A Delegacia de Homicídios da Capital investiga os dois assassinatos e também a tentativa de assassinato de uma assessora de Marielle, que estava no carro e sobreviveu aos disparos
Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro:
O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) enviou nesta sexta-feira representantes ao Rio de Janeiro para acompanhar as investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Pedro Gomes. O crime ocorreu na última quarta e gerou uma onda de indignação e repúdio entre a população, instituições e entidades da sociedade civil.
O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) enviou nesta sexta-feira representantes ao Rio de Janeiro para acompanhar as investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco
Participaram da comitiva, considerada missão emergencial, a presidente do CNDH, Fabiana Severo, o vice-presidente, Darci Frigo, e a conselheira Sandra Carvalho, representante da Justiça Global.
No período da manhã, os conselheiros devem se reunir com entidades da sociedade civil e familiares das vítimas; para prestar acolhimento e ouvir demandas que possam ser encaminhadas.
Durante a tarde, o grupo encontrou membros do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, às 13h; e da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, às 15h. Também foi possível que ocorra uma reunião com representantes da Polícia Civil, o que ainda não foi confirmado.
A Delegacia de Homicídios da Capital investiga os dois assassinatos e também a tentativa de assassinato de uma assessora de Marielle; que estava no carro e sobreviveu aos disparos.
O chefe da Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa, considerou o crime bárbaro, gravíssimo e um atentado contra a democracia.
Protestos
O corpo de Marielle Franco foi sepultado no fim da tarde de quinta-feira; sob aplausos, protestos e homenagens de parentes, amigos e líderes políticos, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária do Rio de Janeiro. Previsto inicialmente para as 16h, o enterro só foi realizado por volta das 18h.
Já o corpo do motorista Anderson Gomes, que dirigia o carro onde estava Marielle, foi sepultado no Cemitério de Inhaúma, Zona Norte do Rio, no final da tarde. A cerimônia também atraiu um grande número de amigos e parentes. Ele deixou a mulher e um filho de 2 anos. Anderson Gomes trabalhava como motorista para o aplicativo Uber e prestava serviços eventuais para a vereadora.
Na cerimônia religiosa que antecedeu o sepultamento da vereadora; o celebrante manifestou indignação. “É matança de pobre; é matança de negro, matança de quem luta”, disse o padre.
Repetidas vezes, o nome de Marielle era gritado por um; e todos respondiam: “presente”. Como o velório tinha sido à tarde, na Câmara Municipal, a cerimônia no cemitério foi rápida; e a imprensa não teve acesso à parte final.
Marielle foi assassinada com quatro tiros na cabeça, quando ia para casa no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio; retornando de um evento ligado ao movimento negro, na Lapa. A parlamentar estava no banco de trás do carro; quando o veículo dos criminosos emparelhou com o dela. Eles atiraram nove vezes. Anderson Gomes, que trabalhava como motorista para o aplicativo Uber e prestava serviços eventuais para Marielle; também morreu no ataque. Uma assessora que estava no carro sobreviveu ao ataque.
A vereadora era moradora do Complexo da Maré e defensora dos direitos humanos; autora de frequentes denúncias de violações de direitos de negros, moradores de favela, mulheres e pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros).
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