Obedecer a lei, para a mídia golpista, virou mordaça
septiembre 14, 2012 21:00 - no comments yetONG virou sinônimo de infiltração ianque: “Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ, na sigla em inglês)”. Por que esta ONG de proteção de jornalistas nada fala sobre Assange ou Bradley Manning? Ainda falta a famigerada SIP abrir a boca e reclamar de censura, logo ela que sempre apoiou e bem conviveu com todas as ditaduras latino americanas. Alguém ainda lembra dos Acordos MEC-USAID? Pois é o mesmo USAID que está por traz de todos os ataques à livre determinação dos povos, não só no Equador.
ONGs criticam ‘lei da mordaça’ no Equador
Norma defendida por Correa proíbe que jornais e TVs publiquem textos pró e contra candidatos 90 dias antes de eleição
Jornais tentam barrar norma na Justiça antes do início da campanha para eleição presidencial, que será em fevereiro
Flávia Marreiro
De São Paulo
De São Paulo
Uma lei promovida pelo governo de Rafael Correa ameaça "amordaçar" a cobertura jornalística das eleições presidenciais de fevereiro no Equador e provoca nova onda de críticas ao mandatário em permanente diatribe com jornais e TVs do país.
O artigo 203 do "Código da Democracia", aprovado em fevereiro, estabelece que 90 dias antes da votação -a partir de 17 de novembro-, os meios de comunicação devem "se abster de fazer promoção direta ou indireta, seja por meio de reportagens especiais ou qualquer outra forma de mensagem que tenda a incidir a favor ou contra determinado candidato".
A norma é vista como ameaça por jornais, associações de jornalistas e ONGs que tentam barrá-la na Justiça. Para os críticos, o texto é vago o suficiente para permitir interpretações políticas que afetarão a cobertura eleitoral.
Em fevereiro serão eleitos presidente, vice e 137 postos da Assembleia Nacional. Com 44% das intenções de voto em pesquisa recente, Correa é favorito à reeleição, distante 30 pontos dos adversários.
"Se o código vigorar da maneira em que está, tende a ser uma mordaça para a cobertura", disse à Folha Carlos Lauría, da ONG Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ, na sigla em inglês).
O advogado Cesar Ricaurte, da equatoriana Fundamedios, de monitoramento de mídia, é pessimista. "Diria que será impossível fazer cobertura séria. Equivale a censura prévia", disse.
A Fundamedios é uma das ONGS que questionam a nova lei na Corte Constitucional. "Tenho pouca esperança", diz Ricaurte, ele próprio pivô de polêmica com Correa.
Neste ano, a Presidência usou nove cadeias obrigatórias de rádio e TV para criticar Ricaurte e sua ONG, a quem acusam de ter interesses políticos.
Cerca de 15% do financiamento da ONG vem da Usaid, a agência americana de desenvolvimento. A organização recebe fundos de outras ONGs e da ONU.
Ricaurte receberá em outubro em São Paulo o Grande Prêmio de Liberdade de Imprensa da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa).
Oposição não eleita
O "Código da Democracia" é visto com reserva por Orlando Pérez, diretor do jornal "El Telégrafo", que pertence ao governo. "O ideal era que tivéssemos uma nova lei de comunicação", diz ele, em referência a outra norma controversa parada no Legislativo.
Para Correa, o código é necessário para deter abusos de uma oposição "não eleita", em referência aos jornais e TVs privados, na maioria duros críticos do governo.
"[A lei deterá] a promoção descarada que faziam os meios de comunicação para posicionar candidatos que lhes convinham", disse.
Correa afirmou que o principal prejudicado pela lei será ele. "Porque não poderei fazer o enlace [seu programa de rádio e TV semanal]". "Isso a imprensa não diz."
Nos últimos anos, o presidente moveu ações contra jornalistas e jornais, a mais célebre contra o "El Universo", reação a texto que o chamou de "ditador". O autor do artigo recebeu em agosto asilo nos EUA, dias depois de Quito conceder o mesmo ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange.
Dilma cancela ida e Mantega se retira de evento da Editora Abril
septiembre 14, 2012 21:00 - no comments yetPresidente cancela, à última hora, almoço com Roberto Civita; ministro da Fazenda se retira, sem prévio aviso, de mesa de debates com o dono do Grupo Abril: represálias contra capa da revista Veja "Os Segredos de Valério"
O constrangimento foi geral, a ponto de o presidente do Grupo Abril, Roberto Civita, no melhor estilo dos jogadores de futebol que reprovam o técnico ao serem preteridos, sair do salão de eventos do hotel Unique, em São Paulo, na sexta-feira 15, meneando a cabeça. Pela manhã, por volta das 10h, sob a elegante justificativa de não ter um membro de sua família para acompanhá-la, a presidente Dilma Rousseff cancelou compromisso pré-agendado com Civita para o almoço. Pouco mais tarde, durante o evento Maiores e Melhores, da revista Exame do mesmo Civita, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, levatou-se sem prévio aviso da mesa de debates da qual participava, ao lado do prêmio Nobel de Economia Paul Krugman e, outra vez, do próprio Civita, para se retirar em definitivo do recinto, diante de dezenas de empresários.
Os dois gestos foram imediatamente compreendidos como um protesto do governo pela matéria de capa da revista Veja Os Segredos de Valério, que iria circular no dia seguinte (este sábado 15). A informação do conteúdo em tudo agressivo contra o ex-presidente Lula e o PT circulou para o governo, que, com a batida em retirada, deu o tom de como serão, doravante, as relações institucionais com o Grupo Abril de Civita.
Marco DamianiNo 247
Um bom fim de semana, linda homenagem a José Serra
septiembre 14, 2012 21:00 - no comments yetNo Professor HariovaldoVenezuela: deputado da oposição é flagrado recebendo propina
septiembre 14, 2012 21:00 - no comments yetJuan Carlos Caldera aparece recebendo bolos de dinheiro; comando da campanha de Capriles ordenou sua expulsão
Os deputados do PSUV (Partido Socialista Unificado da Venezuela) apresentaram nesta quinta-feira (13/09) um vídeo de 20 de junho que mostra o deputado Juan Carlos Caldera, que compõe a opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática), recebendo uma quantia em dinheiro – supostamente um suborno – de um “representante de um empresário” que estaria fora do país, segundo fontes consultadas por Opera Mundi. Caldera é do partido Primeiro Justiça, o mesmo do candidato da oposição Henrique Capriles. Na conversa, Caldera negocia um encontro entre o suposto empresário e Capriles. O mensageiro avisa Caldera que “a tarefa” ainda não está cumprida. “Pode ser no Brasil. Ele vai fazer um giro pelos países do Sul”, responde o deputado. O teor da conversa dá a entender que Caldera já teria certeza da vitória da oposição no próximo 7 de outubro, data das eleições presidenciais.
O deputado Julio Chávez, do PSUV, disse que o vídeo é uma “prova contundente” que compromete a atuação de “alguns dirigentes da oposição venezuelana”. Ele avisou que denunciaria o caso à Junta Diretiva da Assembleia Nacional da Venezuela e ao Ministério Público.
Chávez fez referência ao narcotráfico e a políticos colombianos para sustentar suas suspeitas. “De onde saem todos esses recursos? Será que é a prática que se institucionalizou na Colômbia de (Álvaro) Uribe, quando Uribe se encontrou com representantes do candidato da burguesia?”, questionou, se referindo ao encontro esse ano entre o coordenador da campanha de Capriles, Leopoldo López, com o ex-presidente da Colômbia.
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Vídeo mostra o deputado venezuelano Juan Caldera colocando uma certa quantia em dinheiro em um envelope |
O deputado do PSUV lançou também a suspeita de onde viria o dinheiro recebido por Caldera. “Será que esse dinheiro provém do narcotráfico, do paramilitarismo, da delinquência organizada? Será que são organizações de algum país que estão financiando a execução de um plano desestabilizador?”, perguntou.
Oposição
A campanha de Capriles reagiu imediatamente ao vídeo. Uma coletiva com o próprio candidato foi convocada logo depois das declarações dos deputados do PSUV, em que foi anunciado o desligamento de Caldera da campanha da MUD.
“Ele se colocou à margem desse projeto que estamos construindo com nossas mãos para a Venezuela. Ele não tem o direito de usar meu nome para benefícios pessoais”, respondeu o candidato da oposição.
Capriles também pediu que fossem abertas investigações sobre o caso e acusou o governo de “desespero”, dizendo que os chavistas estão empreendendo uma “guerra suja”. “Estão desesperados. Não estou nesse pântano. Quantas denúncias de corrupção não vão pra frente na Procuradoria do Estado?”, perguntou.