Na tentativa desesperada de atender aos investidores, Planalto requenta pauta econômica no Congresso. Expediente irritou o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Por Redação – de Brasília
Em situação de confronto aberto com o Palácio do Planalto, que viu uma oportunidade para valorizar o presidente de facto, Michel Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), faz um discurso cada vez mais inóspito ao emedebista. Temer encerrou qualquer esforço para aprovar a reforma da Previdência; com o decreto de intervenção militar no Estado do Rio de Janeiro. Nesta quinta-feira, Maia disse que já pediu a técnicos da Casa que estudem alternativas que enfrentem a questão das despesas do Estado diante da perspectiva de graves problemas fiscais no próximo ano.
A tarefa, em princípio, deveria caber a equipe econômica de Temer, mas o confronto entre os Poderes se agrava. Maia estuda até a margem de risco para a quebra da regra de ouro das contas públicas.
Em entrevista a jornalistas, após se reunir com a presidente Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, Maia disse que é preciso aprofundar a discussão sobre os gastos públicos. Ainda assim, Maia diz que manterá a agenda de reorganização das despesas do Estado.
Ele também sinalizou que dará seguimento à tramitação de matérias de interesse do governo, apesar do mal-estar causado pelo anúncio do Planalto de uma pauta prioritária, considerado um “abuso” pelo deputado.
Novos impostos
Em entrevista a jornalistas na Câmara, Maia garantiu que o projeto de reoneração da folha de pagamento deve ser votado na próxima semana ou na seguinte e que o projeto de privatização da Eletrobras também terá seguimento na Casa.
— Eu não saí da minha agenda de reorganizar as despesas, quem saiu foi o governo. A reoneração da folha a gente vai votar… se não for na próxima semana, na outra — desconversou.
O parlamentar explicou que na semana que vem a comissão que trata da proposta da privatização da Eletrobras deve começar seus trabalhos.
— Até o dia 15 de abril o relator acha que consegue votar na comissão — calcula.
Eletrobras
Maia também citou como matérias “prontas para caminhar” a que trata do cadastro positivo e outra sobre a duplicata eletrônica.
O presidente da Câmara alertou ainda que a Casa não aprovará a criação de novos impostos. Ele foi questionado sobre a possibilidade de instituição de uma contribuição voltada para a segurança pública.
O governo anunciou na segunda-feira uma lista de matérias prioritárias na área econômica. Muitas delas já tramitam no Congresso e enfrentam dificuldades de aprovação; a privatização da Eletrobras, entre elas. E, também, a redução da desoneração da folha e a reforma do PIS/Cofins, na opinião de outra liderança da base governista.
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