Golpe branco no Paraguai?
June 21, 2012 21:00 - no comments yet
Fernando Lugo esteve praticamente durante todo seu mandato sob ameaça de impeachment da oposição. Era um reflexo da fragilidade de apoio ao governo no Congresso.
Essa fragilidade nasceu já na campanha eleitoral, quando Lugo aparecia como o único líder capaz de derrotar a ditadura de mais de 30 anos do Partido Colorado, mas os movimentos sociais não acreditavam nessa possibilidade e se mantiveram distanciados da campanha quase até o seu final.
Lugo buscou o apoio do principal partido opositor, o Partido Liberal, moderado, mas sem unificar todas as forças anti-coloradas, seria impossível terminar com a ditadura. Os movimentos sociais, por seu lado, não gostavam dessa aliança, sem oferecer alternativa a Lugo.
Quando finalmente os movimentos sociais – ou grande parte deles – se decidira a participar do processo eleitoral, haviam chegado tarde, com pouco tempo para campanha, além de que foram às eleições divididos e só conseguiram eleger dois parlamentares. Lugo começou o governo sem base parlamentar própria, dependente do Partido Liberal e com um vice, deste partido, que rapidamente foi passando a se opor a seu governo, embora, naquele momento, a maioria do Partido Liberal o apoiasse.
Essas travas políticas dificultaram muito o governo de Lugo, que só mais recentemente assumiu uma postura mais decidida, buscando avançar na reforma agrária e em outras medidas, às quais se opuseram todos os partidos tradicionais.
Foram se seguindo enfrentamentos grandes, especialmente no campo, com a resistência dos grandes proprietários de terras, quase todos ligados à produção de soja com transgênicos para exportação, diante das reivindicações dos movimentos camponeses. O sangrento episódio desta semana foi mais um, o mais selvagem, com 11 camponeses e 5 policiais mortos.
Foi a gota d’agua que a oposição esperava para tentar derrubar Lugo, ante mesmo do final do seu mandato, no primeiro semestre do ano próximo. O Partido Liberal decidiu a saída dos membros do partido do governo, praticamente esvaziando-o e somando-se à tentativa de impeachment, que pretende uma via rápida, um golpe branco para derrubar o primeiro presidente popular em tantas décadas da sofrida historia paraguaia.
Mesmo acusando Lugo pelos sangrentos enfrentamentos e criticando a substituição dos ministros diretamente responsáveis por eles por outros ainda piores, os movimentos populares – a grande maior camponeses – se deram conta de como a situação é usada pela direita para tentar terminar com o governo Lugo, circunstância em que eles seriam as principais vitimas e se mobilizam para tentar impedir o impeachment.
Esse é o cenário hoje em Assunção: o Congresso tentando uma derrubada rápida de Lugo, que apresentou sua defesa. Movimentos populares concentrados na praça central da cidade, em frente ao Congresso. Chanceleres dos países da Unasul presentes no país, ameaçando o isolamento de um eventual novo governo, caso se configure um golpe branco contra Lugo. As próximas horas serão decisivas no futuro do país.
Da mesma forma que Hugo Chavez, Lula, Evo Morales, Rafael Correa, Cristina Kirchner, Lugo pode se valer dos ataques golpistas da oposição para virar o jogo a seu favor. Ou ser derrubado pela direita, que colocará um governo provisório até as eleições do ano que vem, que ganhará contornos de enfrentamentos abertos entre as forças de Lugo e a oposição. Espera-se que desta vez aquelas marchem unidas desde o começo e possam destravar os empecilhos que bloqueiam o governo de Lugo e ameaçam derrubá-lo.
Essa fragilidade nasceu já na campanha eleitoral, quando Lugo aparecia como o único líder capaz de derrotar a ditadura de mais de 30 anos do Partido Colorado, mas os movimentos sociais não acreditavam nessa possibilidade e se mantiveram distanciados da campanha quase até o seu final.
Lugo buscou o apoio do principal partido opositor, o Partido Liberal, moderado, mas sem unificar todas as forças anti-coloradas, seria impossível terminar com a ditadura. Os movimentos sociais, por seu lado, não gostavam dessa aliança, sem oferecer alternativa a Lugo.
Quando finalmente os movimentos sociais – ou grande parte deles – se decidira a participar do processo eleitoral, haviam chegado tarde, com pouco tempo para campanha, além de que foram às eleições divididos e só conseguiram eleger dois parlamentares. Lugo começou o governo sem base parlamentar própria, dependente do Partido Liberal e com um vice, deste partido, que rapidamente foi passando a se opor a seu governo, embora, naquele momento, a maioria do Partido Liberal o apoiasse.
Essas travas políticas dificultaram muito o governo de Lugo, que só mais recentemente assumiu uma postura mais decidida, buscando avançar na reforma agrária e em outras medidas, às quais se opuseram todos os partidos tradicionais.
Foram se seguindo enfrentamentos grandes, especialmente no campo, com a resistência dos grandes proprietários de terras, quase todos ligados à produção de soja com transgênicos para exportação, diante das reivindicações dos movimentos camponeses. O sangrento episódio desta semana foi mais um, o mais selvagem, com 11 camponeses e 5 policiais mortos.
Foi a gota d’agua que a oposição esperava para tentar derrubar Lugo, ante mesmo do final do seu mandato, no primeiro semestre do ano próximo. O Partido Liberal decidiu a saída dos membros do partido do governo, praticamente esvaziando-o e somando-se à tentativa de impeachment, que pretende uma via rápida, um golpe branco para derrubar o primeiro presidente popular em tantas décadas da sofrida historia paraguaia.
Mesmo acusando Lugo pelos sangrentos enfrentamentos e criticando a substituição dos ministros diretamente responsáveis por eles por outros ainda piores, os movimentos populares – a grande maior camponeses – se deram conta de como a situação é usada pela direita para tentar terminar com o governo Lugo, circunstância em que eles seriam as principais vitimas e se mobilizam para tentar impedir o impeachment.
Esse é o cenário hoje em Assunção: o Congresso tentando uma derrubada rápida de Lugo, que apresentou sua defesa. Movimentos populares concentrados na praça central da cidade, em frente ao Congresso. Chanceleres dos países da Unasul presentes no país, ameaçando o isolamento de um eventual novo governo, caso se configure um golpe branco contra Lugo. As próximas horas serão decisivas no futuro do país.
Da mesma forma que Hugo Chavez, Lula, Evo Morales, Rafael Correa, Cristina Kirchner, Lugo pode se valer dos ataques golpistas da oposição para virar o jogo a seu favor. Ou ser derrubado pela direita, que colocará um governo provisório até as eleições do ano que vem, que ganhará contornos de enfrentamentos abertos entre as forças de Lugo e a oposição. Espera-se que desta vez aquelas marchem unidas desde o começo e possam destravar os empecilhos que bloqueiam o governo de Lugo e ameaçam derrubá-lo.
WikiLeaks: Cartes, que quer o lugar de Lugo, foi investigado por tráfico e lavagem de dinheiro
June 21, 2012 21:00 - no comments yet![]() |
EE.UU. investigó a Cartes por supuesto lavado de dinero, según WikiLeaks_321558 / abc color |
El cable hace referencia a la relación entre la DEA, y la Oficina de Alcohol, Tabaco y Armas de Fuego (ATF, por su sigla en inglés) y el plan de integrar la "Operación Corazón de Piedra".
La operación "Corazón de Piedra" es una investigación transnacional coordinada, concentrada en la interrupción y el desmantelamiento de una importante empresa de tráfico de drogas y lavado de dinero que opera dentro del área de la Triple Frontera (TBA) de Argentina, Brasil y Paraguay, y en otras partes alrededor del mundo.
Esta investigación ha establecido lazos desde y entre tráfico de drogas, lavado de dinero y otras organizaciones criminales y, como tal, ha sido aprobada como una investigación de Objetivo Organizacional Prioritario Consolidado (CPOT) designada durante abril de 2009" , señala el cable diplomático divulgado por WikiLeaks.
El lavado de dinero, según EE.UU.
Siempre según el documento, a través de una fuente cooperativa de la DEA BACO (oficina de la DEA en Buenos Aires) y otros efectivos encubiertos de la DEA, agentes se infiltraron en la empresa de Cartes, que se cree lava grandes cantidades de la moneda estadounidense generadas a través de medios ilícitos, incluyendo la venta de narcóticos desde la TBA (Triple Frontera) a los Estados Unidos.
Las reuniones
El documento menciona también una reunión realizada entre los organismos involucrados en la investigación.
Hace referencia que el encuentro, para compartir información, se llevó a cabo en diciembre del 2009 en Panamá.
Durante las reuniones, se tomaron decisiones sobre tres enfoques. Primero, los agentes involucrados en la investigación van a hablar con William Cloherty, un lobista del área de Washington que es director de Tabacos USA.
Segundo, se decidió presentar un segundo agente encubierto a Cartes o sus hombres de confianza, Osvaldo Gane Salum y Juan Carlos López Moreira en Paraguay.
Tercero, muchas técnicas básicas de investigación como entrevistas, presentación de informes, chequeo de grabaciones y encuentros entre agentes encubiertos serán utilizadas para desmantelar exitosamente la organización de tráfico de drogas (DTO) de Cartes, dice el reporte.
El documento indica que los asociados en la comercialización de cigarrillos son Horacio Cartes, Sarah Cartes y William Cloherty. Así también la Embajada adjunta el nombre de Osvaldo Gane Salum, un asociado directo de Horacio Cartes y miembro de una organización envuelta en la importación de cigarrillos falsificados a Estados Unidos.
El cable nombra además a Juan Carlos López Moreira. Estados Unidos indica que este es otro asociado del líder de Honor Colorado y es miembro de una organización criminal involucrada en la importación de cigarrillos falsificados. Se acota también que es presidente de Habacorp SRL.
Finalmente, se mencionan datos de William Martin Cloherty, director de Tabacos USA y también asociado de Cartes.
No abc colorDilma teria sugerido expulsão do Paraguai do Mercosul
June 21, 2012 21:00 - no comments yet "A democracia foi ferida profundamente de maneira covarde, de maneira aleivosa", disse o ex-presidente paraguaio Fernando Lugo em discurso após seu impeachment nesta sexta-feira (22) em Assunção.
"Como sempre, atuei de acordo com a lei, ainda que ela tenha sido retorcida", afirmou em discurso no Senado.
"Estou disposto a responder pelos meus atos como ex-mandatário", disse o presidente deposto. "Depois de quatro anos, me despeço como presidente, mas não como cidadão", continuou.
Lugo agradeceu ainda aos movimentos sociais, homens e mulheres, que "sustentam o país" e, em seguida, agradeceu aos jornalistas. "Não quero deixar de agradecer aos companheiros de imprensa, independemente de compartilhar ideias."
"Esta noite saio pela maior porta da pátria, pela porta do coração, do coração de meus compatriotas. Quero dizer que podem seguir contando com Fernando Lugo. Muita força. Viva Paraguai!", disse o ex-presidente ao encerrar seu discurso"