Grupo parlamentar da antiga base aliada ao governo Temer planeja obter dividendos políticos nas eleições. A terceira denúncia, todavia, deverá ser aprovada somente após as eleições.
Por Redação – de Brasíllia
Parlamentares da base aliada ao governo encontraram uma forma de se desvincular da rejeição absoluta ao presidente de facto, Michel Temer (MDB). Embora tenha votado pela deflagração do golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff (PT), uma expressiva fatia da Câmara e do Senado encontrou na aprovação da terceira denúncia contra o emedebista uma forma de tentar a reaproximação com os eleitores que rejeitam a atual gestão federal.
Em fase de conclusão na Procuradoria-Geral da República (PGR), a nova denúncia coloca Temer a um passo de se tornar réu; segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, nesta segunda-feira. Uma vez observados os prazos legais, caso seja apresentada até o final de julho, a denúncia deverá coincidir com o calendário eleitoral e apressar a posse do presidente eleito, em outubro.
Rejeição recorde
As conversas entre os deputados e senadores segue no sentido de que Temer passou do ponto de não retorno; após o provável envolvimento no trânsito de propina ocorrido no Porto de Santos. Caso a PGR apresente a nova peça de acusação, dificilmente o mandatário conseguirá fazer com que seja barrada no Congresso. A impopularidade do grupo que tomou o Palácio do Planalto atinge um nível inédito; de acordo com as pesquisas de opinião.
Integrado, em sua maioria, por candidatos à reeleição, o grupo avalia que, com apenas 3% de aprovação, Temer não teria força para resistir a outra ofensiva da Procuradoria-Geral.
Parcela da sociedade tende a se mobilizar, conforme apurou o CdB, a nova denúncia precisaria ser aprovada após as eleições, para não fragilizar, ainda mais, as instituições no país.
Quadrilhão
Procuradora-geral da República, Raquel Dodge estaria de posse de dados suficientes para fechar uma terceira denúncia Temer.
Temer já foi denunciado pela ex-procurador-geral Rodrigo Janot pelo crime de corrupção passiva; a partir de informações da delação da J&F em junho do ano passado. O texto, contudo, foi arquivado após votação no plenário da Câmara dos Deputados em agosto.
Em setembro último, prestes a deixar o cargo, Janot denunciou novamente mandatário. Dessa vez, pelos crimes de organização criminosa e obstrução da justiça. O emedebista foi acusado de liderar o chamado ‘Quadrilhão do PMDB’, grupo político que teria cometido crimes contra a administração pública. O texto foi arquivado pelo plenário da Câmara em outubro.
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