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Daniela

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Com texto livre

June 14, 2012 21:00 , by Daniela - | No one following this article yet.

Mais uma mentira mesmo, ou só “inverdade”, Noblat?

November 2, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet

Nesta terça (30), em discurso no Plenário, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) criticou Ricardo Noblat, colunista do jornal O Globo. Em seu discurso, Vanessa lamentava o fato de que um jornalista com sua experiência ter ido ao programa de Jô Soares para "falar inverdades em cadeia nacional”. Coincidência ou não, esta semana, a blogosfera se lembrou do álibi de mentira, sem eufemismos, que o jornalista pregou em conjunto com o então senador José Roberto Arruda, na época da violação do painel do Senado.
No plenário, Graziotin disse: “Não admito, como alguém que tem mais de 30 anos de vida pública, como alguém que já foi vereadora na cidade de Manaus, como alguém que já foi deputada federal por três mandatos e senadora da República, que um jornalista vá a um programa tão importante quanto o Programa do Jô falar inverdades e que estas passem por verdades”. Durante a entrevista ao Jô, Noblat acusou Vanessa de ter montado um farsa para “se vitimizar” e mudar o quadro eleitoral, no episódio em que ela foi agredida por um militante do adversário, o tucano Arthur Virgílio Neto, quando chegava para o debate organizado pela TV Em Tempo, retransmissora do SBT.
Imagens: A Justiceira de Esquerda
Direito de resposta – Vanessa disse que conversou por telefone com o apresentador Jô Soares, a quem enviará as explicações e provas das denúncias que fez na Justiça Eleitoral e à Polícia do Amazonas e mostrar o que teria acontecido no debate. A senadora pediu para que “a verdade fosse reposta”, porque a agressão que sofreu no primeiro turno da eleição não foi apenas física. “Foi uma agressão moral também, e isso está tudo devidamente anunciado e comprovado nas ações que nós ajuizamos junto à Justiça Eleitoral e no próprio inquérito que foi aberto pela Polícia do meu estado”, explicou.
“Pedi a ele [Jô Soares] que, se possível, reparasse tudo aquilo que foi dito pelo jornalista Ricardo Noblat e que, repito, não corresponde à realidade. Tanto é que, baseado em uma denúncia-crime apresentada por mim junto ao Tribunal Regional Eleitoral, esse senhor, esse jornalista, foi multado em R$ 65 mil, exatamente pelo fato de disseminar, de noticiar, fatos que não corresponderam à realidade do que ocorreu na cidade de Manaus”, contou Vanessa.
Álibi de Arruda – Vanessa Graziotin não devia se espantar com o que diz o jornalista, que na época do escândalo da violação do painel de votações do Senado, em 2001, Arruda era o líder do então presidente Fernando Henrique Cardoso na Casa e precisava provar que não estava “na cena do crime” e portanto não poderia ter conversado com Regina Borges, a diretora da Prodasen que comandou a violação do painel. Arruda disse que estava em um restaurante com Noblat e leu um documento redigido pelo jornalista na tribuna senatorial.
“Recebi um telefonema de um insuspeito jornalista, Ricardo Noblat, dizendo que estava me esperando no Piantella”, afirmou Arruda da tribuna do Senado. Dias depois, a farsa caiu por terra e o próprio Noblat, que redigira o insuspeito documento. “É mentira. Não telefonei para o senador e quando cheguei ao restaurante ele já estava lá”, negou Noblat. E desta vez é mentira ou inverdade, caro colega?
No Brasília em Pauta



Cerco sem fim empurra Lula a candidatura em 2014

November 2, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet

Edição 247:  
Oposição partidária e ventríloquos midiáticos em pé de guerra contra maior líder político do País; aposta é ida ao 'tapetão' da Justiça para conter força política crescente do ex-operário; feitiço, no entanto, pode recair contra os feiticeiros; de sua toca no Instituto Lula, em São Paulo, o perseguido avisa que, se for acuado, irá romper o cerco tornando-se candidato a presidente da República outra vez; "o STF não vai escrever o último capítulo da minha biografia"; alguém duvida?
Lula está na alça de mira dos sem-voto. Suplantada, paulatinamente, como se viu no resultado final das eleições municipais, pelo crescimento sustentado do PT – uma agremiação que a cada eleição, desde 1982, obtém mais votos em relação ao pleito anterior -, a oposição já percebeu que será impossível, pelo caminho das urnas, abater o ex-presidente. O que não significa que irá deixar de lado o pauta  permanente de acabar politicamente com ele.
As tentativas de tirar Lula do jogo recrudescem e estão concentradas, a partir de agora, no chamado "tapetão" – os diferentes ambientes judiciais para representações, investigações e julgamentos fraqueados a todos pela Justiça brasileira. Para a próxima terça-feira, o deputado Roberto Freire (PPS-SP) já anuncia a entrada de pedido formal à Procuradoria-Geral da República para que Roberto Gurgel e seus promotores iniciem um investigação específica contra o ex-presidente.
Esse ardil, no entanto, está produzindo  um paradoxo. Pensado para acuar Lula como uma raposa perseguida por cães e jagunços, ele já vai despertando um efeito reverso. Precisamente o que está levando Lula a ensaiar uma saída em grande estilo de sua toca, posicionando-se para bons entendores como candidato à Presidência da República em 2014.
- O último capítulo da minha biografia não será escrito pelo Supremo Tribunal Federal, teria dito o ex-presidente a interlocutores recentes, que já espalham a frase para suas correntes de amigos.
Como se sabe, Lula, entre o domingo 28 da surra político-eleitoral aplicado por Fernando Haddad e o PT em José Serra e o PSDB, e esta sexta-feira 2, ainda não fez nenhum pronunciamento público sobre os pleitos municipais. Mas protegido pelos vidros pretos do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, entre assessores, amigos e visitantes o ex-presidente manifesta uma avaliação extremamente positiva sobre o desempenho de seu partido.
- Gostei de tudo, principalmente do nosso resultado em Taubaté, divertiu-se Lula em reunião informal no Instituto Lula, na segunda-feira 29.
- Mas lá nos perdemos, presidente, lembrou um dos auxiliares, ciente de que o petista Isaac do Carmo fora derrotado pelo tucano José Ortiz por 37,08% dos votos válidos contra 62,92%.
- Pois é, mas implantamos o PT, que ali não tinha nada, praticamente nem existia. Agora o partido está lá. Campinas, então, foi espetacular, avançou o presidente, feliz outra vez, referindo-se neste ponto à derrota de seu candidato Marcio Pochmann para o eleito Jonas Donizette, do PSB, por 42,31% contra 57,69%.
Na quarta-feira 2, Pochmann e Donizete foram recebidos por Lula, em meio a uma chuva de cumprimentos. O que o ex-presidente não dirá, então, quando abrir a boca publicamente, e em definitivo com o câncer de garganta superado, sobre sua maior vitória com Haddad?
É esse Lula de cordão umbilical ligado ao povo, dono de quase 80% de índice de popularidade medido pelas pesquisas e com total liberdade para combinar com a presidente Dilma uma estratégia partidárias para 2014 que a oposição sabe que precisa derrotar. Por questão de sobrevivência. Impulsionado por Lula, na atual marcha batida o PT vai ser tornar um partido hegemônico. Ente prefeitos e vices, o PT passou a estar no Poder Executivo de nada menos que 1.000 cidades brasileiras. No maior município do País, registre-se, o partido fez, além do novo prefeito, mais 13 vereadores, isto é, a maior bancada da Casa.
No tapetão, a oposição tem sua base de denúncias num rematado delator e, agora, condenado pelo STF por crimes listados na Ação Penal 470. O publicitário Marcos Valério não é fonte das mais confiáveis, dado esse histórico, mas já estampou duas capas da revista Veja nas últimas seis  semanas. O Santo Padre Bento 16, o presidente Barack Obama, a hipnotizante Juliana Paes e quem mais se queira, ninguém conseguiu esse feito. Falta de assunto ou aposta em que é Valério, e somente ele, que pode trazer algum alento ao anti-lulismo, o que importa, no caso, e a cadeia de reverberação de fatos que está acionada a partir dessa matriz.
O jornal O Estado de S. Paulo igualmente aposta em Valério como fator de desestabilização de Lula. E, como não poderia faltar, o colunista imortal Merval Pereira, de O Globo, dá seu pitaco, nesta sexta 2, sob o título O Labirínto de Lula. São a oposição e seus ventríloquos, porém, que parecem estar andando em círculos, procurando dar as mãos para separar Lula de seu maior ativo, o reconhecimento do povo.
No 247



Veja envolve Gilberto e Lula no caso Celso Daniel

November 2, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet

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Reportagem deste fim de semana aponta o que seria a delação premiada pretendida por Marcos Valério; objetivo seria narrar uma reunião com Ronan Maria Pinto, empresário do ABC paulista frequentemente citado como possível mandante do crime, e Silvio Pereira, ex-homem forte do partido; suposta missão de Valério seria levantar recursos para conter chantagem de Ronan contra o ex-presidente Lula e o ministro Gilberto Carvalho; mais uma vez, não há evidências que Valério falou à revista e não se sabe se a fonte foi ele ou a procuradoria-geral da República, que estaria quebrando a confidencialidade e colocando a vida de Valério em risco; prossegue a caçada a Lula
Marcos Valério é um homem à beira do precipício, condenado a mais de 40 anos prisão. Em setembro, procurou o procurador-geral da República, propondo uma delação premiada e pedindo proteção. Dizia correr risco de ser assassinado. Portanto, é improvável que uma pessoa, nessas condições, tenha sido a fonte de mais uma capa da revista Veja, a que circula neste fim de semana, com as baterias apontadas contra o PT e o  ex-presidente Lula. O mais plausível é imaginar que as informações tenham partido do próprio Ministério Público Federal, comandado por Roberto Gurgel, que teria a missão institucional e legal de preservar a confidencialidade de uma proposta de delação feita por uma pessoa supostamente ameaçada de morte.
Na reportagem deste fim de semana, assim como na de 19 de setembro (a da "entrevista"), apresentam-se falas de Marcos Valério, que não foram gravadas pela revista Veja. “Eu falei assim: nisso aí eu não me meto, não”, teria dito o empresário. A frase atribuída a Valério seria uma resposta ao pedido de dinheiro feito por Sílvio Pereira, ex-secretário-geral do PT, para calar Ronan Maria Pinto, empresário do ABC paulista frequentemente citado como um dos possíveis mandantes da morte de Celso Daniel. Ronan, segundo o relato de Veja, ameaçava envolver o ex-presidente Lula e o ministro Gilberto Carvalho no caso Celso Daniel. Participante desta reunião com Ronan e Silvinho, Valério teria a missão de acalmar o suposto chantagista – o que ele não teria aceito.
A proposta de delação premiada veio à tona ontem, em reportagem do Estado de S. Paulo. Ao saber que a mesma seria publicada, o advogado Marcelo Leonardo, que representa Valério, reagiu com indignação. “Se meu cliente vier a ser assassinado, terei que dizer que foi por causa da sua matéria”, disse ele ao Estadão. Portanto, mais uma razão para descrer que Valério tenha sido a fonte de Veja. Afinal, se Celso Daniel foi assassinado e Ronan Maria Pinto é frequentemente citado como responsável, não é razoável imaginar que a essa altura do campeonato, prestes a ser transferido para um presídio, onde de se mata e se morre com facilidade, que Valério fosse se envolver com algo tão perigoso.
Sobre Antônio Palocci, também citado na reportagem do Estado de S. Paulo, Valério apenas diz que o ex-ministro também participou dos esquemas de arrecadação do PT – o que não é novidade.
O que espanta, na capa de Veja desta semana, é imaginar que a própria Procuradoria-Geral da República possa estar colaborando para a colocar em risco a vida de um indivíduo.
No 247



O dilema do PSDB

November 2, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet

O dilema do PSDB, após a derrota em São Paulo, não diz respeito apenas à opção entre continuidade ou renovação de quadros. Arthur Virgilio expressou muito bem a parte mais profunda do dilema vivido pelos tucanos. O partido tem que se decidir. Ou bem continua sendo o porta-voz da extrema direita brasileira, abrigando desde o discurso preconceituoso contra homossexuais até uma critica neoliberal a políticas de distribuição direta de renda; ou então retoma o discurso social-democrata que motivou sua formação e seu batismo, desvinculando-se desse discurso antipovo que o transformou no principal opositor de um governo que tirou 30 milhões de brasileiros da miséria absoluta.
O que Arthur Virgílio não disse, nem irá dizer, é que a história não termina aí. Se resolver voltar às origens, o PSDB precisará rever completamente seu posicionamento no jogo político nacional.
A questão é bem simples. O PT é, hoje, o partido que implementa o projeto social-democrata no Brasil. Não é possível para os tucanos "voltar às origens" e, ao mesmo tempo, manter uma oposição diametral em relação a Lula e ao Partido dos Trabalhadores. Se fizer isso, será um partido esquizofrênico, bifronte, com duas personalidades - uma inscrita no programa partidário, outra constitutiva de seu arco de alianças.
O único caminho de volta às origens dos tucanos passa necessariamente por uma aliança ESTRATÉGICA com o PT, dando-lhe sustentação no Legislativo. Em princípio, isso não teria nada a ver com o lançamento de candidaturas independentes às eleições majoritárias. A depender das circunstâncias, essas candidaturas concorrentes seriam perfeitamente viáveis. Quando não o fossem, seria relativamente fácil fechar questão em torno de um candidato único da base governista com base numa partilha do poder. Não há dificuldade alguma aí. Funciona assim no mundo todo.
Se é tão fácil, por que isso não é feito? Por um motivo simples. O PSDB tornou-se refém de um discurso raivoso e cheio de preconceito. Sua base eleitoral (ou parte significativa dela) se identifica com a truculência verbal, e se regozija entretendo o pensamento ilusório de que constitui uma espécie de "elite intelectual" capaz de ver na política profundezas de que as pessoas comuns não desconfiam.
Mais ainda. Esses militantes se veem como uma espécie de "elite ética" da nação, numa postura muito semelhante àquela que caracterizava o petismo nascente. A diferença é que, no PT da década de 80, esse sentimento era de algum modo justificado. Enquanto os outros partidos montavam suas campanhas com dinheiro doado pelas grandes corporações, ou simplesmente surrupiado dos cofres estatais pelas vias conhecidas, os petistas sustentavam o partido na base de rifas, quermesses, almoços e recolhimento de um dízimo do salário dos militantes eleitos. Sentiam-se diferentes, e ERAM diferentes. Parafraseando Woody Allen, os tucanos de hoje têm todos os sintomas da tal "superioridade ética", mas não têm a "doença". São santinhos do pau oco, caras-de-pau fingindo a preocupação ética na sala de visitas e recolhendo a graninha da Alston no quintal.
Seja como for, essa mitologia é poderosa. Basta ler os blogs que os tucanos frequentam para sentir isso imediatamente. Qual é a mitologia divulgada ali? O autor do blog se apresenta como um homem de cultura e sentimentos éticos superiores que se dirige a seus pares - uma elite que é mais inteligente, mais culta, mais educada e moralmente impoluta. Nada os abate. Dão capa para o Arruda e, quando este é pego com a boca na botija, dão capa ao Demóstenes. Sai Demóstenes, entra Joaquim Barbosa, que deverá ser logo logo vomitado das primeiras páginas, assim que se constatar que ele representa muito mais um perigo que uma esperança. Veremos.
Pouco importa. Cai um santo, outros são prontamente fabricados, e o eleitor tucano segue firme na sua convicção de que pertence ao mundo dos bons e dos justos. O Professor Hariovaldo foi quem melhor captou essa mitologia no registro do humor. Nem seria necessário. Ela não está oculta. Está escancarada nos textos com os quais essa gente se identifica e na qual sorve sua dose diária de satisfação narcísica.
O PSDB tornou-se, portanto, refém do eleitorado preconceituoso e reacionário que criou. É ali que tem sua base mais firme, seu militante entusiasmado, que vem às redes repetir termos como "apedeuta" e "petralha" de boca cheia.
Para "voltar às origens" sem exibir uma personalidade cindida, teria que abandonar seus fiéis seguidores, coisa que o partido dificilmente fará. É um beco sem saída, a meu ver. O discurso ensandecido de políticos como José Serra criou um monstro, que agora se volta contra seus criadores, tolhendo-lhes os movimentos e anulando as alternativas mais interessantes que, de outro modo, eles teriam. O prefeito Arthur Virgílio pode querer voltar, se quiser. Mas há um rio maior que o Amazonas a ser transposto, e todas as pontes que uniam as duas margens foram dinamitadas ao longo de dez anos da mais completa insensatez.
Que o destino trágico dos tucanos sirva de lição ao PSB. Também ele está sendo chamado pela imprensa conservadora a ocupar as primeiras páginas e receber as honras da casa, desde que concorde em representar o papel do canastrão careca que agora se aposenta. Se fizer isso, estará caindo na mesmíssima armadilha, e terá exatamente o mesmo destino. Ficará condenado a encarnar um personagem cada vez mais distorcido, cada vez mais virulento, cada vez mais antipovo, cada vez mais afastado da palavra "socialismo" que dá nome ao partido.
O Brasil precisa de uma base estável de esquerda que se reconheça enquanto tal e se oponha em bloco às tentativas de sabotar os projetos de modificação do perfil absurdamente injusto de distribuição de renda com o qual temos que conviver. O lugar do PSB é nessa base de apoio.
Quando chegarem as eleições presidenciais, veremos o que se faz. No limite, o partido será sempre livre para lançar candidatura própria e tentar a sorte, e o PT terá que ter a sabedoria de compreender que isso é perfeitamente natural. A alternativa é enveredar pelo caminho sem volta no fim do qual estão pessoas como Silas Malafaia e o coronel Telhada. É pegar ou largar.
Os principais líderes do partido, que são jovens, devem refletir muito a respeito disso, e não se esquecer de que, se um dia estiverem fazendo coro ao que há de mais nojento e irracional na imprensa brasileira, nem sequer terão o consolo de estarem mortos, como Mário Covas, para não ter que presenciar essa vergonha.
Jotavê
No Advivo



O alvo agora é Lula na guerra sem fim

November 2, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet


lula ok O alvo agora é Lula na guerra sem fim
Pouco antes do segundo turno do segundo turno das eleições presidenciais de 2006, o sujeito viu a manchete do jornal na banca e não se conformou.
"Esse aí, só matando!", disse ao dono da banca, apontando o resultado da última pesquisa Datafolha que apontava a reeleição de Lula.
Passados seis anos desta cena nos Jardins, tradicional reduto tucano na capital paulista, o ódio de uma parcela da sociedade - cada vez menor, é verdade - contra Lula e tudo o que ele representa só fez aumentar.
Nem se trata mais de questão ideológica ou de simples preconceito de classe. Ao perder o poder em 2002, e não conseguir mais resgatá-lo nas sucessivas eleições seguintes, os antigos donos da opinião pública e dos destinos do país parecem já não acreditar mais na redenção pelas urnas.
Montados nos canhões do Instituto Millenium, os artilheiros do esquadrão Globo-Veja-Estadão miraram no julgamento do chamado mensalão, na esperança de "acabar com esta raça", como queria, já em 2005, o grande estadista nativo Jorge Bornhausen, que sumiu de cena, mas deixou alguns seguidores fanáticos para consumar a vingança.
A batalha final se daria no domingo passado, como consequência da "blitzkrieg" desfechada nos últimos três meses, que levou à condenação pelo STF de José Dirceu e José Genóino, duas lideranças históricas do PT.
Faltou combinar com os eleitores e o resultado acabou sendo o oposto do planejado: o PT de Lula e seus aliados saíram das urnas como os grandes vencedores em mais de 80% dos municípios brasileiros. E as oposições continuaram definhando.
Ato contínuo, os derrotados de domingo passado esqueceram-se de Dirceu e Genoíno, e mudaram o alvo diretamente para Lula, o inimigo principal a ser abatido, como queriam aquele personagem da banca de jornal e o antigo líder dos demo-tucanos.
Não passa um dia sem que qualquer declaração de qualquer cidadão contra Lula vá para a capa de jornal ou de revista, na tentativa de desconstruir o legado deixado por seu governo, ao final aprovado por mais de 80% da população - o mesmo contingente de eleitores que votou agora nos candidatos dos partidos por ele apoiados.
Enganei-me ao prever que teríamos alguns dias de trégua neste feriadão. Esta é uma guerra sem fim. Quanto mais perdem, mais furiosos ficam, inconformados com a realidade que não se dobra mais aos seus canhões midiáticos movidos a intolerância e manipulação dos fatos.
O país em que eles mandavam não existe mais.