Ex-presidente Lula teme que ‘pirotecnia’ do governo Temer, na atual intervenção militar, possa comprometer imagem das Forças Armadas. Papel dos militares não se encaixa no perfil de polícia, assinala o líder petista.
Por Redação – de Belo Horizonte
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta quarta-feira, a intervenção militar no Rio de Janeiro. Lula cumpria agenda na capital mineira e, em entrevista em entrevista a uma rádio local, disse que a atuação do Exército nas favelas cariocas é inadequada.
— As nossas Forças Armadas não foram preparadas para isso. Tenho uma preocupação porque sei que esse é um tema que mexe com todos os brasileiros, sobretudo os mais pobres. Se o Estado não está presente com políticas públicas, não dá certo. O exército é preparado para defender a soberania nacional e não estar nas favelas — afirmou.
Pirotecnia
Para Lula, que lidera as intenções de voto em todos os cenários nas eleições presidenciais de outubro e pode ser inabilitado pela Justiça Eleitoral, a ação do governo é uma “pirotecnia”, que está relacionada à falta de votos do governo para aprovar a reforma da Previdência.
— Eu temo que essa intervenção no Rio de Janeiro seja uma coisa de pirotecnia, de interesse político. O Temer sabe que o que tirou a Reforma da Previdência da pauta foi a pesquisa dizendo que os deputados não iriam votar — disse Lula.
Bolsonaro
O ex-presidente destacou também que o brasileiro está perdendo as esperanças.
— Hoje você não tem no Brasil nenhuma instituição com credibilidade. O povo está perdendo a coisa mais importante, que é a esperança — observou.
Ainda segundo Lula, Temer “quer pegar os votos” do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), presidenciável da extrema direita, ligado à área da segurança.
— Temer quer tentar entrar no jogo — disse.
Lula visitou o acampamento Maria da Conceição, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Itatiaiuçu (MG), distante 60 km de Belo Horizonte.
Vice
O ex-presidente estava acompanhado do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e de deputados e dirigentes petistas.
Pimentel prometeu regularizar o acampamento, que classificou como “uma vitória”, e também criticou a intervenção militar no Rio de Janeiro.
— Aqui não vai ter intervenção. Quem cuida de Minas Gerais são os mineiros — disse o governador.
Ainda na entrevista, Lula revelou que o candidato a vice-presidente, na chapa dele, será o o empresário Josué Alencar (MDB), filho do vice-presidente da gestão Lula, José Alencar.
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