Para Busacca, o árbitro de vídeo (VAR) que será usado na Copa do Mundo deste ano na Rússia para auxiliar os árbitros é uma rede de segurança mais que necessária que pode acabar com o purgatório dos juízes
Por Redação, com Reuters – de Zurique:
Massimo Busacca ainda lembra de suas noites em claro. O diretor de arbitragem da Fifa foi árbitro por 15 anos e ainda lembra quanto sofrimento e autoquestionamento estes profissionais enfrentam depois de um desempenho ruim.
Massimo Busacca, diretor de arbitragem da Fifa
– Para entender o que é a vida de um árbitro, tente ser um uma vez – disse o suíço em entrevista à agência inglesa de notícias Reuters. “Tente, só para ver o que significa cometer um erro sério; e ser assassinado pela mídia no dia seguinte”.
– Só eu sei quantas horas passei olhando para o teto, sem dormir, por causa do meu erro… e se; que uma única decisão pode mudar sua vida – acrescentou.
Erro
Busacca disse que “um jogador pode ser muito ruim durante 89 minutos; aí ele marca um gol e de repente é um herói. Um árbitro pode ser o melhor do mundo durante 89 minutos, aí comete um erro e é assassinado”.
Para Busacca, o árbitro de vídeo (VAR) que será usado na Copa do Mundo deste ano na Rússia; para auxiliar os árbitros é uma rede de segurança mais que necessária que pode acabar com o purgatório dos juízes.
– Peço que nos deixem usar o VAR nestes momentos – disse ele à agência inglesa de notícias Reuters na lateral de um campo de treinamento de árbitros europeus; e africanos que apitarão partidas na Rússia. “Nossas carreiras e nossas vidas têm que mudar, têm que ser mais justas”.
Copas do Mundo
Busacca, cuja própria carreira incluiu duas Copas do Mundo e uma final de Liga dos Campeões; lembra de apitar uma partida “importante” da Champions na qual houve um lance para expulsão; mas sem que tivesse certeza de qual jogador cometeu a falta.
Ele não tinha o VAR para ajudá-lo, então recorreu ao que lhe pareceu a melhor opção — e consultou os jogadores envolvidos.
– Eu disse ‘por favor, me digam quem cometeu a falta porque senão pode ser meu último jogo’ – contou. “Os jogadores foram muito justos… um deles admitiu e dei o cartão vermelho”.
Busacca disse que, sem o VAR, os jogadores descobrem rapidamente o; que os replays da televisão mostram; enquanto o árbitro continua no escuro.
Jogadores
– Os jogadores recebem informação de fora do campo. Membros da equipe assistem à partida em um iPad, ou o técnico recebe um SMS – disse.
Com o sistema VAR, um árbitro treinado com acesso a um monitor de vídeo, e em comunicação constante com a principal autoridade da partida, verifica decisões que podem decidir o rumo do jogo.
Uma das queixas mais frequentes é que incidentes demais estão sendo revistos, mas Busacca disse que a última coisa que um árbitro quer é consultar o VAR.
– Como qualquer pessoa, os árbitros não gostam de saber que cometeram um erro.
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