O Observatório, que contabiliza mortes por meio de uma rede de contatos dentro da Síria, disse que cerca de 85 % dos mortos foram assassinados por forças do governo ou de seus aliados
Por Redação, com Reuters – de Beirute:
O Observatório Sírio para Direitos Humanos, um grupo de monitoramento da guerra com sede no Reino Unido, disse nesta segunda-feira que cerca de 511 mil pessoas foram assassinadas desde que o conflito na Síria começou há sete anos.
Homem passa por destroços de prédios na cidade de Douma, em Ghouta Oriental, na Síria
O Observatório, que contabiliza mortes por meio de uma rede de contatos dentro da Síria; disse que cerca de 85 % dos mortos foram assassinados por forças do governo ou de seus aliados.
Ataques
Um comboio humanitário de emergência cruzou linhas de batalha e entrou no enclave rebelde sírio de Ghouta Oriental na última sexta-feira; disseram autoridades da Cruz Vermelha; mas os ataques aéreos foram retomados na área após uma pausa noturna.
Em menos de duas semanas o Exército da Síria reconquistou quase todas as terras de cultivo de Ghouta Oriental graças aos disparos de artilharia; e aos ataques aéreos quase constantes, deixando somente um pequeno grupo de cidades; cerca de metade do território, ainda sob controle dos insurgentes.
A operação já matou mais de 1 mil pessoas, disse a instituição de caridade Médicos Sem Fronteiras (MSF) na quinta-feira. Nesta estrangeiram o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, um grupo que monitora a guerra; estimou um saldo de mortes de 983 civis na campanha.
Para os civis de Ghouta Oriental, confinados em abrigos subterrâneos sem alimento nem água; existe um dilema constante: buscar suprimentos ou se manter em segurança.
– As pessoas ficaram esperançosas depois que o bombardeio diminuiu e foram para as ruas. Mas depois os ataques aéreos recomeçaram; e ainda há pessoas sob os escombros que não conseguimos retirar – disse Moayad, da cidade de Saqba.
Damasco
Tanto Damasco quanto Moscou disseram que o ataque é necessário para deter a artilharia rebelde nos arredores da capital síria; e acabar com o domínio de insurgentes islâmicos sobre civis em Ghouta Oriental.
Mas o alto comissário de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU); Zeid Ra’ad al-Hussein, disse, em comentários criticados pelo governo da Síria; que o ataque é “legalmente e moralmente insustentável”.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) disse; que um comboio humanitário cruzou linhas de batalha e rumou para Douma, a maior cidade do enclave.
O Observatório disse que não houve ataques aéreos nas cidades de Ghouta Oriental de madrugada pela primeira vez; desde que a ofensiva terrestre do governo teve início cerca de 10 dias atrás; e que só houve confrontos intermitentes ao longo das linhas de batalha.
Mas pouco depois de o comboio de 13 caminhões com pacotes de comida cruzar rumo a Ghouta Oriental, o Observatório e uma testemunha disseram que os ataques aéreos recomeçaram.
Um morador de Douma disse, em uma mensagem de voz na qual se ouvia ao fundo o som de explosões altas, que quatro caças estavam no ar e que áreas residenciais passaram a ser alvejadas.
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