
Revista Veja: Entrevista “bomba” saiu no sábado, 15 de setembro de 2012, e já se tinha notícia da tal fato desde dia 13 de Setembro (blogs falam muito).
O Portal Terra afirma com clareza que o fax para o STF foi enviado em 22 de setembro de 2012, sábado seguinte à entrevista “bomba”, ou seja uma semana após (clique aqui).
Fausto Macedo de O Estado de S.Paulo, também de quinta-feira, dia 1º, traz sobre o depoimento sigiloso e encontramos diversas contradições justamente neste texto. Vamos lá:
1. Fausto diz “[...] prestou depoimento ao Ministério Público Federal no fim de setembro [...]”.
2. Fausto diz a seguir: “[...] Dias depois do novo depoimento, Valério formalizou o pedido para sua inclusão no programa de testemunhas enviando um fax ao Supremo Tribunal Federal [...]”.
Fica a questão: se Marcos Valério mandou o fax depois do depoimento, o que todos os sites concordam, ele não poderia ter dado seu depoimento “no fim de setembro” e sim antes de 22 de setembro, o que convenhamos não é o fim, era uma semana antes.
Em outro texto do jornal Estadão temos mais lenha para esta fogueira de datas: “Em 22 de setembro, pouco depois de ter prestado o novo depoimento ao Ministério Público, um fax subscrito por Marcelo Leonardo, advogado de Valério, foi enviado ao Supremo com pedido para que o empresário pudesse dar detalhes sobre o que havia dito em troca de ser incluído no programa de proteção à testemunha. O fax de Valério também fazia referência à possibilidade da delação premiada.”
Finalmente a revista Veja publica também na quinta-feira, dia 1º, um texto a respeito do assunto e diz: “Em sua edição desta semana, Veja revela que Marcos Valério, o operador do mensalão, informou ao Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de um fax enviado à Corte em 22 de setembro, seu desejo de prestar novas declarações ao tribunal sobre o esquema [...]. O fax foi encaminhado ao Ministério Público (MP) pelo presidente do STF, Carlos Ayres Britto. Pouco depois, Valério prestou novo depoimento ao MP [...]”.
Afinal, quantos depoimentos Marcos Valério deu ao MPF?
Neste mesmo texto ainda há algo intrigante:
“Investigadores ouvidos pela publicação disseram que Valério informou o MP a respeito de outras remessas feitas ao exterior durante a vigência do esquema de corrupção, além das julgadas pelo Supremo. No julgamento do mensalão, a Corte analisou vários pagamentos feitos a Duda Mendonça no exterior, e acabou absolvendo o publicitário. A íntegra do depoimento de Valério é mantida sob sigilo. Ao informar à Procuradoria já ter sido ameaçado de morte, o operador do mensalão citou o caso do assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André, em São Paulo.”
Semanas antes do depoimento, Veja publicara em reportagem um resumo dos segredos do mensalão até então guardados por Valério.
Ficam as perguntas:
– Que investigadores são estes que falam a Veja de depoimentos sob sigilo?
– “Semanas antes do depoimento [...]”, quem está mentindo, pois se o fax foi enviado em 22 de setembro e a reportagem saiu dia 15 de setembro (sabia-se antes dia 13 sobre a mesma), o período é de menos de uma semana entre reportagem “bomba” e fax para o STF e no meio disso tem o depoimento ao MPF e a briga intestina do advogado com a revista logo após a reportagem “bomba”.
Fica muito evidente que se a entrevista “bomba” saiu logo após o depoimento de Marcos Valério ao MPF. Se isso ocorreu, a fonte de Veja está dentro do MPF e aí…
Finalizando, a data do depoimento é fundamental para sabermos se o MPF é ou não a fonte de Veja.
Alberto Porém JúniorNo Limpinho & Cheiroso
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