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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Blog dedicado à política nacional e internacional

O renascimento do cinema nacional

8 de Novembro de 2013, 7:19, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

Coluna Econômica - 06/11/2013

 

 

 

Até a semana passada, foram vendidos no mercado interno 22 milhões de ingressos para filmes brasileiros. Nessa conta entrou apenas a primeira semana do filme "Meu passado me condena", que estreou com a segunda maior bilheteria do ano.


A explicação é de Manoel Rangel, diretor-presidente da Ancine (Agência Nacional de Cinema), durante o Fórum de Debates Brasilianas sobre Indústrias Criativas.


Até o final do ano, a Ancine espera superar o melhor desempenho da história, de 2010, que registrou 25 milhões de ingressos vendidos, dos quais 11 milhões para o campeão Tropa de Elite 2.


***


Até três anos atrás, o mercado de distribuição era dominado pelas estrangeiras. Esse ano, as independentes responderão por 90% do mercado.


Na cadeia produtiva, houve avanços também nas salas de cinema, depois de um período em que o interior foi invadido por templos evangélicos. O ano fechará com 2.800 salas de cinema e uma previsão de 3.500 salas em 2015, um crescimento que a Ancine ainda considera tímido, em relação à recuperação do parque exibidor em países centrais.


O ano fechará com mais de 100 filmes brasileiros produzidos, 300% a mais do que a quantidade de 2003.


****


A política de recuperação da cinematografia nacional teve os seguintes momentos-chave:


1. Criação da Ancine em 2001. Além da administração da política, como espaço de inteligência para pensar estratégias.


2. Em 2006, a lei que ampliou a capacidade regulatória da agência e domínio de informações do mercado. E criou o  Fundo Setorial do Audiovisual, retomando a capacidade do Estado de investir no setor.


3. A Lei 12485, da TV Paga, depois de um amplo debate no Congresso sobre convergência digital. Foram removidas barreiras regulatórias para expansão da TV por assinatura. Houve um ciclo de expansão da TV por assinatura, que saiu de 4,5 milhões de assinantes em 2004 para 17 milhões em agosto de 2013. Espera-se 30 milhões ao final de 2016. A Lei do Cabo trouxe consigo  o fortalecimento das produtoras independentes.  Pela primeira vez abriu espaço para produção brasileira na TV por assinatura.


Com esses movimentos, a produção de audiovisual saltou de 400 para 2.000 horas de produção/ano.


4. A Lei 12.599 com o Cinema Perto de Você, com desoneração fiscal e mecanismos de defesa do mercado publicitário brasileiro para fortalecer o mercado publicitário de vídeos.


***


A mudança do market share da distribuição tornou-se um caso clássico.


Começou em 2004, com a criação de um canal de financiamento. Ganhou velocidade a partir de 2008, com o Fundo Setorial de Audiovisual, que tornou as distribuidoras agentes financiadores da produção de filmes.


Já existiam independentes atuando especialmente no mercado de DVD, algumas como prestadoras de serviços para as “majors” – as grandes internacionais.


Essas políticas fizeram com que deslocassem o centro de atenção da distribuição de filmes estrangeiros para filmes brasileiros. Foi o que ocorreu com a Paris Filmes.


Hoje, algumas dessas distribuidoras trabalham exclusivamente com filmes brasileiros, como a Dowtown, Europa, Playart e California.


Resta saber como se comportará esse modelo com o avanço da Internet e da convergência digital.


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Os juros no país da jabuticaba

5 de Novembro de 2013, 20:56, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

Coluna Econômica - 05/11/2013


Jornal GGN  e o portal iG criaram o Campo Democrático para que os principais partidos políticos possam mostrar sua visão sobre temas relevantes.


No capítulo Política Econômica, intelectuais do PSDB e do PT definiram de forma didática seus diagnósticos e propostas


Tem-se um quadro claro de perda de dinamismo na economia.


Para o Campo de Debates do PSDB, a razão seria excesso de Estado sufocando a iniciativa privada. Para o Campo de Debates do PT, o recuo do Banco Central na política de redução de juros e de monitoramento do câmbio.



***


Há um certo tipo diagnóstico  sem pé nem cabeça influenciando análises de ambos os lados: o de que a queda de juros explica a pouca vontade das empresas em investir.


Parte do seguinte raciocínio:


1.    Parte relevante da rentabilidade dos grandes grupos estava nos ganhos financeiros - previsíveis e sem risco.

2.    Quando os juros caíram, houve redução dos lucros e, devido a isso, aumentou a postura defensiva das empresas, que passaram a focar em recuperação da margem de rentabilidade (sem ganhos financeiros) em vez de ampliar os investimentos na produção.


***


Por aqui sempre se teve uma análise econômica tão criativa quanto falsa. Mas essa hipótese é recordista de nonsense.


Vamos às motivações do investimento:


1. Análise da TIR (Taxa Interna de Retorno)

Os empresários partem de uma análise custo-benefício para seus investimentos. E o parâmetro utilizado é a taxa básica de juros da economia (no caso brasileiro, a Selic), mais uma taxa de risco, proporcional ao risco do negócio.

Suponha que a taxa de risco seja de 5% ao ano. Se a Selic está em 7%, o empresário bancará todo investimento que ofereça um retorno mínimo previsto de 12% ao ano. Se a Selic vai para 10%, a TIR pulará para o mínimo de 15% ao ano.

É óbvio que - como em qualquer parte do mundo - se aumenta a taxa básica de juros, reduz o leque de alternativas de investimento.


2. Análise de mercado.

Indústrias investem quando o aumento da demanda ocupa sua capacidade instalada. A demanda esperada consiste na demanda total menos a parcela que será atendida pelas importações.

A demanda interna se manteve aquecida e o custo dos investimentos caiu.

Por respeito mínimo à lógica, que se prospectem outros fatores para os investimentos não terem deslanchado: a competição com os importados.


1.    O mercado de consumo manteve o vigor e houve explosão dos importados. Conclusão: o aumento de demanda foi absorvido pelas importações. Obviamente a redução de juros e a melhoria do câmbio não foram suficientes para tornar competitiva a indústria nacional em comparação com a externa - especialmente a chinesa.


2.    Aumentaram as incertezas na em função do aumento da inflação e das dúvidas sobre a questão fiscal. Em ambos os casos, não havia motivos para pânico. A inflação foi fruto de pressões externas nos preços das commodities e a questão fiscal resultado das trapalhadas da Fazenda e da Secretaria do Tesouro. Nada que comprometesse a economia. Mas o discurso falho do Ministro da Fazenda Guido Mantega permitiu que de uma pequena fogueira quase lavrasse um incêndio.


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A importância do marco civil da Internet

4 de Novembro de 2013, 7:10, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

Coluna Econômica - 04/11/2013


Nos últimos anos, uma nova lei – a Lei do Cabo – permitiu aos canais de TV a cabo descontar parte do imposto de renda no financiamento de produções nacionais – com obrigatoriedade de passar um pequeno número de horas/mês no horário nobre.


Bastou para que começasse a florescer por todo o país uma nova indústria de audiovisual.


***


Nos primórdios da televisão nos Estados Unidos, a nova tecnologia atraiu multidões de pequenos empresários. A pretexto de botar ordem no mercado, o poder federal decidiu regular o setor. E concedeu o espaço público a poucas redes de emissoras.


O argumento inicial é que o modelo de negócios – com base nos comerciais – só seria viável se em formato de rede. E seria a maneira das emissoras, fortalecidas pelo modelo, darem a contrapartida para a sociedade – na forma de produções bem acabadas, programas educativos, campanhas cívicas, espaço para a diversidade.


Com o tempo, a lógica comercial se impôs sobre as contrapartidas sociais. Partiu-se para um vale-tudo, da busca da audiência a qualquer custo que acabou desvirtuando os princípios legitimadores da oligopolização.


Mais que isso, as redes ganharam tal poder no mercado de ideias que passaram a interferir no jogo político, na política econômica, no próprio caráter nacional.


Nos Estados Unidos, esse modelo só foi rompido com a eclosão da TV a cabo e, agora, com a Internet. Hoje em dia, 55% dos norte-americanos assistem televisão através da Internet. Em breve, haverá o fim das emissoras abertas dominando o espectro da radiodifusão.


***


No caso brasileiro, o formato das redes provocou o enfraquecimento das manifestações regionais, não abriu espaço para as produções regionais, consolidou dinastias políticas, através dos afiliados. E permitiu aos grandes grupos um ativismo político incompatível com sua condição de concessão pública.


Qualquer tentativa do Ministério Público Federal, Procons, ONGs de exigir bom nível da programação das emissoras resulta em grita geral com o uso duvidoso dos conceitos de liberdade de imprensa.


***


O reinado da TV aberta terminará com o advento da Internet. E o novo hábito está abrindo a possibilidade de uma nova explosão de criatividade, com novos canais, novas empresas produzindo vídeos exclusivamente para o novo ambiente.


***


O modelo cartelizador da radiodifusão não pode se repetir na Internet. Daí a importância do marco civil definir a neutralidade da rede – isto é, o direito de qualquer pessoa ou empresa ter acesso às linhas de dados em igualdade de condições.


No momento, há um forte lobby no Congresso tentando conceder às empresas de telefonia o direito de selecionar o tráfego na rede. Aparentemente, há um pacto entre as teles e os grupos de mídia para impedir o avanço de redes sociais como Facebook e Gmail.


Argumentam que, como investiram na infraestrutura, teriam o direito de explorar da maneira que quiserem. Esquecem-se que são concessões públicas, monopólios naturais. E, como tal, têm obrigação de fornecer seus serviços em igualdade de condições para todos os clientes.

 

Permitir o controle da rede será conceder a esses grupos o poder sobre a opinião pública, o controle de todas as iniciativas empreendedoras na Internet, matando a criatividade e a voz da sociedade.



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O​ fim da louca aventura de Eike

1 de Novembro de 2013, 8:08, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

 

Coluna Econômica - 01/11/2013


A grande ambição de Eike não era se tornar um Warren Buffet, um Paul Getty ou um bilionário vulgar: era ser um Eliezer Baptista, seu pai, um dos fundadores do Brasil moderno.


Eike foi criado em um ambiente em que se pensava o Brasil, o Rio dos anos 50 e 60 onde conviviam visionários, juristas, políticos, financistas que celebravam o Poder, e não apenas a riqueza.


Era esse reconhecimento que Eike ambicionava e o que o levou a não se conformar de ser apenas bilionário.


Ele foi um fenômeno de mercado, primeiro, para depois se tornar um dos "campeões nacionais" apoiados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Vários fatores contribuíram para isso:


1. A explosão do Brasil no mercado internacional, depois da crise de 2008, e a percepção de que a infraestrutura brasileira se tornaria um dos investimentos mais atrativos para o capital financeiro.

2. O sucesso de Eike nas suas primeiras investidas internacionais, atraindo capital canadense e britânico para suas minas de ouro e ferro.

3. A enorme liquidez internacional, fruto da política norte-americana de estímulos monetários.

4. O apoio expresso do governo, que há anos sonha com os grandes empreendedores articulando capital privado para as obras de infraestrutura.

5. O sonho de novo Eldorado, trazido pelas descobertas do pré-sal.

6. A visão estratégica de Eliezer Baptista.


***


O que Eike fez foi embalar todos esses sonhos em planos de negócio ousados, atrair grandes executivos com participação em resultados e ir a mercado captar recursos privados e públicos. A visibilidade que ganhou, a celebração dele pela mídia nacional a internacional, como um novo Bill Gates, criaram a ilusão final. E aí o mercado aboliu completamente as análises de risco.


***


Todas as empresas de Eike formavam um todo lógico em torno da petroleira OGX. Os poços justificariam os estaleiros, os portos, com os investimentos de tal forma amarrados entre si, que o fracasso da nave mãe, a OGX, levaria os demais a pique.


Para a engrenagem funcionar, haveria a necessidade do cumprimento de cronogramas rigorosos, que permitissem a geração de caixa em tempos exíguos.


Além disso, todas as empresas nasceram do zero. Contratação de pessoas, definição de sistemas, montagem de processos, regras de negócios, contato com fornecedores, não são trabalhos triviais.


***


Com o tempo, ficaram nítidas algumas características preocupantes na personalidade de Eike: um deslumbramento com o próprio sucesso e com a própria riqueza.


O primeiro sinal de debilidade administrativa foi quando seu principal executivo, Rodolfo Landim, tirado a preço de ouro da Petrobras, pediu as contas. Foi só aí que o estilo pouco gerencial de Eike passou a ser levado a sério pelo mercado.


***


Tudo poderia ter sido superado se a OGX de fato produzisse petróleo. Mas, depois de diversos factóides, da divulgação de relatórios otimistas sobre sua capacidade e, depois, da constatação de que não conseguiria ser viável, ruiu o mundo de Eike.


O desastre não afetará o país. Mas atrasará a gana dos investidores em buscar projetos grandiosos, à altura do que é exigido nos investimentos de infraestrutura.

 


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Bolsa Família: dez anos que mudaram a face do Brasil

1 de Novembro de 2013, 7:45, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

Coluna Econômica - 31/10/2013

 

 

 

Uma grande nação, justa e forte, se faz pela capacidade de inclusão - dos miseráveis à alimentação básica; dos pobres ao consumo; dos pequenos, ao mercado; das minorias, ao seu direito de viver diferente; dos pequenos empresários, à oportunidade para desenvolver seus negócios.


É através da inclusão que uma nação se forma e captura, para o bem geral, a energia individual esmagada em cada falta de oportunidade, o talento que pode estar escondido em um barraco nas palafitas ou nas favelas, os futuros campeões que podem estar nascendo em uma microempresa.


É através da solidariedade que se criam os laços sociais e econômicos que vão tecendo a grande rede do desenvolvimento e os grandes processos civilizatórios.


Mesmo assim, cada capítulo é uma guerra entre a modernidade e o atraso, entre o novo e o velho carcomido.


Nos Estados Unidos, o maior processo de inclusão - a libertação dos escravos - resultou na mais sangrenta guerra do século 19. Na Europa, os grandes movimentos de urbanização, dos anos 20, resultaram em intolerância e no florescimento de doutrinas autoritárias.


***

Por isso mesmo, esses movimentos sempre refletem a luta da barbárie contra a civilização, da selvageria contra a solidariedade.


Os herois sempre terão seu lugar na memória nacional; os recalcitrantes, no lixo da história. O país reconhece José Bonifácio, Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, André Rebouças, Luiz Gama como seus fundadores. Os contrários  tornaram-se apenas "conservadores" ânonimos, anacrônicos, menores.


***

Não será necessário distanciamento histórico para que esse mesmo reconhecimento ocorra em relação ao Bolsa Família. Para sorte de seus descendentes, os trogloditas que enxergaram no programa a "bolsa esmola", o estímulo à preguiça, que previram o desastre fiscal, que se escandalizaram com pobres adquirindo geladeiras, ou com fazendeiros não podendo mais pagar salário de fome aos seus colonos, serão tratados apenas como "conservadores"., símbolos da parcela mais atrasada, colonial, desinformada e insensível, uma espécie de sub-elite intelectual impermeável a qualquer sopro de cidadania.


***

A história brasileira do século 20 têm episódios relevantes. Provavelmente nenhum desses episódios sobrepujar, em relevância e alcance, a criação do Bolsa Família.


São 11 milhões de famílias atendidas, 40 milhões de pessoas incluídas e o desenvolvimento de uma metodologia incorporando os mais avançados modelos estatísticos com os avanços da Internet. Tornou-se padrão mundial.


***


Mas é apenas o início. As políticas sociais trouxeram nova dimensão ao mercado interno, novas demandas, nova escala de produção às empresas.


Mais que isso. Sair do nível da miséria mudou totalmente a natureza social e pública desses 40 milhões de brasileiros. Eles se tornaram cidadãos, alguns tornaram-se empreendedores. Entendendo seus direitos, tornar-se-ão cada vez mais exigentes, rompendo a inércia histórica do setor público e político.


E se tornaram cidadãos sem tutela política. Quem quiser conquistar seu apoio terá que demonstrar o que têm a oferecer daqui para diante.


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