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Daniela

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June 14, 2012 21:00 , von Daniela - | No one following this article yet.

Senador Requião defende Lula e ataca o PIG

September 26, 2012 21:00, von Unbekannt - 0no comments yet

"Só um verdadeiro idiota pode considerar Lula imune a defeitos e erros, mas só outro idiota pode negar o reconhecimento das qualidades de Lula como presidente do Brasil."



Charge online - Bessinha - # 1488

September 26, 2012 21:00, von Unbekannt - 0no comments yet



Neri anuncia "queda espetacular" das desigualdades

September 26, 2012 21:00, von Unbekannt - 0no comments yet

A queda "espetacular" na desigualdade social do Brasil, anunciada nesta terça-feira (25) pelo economista Marcelo Neri, presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), foi determinada, principalmente, pela expansão do mercado de trabalho, as políticas de transferência de renda e a ampliação no acesso à educação. Além destes, o crescimento de renda acima do Produto Interno Bruto (PIB) também foi um componente importante que reduziu a desigualdade a níveis inéditos no país. Estas são as conclusões de alguns especialistas ouvidos pelo Jornal do Brasil.
Os números da pesquisa apontam uma queda consecutiva na desigualdade, "sem interrupções", segundo Neri, nos últimos dez anos, o que possibilitou que o índice Gini (usado para medir a distribuição de renda em todo o mundo), fosse reduzido de 0,594 em 2001 para 0,527 dez anos depois. Neste tipo de medição, quanto mais perto do zero, melhor é a distribuição. “O Brasil está hoje no menor nível de desigualdade da história documentada”, disse o economista.
Ipea: desigualdade nunca foi tão baixa no país
Segundo ele, apesar de ainda ser um dos países mais desiguais do planeta, um movimento como este nunca tinha acontecido. "Desde que a pesquisa começou, as mudanças eram quase nulas, o índice permanecia estável, com excessão da década de 60, quando a desigualdade aumentou", analisou Neri.
Para o pesquisador do Ipea, Sergei Suarez Dillon Soares, que também participou da divulgação, as pesquisas foram positivas em todos os aspectos e mostram sustentabilidade na queda da desigualdade social do país, já que ela está sustentada no mercado de trabalho.
"Se esta queda estivesse baseada apenas nas transferências, como bolsa família, estes números seriam inferiores, mas a desigualdade diminuiu baseada na entrada de mais pessoas no mercado, além de uma melhora considerável na renda das famílias, que tem tido crescimento bem acima do PIB", comentou.
Problemas
A economista Maria Beatriz Albuquerque David, professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), concorda que os dados são positivos, principalmente para a massa assalariada nacional. "Esta queda se deve à expansão do trabalho e ao aumento da renda, e claro, do Bolsa Família e outras políticas de transferência de renda", analisa. Porém, ela alerta que a metodologia do Ipea acaba escondendo alguns tipos de rendimento, que caso fossem usados, iriam interferir no resultado final.
Desigualdade diminuiu, mas ainda é um das mais altas do mundo
"Os números são bons, mostram uma melhora indiscutivel na renda dos assalariados, a diminuição da pobreza. Mas ela está ligada apenas às pessoas que trabalham. O rendimento do capital, ou seja, a renda sob patrimônio, os mais ricos, não foi contemplada", afirma.
Segundo a especialista, "os níveis de desigualdade seriam muito maiores, caso se utilizassem os dados da renda". Soares concorda com a professora, mas explica que avaliar os níveis de rendimento do capital "é muito difícil", pois os dados são de acesso restrito. Ele ainda observa que, mesmo se o Gini piorasse na medição, a tendência de queda da desigualdade poderia se mostrar ainda mais acentuada. "Nós não estamos trabalhando apenas com os números frios, mas com uma tendência. O que vemos é que se o mercado de trabalho está ganhando espaço, provavelmente o rendimento de capital está perdendo terreno", opina.
Ele esclarece que a metodologia do Ipea é baseada nos dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), coletados pelo IBGE, e que apesar de falhos, ainda conseguem registrar uma pequena parte deste capital. "Cerca de 20% dos números são de registros fora dos assalariados. Então, apesar de não medir bem, ainda sim, coleta alguma coisa", opinou.
Maria Beatriz ainda questiona a sustentabilidade desta queda a longo prazo. "A economia está crescendo, mas à base de expansão de crédito e renúncia fiscal. Estas medidas vão atingir seu teto, com o endividamento das famílias, dos bancos. A construção civil já começou a demitir", explicou.
Educação é "fundamental"
Sem "sombra de dúvida", a ampliação no acesso à educação foi uma das principais razões para que a desigualdade diminuísse no Brasil, afirma com convicção o economista Fernando de Hollanda Barbosa Filho, professor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV-RJ). Segundo ele, a maior escolaridade do brasileiro foi fundamental para que sua renda aumentasse consecutivamente.
"A educação incorporou pessoas que antes não tinham acesso ao mercado de trabalho. Claro que esta ampliação do mercado, o aumento do salário mínimo foram aspectos importantes, mas a escola garantiu aumento na renda", analisou. O especialista acredita que, por este motivo, a diminuição da desigualdade é sustentável e a longo prazo. "É preciso investir ainda mais na qualidade e garantir que os alunos completem o ciclo de ensino", argumenta.
Sergei Suarez Dillon Soares também apontou, brevemente, o problema na educação do país como um dos entraves para a melhora ainda mais significativa do índice. "Não dá para comentar muito, pois não temos dados suficientes, mas posso dizer que é o único aspecto com notícias menos positivas", afirmou.
Bolsa Família
Os economistas foram unânimes ao elogiar os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Para eles, este foi um dos aspectos diferenciados da última década no combate à desigualdade social. "É um instrumento muito eficaz pois encontra, a um custo muito baixo, as pessoas que estão vivendo na extrema pobreza. Eu diria que é, atualmente, até mais importante que o salário mínimo", acredita Barbosa Filho.
Carolina Mazzi
No JB



“As duas faces do Celso Russomanno que eu conheci em 1992″

September 25, 2012 21:00, von Unbekannt - 0no comments yet

O jornalista Joaquim de Carvalho, paulista de Assis, fez em 1994 o primeiro grande perfil de Celso Russomanno. Foi para a revista Veja São Paulo. Russomanno era um campeão de audiência no programa sensacionalista Aqui Agora e havia se elegido deputado federal com mais de 200 mil votos. A convite doDiário, Joaquim escreveu sobre os bastidores dessa matéria. Ele conta que Russomanno lhe suplicou, de mãos juntas, para não publicar uma denúncia. “Se você acredita que eu posso fazer alguma coisa boa por este país, pelo direito do consumidor, não publica isso. Vai ficar difícil para mim.”
Joaquim passou pelo Estadão, Veja e Jornal Nacional. Hoje, aos 49 anos, faz reportagens para a produtora Memória Magnética. É autor do livro Basta! Sensacionalismo e Farsa na Cobertura Jornalística do Assassinato de PC Farias, finalista do Prêmio Jabuti de 2005.

Celso Russomanno é Celso Russomanno

Russomanno: o justiceiro e o baladeiro na mesma pessoa
Eu conheci Celso Russomanno quando recebi da revista Veja a tarefa de cobrir o assassinato do governador do Acre Edmundo Pinto, no hotel Della Volpe, em São Paulo. Era maio de 1992. Russomanno havia se tornado celebridade depois de estrelar uma reportagem que mostrava sua mulher morrendo no hospital São Camilo, supostamente por erro médico, dois anos antes. No Della Volpe, Russsomanno fazia as vezes de assessor de imprensa, mas não viabilizou uma única entrevista com os proprietários ou diretores do hotel. Sua preocupação era com a imagem do lugar, o que é natural na função que desempenhava, mas soava estranho que o mesmo profissional tivesse dupla militância. Depois de passar manhãs e tardes barrando repórteres no saguão, Russomanno pulava o balcão, pegava o microfone do SBT e saía atrás de notícias para o programa Aqui Agora, cujo elenco passou a integrar depois da cobertura do falecimento de sua esposa.
No Aqui Agora, Russomanno fazia reportagens sobre pessoas lesadas. Brigava com lojistas, corria atrás de devedores na rua e até levou uma surra dos funcionários de uma empresa que comprava e vendia telefones, denunciada por ele. Uma de suas maiores façanhas foi obter aposentadoria para 11 000 velhinhos, depois que denunciou a burocracia do INSS e entrevistou em Brasília o então ministro da Previdência Social, que lhe deu uma espécie de procuração para resolver o problema das aposentadorias. Russomanno passou a receber e a despachar pedidos de pensão, que tinham atendimento instantâneo. Na sua área preferida, a defesa do consumidor, procurava mediar acordos no ar, e criou um bordão: “Estando bom para ambas as partes, está bom para Celso Russomanno.” Ele ficou famoso. Sempre que havia uma situação de aparente desrespeito a direitos, em qualquer parte do Brasil as pessoas ameaçavam chamar Celso Russomanno.
A capa da Veja São Paulo
Em 1994, o senador Mário Covas, candidato a governador, o convidou para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Celso Russomano saiu da eleição como o campeão das urnas, com 233 482 votos. Bateu veteranos da política, como o ex-governador Franco Montoro, e seu desempenho chamou a atenção da imprensa. Uma semana depois da eleição, os jornais publicaram perfis de Russomanno, todos destacando a faceta de justiceiro. A revista Veja São Paulo também quis retratar o campeão das urnas e me pautou para essa tarefa. Passei três dias na companhia de Russomanno e levei outros dois ouvindo pessoas que o conheciam.
O retrato que saiu dessa apuração revelava a convivência de dois personagens completamente distintos em um mesmo RG: o primeiro era um homem que mantinha uma caprichada coleção pessoal de fotos 3 por 4, admitia nunca ter lido uma única obra literária, estudava propor uma lei para obrigar os ônibus e caminhões a colocar os escapamentos voltados para o alto como forma de combater a poluição, pois “essa fumaça é insuportável”, e definia o regime militar da seguinte forma: “Em 1964, dizem os livros de História, os navios americanos estavam cercando o Brasil e, se não houvesse uma solução, o Brasil seria invadido. Foi uma decisão soberana.” O mesmo Russomanno, na época com 38 anos, revelava sua preferência por mulheres mais jovens com o argumento de que as da sua faixa etária eram “encrenca” – “desquitada ou encalhada”. Na época, tinha saído de um namoro com Simony, que anos antes era a estrela do programa infantil Balão Mágico (Simony já tinha 18 anos).
No "Aqui Agora": fama de justiceiro
O segundo personagem era um cidadão intelectualmente simples, de voz baixa e macia e que costuma falar com as pessoas bem de perto, quase tocando. Este utilizava o microfone para caçar comerciantes que vendiam mercadoria e não entregavam, pessoas que compravam e não pagavam, planos de saúde que prometiam o paraíso e entregavam o purgatório. Este Russomanno tinha muita audiência. Ele também usava o microfone num programa noturno, o Night and Day, no estilo coluna social, que cobrava por entrevistas. Vez ou outra, o Russomanno baladeiro encontrava o Russomanno justiceiro. Um desses cruzamentos resultou na propaganda da Ibirapuera, empresa que comprava e vendia telefone. O rosto de Russomano ficou meses num anúncio na traseira dos ônibus, acompanhado da frase: “Esta linha eu garanto”. Celso Russomanno tinha conseguido esse anúncio depois de uma série de reportagens sobre trambiques de empresas do setor. A Ibirapuera nunca apareceu nas denúncias apresentadas.
No Night and Day, a audiência de Russomanno era traço. Já no Aqui Agora ele era uma locomotiva de audiência. Cada vez que aparecia, a emissora ganhava de 8 a 10 pontos no Ibope. Seu recorde aconteceu quando a audiência do SBT saltou de 20 para 32 pontos. Um diretor da emissora que me deu entrevista revelou que o SBT desconfiava de uma prática de Russomanno não recomendada: ele ameaçava denunciar no programa diurno empresas que não anunciassem em seu programa noturno. Mas o canal de Silvio Santos fazia vista grossa, de olho nas vantagens que ele trazia ao Aqui Agora toda vez que aparecia.
À medida que a apuração da matéria avançava, menor ficava a figura do campeão de votos. Amigos de Adriana Torres Russomanno, sua mulher, revelaram o espanto com a capacidade dele de realizar uma reportagem enquanto ela morria. Adriana ficou na companhia de parentes quando Russomanno deixou o hospital para apanhar uma câmera de televisão. Ele poderia buscar um médico e obrigá-lo a atendê-la. Também poderia transferi-la para outro hospital. Esses mesmos amigos contaram que ele já não vivia com Adriana quando fez a reportagem. Na época, Russomanno admitiu que havia se separado, mas que, quando do episódio do hospital, os dois estavam reatados. Ele contou que seu casamento era cheio de turbulências, fato que atribuía ao ciúme dela. A reportagem de Russomanno sobre Adriana deu origem a um processo que durou quatro anos. No final, por unanimidade, o Tribunal de Justiça de São Paulo absolveu o São Camilo e concluiu que não houve erro médico.
No "Circuito Night and Day", a coluna social eletrônica
Na época, Russomanno vivia com a filha numa casa ampla no Real Parque, distrito do Morumbi, avaliada em 400 mil dólares. Ali foi feita a maior parte da entrevista. Já era noite e faltavam poucas horas para o fechamento da edição quando perguntei a ele sobre rumores de que a compra daquele imóvel tinha virado caso de polícia. Em resumo, a história era a seguinte: Russomanno comprara a casa por 300 mil dólares, com a facilidade de que a proprietária era mãe do segundo marido de sua sogra, Márcia Torres. O contrato tinha sido assinado por Berenice Ribeiro, cunhada de Márcia e procuradora da mãe. A dívida deveria ter sido quitada em cinco parcelas, mas Russomanno havia pago apenas 10 000 dólares e se recusava a discutir o restante até Berenice ameaçar levar o caso à imprensa. Russomanno deu mais 34 000 dólares e teria ameaçado matar um irmão de Berenice, José Carlos, se o caso se tornasse público.
Eu sabia que a ameaça tinha sido registrada em boletim de ocorrência, mas não conhecia a data nem o distrito policial. Portanto, com as informações de que dispunha, seria difícil publicar essa história. Ao ouvir o relato dos rumores, Russomanno fez cara de espanto e atribuiu o fato à uma fofoca. Numa tentativa de comprovar o que dizia, telefonou na minha frente para proprietária Berenice, e falou: “Imagina o que estão dizendo de mim, que eu ameacei seu irmão e não paguei a casa. O repórter está aqui. Fala para ele que isso não é verdade.” Russomanno me passou o telefone. Depois de me apresentar, Berenice afirmou, sem hesitar: “Ele é um farsante que está agindo de má-fé e colocou o dinheiro da minha casa na campanha política.” Em seguida, Berenice contou que temia que Russomanno dificultasse as visitas da família à filha de Adriana no caso de um processo na Justiça para reaver a casa. “Ele é capaz de tudo”, disse. À medida que Berenice falava, eu repetia as palavras, para que ela confirmasse e Russomanno soubesse da gravidade dos fatos que eu ouvia.
Quando desliguei o telefone, Russomanno ameaçou: “Isso não pode ser publicado. Sou devedor inadimplente e a lei proíbe que se escrache quem deve, e eu vou pagar”. Vendo que não teria efeito, Russomanno fez um apelo. De mãos juntas, ele pediu: “Se você acredita que eu posso fazer alguma coisa boa por este país, pelo direito do consumidor, não publica isso. Vai ficar difícil para mim.” Respondi: “Sou um repórter e o que eu apuro é para ser publicado. Você também é repórter e, no meu lugar, o que faria?” A reportagem terminava com a frase: “O rolo do comprador Celso Russomanno seria um prato cheio para o repórter Celso Russomanno”. As informações publicadas nunca foram desmentidas, Russomanno disputou outras eleições, venceu mais três para deputado federal, perdeu uma para prefeito em Santo André e outra para governador do Estado. Hoje, lidera com folga as pesquisas de intenção de voto para a prefeitura de São Paulo.
Joaquim, autor da reportagem:
 “Se você acredita que eu posso fazer alguma coisa boa por este país,
pelo direito do consumidor, não publica isso", ouviu de Russomanno
Kiko Nogueira
N Diário do Centro do Mundo



Os Crimes Antigos e os Sinais de Guerra

September 25, 2012 21:00, von Unbekannt - 0no comments yet

Em 13 de dezembro de 1937, depois de violentos ataques de artilharia, o exército japonês invadiu a cidade chinesa de Nanquim. Os prisioneiros militares e civis, todos desarmados, e alguns com suas mãos amarradas por cordas, foram fuzilados. Os militares chineses se haviam rendido sob a garantia de vida. Segundo os cálculos, de 200.000 a 300.000 morreram nas quatro semanas de chacina, da manhã à noite.
Dezenas de milhares de mulheres, muitas delas ainda meninas, foram estupradas antes do fuzilamento. Os japoneses criaram, em Nanquim, um governo fantoche, que durou até 1945, e foi eliminado com a derrota do Imperador. Foi um festim de sangue e de desonra. No fim da guerra, os dois chefes militares, que comandavam as tropas japonesas, foram julgados, por um tribunal de guerra do Oriente, e executados.
O massacre de Nanquim ficou na história como um dos mais nefandos crimes cometidos contra a Humanidade. Os chineses, conhecidos por sua memória histórica, guardam seu justo ódio até hoje contra os japoneses, que tentaram, desde então, desmentir o que fizeram. Há, no entanto, farto documentário sobre a chacina, nele incluídas centenas de fotografias, feitas pelos próprios japoneses e divulgadas no mundo inteiro.
Nos últimos dias surgiu novo conflito, por enquanto diplomático, entre as duas nações asiáticas. Em uma distância quase equivalente entre a China e o Japão há um conjunto de ilhas, disputadas historicamente entre os dois países. Elas são as Sendaku (em japonês) e Diahoyu (em chinês). Estavam sendo ocupadas por empresas privadas, e os chineses as deixaram de lado, ainda que na reivindicação permanente de sua soberania. Agora, o governo japonês moveu uma peça no tabuleiro, que se encontrava imóvel, ao comprar dos particulares o domínio sobre o pequeno arquipélago e colocar ali o marco de sua soberania. Imediatamente, a população chinesa reagiu contra as firmas japonesas que se estabeleceram em seu território, obrigando muitas delas a interromper suas atividades e repatriar seus executivos.
O governo chinês advertiu, claramente, os Estados Unidos para que se mantenham alheios ao confronto, diante do oferecimento de Leon Panneta de intermediar o entendimento entre os dois países. E voltou a exigir que o Japão reconheça a sua soberania sobre as ilhas. Este é um sinal de perigo, mas há outros.
Em 1955, pouco antes de morrer, Ortega y Gasset fez uma conferência para administradores de empresas, em Londres. Propôs, ali, uma tese inusitada, a de que, provavelmente não haveria mais guerras no mundo. Se não houvesse mais guerras, como seriam resolvidos os grandes conflitos da História? Não há problema maior para o homem do que o da guerra e da paz. Alguns historiadores concluem que a Guerra de Tróia ainda não terminou. Outros, mais atentos à contemporaneidade, acham que, desde agosto de 1914, com o início do grande conflito bélico, vivemos uma “guerra civil mundial”. Os fatos demonstram que as guerras antigas, ainda que envolvessem coalizões e buscassem o equilíbrio de poder regional, nasciam de divergências entre duas nações. A partir de 1914, o que se encontra em jogo é o império mundial. E se trata de uma guerra civil porque não envolve somente as nações com seus exércitos, mas interessa aos povos, em luta por sua afirmação nacional e pela igualdade social interna. Os problemas se entrelaçam.
Depois de 67 anos sem guerra global, em um simulacro de paz – desde que as grandes nações não entraram em choque aberto – crescem os perigos de novo confronto internacional. Se a China e o Japão correm o risco de lutar por um pequeno conjunto de ilhas, os Estados Unidos correm o risco de ampliar sua intervenção militar no Oriente Médio, a pretexto do projeto nuclear do Irã.
Os atos de provocação – que sempre antecedem a sangueira – se multiplicam. Depois do nauseante filme que ofende a figura de Maomé, grupos radicais de judeus nos Estados Unidos divulgam – e nos ônibus urbanos de Nova Iorque – anúncio desafiador em que os muçulmanos são qualificados de selvagens e em que se prega a derrota da jihad, em favor de Israel.
Os confrontos latentes entre a Índia e o Paquistão e o mal-estar do regime de Islamabad com os atos militares dos ianques em seu território – entre eles a não muito clara caçada a bin Laden – mostram que o continente não está muito longe de um conflito. Ao mesmo tempo, os norte-americanos se encontram, a cada dia, mais enrascados no Iraque e no Afeganistão.
Se todos se preparam para o pior, é bom resolver com paciência os dissídios internos e planejar a defesa de nossa soberania, sem pânico, mas sem desídia.