O motivo de Aécio não ter deixado o cargo e se licenciado do mandato de senador, até agora, foi uma contenda com o presidente interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE).
Por Redação – de Brasília e São Paulo
A pressão exercida pela cúpula do PSDB sobre o senador Aécio Neves (MG) parece surtir efeito. O Mineirinho, como é citado na lista de corruptos da Construtora Norberto Odebrecht disse a aliados, nesta sexta-feira, deverá deixar a presidência do partido, nas próximas horas. Neves está afastado desde a delação da JBS, em Maio último.
O motivo de não ter deixado o cargo e se licenciado do mandato de senador, até agora, foi uma contenda com o presidente interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE). Ele quer que Aécio seja afastado, imediatamente, e ameaça deixar o posto se ele não sair.
Na terça-feira, o senador mineiro teve o mandato de volta com o apoio de 44 aliados. Por maioria, eles derrubaram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto ao seu afastamento e o recolhimento noturno. Aécio Neves é investigado por ter pedido R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista.
O STF, por sua vez, o havia afastado em 26 de setembro; mas voltou atrás na decisão e transferiu ao Senado a prerrogativa de afasta-lo, ou não, do cargo. Os líderes tucanos aguardavam que Aécio desistisse da Presidência do partido logo após a votação, em Plenário, mas a pressão de Jereissati teve efeito contrário.
Doria
Considerando-se ofendido pela insistência do presidente interino, Aécio chegou a considerar a hipótese de permanecer no cargo, ainda que licenciado, até a convenção nacional do PSDB, em 9 de dezembro. Integrantes do partido, no entanto, passaram as últimas horas em uma negociação extenuante para que ele se desapegue tanto do cargo quanto do mandato.
O imbroglio foi o tema da reunião entre Jereissati, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador Geraldo Alckmin (SP). Encontraram-se na noite passada, em São Paulo. Alckmin segue mais fortalecido em sua pretensão de ser o candidato tucano à Presidência da República. Ele é favorável ao afastamento de Mineirinho, o quanto antes. Ele está preocupado com o desgaste do partido.
FHC, por sua vez, também quer varrer Aécio Neves para debaixo do tapete. Para o ex-presidente, “o candidato que o Brasil quer hoje tem o perfil de Geraldo Alckmin”, disse. Quanto ao prefeito paulistano, João Doria, ele deverá permanecer no partido após a definição, acredita FHC.
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