Iniciativa inovadora promove a coleta seletiva espontânea, no município Pedro Leopoldo, para evitar a reprodução do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Por Redação, com ACS – de Brasília
A coleta seletiva tem um importante papel para preservação do meio ambiente. Afinal, resíduos sólidos reciclados deixam de ser lixo e viram matéria prima novamente. Além disso, a prática também faz bem para saúde. Afinal, dar a destinação correta para o lixo é eliminar objetos que podem acumular água e se tornar criadouros do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Pensando nisso, uma iniciativa da cidade de Pedro Leopoldo, em Minas Gerais, criou um modelo diferente de incentivar a coleta de material reciclado: os muros inteligentes. Criado em 2013, o projeto propõe muros pela cidade, geralmente em escolas, com buracos onde o material deve ser depositado, com desenhos de grafite indicando o espaço para cada tipo de material: papel, plástico, vidro, metal, pet.
Atrás dos muros existem gaiolas que comportam o material depositado e facilitam o recolhimento pelos catadores da cidade. A presença dos muros pela cidade tem contribuído para a mudança de hábito da população quanto ao descarte correto do lixo e ao combate ao Aedes aegypti.
Encontrando a solução para um problema local
De acordo com a coordenadora da Rede Comunitária em Ação (Recoa), rede responsável pelo projeto, Márcia Lopes, a iniciativa nasceu de um projeto que capacitou 13 associações locais, entre elas a Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Pedro Leopoldo, que trouxe a visão da importância da coleta seletiva para a cidade. “Quando analisamos o cenário, percebemos que o que mais aparecia como um problema da cidade eram os resíduos sólidos, o lixo descartado de forma incorreta. Percebemos que a maioria desses resíduos eram recicláveis e decidimos desenvolver um projeto coletivo nesse sentido”, conta.
Atualmente há 14 Muros Inteligentes instalados em diferentes pontos da cidadePara resolver um problema comum a todos, nasceu o Muro Inteligente. “Com parceria da prefeitura, começamos o projeto nas escolas da cidade e queríamos que os alunos fizessem parte disso tudo, como proprietários e guardiões dos muros”, explica a coordenadora.
E a ideia deu certo. Atualmente há 14 Muros Inteligentes instalados em diferentes pontos da cidade. A participação da sociedade é fundamental para o sucesso da iniciativa. “Trabalhamos com algumas frentes, como oficinas de grafite para os jovens e a realização de palestras sobre sustentabilidade. As crianças e os jovens são responsáveis pelos grafites que colorem cada um dos muros e com isso temos um processo de empoderamento. Eles cuidam dos muros nas escolas e também incentivam as famílias a descartarem o lixo de forma correta”, celebra Lopes.
Combate ao Aedes
Recentemente, o projeto ganhou a parceria do departamento de vigilância em saúde da prefeitura da cidade e, consequentemente, da Sala de Coordenação e Controle ao Aedes de Minas Gerais. Em parceria com a vigilância, o projeto tem avançado na realização de combate ao Aedes.
– É um projeto que envolve muitas frentes e a saúde é uma delas. Quando você oferece uma tecnologia para a comunidade, para diminuir os focos do mosquito, temos um impacto ambiental muito positivo. Geramos o benefício de descartar aquela tampinha ou latinha na rua que ficava por muito tempo acumulando água. É importante que as pessoas entendam que combater o mosquito é cuidar da própria saúde e da saúde de todos que vivem na sua cidade – alerta Lopes.