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Claudio Andre O

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O LAJEDO DA PEDRA MONTADA, O CALDEIRÃO DOS TEIXEIRAS E O RECANTO DOS MACACOS VALE APENA CONHECER

28 de Fevereiro de 2019, 14:45 , por CLÁUDIO ANDRÉ - O POETA - | No one following this article yet.
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Nas trilhas ecológicas que tenho realizado, tenho descoberto lugares que nos deixa muito perto da natureza e isso vem nos proporcionando ao mesmo tempo uma melhor qualidade de vida.

Tenho superado meus limites físicos e emocionais. Fazer a trilha da Pedra Montada, no sertão de Alagoa foi outro momento de superação. Com 12 kg a menos estamos chegando no ponto ideal para ter uma melhor qualidade de vida.

O lajedo da Pedra Montada é aquele lugar que estrategicamente você para para da aquela pausa, revitalizar a respiração e ao mesmo tempo contemplar o que há de mais belo na natureza, obra exclusiva do Criador do universo.

Após subir 589 metros de altitude e mais de 1 hora de caminhada por dentro da caatinga, vimos in loco o quanto vale apena proteger o meio ambiente. Nessa reserva ecológica em território alagoano, o potencial turístico é muito forte.

A trilha da pedra Montada tem seus obstáculos, mas, nada que te faça mal. Entre galhos, espinhos, cipós, fomos subindo os pouco mais de 2 mil e 350 metros da serra do Craunã, em plena caatinga na zona rural de Água Branca, terra de barão e baronesa.

Acordar cedo, sentir o cheiro de mato, ter um contado com a vegetação de caatinga nos deixa renovado. bate o cansaço físico, menos o emocional.

Muito suor, um percurso de 2 km e 300 metros, apenas um varedo cheio de pedras e pedregulhos, além de uma vegetação verdinha, tudo isso deixou a trilha rumo ao cume da serra da Pedra Montada ainda mais emocionante.

As rochas graníticas cobertas de liquens é um espetáculo a parte em cores no meio da caatinga. Nesse local o ar que você respira é muito puro graças aos micro-organismos colados nas rochas.

Geralmente numa vegetação de caatinga, você encontra: Arbustos: aroeira, angico e juazeiro. Cactos: mandacaru, xique-xique e xique-xique do sertão. Em função da criação de gado extensivo na região, pesquisadores estão alertando para a diminuição deste tipo de formação vegetação.

A Fauna da caatinga, ao contrário do que muitos pensam, é muito rica. Existem centenas de espécies vivendo neste bioma, como por exemplo, Veado-catingueiro, Preá, Gambá, Sapo-cururu, Cutia, Tatupeba, Ararinha-azul, Asa-branca, Sagui-de-tufos-brancos, Pica-pau-anão-da-caatinga.

Um dito popular é que o sertanejo é um forte. O sertanejo é aquela pessoa que nasce e vive no sertão. Para alguns o sertão é aquele lugar longe, distante e árido. Para outros o sertão é um jeito de viver, um jeito de ser. 

O sertão e o sertanejo se confundem na forma de ser e de sobreviver. A aridez é marca constante, presente desde o aspecto da sua mais famosa vegetação: a caatinga, batizada pelos antigos moradores que viam nos galhos secos dos períodos de estiagem uma ‘mata branca’.

Por alguns instantes voltei a ser criança, a natureza me propôs esse momento. Depois de 02 horas e meia de caminhada, fui descansar debaixo da pedra Montada, onde tem uma cavidade pela força da água, já que há milhões de anos foi o fundo do mar.

Foi chover um pouco, os pés de angicos mudaram suas folhagens. Por esse ângulo o verde da caatinga se confunde com o azul anil do céu e o branco das nuvens. Uma das imagens que gostei de fazer.

Numa parada estratégica na subida do Lajedo da Pedra Montada, pude observar o seguinte: "Uma das principais ameaças ao bioma é a retirada indiscriminada dos recursos naturais e o desmatamento que se dá para diversos tipos de usos: utilização da madeira para lenha, expansão de pastos e cultivos agrícolas e construção de casas".

Veja que o tronco do Pau Ferro está coberto por micro-organismos, conhecidos por liquens.

Essa bucha geralmente você encontra em cactos, como mandacarus e xique-xiques.

É comum a todos os animais artrópodes miriápodes, terrícolas, da classe dos diplópodes, semelhantes às lacraias, mas com dois pares de pernas em cada segmento do corpo; a maioria tem cor preta ou marrom, por vezes ornamentada de vermelho ou alaranjado; bicho-bola, bicho-de-ouvido, caramuji, gongolo, gongolô, piolho-de-cobra,etc., vivem em lugares úmidos e escuros, embaixo de pedras ou troncos em decomposição, evitando a luz.

Cipó (ou liana) é o nome dado a várias plantas trepadeiras de caule amadeirado que crescem enroscadas ao tronco das árvores ou pendem deles. Os cipós espalham-se por suas copas em busca da luz necessária para sobreviverem.

O cipó suma é uma planta medicinal altamente eficaz contra as mais diversas doenças, como as de pele ou irritações das mucosas. ... O cipó suma é uma planta medicinal da família violaceae, cientificamente conhecido como anchietea salutaris. É também chamado de paraguaia, baúna, piriguara e suma, em português.

Veja a mistura de vegetação que você encontra no sertão de Alagoas.

O cupim colado no tronco da caraibeira. Você sabia que nesse cupinzeiro pode ser também alojamento de abelhas?

Bastou chover um pouco para o verde aparecer, para que a fauna e a flora mostra sua vivacidade.

Veja a formação dessa Barriguda. A barriguda, ou paineira-branca (Ceiba glaziovii) um caule espécie de Paineira do género Ceiba, muito semelhante à paineira-rosa.

A barriguda e o cipó ocupando o mesmo espaço da caatinga. Toda a subida da serra da Pedra Montada você se depara com esse tipo de comportamento das árvores.  Assim como nós, as árvores não estão rodeadas apenas por aliadas. Mantêm, às vezes até a morte, uma rivalidade com outras espécies e invadem seu espaço, competindo por sol e alimento — e são capazes de liberar sinais para atrair predadores dessas espécies “inimigas” por uma rede de comunicação formada por fungos, que se expande por diversos quilômetros.

Ambientalistas dizem que humanos e árvores têm mais características em comum do que se supõe. Assim como nós, elas são mais fortes em grupo. Vivem em sociedade, compartilham nutrientes, protegem-se em conjunto de fatores como o excesso de calor e de frio. Seguem, também, um manual de etiqueta tácito, que dita sua aparência e o que devem fazer. 

Fiz a imagem dessa barriguda enquanto subia o Lajedo da Pedra Montada, próximo ao Morro dos Macacos. Barriguda refere-se ao intumescimento da parte central do caule, à meia altura da árvore, tendo a mesma um diâmetro maior no meio do que na base, e que serve para armazenar água extraída através da seiva xilemática. Já paineira-branca refere-se à cor de suas flores, que geralmente se dão quando as árvores estão sem folhagem na estação seca, ou perdendo suas folhas.

É comum encontrar no meio da caatinga a mistura de árvores com cactos. Todo o bioma caatinga tem essas particularidades, como por exemplo, "uma pessoa tomou e curou o problema de coluna a pós colocar a casca da barriguda no suco de uva, aquele de garrafa do bom!
Deixou agir por uma semana na geladeira, depois começou a tomar um cálice por dia".

A palma selvagem ocupando o mesmo espaço da macambira. A macambira é uma planta da família das bromeliáceas, do gênero Bromélia. Possui vários usos que vão desde a utilização da planta para evitar a erosão, até como alimento para o gado. Como sua folha possui modificações que dão uma natureza espinhenta a mesma, a macambira é queimada antes de ser oferecida ao gado.

O que dizer dessa rocha sedimentar? 
Essa rocha você encontra durante a trilha da Pedra Montada, em Água Branca, alto sertão de Alagoas. Essa rocha tem o formato de um órgão genital do porco que mais parece um parafuso. Bem ao lado do Caldeirão dos Teixeira está de pé esse tipo de rocha.

Os ouricurizeiros estão por toda a parte da reserva ecológica da serra do Cranuã e Morro do Padre. O ouricuri cozido na panela de barro para depois você quebra-lo e comer o miolo é uma delícia... Fiz isso muito na minha infância no sertão. Uma boa recordação!

O Caldeirão dos Teixeiras é um dos locais que fica já no final da subida da serra da Pedra Montada. Existe um poço que tem uma boa profundidade, onde a água da chuva se acumula e pode ser usada para beber. 

O Caldeirão dos Teixeiras é uma homenagem a família que botava roça há muitos tempos atrás e que morava no distrito de Tingui, inclusive, fizeram as cercas de pedras para proteger os animais que criavam, segundo história dos moradores mais antigos da comunidade.

Bom, finalizo com essa postagem uma série de reportagens sobre a Trilha da Pedra Montada que realizei tempos atrás no alto sertão de Alagoas, mais precisamente na comunidade centenária do Tingui, zona rural do município de Água Branca. Obrigado a todos os apoiadores!

Fonte: https://claudioandreopoeta.blogspot.com/2019/02/o-lajedo-da-pedra-montada-o-caldeirao.html