As mentiras paraguaias das elites brasileiras
July 16, 2012 21:00 - no comments yetO maior conflito do Paraguai é reaver a terra usurpada por fazendeiros brasileiros. O país vizinho "cedeu" a estrangeiros 25% do seu território cultivável
Mal havia terminado o golpe de Estado contra o presidente Fernando Lugo e flamantes porta-vozes da burguesia brasileira saíram em coro a defender os golpistas.
Seus argumentos eram os mesmos da corrupta oligarquia paraguaia, repetidos também de forma articulada por outros direitistas em todo continente. O impeachment, apesar de tão rápido, teria sido legal. Não importa se os motivos alegados eram verdadeiros ou justos.
Foram repetidos surrados argumentos paranoicos da Guerra Fria: "O Paraguai foi salvo de uma guerra civil" ou "o Paraguai foi salvo do terrorismo dos sem-terra".
Se a sociedade paraguaia estivesse dividida e armada, certamente os defensores do presidente Lugo não aceitariam pacificamente o golpe.
Curuguaty, que resultou em sete policiais e 11 sem-terra assassinados, não foi um conflito de terra tradicional. Sem que ninguém dos dois lados estivesse disposto, houve uma matança indiscriminada, claramente planejada para criar uma comoção nacional. Há indícios de que foi uma emboscada armada pela direita paraguaia para culpar o governo.
Foi o conflito o principal argumento utilizado para depor o presidente. Se esse critério fosse utilizado em todos os países latino-americanos, FHC seria deposto pelo massacre de Carajás. Ou o governador Alckmin pelo caso Pinheirinho.
O Paraguai é o país do mundo de maior concentração da terra. De seus 40 milhões de hectares, 31.086.893 ha são de propriedade privada. Os outros 9 milhões são ainda terras públicas no Chaco, região de baixa fertilidade e incidência de água.
Apenas 2% dos proprietários são donos de 85% de todas as terras. Entre os grandes proprietários de terras no Paraguai, os fazendeiros estrangeiros são donos de 7.889.128 hectares, 25% das fazendas.
Não há paralelo no mundo: um país que tenha "cedido" pacificamente para estrangeiros 25% de seu território cultivável. Dessa área total dos estrangeiros, 4,8 milhões de hectares pertencem brasileiros.
Na base da estrutura fundiária, há 350 mil famílias, em sua maioria pequenos camponeses e médios proprietários. Cerca de cem mil famílias são sem-terra.
O governo reconhece que desde a ditadura Stroessner (1954-1989) foram entregues a fazendeiros locais e estrangeiros ao redor de 10 milhões de hectares de terras públicas, de forma ilegal e corrupta. E é sobre essas terras que os movimentos camponeses do Paraguai exigem a revisão.
Segundo o censo paraguaio, em 2002 existiam 120 mil brasileiros no país sem cidadania. Desses, 2.000 grandes fazendeiros controlam áreas superiores a mil ha e se dedicam a produzir soja e algodão para empresas transnacionais como Monsanto, Syngenta, Dupont, Cargill, Bungue...
Há ainda um setor importante de médios proprietários, e um grande número de sem-terra brasileiros vivem como trabalhadores por lá. São esses brasileiros pobres que a imprensa e a sociologia rural apelidaram de "brasiguaios".
O conflito maior é da sociedade paraguaia e dos camponeses paraguaios: reaver os 4,8 milhões de hectares usurpados pelos fazendeiros brasileiros. Daí a solidariedade de classe que os demais ruralistas brasileiros manifestaram imediatamente contra o governo Lugo e a favor de seus colegas usurpadores.
O mais engraçado é que as elites brasileiras nunca reclamaram de, em função de o Senado paraguaio sempre barrar todas as indicações de nomes durante os quatro anos do governo Lugo, a embaixada no Brasil ter ficado sem mandatário durante todo esse período.
João Pedro Stedile, economista, integrante da coordenação nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) e da Via Campesina Brasil
Como se manipula a informação
July 16, 2012 21:00 - no comments yetNão é de hoje que vários pensadores sérios estudam o mecanismo da manipulação da informação na mídia de mercado. Um deles, o linguista Noam Chomsky, relacionou dez estratégias sobre o tema. (leia aqui)
Na verdade, Chomsky elaborou um verdadeiro tratado que deve ser analisado por todos (jornalistas ou não) os interessados no tema tão em voga nos dias de hoje em função da importância adquirida pelos meios de comunicação na batalha diária de “fazer cabeças”.
Vale a pena transcrever o quinto tópico elaborado e que remete tranquilamente a um telejornal brasileiro de grande audiência e em especial ao apresentador.
O tópico assinala que o apresentador deve “dirigir-se ao público como criaturas de pouca idade ou deficientes mentais. A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantil, muitas vezes próxima da debilidade, como se o espectador fosse uma pessoa de pouca idade ou um deficiente mental. Quanto mais se tenta enganar o espectador, mais se tende a adotar um tom infantil”.
E prossegue Chomsky indagando o motivo da estratégia. Ele mesmo responde: “se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, então, por razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos”.
Alguém pode estar imaginando que Chomsky se inspirou em William Bonner, o apresentador do Jornal Nacional que utiliza exatamente a mesma estratégia assinalada pelo linguista.
Mas não necessariamente, até porque em outros países existem figuras como Bonner, que são colocados na função para fazerem exatamente o que fazem, ajudando a aprofundar o esquema do pensamento único e da infantilização do telespectador.
De qualquer forma, o que diz Chomsky remete a artigo escrito há tempos pelo professor Laurindo Leal Filho depois de ter participado de uma visita, juntamente com outros professores universitários, a uma reunião de pauta do Jornal Nacional comandada por Bonner.
Laurindo informava então que na ocasião Bonner dissera que em pesquisa realizada pela TV Globo foi identificado o perfil do telespectador médio do Jornal Nacional. Constatou-se, segundo Bonner, que “ele tem muita dificuldade para entender notícias complexas e pouca familiaridade com siglas como o BNDES, por exemplo. Na redação o personagem foi apelidado de Homer Simpson, um simpático mas obtuso personagem dos Simpsons, uma das séries estadunidenses de maior sucesso na televisão do mundo”
E prossegue o artigo observando que Homer Simpson “é pai de família, adora ficar no sofá, comendo rosquinhas e bebendo cerveja, é preguiçoso e tem o raciocínio lento”
Para perplexidade dos professores que visitavam a redação de jornalismo da TV Globo, Bonner passou então a se referir da seguinte forma ao vetar esta ou aquela reportagem: “essa o Hommer não vai entender” e assim sucessivamente.
A tal reunião de pauta do Jornal Nacional aconteceu no final do ano de 2005. O comentário de Noam Chomsky é talvez mais recente. É possível que o linguista estadunidense não conheça o informe elaborado por Laurindo Leal Filho, até porque depois de sete anos caiu no esquecimento. Mas como se trata de um artigo histórico, que marcou época, é pertinente relembrá-lo.
De lá para cá o Jornal Nacional praticamente não mudou de estratégia e nem de editor-chefe. Continua manipulando a informação, como aconteceu recentemente em matéria sobre o desmatamento na Amazônia, elaborada exatamente para indispor a opinião pública contra os assentados.
Dizia a matéria que os assentamentos são responsáveis pelo desmatamento na região Amazônica, mas simplesmente omitiu o fato segundo o qual o desmatamento não é produzido pelos assentados e sim por grupos de madeireiros com atuação ilegal.
Bonner certamente orientou a matéria com o visível objetivo de levar o telespectador a se colocar contra a reforma agrária, já que, na concepção manipulada da TV Globo, os assentados violentam o meio ambiente.
Em suma: assim caminha o jornalismo da TV Globo. Quando questionado, a resposta dos editores é acusar os críticos de defenderem a censura. Um argumento que não se sustenta.
A propósito, o jornal O Globo está de marcação cerrada contra o governo de Rafael Correa, do Equador, acusando-o de restringir a liberdade de imprensa. A matéria mais recente, em tom crítico, citava como exemplo a não renovação da concessão de algumas emissoras de rádio que não teriam cumprido determinações do contrato.
As Organizações Globo e demais mídias filiadas à Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) raciocinam como se os canais de rádio e de televisão fossem propriedade particular e não concessões públicas com normas e procedimentos a serem respeitados. (leia também aqui)
Em outros termos: para o patronato associado à SIP quem manda são os proprietários, que podem fazer o que quiserem e bem entenderem sem obrigações contratuais.
No momento em que o Estado fiscaliza e cobra procedimentos, os proprietários de veículos eletrônicos de comunicação saem em campo para denunciar o que consideram restrição à liberdade de imprensa.
Os governos do Equador, Venezuela, Bolívia e Argentina estão no índex do baronato midiático exatamente porque cobram obrigações contratuais. Quando emissoras irregulares não têm as concessões renovadas, a chiadeira do patronato é ampla, geral e irrestrita.
Da mesma forma que O Globo no Rio de Janeiro, Clarin na Argentina, El Mercurio no Chile e outros editam matérias com o mesmo teor, como se fossem extraídas de uma mesma matriz midiática.
Mário Augusto JakobskindNo Direto da Redação
Ditadura brasileira soube do golpe contra Allende um mês antes
July 16, 2012 21:00 - no comments yetDocumentos secretos do Itamaraty comprovam que a ditadura brasileira sabia do golpe de estado no Chile mais de um mês antes do presidente Salvador Allende (foto) ser deposto, reforçam a tese de que golpistas brasileiros foram, ao lado dos Estados Unidos, os principais articuladores do golpe que derrubou o primeiro presidente socialista eleito pelo voto popular no mundo, e ainda demonstram o intenso monitoramento das atividades dos exilados brasileiros que viviam naquele país.
Brasília - Documentos secretos do Itamaraty, agora abertos à consulta pública no Arquivo Nacional, comprovam que a ditadura brasileira sabia que iria ocorrer um golpe de estado no Chile mais de um mês antes do presidente Salvador Allende ser deposto, em 11 de setembro de 1973. E reforçam a tese defendida por pesquisadores da Operação Condor de que os militares brasileiros e seus aliados civis foram, ao lado dos Estados Unidos, os principais articuladores do golpe que derrubou o primeiro presidente socialista eleito pelo voto popular no mundo.
Os documentos foram produzidos pelo Centro de Informações do Exterior (Ciex), o serviço secreto criado pelo Itamaraty em 1966 para auxiliar a ditadura brasileira a combater o chamado “perigo vermelho”. Além de demonstrarem a proximidade entre a diplomacia brasileira e os militares golpistas chilenos, revelam que os exilados e banidos brasileiros no Chile tiveram todos seus passos monitorados pelo Ciex, a serviço do Serviço Nacional de Informação (SNI), o temido órgão central de inteligência do governo ditatorial.
No dia 8 de agosto de 1973, 35 dias antes do golpe, o Informe nº 389, não assinado, alertava a ditadura brasileira de que os altos chefes militares chilenos haviam realizada uma reunião secreta, seis dias antes, na base aérea El Bosque, em Santiago, para examinar “as várias medidas adotadas pelos militares brasileiros quando da revolução de 31 de março de 1964, a fim de determinar em que tal experiência poderia ser útil ao Chile”. Conforme o documento, eles discutiram também a conjuntura chilena e o papel das forças armadas do país perante a crise.
Pelo relato do Ciex, estiveram presentes à reunião o comandante-chefe da Força Aérea Chilena, general-aviador Cesar Ruiz, o comandante da 1ª Zona Naval, Ernesto Jobet, representando o vice-almirante José Turíbio, e o diretor da Aviação Naval, comandante Ernesto Huber Von Hapen, além de diversos oficiais reformados da Marinha e da Aeronáutica. Ruiz havia afirmado que o Chile “estava sob o fio da navalha” e que a adesão a um possível golpe militar se alastrava pelas forças armadas.
No informe, os diplomatas brasileiros avaliam que, desde que começaram a discutir um possível golpe contra o “governo marxista de Allende”, as forças armadas chilenas sempre respeitaram a hierarquia militar e procuraram firmar a maior coesão possível entre elas para derrotar o presidente marxista.
O documento termina elogiando uma entrevista coletiva concedida à imprensa chilena pelo general Alfredo Canales, que lançara as bases para a constituição da Junta Unificadora Nacional (JUN), o partido político que viria a dar sustentação à ditadura. Segundo o informe, “essa coroação pode servir para coroar os esforços, até aqui desenvolvidos clandestinamente, de motivar os militares para uma intervenção contra o governo marxista de Salvador Allende”. Ao final, o Ciex registra a seguinte nota: “O presente informe não poderá ser difundido para serviços de informações estrangeiros”.
No mesmo dia, o Ciex emitiu o Informe nº 390, sobre o agravamento da situação no Chile. “Mais uma vez, em menos de 60 dias, a situação política chilena torna-se gravíssima. O governo parece ter perdido virtualmente o controle do país”, diz o documento. De acordo com o Itamaraty, o fracasso das conversações entre Allende e o presidente do Partido Democrata Cristão (PDC), a continuidade da greve nos transportes, a anunciada adesão do comércio à paralisação e a escalada terrorista, que teria somado mais de 200 atentados nos últimos 15 dias, seriam o pano de fundo para a crise.
O Informe relata ainda que Allende estaria planejando realizar uma reforma ministerial para incluir militares no seu staff, como forma de responsabilizá-los pela manutenção da ordem no país. Para o Itamaraty, a medida prejudicaria uma possível “intervenção” (termo a que se referiam ao golpe).
Após relatar o desgaste do governo perante os militares, com a antecipação da reforma de dois generais e outras medidas, o documento do CIEX alerta que circulam boatos de que o golpe poderá ocorrer nas próximas 24 horas.
No dia seguinte, o Informe nº 393 se desculpa pelas informações contraditórias do dia anterior, justificadas pelo “rápido desenrolar dos acontecimentos”. Relata que, de fato, conforme antecipado, foram designados quatro militares para os cargos de ministros de estado. Um deles era o próprio o comandante-chefe da Força Aérea Chilena, general-aviador Cesar Ruiz, que havia participado da reunião secreta para discutir o golpe, no dia 2.
E mesmo apesar dos militares terem aceitado integrar o staff do governo socialista de Allende, o documento era taxativo: “atualmente existe um verdadeiro consenso da oficialidade das forças armadas chilenas no sentido de que a única solução para o país é a intervenção militar, porém o problema continua sendo o de uma liderança efetiva para o movimento”. O Itamaraty avalia, também, que a falta de uma liderança era o motivo pelo qual, desde a tentativa frustrada de golpe em junho, três outras rebeliões estiveram a ponto de estourar, mas foram abortadas.
Os documentos não fazem nenhuma referência ao general Augusto Pinochet, que viria a ser a principal liderança do golpe. tido até então por muitos como pessoa ligada à Allende.
O documento também tece comentários sobre a situação econômica do Chile e a criação da JUR. “É inevitável concluir que um movimento armado contra o governo marxista de Salvador Allende é inevitável, porém tanto poderá ocorrer nos próximos dias como em um prazo mais longo”.
No dia 13 de agosto, o Informe nº 396 levanta a insatisfação das forças armadas chilenas com a nomeação dos quatro militares para o staff do governo. “Consideram os militares que Allende teria, com esta manobra, visado a um duplo objetivo: ganhar tempo para que as esquerdas continuem se fortalecendo e provocar a desmoralização das forças armadas”, diz o documento.
Segundo o Itamaraty, a impressão predominante nas forças armadas chilenas é que os ministros militares nada poderão fazer para resolver a crise chilena e que, procurando tomar medidas acertadas, tudo o que lograrão é desgastar ou comprometer as devidas forças. “Por isso mesmo, a única solução para o problema chileno é o golpe militar, ao qual só o Exército ainda se mostra, em parte, hesitante”, defende.
O Informe nº 402, de 20 de agosto, é decisivo para demonstrar a proximidade das autoridades diplomáticas brasileiras e os militares insurgentes, que planejavam o golpe. O nível de detalhamento das informações obtidas pelo Itamaraty é revelador. O documento relata o agravamento da crise, com o pedido de demissão do general Cesar Ruiz do cargo de ministro de Obras Públicas.
Segundo o Ciex, era possível observar forte inquietação na marinha e na aeronáutica. A exceção era o exército chileno, em função do forte respeito hierárquico a figura do general Carlos Pratz e outros cinco ou seis generais simpatizantes do regime ou defensores da tese legalista. “Diante desta quadro, fontes idôneas e bem situadas consideram possível um desenlace nos próximos dias, podendo culminar com a queda do governo Allende”.
Monitoramento dos exilados
Outro Informe, produzido no dia seguinte, demonstra que o Itamaraty mantinha total controle das atividades dos exilados e banidos brasileiros que, à época, vivam no país. O Informe nº 404 relata que, durante as 48 horas que precederam a posse do novo ministério, toda a esquerda chilena em condições de atuar fora mobilizada para evitar uma nova tentativa de golpe contra Allende.
O documento afirma também que, segundo alguns asilados brasileiros ligados ao Partido Comunista Chileno (PCCh), a tática do partido à época era tentar equilibrar a situação, pelo menos pelos próximos seis meses, porque a pior crise econômica estaria por vir, em novembro próximo. Ainda segundo o informe, após fevereiro de 1974, haveria um alívio considerado, devido à ação do governo. Os brasileiros responsáveis pelas informações grampeadas seriam Almino Afonso, Ulrich Hoffman reger e Armando Ziller.
O Informe observava ainda que a tática do Partido Socialista (PS) era reprimir os militantes de ultraesquerda para justificar a repressão também contra a direita. O comunicado atribui à deputada Carmem Lazo a avaliação de que, se Allende superar 1973, o ano seguinte seria bem mais tranquilo e a Unidade Popular (UP) poderia vencer as eleições de 1976, tendo a sua frente uma figura como o general Carlos Pratz ou Gabriel Valdez (PDC). Ambos de tendências constitucionalistas. A UP foi a coalizão de esquerda que elegeu Allende e deu sustentação ao seu breve governo.
Participação brasileira
O médico e político Salvador Allende foi eleito presidente do Chile em outubro de 1970. Governou com muita dificuldade até 11 de setembro de 1973, quando foi deposto por um golpe de estado comandado por seu chefe das forças armadas, Augusto Pinochet. Morreu no Palácio de La Moneda, durante a invasão das tropas ditatoriais. Até hoje não se sabe se foi assassinado ou se teria cometido suicídio.
A participação do Brasil no golpe é defendida por pesquisadores como a jornalista e escritora chilena Mónica Gonzalez, autora do livro “La Conjura - Os Mil e Um Dias do Golpe”, o ex-assessor de Allende e atual diretor do Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD), Heraldo Muñoz, autor de “A Sombra do Ditador - Memórias Políticas do Chile sob Pinochet”, e o historiador brasileiro Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira, autor de “Fórmula para o Caos”.
Nessas obras, os autores relatam a intensa relação entre o embaixador brasileiro no Chile à época, Antônio Castro de Alcântara Canto, com os militares golpistas. Há denúncias de que reuniões preparativas para o chegaram a ocorrer na sede da embaixada brasileira e de que Castro foi o único brasileiro presente à posse de Pinochet, entre outras evidências.
No Seminário Internacional sobre a Operação Condor, realizado pela Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça, na Câmara, no mês passado, Mónica Gonzalez cobrou do governo brasileiro a apuração sobre a participação do país no golpe. “Nós sabemos foram os empresários brasileiros que financiaram a junta militar responsável pelo golpe. E que as primeiras armas que chegaram ao Chile para apoiar Pinochet saíram do Exército brasileiro. Queremos que essa história seja esclarecida e os culpados, punidos”, reivindicou.
Najla PassosNo Carta Maior
A dúvida de Latuff
July 16, 2012 21:00 - no comments yet@CarlosLatuff
Vendo a foto de campanha de Rosinha Garotinho, me pergunto: Será que o sonho dela é ser a Fátima Bernardes? pic.twitter.com/UkccbgEf