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Dívida mundial em dólares leva o mundo a progredir para novo padrão

22 de Abril de 2019, 16:20 , por Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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O aumento da carga da dívida e o custo cada vez maior de sua manutenção afetam o crescimento econômico; aumentam os riscos de crédito e a possibilidade de incumprimento de pagamentos.

Por Redação, com Sputniknews – de Moscou

O mundo está à beira de uma iminente crise global provocada pelas ambições excessivas dos Estados: no início de 2019, a dívida mundial alcançou US$ 244 trilhões e continua crescendo. O principal problema atual é a perspectiva de uma recessão deflacionária prolongada e estagnação interminável da economia. Este foi no caso do Japão nas últimas décadas, revelou Aleksandr Losev, diretor de uma empresa de gestão de ativos, ao diário russo Kommersant, nesta segunda-feira.

O padrão-ouro foi substituído pela moeda norte-americana e os petrodólaresO padrão-ouro foi substituído pela moeda norte-americana e os petrodólares

O aumento da carga da dívida e o custo cada vez maior de sua manutenção afetam o crescimento econômico; aumentam os riscos de crédito e a possibilidade de incumprimento de pagamentos. O fato, no futuro, criará dificuldades para refinanciar as dívidas e abrandará o “boom” de crédito que atualmente está estimulando o crescimento global, explicou Losev.

O financista sublinhou que esse processo afetará a situação econômica porque significa “menos novos empréstimos e investimentos, um crescimento econômico mais débil ou até sua cessação completa, mais moratórias, atrasos de pagamento (…), crises locais em certas regiões e indústrias que podem causar efeito dominó e sacudir não apenas os mercados financeiros, mas também toda a economia global”.

Regras do FMI

Segundo Losev, um estudo do Banco Mundial mostrou que, quando a relação dívida/PIB supera 77% durante um longo período de tempo, o crescimento econômico se desacelera e cada ponto percentual da dívida acima deste nível custa ao país 1,7% de crescimento econômico nos países desenvolvidos. Quanto aos países em desenvolvimento, a situação é ainda pior: cada ponto percentual adicional de dívida acima do nível de 64% reduzirá anualmente o crescimento econômico em 2%.

De acordo com previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia mundial irá desacelerar neste ano em 70% dos países.

— Muitas economias não são suficientemente sustentáveis. A alta dívida pública e baixas taxas de juro limitam sua capacidade para superar uma nova recessão — disse a diretora-executiva do FMI, Christine Lagarde.

Na periferia

Ao mesmo tempo, o analista sublinha que uma nova crise poderia trazer mudanças na ordem global existente.

“Uma crise econômica de grande escala pode levar a mudanças geopolíticas e transformar a ordem mundial existente, que se baseia na desigualdade hierárquica dos Estados, associada com ciclos econômicos longos e padrões tecnológicos, bem como em uma acumulação infinita de capital. A Rússia, bem como a maioria dos países em desenvolvimento, está na periferia desse sistema”, escreveu Losev.

O financista prevê que “a atual ordem mundial começará a mudar rapidamente não no momento da crise, mas quando os Estados não puderem coordenar seus esforços a nível global para manter o sistema econômico e financeiro atual, os princípios e regras do comércio internacional, quando o egoísmo prevalecer, mas a competição não for suficiente”.

Nova ordem

Isso levará a uma época de conflitos, à revisão de prioridades, ao protecionismo, mobilização e reindustrialização, ou seja, às prioridade de produção nacional, projetos de grande escala e desenvolvimento da ciência.

Losev aconselha a não esquecer que, em momentos de instabilidade, todas as grandes potências, em virtude de sua posição e interesses de suas elites, negócios e capital, tentam criar sua própria ordem e, até certo ponto, estão prontas para defender esta ordem de várias maneiras, de militares até políticas.

Adepta à mudança no padrão monetário global, a Rússia já acumula uma significativa reserva em ouro, que aumentaram para mais de 2.1 mil toneladas no ano passado e o estatuto do país como um dos maiores produtores de ouro permite continuar ampliando ainda mais as reservas devido ao ouro de origem nacional.

Rússia segue aumentando suas reservas de ouro, e os dados recentemente divulgados pelo Banco Central mostram que as reservas subiram 31,1 toneladas, ou 1,5% das reservas totais, apenas no mês de fevereiro. Levando em conta as outras 6,22 toneladas do metal precioso comprado em janeiro, as reservas agora estão em exatas 2.149 toneladas, de acordo com o Banco Central.


Fonte: https://www.correiodobrasil.com.br/divida-mundial-dolares-mundo-progredir-novo-padrao/

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