Até às 13h55, quando o presidente da Comissão suspendeu os trabalhos para o almoço, a lista de inscritos para falar contabilizava 43 deputados. O número de inscritos jogou por terra a estratégia governista.
Por Redação – de Brasília
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara abriu, na manhã desta terça-feira, a sessão para discutir o parecer do deputado Bonifácio Andrada (PSDB-MG). A peça é favorável à rejeição do prosseguimento da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. Para agilizar o trâmite, na Comissão, os deputados governistas combinaram de falar durante o menor tempo possível. O resultado foi um aumento no tom dos discursos contra o presidente de facto, Michel Temer.
Na outra face da moeda, a estratégia de deputados de oposição ao governo foi aproveitar cada minuto disponível. Não faltaram ataques ao parecer e à estratégia da base aliada, de tentar acelerar a votação do texto de Andrada na CCJ.
Segunda sessão
Até às 13h55, quando o presidente da Comissão suspendeu os trabalhos para o almoço, a lista de inscritos para falar contabilizava 43 deputados. O número de inscritos jogou por terra a estratégia governista. O debate sobre a autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a denúncia seguirá, portanto, por mais três dias, no mínimo. A lista permanecia aberta durante a sessão, que começou com atraso de 33 minutos.
No início da reunião o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) apresentou um requerimento questionando a contagem das duas sessões do plenário da Câmara, mas foi voto vencido. A segunda sessão de contagem do prazo do plenário, ocorrida nesta manhã, durou três minutos.
Funaro
A reunião ocorre após a polêmica envolvendo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o advogado de Temer, Eduardo Carnelós, a respeito da divulgação de vídeos da delação do empresário Lúcio Funaro, enviados pelo STF para instruir o caso.
Carnelós havia chamado de “criminoso” o “vazamento” da gravação, que estava no site da Câmara desde o final de setembro. O advogado de Temer, contudo, depois se retratou de suas declarações por não saber que o material estava no endereço eletrônico da Casa.
Maia chamou o defensor de Temer de “incompetente” e “irresponsável”. Posteriormente, o ministro do STF Edson Fachin informou que o sigilo da delação de Funaro não havia sido retirado. Isso significa que todo o material ligado a ele permanece sob segredo de Justiça; não deveria ter sido divulgado pela Câmara.
Esculhambação
O governo atuou nos últimos dias para colocar panos quentes nesse debate. Tenta, ainda, votar o parecer na CCJ até quinta-feira e, no Plenário da Câmara, na próxima semana. Um dos principais deputados da tropa de choque do governo, Carlos Marun (PMDB-MS) minimizou o clima de confronto. Ele disse que a relação entre Maia e Temer é positiva e a polêmica não atrapalha.
— Não vai interferir negativamente — disse Marun. Ele classificou como “mal-entendido” a polêmica diante do que classificou de “esculhambação tão grande” de vazamento de informações.
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