“O Senado abriu mão de manter as investigações extremamente importantes sobre figuras da República e cumprir o seu papel de ser um instrumento de responsabilidade e representação do povo brasileiro”. A afirmação é do presidente do Instituto Ethos, Caio Magri.
Por Redação, com RBA – de São Paulo
O Instituto Ethos retirou-se do Conselho de Transparência e Controle Social do Senado. Segundo o diretor-presidente da instituição, Caio Magri, não foi possível compactuar com a decisão tomada pelo plenário da Casa. Por 44 votos, a maioria dos senadores revogou as medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao senador Aécio Neves (PSDB-MG).
— A decisão aconteceu depois de bastante reflexão sobre o descolamento que a gente está tendo, extremamente preocupante, crítico, entre as instituições como o Senado e a Câmara dos Deputados da sociedade. O Ethos, quando aceitou participar do Conselho de Transparência do Senado, aceitou para contribuir, ampliar a transparência; a integridade e a possibilidade de termos uma instituição mais próxima da população — disse Magri, em entrevista à repórter Terlânia Bruno, da Rádio Brasil Atual (RBA).
Demandas populares
Segundo Magri, “o Senado abriu mão de manter as investigações extremamente importantes sobre figuras da República e cumprir o seu papel de ser um instrumento de responsabilidade e representação do povo brasileiro”.
— Nós não podemos compactuar com isso. O Ethos prefere se retirar do Conselho; colocar à disposição do Senado sua capacidade de contribuir com ações de fato efetivas para transparência e integridade. Mas não podemos nos manter em um espaço político que tem, reiteradamente, tomado posição em decisões contrárias aos desejos e demandas populares — afirmou o diretor-presidente do Ethos.
Inversão de valores
Ele também destacou avanços obtidos pelo Conselho.
— Conseguimos construir uma ferramenta de diagnóstico de transparência dos Legislativos do Brasil; seja nas Câmaras Municipais, nas Assembleias Legislativas, na Câmara dos Deputados e no próprio Senado Federal — pontua. Ele lembrou, ainda, que o fato possibilita que as pessoas possam pressionar para que Legislativos sejam mais transparentes.
‘Toma lá dá cá”
Para Magri, houve uma inversão de valores no atual panorama político do país.
— O Senado, e não estou dizendo que são todos os senadores e senadoras; mas a sua maioria absoluta, atuou contra as expectativas do povo brasileiro. Não podemos mais tolerar, de forma alguma, que não se aplique com justiça a punição àqueles todos envolvidos na corrupção, na apropriação e na captura do Estado para interesses privados e individuais. Invertemos a lógica de uma casa parlamentar que deveria representar o povo em uma política do ‘toma lá dá cá’ permanente que o governo Temer tem impingido à população brasileira — concluiu.
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