O Datafolha apresentou um crescimento de Ciro Gomes, na comparação com o levantamento anterior. O candidato do PDT atingiu 13% dos votos. Em agosto, tinha 10%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.
Por Redação – de São Paulo
A pesquisa Datafolha, primeira após a facada em Jair Bolsonaro (PSL), indica que o representante das forças de ultradireita chegou a 24% das intenções de voto, uma oscilação apenas dentro da margem de erro, desde o último levantamento do instituto, divulgado em 22 de agosto, quando registrou 22%. A pesquisa foi ao ar na noite desta segunda-feira.
Bolsonaro sai frustrado do episódio em que teria sido vítima de uma facadaO Datafolha apresentou, ainda, um crescimento de Ciro Gomes na comparação com o levantamento anterior. O candidato do PDT atingiu 13% dos votos. Em agosto, tinha 10%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.
“Não se sabe ao certo se a rejeição a Bolsonaro saltou na pesquisa porque já estava sendo ampliada, independentemente do que aconteceu, ou se efeito do próprio ato violento do qual foi vítima. Mas o fato é que o número de eleitores que afirmou não votar no candidato de jeito nenhum passou de 39% para 43% – o dobro do que foi registrado em termos de preferência dos eleitores – neste campo ele saltou de 22% para 24%”, escreveu o jornalista Fábio Lau, editor do site de notícias Conexão Jornalismo.
Ainda segundo Lau, “vale lembrar que às vésperas do ataque sofrido por um radical religioso, Bolsonaro voltou a atacar o PT e a pedir que fuzilassem seus simpatizantes. O ato, em que segurou o tripé de uma câmera de TV como se fosse um fuil, aconteceu no Acre dias antes de ser atacado a facada por Adélio Bispo”.
Apelo emocional
“Em segundo lugar, no campo da rejeição, está Marina Silva – que não por acaso viu a intenção de voto cair de 16% para 11%. A rejeição a Bolsonaro acontece com maior intensidade entre as mulheres, pessoas jovens e nordestinos. As mulheres foram o principal alvo de ataques do candidato que passou a carregar consigo a imagem de ‘misógino”.
O apelo emocional que a Rede Globo deu ao episódio do esfaqueamento de Jair Bolsonaro “revelou-se também inócuo”, acrescenta.
“Excluindo a realidade de que o próprio candidato incitou o ódio entre eleitores e defendeu a violência contra oponentes, a Globo fez ampla cobertura dedicando espaços generosos ao candidato do PSL. Ouvido no sábado, o vice de Bolsonaro, general Mourão, teve espaço de luxo na Globonews onde pode falar sobre seu candidato e elogiar torturadores sem ser interpelado pelos entrevistadores – entre eles Miriam Leitão e Fernando Gabeira. Ambos vítimas da ditadura”, conclui.