Segundo Ciro Gomes, o ultradireitista Bolsonaro, “como fascista, tem dificuldade de lidar com o antagonismo”.
Por Redação – de São Paulo
Pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT) condenou a intervenção militar na área de segurança pública no Rio de Janeiro. Ele também criticou as propostas do outro pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL) de armar à população.
Para o ex-governador do Ceará, a medida tenderia a aumentar a escalada da violência.
— Qual é o país do mundo que enfrentou isso (violência) expandindo o armamento? — questiona.
Gomes falou ao site do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo e ao canal de TV SBT.
— Quando um camarada promete distribuir armas é um banho de sangue — criticou.
‘Bucha de canhão’
Para o pedetista, Bolsonaro (PSL) tem “soluções toscas e graves” no tocante à questão da segurança pública.
Ainda segundo Ciro Bomes, o ultradireitista Bolsonaro, “como fascista, tem dificuldade de lidar com o antagonismo”. Caso ele seja eleito, afirmou, a crise deverá se agravar. Bolsonaro “nunca administrou um boteco dos pequenos”, alerta. Para Ciro, Bolsonaro seria o candidato “mais fácil” de derrotar em um eventual segundo turno.
Ciro Gomes criticou, ainda, a intervenção militar no Rio. A ação, acrescentou, “não deu certo e nem pode dar”.
— O traficante mora em Ipanema, no Leblon, na Barra e usa ali (nas favelas e na periferia) meia dúzia de buchas de canhão — denuncia.
Enfrentamento
O pré-candidato disse, ainda, que apesar da presença de as Forças Armadas fazerem a população se sentir “psicologicamente mais segura, “amanhã ou depois eles vão sair”.
— Portanto, ela (a intervenção militar) não é a solução — adicionou.
Para o ex-governador, é preciso promover um “grande entendimento nacional”.
— É preciso trocar a lógica do enfrentamento — disse.
Como propostas para a setor, Ciro Gomes afirmou que pretende criar um “sistema de segurança pública”; além de uma Polícia Nacional de Fronteiras, desvinculada da Polícia Federal.
Democracia
O também ex-ministro da Integração Nacional, no primeiro mandato do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não descarta deixar uma “porta aberta” para uma composição com o PSDB depois das eleições.
— Eleitoralmente falando, é completamente disparatoso imaginar uma aliança minha com o PSDB. O que o PSDB acabou de fazer com o PMDB (na gestão do presidente de facto, Michel Temer) é tudo o que não concordo: antinacional; antipobre e antipovo — criticou.
Mas, em após as eleições, o vencedor precisará conversar com toda a sociedade.
— Acredito que, se eu ou o Geraldo [Alckmin, pré-candidato tucano] vencermos, o outro pode vir desejar boa sorte e trabalhar no futuro — concluiu.
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