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Sem votos para aprovar reforma, Temer apela a Aécio e até prefeitos

22 de Novembro de 2017, 14:43 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Temer, na tentativa de aprovar a reforma da Previdência, promove jantares, abre agenda a encontros em restaurante e apela a senador acusado de corrupção.

 

Por Redação – de Brasília

 

A agenda do presidente de facto, Michel Temer, segue ainda mais movimentada desde que o suposto aliado e presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) o avisou, em pronunciamento público, que “falta muito ainda” para o governo conseguir os 308 votos; número suficiente para aprovar a reforma da Previdência. Desde então, jantou no restaurante Piantella, noite passada, com sua equipe de governo, parlamentares e jornalistas, a convite de um site de ultradireita; reúne-se com prefeitos e promove um convescote, no Palácio da Alvorada, com possíveis apoiadores da reforma. Se não bastasse, apelou ao senador mineiro Aécio Neves (PSDB), em franca decadência após ser afastado da Presidência do partido por suspeita de corrupção, para tentar fisgar alguns votos no ninho tucano.

Sem novas opções, Temer buscou o apoio de Aécio Neves (PSDB-MG). Pediu que o aliado consiga votos junto aos tucanos

Sem novas opções, Temer buscou o apoio de Aécio Neves (PSDB-MG). Pediu que o aliado consiga votos junto aos tucanos

Quanto aos prefeitos, em plena crise econômica e de pires na mão; Temer promete injetar algum dinheiro no Fundo de Participação dos Municípios. A proposta estava pronta para ser apresentada, nas próximas horas. O projeto estava de posse do presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski. Ele estava com um encontro marcado no Palácio do Planalto.

Temer prometeu a deputados, segundo informação vazada a um dos diários conservadores paulistanos, levar o pedido à equipe econômica. O peemedebista quer uma avaliação sobre o assunto. Em contrapartida, porém, exige que os prefeitos o apoiem na tentativa de aprovar a reforma da Previdência. O substituto da presidenta deposta Dilma Rousseff (PT) acredita que uma pressão dos dirigentes municipais sobre os deputados surtirá efeito positivo na Câmara.

Tucanos

A proposta de mudança na legislação previdenciária foi mal recebida pelo eleitor brasileiro. Na última pesquisa do instituto Vox Populi/ CUT, 85% dos entrevistados são contrários à proposta do presidente mais impopular na face da Terra. Temer aparece com margem de erro entre 0% e 3% na aprovação do público, a menor em todo o planeta.

Ainda assim, a poucas horas antes de o PSDB realizar uma reunião decisiva quanto a permanecer, ou não, na base aliada ao governo, para a votação da reforma previdenciária; Temer reuniu-se com Aécio Neves, nesta manhã. Pediu o apoio dele e do que resta de seu grupo para aprovar a medida. O peemedebista prometeu, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, permitir que os indicados do tucano mineiro permaneçam no governo; após a reforma em curso no seu gabinete. Os nomes serão mantidos ainda que os tucanos desembarquem da base; após a convenção marcada para início do mês que vem.

Apesar da promessa, alguns tucanos preferiram deixar, espontaneamente, a equipe ministerial. O ocupante do Ministério das Cidades, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) foi o primeiro a sair. No início desta tarde, foi a vez do chefe da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, deixar o cargo. Mais do que prontamente, o PMDB indicou o nome do deputado Carlos Marun (MS) para ocupar a vaga.

Derrota

Aécio, no entanto, segue na tentativa de ajudar o cúmplice em processos que correm na Justiça, no âmbito da Operação Lava Jato. Na véspera, telefonou para uma série de correligionários e pediu que ajudem a aprovar a cassação de direitos dos aposentados. Não foi bem recebido por vários deles, conforme apurou o CdB. As negativas, porém, serviram para que os articuladores políticos do Palácio do Planalto traçassem um mapa dos obstáculos a serem enfrentados na Casa.

Para se ter uma ideia do quadro de dificuldades do peemedebista, Temer ouviu os líderes e vice-líderes do PP, PSD, PR, PRB, SD, DEM, PMDB e PSDB, partidos que reúnem 291 deputados, 57% do total de parlamentares da Câmara. A maioria das deputados permanece resistente em aprovar a proposta apresentada.

O principal motivo continua o mesmo. O pavor da derrota, nas urnas, nas eleições do ano que vem. Temem, acima de tudo, o desgaste eleitoral. Muitos deles querem, antes, que o governo demonstre sua capacidade em convencer a população sobre a necessidade de aprovar a reforma da Previdência.

— Esqueça (a reforma da) Previdência este ano. Não tem a menor chance de aprovar. A reforma ministerial não atendeu a toda a base — disse a jornalistas o líder do PR, José Rocha (BA).

Nada de reforma

Para o líder do PSD na Câmara, a bancada continua “muito resistente” em votar agora, pois teme desgaste político.

— O processo para aprovar a Previdência agora é de convencimento do governo com a sociedade — Marcos Montes (PSD-MG).

Para o líder do DEM, Efraim Filho (PB), as mudanças ministeriais e no texto da reforma são bem-vindas, mas sozinhas não têm o “condão de puxar os votos”.

— A grande resistência ainda é o impacto eleitoral. Falta ainda a crença de que o Senado vai votar a proposta também — afirmou.

O líder do SD, deputado Aureo Ribeiro (RJ), adianta que o partido é contra a reforma de qualquer forma.

— Se votar agora já é um erro, imagina se aprovar — descarta.

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Fonte: https://www.correiodobrasil.com.br/sem-votos-aprovar-reforma-temer-apela-aecio-ate-prefeitos/

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