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América Latina joga 145 mil toneladas de lixo por dia em aterros

22 de Novembro de 2017, 14:20 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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A análise dos despejos sólidos das cidades latino-americanas mostra que o lixo orgânico representa mais da metade de todo o resíduo descartado

Por Redação, com ABr – de São Paulo:

Todo dia, 145 mil toneladas de resíduos orgânicos são jogadas em lixões e aterros controlados na América Latina e no Caribe. Essa montanha diária de restos de comida não processados, que colocam em risco a saúde e a vida de 170 milhões de pessoas, é um dos temas da 3ª Assembleia do Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas (ONU), que será realizada em Nairóbi, no Quênia, de 4 a 6 de dezembro.

estos de comida não processados colocam em risco a saúde e a vida de 170 milhões de pessoas –

Os números estão no Atlas de Resíduos da América Latina, relatório da ONU Meio Ambiente; que está para ser lançado. Um resumo do trabalho foi apresentado preliminarmente em São Paulo em evento realizado na terça-feira pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

Estudo

O estudo mostra um cenário preocupante. Segundo Jordi Pon, coordenador regional de resíduos e químicos do organismo das Nações Unidos; as 540 mil toneladas de lixo produzidas atualmente na região serão 671 mil toneladas em 2050. Se, de um lado, há avanços na coleta, que na média supera 90% do lixo urbano, o processamento fica abaixo dos 70%. O restante, formado essencialmente por dejetos orgânicos; vai para locais inadequados, produzindo poluição do ar, do solo e da água.

– Os dados apresentados pela ONU Meio Ambiente mostram que, mesmo com algumas melhorias alcançadas nos últimos anos; cerca de 170 milhões de pessoas ainda estão expostas às consequências desse problema, em decorrência dos graves impactos causados ao meio ambiente e à saúde da população – explica Carlos Silva Filho; diretor-presidente da Abrelpe e membro do Comitê Diretivo do Atlas de Resíduos.

A análise

A análise dos despejos sólidos das cidades latino-americanas mostra que o lixo orgânico representa mais da metade de todo o resíduo descartado. Esse índice varia de acordo com o potencial econômico do país. “Em nações de baixa renda, 75% do lixo descartado são provenientes de matéria orgânica, enquanto em países com renda mais elevada esse índice é de 36%”, comentou Pon. A diferença é reflexo da maior ou menor atividade industrial e comercial.

O lixo doméstico tem ainda o agravante de concentrar resíduos perigosos, como baterias, celulares, equipamentos elétricos e eletrônicos e remédios vencidos, entre outros,

Parte do lixo doméstico é formada por elementos secos, como metais, papéis, papelão, plásticos, vidro e têxteis. A reciclagem desses itens ainda é reduzida, em geral abaixo de 20%. O índice só é alcançado em cidades onde existe coleta e seleção informais, feita por catadores autônomos, o que mostra a pequena participação do Poder Público e de políticas voltadas para o problema.

No entanto, o estudo da ONU revela que a maior parte dos países da América Latina; e do Caribe tem legislação específica que define as responsabilidades de geradores e manipuladores e prevê punições; que quase nunca são aplicadas. Além disso, mostra o relatório, os investimentos em gestão de resíduos são insuficientes. “Isso cria um vácuo de responsabilidades governamentais, com poucas ações de acompanhamento e monitoramento, resultando; entre outras coisas, em uma aplicação deficiente da lei; tanto pelo setor público quanto pelo privado”, explica Jordi Pon.

Gestão de resíduos

De acordo com Carlos Silva Filho, o financiamento é uma questão fundamental para a melhoria da gestão de resíduos. Ele ressalta que na América Latina e no Caribe os modelos são financiados por recursos municipais e; em muitos casos, os custos não são plenamente recuperados. “Ainda não há uma consciência clara do fato de que o custo econômico dos impactos negativos causados pela gestão inadequada dos resíduos é maior do que o custo de investimento em um sistema adequado”.

O relatório faz parte de um projeto da ONU Meio Ambiente e é parte do Atlas Global de Gestão de Resíduos de 2016, que inclui relatórios sobre a situação dos resíduos sólidos na América Latina e Caribe, Ásia, Ásia Central, África, Regiões Montanhosas e Pequenas Ilhas-Estado (Sids).

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Fonte: https://www.correiodobrasil.com.br/america-latina-joga-145-mil-toneladas-de-lixo-por-dia-em-aterros/

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