O mercado de câmbio do dólar também estava de olho na greve dos caminhoneiros. O movimento continuava em boa parte do país nesta sessão; apesar do acordo com o governo.
Por Redação – de São Paulo
O dólar operava em alta ante o real nesta sexta-feira, de olho na trajetória da moeda norte-americana ante divisas emergentes no exterior, mas com a ação mais firme do Banco Central no mercado de câmbio suavizando a valorização.
Os investidores também estavam de olho na greve dos caminhoneiros, que continuava em boa parte do país nesta sessão apesar de, na noite passada, a categoria ter fechado acordo com o governo para suspender o movimento por 15 dias para evitar mais estragos na economia.
Greve
Às 12h06, o dólar avançava 0,33%, a R$ 3,6605 na venda, depois de ter subido 0,64% na véspera. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,35%.
— Apesar do acordo, os caminhoneiros ainda não voltaram a trabalhar. Se voltarem, há espaço para alguma queda do dólar — afirmou a diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares.
Depois de uma reunião de sete horas, governo e representantes de caminhoneiros chegaram a um acordo, na noite passada; para suspender por pelo menos 15 dias a greve, com o governo garantindo a subvenção do preço do diesel e reajustes a serem realizados apenas a cada 30 dias.
A estimativa é de que o subsídio custe cerca de 5 bilhões de reais ao Tesouro neste ano, prejudicando o ajuste fiscal do governo.
— O acordo não é o ideal. Qualquer solução desagradaria a alguém — afirmou o operador da H.Commcor Corretora Cleber Alessie Machado, para quem trazer de volta alguma normalidade agora era o mais urgente.
Rolagem
Mesmo com o acordo, os protestos de caminhoneiros contra a alta do preço do diesel continuavam em 24 Estados e no Distrito Federal nesta sexta-feira, afetando alguns portos, incluindo o de Santos (SP), o maior e mais importante do país.
No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas e a maioria das moedas de países emergentes, embora, internamente, a ação do BC no mercado local amorteça um pouco desse impacto.
Nesta manhã, a autoridade monetária já vendeu integralmente a oferta de até 15 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, totalizando 5 bilhões de dólares desde a semana passada, quando vendia por dia até 5 mil contratos.
A autoridade também vendeu integralmente a oferta de até 4.225 swaps tradicionais para rolagem do vencimento de junho, no total de US$ 5,650 bilhões. Com isso, já rolou US$ 5,227 bilhões. Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.
Ações
A bolsa paulista perdeu o fôlego da abertura. Tinha leve queda no final da manhã desta sexta-feira; em meio ao cenário externo desfavorável. Vale e bancos privados pressionavam, negativamente, o Ibovespa. A Petrobras ensaiava alguma recuperação após tombo de 14% na véspera.
Agentes financeiros também seguem monitorando os potenciais desdobramentos da greve dos caminhoneiros, que entrou no quinto dia nesta sexta-feira. Várias companhias já relataram impacto em suas operações.
Às 11h32, o Ibovespa caía 0,45%, a 79.758 pontos. O volume financeiro no pregão era de R$ 3,9 bilhões.
Petróleo
Os protestos de caminhoneiros contra a alta do diesel continuam em 24 Estados e no Distrito Federal. Afetam, portanto, alguns portos, incluindo o de Santos (SP), o maior e mais importante do país; mesmo após o anúncio na véspera de um acordo entre a categoria e o governo.
Para a equipe da Coinvalores, as negociações entre caminhoneiros e governo; bem como seus desdobramentos para as contas públicas, seguem sob os holofotes. A crise influencia também a bolsa; uma vez que a paralisação segue afetando a operação de diversos ramos de atividade, segundo nota a clientes.
No exterior, o S&P 500 recuava em Wall Street, em meio à queda nos preços do petróleo e resultados corporativos decepcionantes. O dólar também se fortalecia ante uma cesta de moedas e as commodities tinham sessão negativa.
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