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Temer não tem votos suficientes para aprovar reforma, revela Maia

21 de Novembro de 2017, 14:36 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Senado também descarta avaliar a reforma da Previdência e deixa Planalto falando sozinho sobre o assunto.

 

Por Redação – de Brasília

 

Nem a Câmara, nem o Senado têm interesse em avaliar a reforma da Previdência, mesmo na proposta reduzida conforme sugere o Palácio do Planalto. Na manhã desta terça-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reconheceu que o governo está “muito longe” de obter os 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência. Ele defendeu, no entanto, a permanência do ministro Antonio Imbassahy na Secretaria de Governo, responsável pela articulação política com os parlamentares.

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Segundo Maia, é importante para o governo concluir a reforma ministerial o quanto antes; para poder avançar nas negociações relativas à reforma da Previdência. A tarefa, porém, não é tão simples; mas “fundamental e urgente” para o Brasil, segundo o parlamentar da ultradireita.

Reforma ministerial

Maia saiu em defesa do presidente de facto, Michel Temer. Ele apoia a manutenção de Imbassahy no cargo; apesar da insatisfação de parte da base aliada com o ministro tucano.

— Creio que na articulação política, o que a gente precisa é que o ministro esteja pronto para o diálogo conosco (Congresso). O Imbassahy hoje tem diálogo com parte da base, e não tem com outra. Nada que a gente também não consiga, conversando, chegar a um entendimento e compreensão. E talvez o melhor caminho seja a manutenção do ministro. O presidente, pelo que eu vi, da última vez que falei com ele, ele não se decidiu. E acho que, da minha parte, você sabe que o deputado Antonio Imbassahy é um amigo que eu tenho, é uma pessoa que tem ajudado muito — disse Maia.

Mais tarde, ainda nesta terça-feira, o Palácio do Planalto confirmará a escolha do deputado Alexandre Baldy (Podemos-GO), ligado a Maia. Ele vai assumir o Ministério das Cidades.

MP da reforma

O presidente da Câmara disse, ainda, que a Medida Provisória (MP) com os ajustes à reforma trabalhista tende a ser votada ainda neste ano. A nova declaração suaviza o discurso; após ter dito em entrevista, na semana passada, que ainda não havia decidido se pautaria a MP. Ele era a favor de que as mudanças fossem feitas por meio de projeto de lei.

— Essa questão da reforma trabalhista, o ideal é que esse tema deveria, continuo insistindo, ter sido encaminhado por projeto de lei. Creio que o ideal, para o Brasil, é que tudo fosse resolvido ainda esse ano — acrescentou.

A MP foi prometida pelo governo ao Senado quando a reforma trabalhista era votada na Casa. Senadores, inclusive da base do governo, tinham a intenção de modificar o texto enviado pelos deputados, mas qualquer alteração forçaria o projeto a passar por uma nova votação na Câmara. O governo, que tinha pressa para aprovar a medida, comprometeu-se a enviar uma medida provisória contemplando as demandas dos senadores caso o texto da reforma trabalhista fosse votado sem alterações no Senado, como acabou acontecendo.

No Senado

Mas as dificuldades de Temer não se resumem à Câmara. Ainda que o governo consiga negociar os 308 votos necessários, na Casa, o Senado será um novo obstáculo e a reforma da Previdência tende a ser agendada apenas em março do ano que vem. Se passar na Câmara na primeira semana de dezembro, a tramitação no Senado tende a ser concluída no último trimestre de 2018, avisou o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE)

As mudanças no INSS, lembrou, em conversa com jornalistas, nesta manhã, “tramitam na Câmara há mais de um ano. Os senadores não vão votar a matéria a toque de caixa”. A posição do Senado também serve como um recado ao governo. Temer prioriza a Câmara na reforma ministerial e não tem ouvido os senadores, reclama.

Proposta mínima

Diante das negativas, tanto na Câmara, quanto no Senado, Temer afirmou, nesta tarde, que o novo texto não será “muito amplo”. Mas terá como objetivo “sobreviver” nos próximos anos e evitar que o Brasil passe pelo mesmo clima de países da Europa; que adiaram as mudanças na concessão de benefícios e depois tiveram de cortá-los.

– Nós estamos fazendo uma reforma que vai causar vantagens para a Previdência Social, mas ela não é muito ampla. Nós temos o limite de gastos e vamos equiparar o sistema público ao privado — disse Temer. Ele falou durante uma cerimônia no Palácio do Planalto, de lançamento de um pacote de ações digitais a fim de melhorar o atendimento e a qualificação dos trabalhadores, o Emprega Brasil.

Para Temer, é preciso fazer isso para sobreviver e permitir a continuidade no pagamento das pensões. Ele citou que, na Europa, países que não fizeram mudanças na previdência tiveram de posteriormente cortar o pagamento de 40% das aposentadorias e dos vencimentos dos funcionários públicos; situação que ele classificou de “um drama brutal”.

Publicidade

O peemedebista disse, ainda, que a reforma não vai causar “prejuízo para ninguém”. Ele destacou que trabalha, juntamente com o Congresso e a sociedade, para fazer esse esclarecimento público. E disse que isso não é uma publicidade. Ainda assim, citou que vai haver peças na televisão e nos jornais para falar sobre as mudanças.

– Trata-se de esclarecimento porque as manifestações equivocadas em relação à Previdência Social têm sido muito amplas e volto a dizer equivocadas – criticou.

No discurso, ele destacou o “entrosamento” que tem com o Congresso Nacional, que foi capaz de levar as medidas adiante. Disse, ainda, que tem atuado para fazer um trabalho harmônico, com o apoio dos “nossos” líderes do Congresso.

– A primeira palavra quando assumimos era diálogo, o que antes não existia – acrescentou, em referência indireta ao governo da presidenta deposta Dilma Rousseff, de quem era vice-presidente.

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Fonte: https://www.correiodobrasil.com.br/temer-nao-tem-votos-aprovar-reforma-revela-maia/

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