O Paquistão negou qualquer envolvimento e pediu uma intervenção da Organização das Nações Unidas (ONU).
Por Redação, com Reuters – de Islamabad
O primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, disse nesta terça-feira que o país está disposto a cooperar com a Índia em sua investigação de um ataque a bomba na disputada região da Caxemira na semana passada, que a Índia atribui ao Paquistão, mas alertou para uma retaliação caso seu país seja atacado.
Premiê do Paquistão, Imran Khan, discursa em KartarpurA tensão entre os vizinhos, ambos detentores de armas nucleares, aumentou consideravelmente depois que um ataque a bomba suicida reivindicado pelo grupo militante Jaish-e-Mohammad (JeM), radicado no Paquistão, que matou 40 policiais paramilitares indianos na quinta-feira.
O Paquistão negou qualquer envolvimento e pediu uma intervenção da Organização das Nações Unidas (ONU). Já o premiê indiano, Narendra Modi, que enfrenta uma eleição em maio, está sendo pressionado para buscar vingança e disse que deu carta branca para uma “reação forte” de suas forças de segurança.
O principal comandante militar indiano na Caxemira disse às mães de filhos militantes que ou eles se rendem ou serão mortos, e as forças de segurança intensificaram a repressão em reação ao ataque mais mortífero contra forças de segurança em três décadas de insurgência na região de maioria muçulmana.
Em um pronunciamento televisionado, Khan disse que o Paquistão está pronto para agir contra qualquer um que se descubra estar por trás do ataque.
– Se vocês tiverem qualquer inteligência acionável de que paquistaneses estão envolvidos, entreguem-na a nós, garanto que agiremos – disse Khan no discurso à nação.
Os militares do Paquistão têm um longo histórico de uso de militantes para atingir objetivos de política externa, e há anos a Índia acusa o país de apoiar militantes separatistas envolvidos em uma revolta de quase 30 anos em seu único Estado de maioria muçulmana.
País muçulmano, o Paquistão vem dizendo há tempos que só oferece apoio moral e diplomático à população da Caxemira em sua busca por autodeterminação, mas jamais dissipou a convicção indiana de que auxilia os militantes.
Khan disse que seu país mudou.
– Estou lhes dizendo claramente que este é um novo Paquistão. Esta é uma nova mentalidade, esta é uma nova maneira de pensar.
– Queremos estabilidade.
O tenente K.J.S. Dhillon, comandante indiano na Caxemira, acusou a principal agência de espionagem paquistanesa de “controlar” aqueles por trás do ataque de quinta-feira e alertou para uma retaliação.