Ciro Gomes, no entanto, não deixará de se mostrar um opositor de Lula, embora seu discurso agora se volte para o adversário paranaense. A campanha pedetista, no entanto, não é a única a ver Moro no caminho do presidenciável de centro-direita. Outros líderes partidários já identificaram o avanço da possível candidatura de Sergio Moro.
Por Redação – de São Paulo
Assessorado pelo marqueteiro João Santana, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) resolveu mudar os planos para a campanha presidencial. A chegada do ex-juiz Sergio Moro (Podemos) no páreo eleitoral tem mostrado que ele tira votos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), justamente o público sobre o qual Ciro Gomes esperava crescer.
Ciro tem pensado mais antes de falar; ainda assim, abre novo flanco de debates contra Sérgio MoroGomes vinha buscando, até agora, o debate direto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com ataques diuturnos ao líder popular. Agora, no entanto, vai aumentar o volume de disparos contra o ex-ministro da Justiça.
Gomes e Moro formam uma espécie de segundo pelotão dos candidatos a presidente, com algo entre 7% em 10% das intenções de votos cada um, dependendo da pesquisa — atrás de Lula de Bolsonaro, que ultrapassam os 20%.
Bolsonaro
Segundo a campanha de Ciro Gomes, o ex-juiz — considerado parcial em julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) — Moro não capturou votos do pedetista, até agora. Mas travou a esperada alta do pedetista nas pesquisas para os esperados dois dígitos, na ordem de 13%. Assim, Moro tira votos de Bolsonaro na faixa do eleitorado que poderia vir a apoiar o ex-governador cearense.
Ciro Gomes, no entanto, não deixará de se mostrar um opositor de Lula, embora seu discurso agora se volte para o adversário paranaense. A campanha pedetista, no entanto, não é a única a ver Moro no caminho do presidenciável de centro-direita. Outros líderes partidários já identificaram o avanço da possível candidatura de Sergio Moro sobre o eleitorado pedetista.
O ex-juiz ocupa o espaço que Gomes tenta atrair para si: o de crítico de Lula (PT) e de Jair Bolsonaro. Se as próximas pesquisas mostrarem Moro à frente, Gomes talvez tenha que mudar de estratégia ou desistir, avaliam políticos.
Conforme publicou o diário conservador paulistano Folha de S.Paulo, em junho, pessoas próximas de Gomes, como o presidente Carlos Lupi, e pedetistas como Túlio Gadêlha, tentaram convencê-lo a concentrar ataques em Bolsonaro e deixar Lula de lado.
Em caráter reservado, no entanto, aliados do pré-candidato dizem não concordar que a candidatura de Moro seja prejudicial a ele. O principal prejudicado será Bolsonaro, dizem, que perderá votos para seu ex-ministro.