Construído no início do século passado, o imóvel pertencia à família Guinle, que também construiu o Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador do Estado do Rio de Janeiro.
Por Redação – do Rio de Janeiro
O imóvel da Fundação Pestalozzi do Brasil, na Mangueira, tombado por decreto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), teve uma área de lazer das crianças portadoras de necessidades especiais tomada, neste fim de semana, por moradores da comunidade vizinha. Os invasores tentam evitar que o terreno seja arborizado, o que impedirá a permanência dos automóveis onde as crianças estariam brincando.
A sede da Pestalozzi do Brasil é um patrimônio arquitetônico do Rio de JaneiroA 17ª Delegacia de Polícia, de São Cristóvão, foi acionada para retirar os veículos estacionados, irregularmente, a pedido do embaixador Sergio Nogueira Lopes, benemérito da instituição com sede em Zurique, na Suíça,
A área será arborizada (clique para aumentar)– Precisamos chamar a polícia para que os veículos sejam retirados. Trata-se de um abuso. Por uma gentileza da instituição, permitimos que alguns moradores, deixem seu carros parados lá enquanto as obras não avançavam. Agora, porém, vamos seguir com o projeto de arborização do terreno, que faz falta para as crianças. De forma alguma, permitiremos que uma área de lazer, um espaço verde, seja transformada em estacionamento. Acionamos, inclusive, o Juizado de Menores, para defender os interesses dos alunos – afirmou Nogueira Lopes.
Patrimônio público
Construído no início do século passado, o imóvel pertencia à família Guinle, que também construiu o Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador do Estado do Rio de Janeiro. Na Mangueira, onde a instituição atende a um público específico de alunos, com necessidades especiais, a área foi tombada e tem sido preservada ao longo das últimas décadas. Nos últimos quatro anos, porém, aumentou o número de tentativas dos moradores de ocupar áreas do terreno onde funciona a escola.
– Temos contado com o apoio das autoridades para impedir que um patrimônio deste quilate seja dilapidado, a exemplo da sede do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e tantos outros prédios públicos que tinham lugar aqui em São Cristóvão, uma região histórica do Rio de Janeiro. – afirmou o embaixador.
Procurados pela reportagem do Correio do Brasil, nenhum dos moradores vizinhos concordou em falar sobre os fatos ocorridos durante o final de semana. O caso está registrado na 17ª DP.