Para o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, a decisão da Anvisa reforça a crescente abordagem pelo atual governo da saúde como mercadoria
Por Redação, com RBA – de São Paulo:
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) causou polêmica entre especialistas e entidades da área da saúde ao permitir que vacinas sejam aplicadas por farmácias e drogarias.
Aplicação de vacina: farmácias precisam atender a uma série de requisitos, como ter licença e ambiente apropriado
Desde dezembro do ano passado, estabelecimentos de todo o país estão autorizados a aplicar as doses; ainda que vacinas que estejam fora do calendário nacional, oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS); só possam ser vendidas com prescrição médica.
A proposta passou por consulta pública em maio do ano passado. Mas à época em que esteve aberto ao debate, o texto não mencionava as farmácias especificamente, apenas abria possibilidade ao não limitar o serviço de aplicação de vacinas a clínicas.
As farmácias precisam atender a uma série de requisitos, como ter licença de autoridades e ambientes apropriados. Uma farmácia de São Paulo já oferece quatro vacinas; febre amarela, HPV, hepatite B e herpes zoster; a preços entre R$ 135 e R$ 510. Apenas a última não está disponível na rede pública de saúde.
A decisão
Para o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, a decisão da Anvisa reforça a crescente abordagem pelo atual governo da saúde como mercadoria. “Reforça a visão de que vacina é uma mercadoria. O Brasil tem o maior programa nacional de imunização do mundo. Preocupa a lógica da oferta desse serviço se ele é oferecido como um produto a mais.”
Padilha comenta ser preocupante a falta de vacina contra febre amarela na rede pública, o que classifica como ausência de atenção. “É preocupante a falta de planejamento do Ministério da Saúde para uma cobertura necessária para febre amarela”, diz, observando que desde 2016 havia indicações de que o país estaria entrando em estado de atenção.
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