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Os 80 anos do Zelito Vianna

18 de Maio de 2018, 22:10 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Há muitos anos eu não ia a uma festa de dança, como a que aconteceu nesta semana no aniversário do nosso querido Zelito Vianna, membro do não menos amado Cinema Novo. Fez oitenta anos, na sua casa, comemorados com petiscos, drinques e bebidas, até o uísque que já foi substituído pelo vinho branco e tinto além do champagne francês e cerveja.

Por Maria Lúcia Dahl, do Rio de Janeiro:

Maria Lúcia na festa do Zelito

Há muitos anos que eu não ia a uma festa de dança, que aconteceu essa semana no aniversário do nosso querido Zelito Vianna, membro do não menos amado Cinema Novo.
Fez oitenta anos, na sua casa, comemorados com petiscos, drinques e bebidas, até o uísque que já foi substituído pelo vinho branco e tinto além do Champagne francês e a cerveja.
Conheço a família Palma, da sua mulher, Vera, e Vianna , do Zelito, desde que comecei a fazer cinema.
Era uma época em que ninguém parava, fazendo filmes e esticando nos bares e restaurantes da moda, alguns eternos, como o Bar Lagoa, por exemplo, onde ainda se encontra gente conhecida desde o final dos anos 60 até hoje, felizes da vida, tomando o seu chopinho.
Mas a essa altura, todo mundo tinha vinte, trinta anos, por aí.
Jamais poderia imaginar que esta mesma turma fosse comemorar os 80 anos num festão inacreditável, todos dançando com músicas maravilhosas desta e daquela época.
A festa foi no Golden Gate, o prédio maior da Av. Atlantica, onde a Vera, dona da casa, anda de bolsa dentro das muitas salas e quartos pra não ter que dar volta e meia por que esqueceu o celular, por exemplo.
Comecei a me divertir desde a tarde desse dia, quando um mendigo completamente doido e bêbado, meio que dançando, sozinho, perguntou pra mim perto da minha casa:
-A senhora é a Maria Lúcia Dahl?
Impressionada com a sua pergunta, disse que era, e ele tornou a perguntar: “Não se lembra de mim? Fizemos algumas novelas juntos.
-Novelas? Perguntei.
-Sim, disse o mendigo, louco, sempre dançando. Eu sou o Tarcísio Meira.
E citou umas duas novelas que, realmente eu fiz com o Tarciso.

Então, depois de eu lhe chamar de Tarcísio, o que lhe fez cantar de felicidade, além da dança, passou uma moça que andava na rua e ele disse a ela: “Entra. Está na hora da gravação.”
A mulher, espantada, ficou dura, parada enquanto ele dançava cada vez mais. Então ela começou a perguntar coisas pra ele que gritou, indignado, como para uma suposta equipe de gravação: “Corta” Corta” Esse texto está horrível!”
Então, me despedi do suposto Tarcísio Meira, cada vez mais doido, e entrei , às gargalhadas, no carro do meu companheiro que veio me buscar pra festa do Zelito, onde todos bebiam e dançavam, felizes, em 2018, com músicas divinas de décadas atrás enquanto a Vera, dona da casa, verificava, sempre, se não faltava nada na sua bolsa, no ombro, tipo celular, velas, cigarro até a maravilhosa hora dos parabéns.

Maria Lúcia Dahl , atriz, escritora e roteirista. Participou de mais de 50 filmes entre os quais – Macunaima, Menino de Engenho, Gente Fina é outra Coisa – 29 peças teatrais destacando-se- Se Correr o Bicho pega se ficar o bicho come – Trair e coçar é só começar- O Avarento. Na televisão trabalhou na Rede Globo em cerca de 29 novelas entre as quais – Dancing Days – Anos Dourados – Gabriela e recentemente em – Aquele Beijo. Como cronista escreveu durante 26 anos no Jornal do Brasil e algum tempo no Estado de São Paulo. Escreveu 5 livros sendo 2 de crônicas – O Quebra Cabeça e a Bailarina Agradece-, um romance, Alem da arrebentação, a biografia de Antonio Bivar e a sua autobiografia,- Quem não ouve o seu papai um dia balança e cai. Como redatora escreveu para o Chico Anisio Show.Como roteirista fez recentemente o filme – Vendo ou Alugo – vencedor de mais de 20 premios em festivais no Brasil.

Direto da Redação é um fórum editado pelo jornalista Rui Martins.

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Fonte: https://www.correiodobrasil.com.br/os-80-anos-do-zelito-vianna/

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