Mais de 1 mil escolas afegãs continuam fechadas por motivos de segurança, e ao menos 86 foram destruídas por ataques de militantes só neste ano
Por Redação, com Reuters – de Cabul
O ataque de um homem-bomba contra um grupo de adolescentes que estudavam para provas de uma universidade em Cabul na quarta-feira chocou o Afeganistão, mas foi somente o mais recente de uma série de atentados em escolas que se revelaram alvos fáceis para grupos militantes.
Mais de 1 mil escolas afegãs continuam fechadas por motivos de segurança, e ao menos 86 foram destruídas por ataques de militantes só neste ano, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
– Ataques de grupos islâmicos radicais contra instituições educativas são uma das questões mais aterrorizantes enfrentadas por nossa nação hoje – disse o ministro do Interior, Wais Ahmad Barmak, após a agressão de quarta-feira na Academia Mawoud, instituição de ensino particular no oeste de Cabul.
O Estado Islâmico assumiu a autoria da explosão, que matou ao menos 34 pessoas, a maioria alunos que assistiam a uma aula de inglês.
Ataques
A maioria dos ataques recentes a escolas não ocorreu em Cabul, mas em províncias como Nangarhar, um bastião do Estado Islâmico, cuja tática se tornou famosa desde que o grupo surgiu no Afeganistão cerca de quatro anos atrás.
A escola secundária Malikyar Hotak, em Nangarhar, foi atacada duas vezes nas últimas semanas. Na primeira vez uma bomba por controle remoto não detonou, e na segunda atiradores decapitaram três guardas e deixaram o corredor principal da escola salpicado de sangue.
– Infelizmente, escolas e instituições educativas se tornaram um alvo fácil e uma maneira de pressionar o governo, para qualquer grupo – disse Kabir Haqmal, porta-voz do Ministério da Educação, em Cabul.
O Talebã, que ficou famoso por visar escolas e obrigar meninas e mulheres a ficarem em casa, agora tenta influenciar escolas negociando com autoridades de educação locais e dizem que não são contra meninas estudarem.
Seu rival Estado Islâmico, porém, intensificou seus ataques a escolas.