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‘Todos os líderes deveriam ir à COP26’, diz comissário europeu

27 de Outubro de 2021, 10:53 , por Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Negociador-chefe da UE na cúpula do clima pede mais ambição e comprometimento dos governantes contra a mudança climática, além de “declarações ousadas”. Bolsonaro é um dos líderes que não confirmaram presença.

Por Redação, com DW – de Londres

O vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, responsável pelas questões ambientais no Executivo do bloco europeu, afirmou em entrevista à agência alemã de notícias Deutsche Welle (DW) que gostaria de ver todos os líderes comprometidos, e presentes, na próxima Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas, a COP26, a ser realizada em Glasgow, na Escócia, a partir de 31 de outubro.

A COP26 ocorre num momento considerado decisivo para o planeta

O presidente Jair Bolsonaro, assim como os líderes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping, está entre os que deverão enviar representantes à cúpula da ONU, em vez de comparecer pessoalmente. O Brasil levará a segunda maior delegação para o evento em Glasgow, mas a presença de Bolsonaro ainda não foi confirmada.

Críticos temem que os demais líderes presentes na conferência não consigam fazer um acordo significativo para o planeta sem a participação desses faltantes.

– Seria melhor ter todos presentes – afirmou Timmermans à DW em Bruxelas. “Mas mais importante do que a presença dos líderes, é o compromisso com o enfrentamento da crise climática, o compromisso com a redução de suas emissões. E todos esses líderes fizeram declarações relativamente ousadas nos últimos meses. Então veremos o que acontece.”

O comissário europeu, que atuará como negociador-chefe da União Europeia (UE) na COP26,  alertou que o mundo precisa fazer mais e ser mais ambicioso nas metas climáticas, a fim de conter o aquecimento do planeta.

Um relatório das Nações Unidas publicado na terça-feira afirmou que as atuais promessas dos países para reduzir as emissões de gases de efeito estufa não são suficientes para evitar uma mudança climática catastrófica e o “sofrimento sem fim” que ela causará.

Sem ações urgentes, as temperaturas globais poderão aumentar, até o fim deste século, 2,7 ºC em relação à era pré-industrial, quase o dobro da meta de 1,5 ºC estabelecida no Acordo de Paris em 2015, alertou o relatório da ONU.

– Não somos ambiciosos o suficiente – disse Timmermans à DW. “Na COP26 precisamos tentar encontrar um consenso que nos levará a uma situação em que fiquemos abaixo dos 2 ºC [de aumento]. Precisamos fazer mais. Precisamos ser mais ambiciosos.”

Planos climáticos da China

A China e suas políticas climáticas estão entre as principais preocupações na COP26. Timmermans deverá se reunir nesta quarta-feira em Londres com o enviado especial sobre mudanças climáticas do país, que é o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo.

– Espero obter mais clareza sobre os planos da China – disse ele, num momento em que as atuais metas climáticas da nação asiática são tachadas também de pouco ambiciosas.

– Espero que possamos trocar informações sobre os três principais temas da discussão, que são a ambição de reduzir as emissões, o financiamento do clima e tudo o que diz respeito às regras do jogo – declarou. “Portanto espero que possamos esclarecer a situação da China, certamente esclarecerei a situação da UE e, com sorte, juntos poderemos criar a base para um resultado bem-sucedido na COP.”

Financiamento climático aos mais pobres

Timmermans também se mostrou decepcionado com planos divulgados na terça-feira pelo governo do Reino Unido, que organiza esta cúpula do clima, sobre uma ajuda financeira anual para que países mais pobres possam travar sua batalha contra o aquecimento global.

Os planos britânicos sugerem que a promessa dos países desenvolvidos de entregar 100 bilhões de dólares por ano em financiamento climático para as nações mais pobres não será cumprida antes de 2023. O objetivo inicial era fazê-lo já em 2020.

– Eu gostaria de ver isso acontecer mais cedo – declarou Timmermans. “Mas chegaremos lá.”

Pressionado sobre se a Europa decepcionou os países em desenvolvimento, ele se defendeu. “Não acho que a UE falhou”, afirmou. “A UE é um dos maiores contribuidores do financiamento, mesmo além da porcentagem que temos na economia mundial. Portanto, a UE é aliada do mundo em desenvolvimento.”

Mas Timmermans fez uma advertência resoluta: “Tenho que ser muito, muito claro: se não formos capazes de fornecer esse financiamento, não podemos – com toda a sinceridade, pedir aos países em desenvolvimento que façam mais.”

– Eles precisam ser capazes de se adaptar e mitigar suas emissões, mas especialmente se adaptar a essas novas condições, e não podem pagar por tudo isso sozinhos. Então, realmente precisamos de US$ 100 bilhões para garantir que ajudemos o mundo em desenvolvimento a fazer o que for necessário para sua população – concluiu o comissário.


Fonte: https://www.correiodobrasil.com.br/todos-lideres-deveriam-ir-cop26-diz-comissario-europeu/

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