CASPAS - O INFORMATIVO QUE DEIXA NUA A NOTÍCIA
Pela primeira vez, no lugar de analisar, construir e divulgar um tema a ele submetido, CASPAS preferiu publicar, na íntegra, a carta de um empregado, conforme a seguir.
" Prezadas(os) do CASPAS, recorro a este canal na expectativa de que minha indignação possa chegar a todos os cantos do Serpro, servindo como um antídoto contra a reprovável conduta de seu presidente.
Senhor Alexandre Amorim, faltam poucos dias para o Serpro completar 60 anos, tempo durante o qual saiu de uma pequena sala no Ministério da Fazenda do Rio de janeiro, para ganhar o mundo, pelo reconhecimento de uma missão da ONU à qualidade do sistema de Imposto de Renda, que o recomendou para todos os países membros. Esta evolução seguiu até torná-lo a maior empresa de tecnologia da informação e comunicação da América Latina. Nesta caminhada, a cada 1º de dezembro eram lembradas as realizações, coisa que dava orgulho, permitindo que cada um se visse como protagonista dos desafios vencidos.
Não, não considere saudosismo. Estou falando de nossa história, que o senhor e alguns de seus diretores não conhecem, por isso cometem erros, que os fará ocupar qualquer lugar nos cantos e fundos, como é o caso do "passa fora aos 70+". Esteja ciente de que foram muitos destes braços, que ora querem arrancar da empresa, os responsáveis por ela existir e pela cadeira em que senta, às custas de deformações em seus membros, afetados por lesões por esforço repetitivo na digitação, que as cirurgias não conseguiram corrigir. Aproveito para dizer-lhe que o reconhecimento das LER como doenças ocupacionais foi uma conquista do movimento sindical do Serpro, isto para mostrar o equívoco que cometeu em rechaçar, de forma notoriamente autoritária, o pedido da Fenadados para que não implementasse o programa proposto.
Presidente, reflita sobre o papel que está desempenhando e abandone esta absurda maldade. Não é possível tanta insensatez em ser "o primeiro Netanyahu das estatais" a implementar este ataque aos princípios basilares abraçados pela esquerda brasileira. Lembro que nem o governo de extrema direita de Bolsonaro chegou a tanto. A expulsória no serviço público já existe aos 75 anos, e que assim permaneça. Não pode o senhor, como representante de um governo do Partido dos Trabalhadores, levantar bandeiras contra eles. Avançar contra direitos e garantias dos empregados é cartilha da direita, sempre em busca do Estado Mínimo. Mas ela representa o Capital, que não quer regulação, para conseguir lucro a todo custo, sem amor à vida, como ocorreu com a terceirização da análise do sangue no Rio de Janeiro, feita por um governador da direita. Não imagino que tenhamos agentes duplos no Serpro.
Qual a meta do "Programa Equilíbrio e Sustentabilidade Financeira"? Por que Reduzir custos, avançando em demissões dissimuladas, como está proposto neste programa? Não há mérito em administrar cortando o denominador. Um bom gestor busca o aumento das receitas. As demandas do governo federal têm crescido, portanto, há que se dar tempo para que a performance melhore.
Já há um programa bem elaborado pela DIDES para atingir o objetivo que o senhor pretende, mas sem agressão aos princípios que norteiam as administrações petistas, como os presentes em sua proposta. As pessoas que irão conduzir o programa da DIDES são reconhecidas pela comunidade Serpro por suas integridade e capacidade. São filhos da casa, com uma trajetória reconhecida e êxito em suas ações. Deixe-os tratar do assunto na forma que propuseram. Ou seria uma fritura da diretoria de pessoas? "
O presidente Lula, sempre instado a reduzir custos, sempre foi contrário a esta prática, afirmando que as carências do povo não podem esperar "o bolo crescer para dividir", o refrão da ditadura. O senhor, foi nomeado por ele.
Segue o líder.