversas manifestações e um intenso debate político nacional, o Senado brasileiro destituiu a presidente Dilma Rousseff, processada por crime de responsabilidade na gestão do orçamento nacional. O processo ainda vem sendo questionado e é alvo diversas críticas. Jessé de Souza (2016) define o processo de impeachment de Dilma Rousseff como um golpe midiático-jurídico.

Em 2013, por meio de um editorial, o jornal O Globo assumiu que o apoio à ditadura militar foi um erro. Em 1964, classes dominantes, inclusive órgãos de imprensa, como O Globo e a Folha de S.Paulo, voltaram-se para a desestabilização e derrubada de João Goulart, que governou o Brasil dando atenção às reivindicações sociais.

A grande mídia brasileira é parcial e usa seu poder para influenciar os diversos setores da sociedade. A Rede Globo atua como um partido de direita, que defende interesses específicos. Para lutar contra esse discurso hegemônico, há vários caminhos, como fortalecer redes de mídia alternativa e novos coletivos, lutar pelo ensino crítico da mídia em escolas públicas brasileiras e fortalecer a nossa televisão pública.

Referências:

LIMA, Venício Artur de. Cultura do silencia e democracia no Brasil: ensaios em defesa da liberdade de expressão (1980–2015). — Brasília: Editora UnB, 2015. _____. Liberdade de expressão x liberdade de imprensa: Direito à comunicação e democracia. — São Paulo: Publisher Brasil, 2010.

BRAGA, José Luiz. A sociedade enfrenta sua mídia: dispositivos sociais de crítica midiática. São Paulo: Paulus, 2006. 341 p.

SOUZA, Jessé. A Radiografia do Golpe: Entenda Como E Por Que Você Foi Enganado. Leya, 2016.

SANTOS, Suzy dos. E-Sucupira: O Coronelismo Eletrônico como Herança do Coronelismo nas Comunicações Brasileiras. Revista da Associação Nacional de Pós-Graduação em Comunicação. Dezembro 2006. Disponível em: . Acesso em: 17 jan. 2008.

Por Emílio Pio no Medium
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Brasil que o Povo Quer “mostra que PT evoluiu”, avalia Lula

21 de Setembro de 2017, 20:08, por BlogueDoSouza


Plataforma de escuta e debate é parte de um programa amplo que irá elaborar um novo projeto para ao país e foi lançada nesta quinta pelo PT e FPA

“Fazer um chamamento à sociedade para que ela diga o Brasil que ela quer é a primeira demonstração de que o PT evoluiu e a esquerda evoluiu para compreender que o país não é nosso. Nós que somos do país”. A afirmação foi feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira (21), durante o lançamento da plataforma Brasil que o Povo Quer.

Assista vídeo do evento:



O evento de lançamento oficial da plataforma foi realizado nesta manhã com um debate sobre Fome e Miséria no Brasil. Também participaram do ato a presidenta do PT Gleisi Hoffmann (PT-PR), a ex-ministra Tereza Campello e o presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT-SP), o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP), a deputada Benedita da Silva, o deputado Carlos Zarttini (PT-SP) os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Humberto Costa (PT-PE), além de representantes de movimentos sociais.

A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou em coletiva para a imprensa que “essa consulta que nós vamos fazer através da plataforma, de um programa para o Brasil, não visa apenas 2018, não é só um programa de governo, mas é a construção de um projeto para o Brasil, uma visão de futuro para o Brasil, e vai nos dar também ideias em 2018”.

Lula ainda defendeu que “quem tem que sair com um programa não somos nós, uma pequena parte que acha que é vanguarda, mas abrir as portas para que a sociedade possa dizer que Brasil ela deseja, o que é prioritário. Para que a gente possa dizer em alto e bom som o que estamos fazendo o que o povo brasileiro deseja fazer”.

“Essa nova metodologia do PT fazer programa de governo desafiando a sociedade a participar, acho que é uma inovação extraordinária. Acho que vamos colher muita coisa boa. Não vamos ter medo do que o povo vai falar”, acrescentou o ex-presidente.

Márcio Pochmann apresentou a plataforma, que faz parte de um projeto mais amplo, incluindo também debates presenciais transmitidos ao vivo com lideranças políticas e especialistas, além de um relatório final que será entregue ao Diretório Nacional do PT.

“Esse é um projeto para escutar a maior riqueza desse país, que é a diversidade. Diversidade de gênero, diversidade de religiões, diversidade de cultura, diversidades regionais”, afirmou Pochmann destacando o papel da plataforma para “viabilizar a participação popular”.

“Dentro do espirito de escutar essas diversidades desse país, que está em uma das piores recessões que já viveu, temos condições de construir uma nova proposta. Abrindo o partindo para a sociedade, porque assim entendemos que temos condições de sair das condições dramáticas nas quais nos encontramos, explicou Pochmann.


A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann demonstrou ao vivo como se utiliza a plataforma, na qual é possível fazer contribuições sobre o tema em debate e avaliar as contribuições alheias com os termos “concordo”, “discordo” ou pular.

A ex-ministra Tereza Campello apresentou o Mapa da Fome da ONU, destacando que o país saiu deste mapa com os governos de Lula e Dilma Rousseff e agora retorna com o golpista Michel Temer. “Conseguimos em 11 anos reduzir em 82% a população que passava fome”, destacou ela.

Campello ainda explicou como o conjunto de políticas dos governos petistas contribuiu para as transformações do país. “Muita gente acha que foi só o Bolsa Família, mas não foi só isso. Porque conseguimos fazer isso? Primero, colocamos a questão da fome como prioridade”.

“Como diz o Lula, colocamos o pobre no orçamento. Alertamos para questão da fome, criamos o ministério com fome no nome, era o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Construímos um conjunto de políticas que valorizou o trabalhador: valorização do salário mínimo, merenda escolar, bolsa família, fortalecimento da produção de alimentos”, explicou a ex-ministra.

Ela também destacou que o governo Temer tem tanto descaso com a população mais carente que até retirou “fome” do Ministério. “Se fosse só isso: aumento do desemprego, acabou programa de cisternas, um conjunto de ações que coloca o Brasil com ameaça de voltar ao mapa da fome”.

“Tem que discutir desigualdade. Estão tentando desqualificar o que fizemos dizendo que nosso governo não diminuiu desigualdade. Desigualdade é falta de acesso a água, falta de acesso a saneamento. Geladeira não é só consumo, é segurança alimentar”.

A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias, afirmou que “esse é um canal de diálogo com o povo. Esse é nosso diferencial, de ouvir o que o povo precisa para a gente seguir”.

“Estou muito incomodada com esse pessoal que fala que o Brasil não dá certo. Nós precisamos dizer para a população que vivemos em um país que deu certo, um país que pensa no povo. Essa iniciativa é importante para que a gente ouça o que o povo quer, mas principalmente para que a gente faça o povo refletir que é possível viver em um país que dá certo”.

O vereador Eduardo Suplicy relembrou que “todos os candidatos a presidente em 2014, até Aécio, disseram que iam continuar e até aumentar o Bolsa Família. Até nosso candidato a vice-presidente dizia abraçar essa causa e agora está retrocedendo. O Banco Mundial, o Ipea, todos enaltecem o Bolsa Família e pessoas de todo o mundo vem ao Brasil estudar e aplicar programas semelhantes em seus países”.

Benedita da Silva destacou que a fome já foi erradicada no país e agora pode retornar. “Lembro quando visitamos o Betinho e ele falou que quem tem fome tem pressa. Falo com emoção porque, talvez muitos não saibam o que é fome, mas ela não deixa você pensar, ela faz com que você se submeta, que perca a esperança. A fome tira seus sonhos, por menor que eles sejam. Quando lula se comprometeu a combater a fome, sabia que se ele não fizesse mais nada, e ele fez muito mais, nós já estaríamos contemplados como negros, pobres”.

Da Redação da Agência PT de Notícias
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