Tucanos sofrem novo golpe com denúncias de corrupção no Estado do Tocantins
julio 11, 2012 21:00 - no comments yet![]() |
Eduardo Siqueira Campos está envolvido em investigações da PF |
O PSDB, em dificuldades para controlar os prejuízos causados à legenda pela presença do governador de Goiás, Marconi Perillo, no inquérito que investiga as ligações com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, amarga novamente a perda de prestígio de outro líder de peso na legenda já desgastada em outros escândalos de corrupção no Distrito Federal e em São Paulo, onde o arrecadador de fundos para o partido, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, está com os dias contados para comparecer à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. Alvo de uma investigação da Polícia Federal, o governador do Tocantins, Siqueira Campos, volta a ser atingido por denúncias de distribuição de propina. Desta vez, as operações fraudulentes ocorreriam por meio de uma agência de publicidade, contratada pelo governo do Estado, que funcionava, até a semana passada, em uma casa de Eduardo Siqueira Campos, filho dele e secretário de Articulação Institucional do Estado.
A Ginga Rara Propaganda, uma das empresas do grupo de Carlinhos Cachoeira, segundo relatório do Coaf (departamento de inteligência do Ministério da Fazenda) entregue à CPMI, recebeu em outubro de 2010 depósito de R$ 275 mil de Claudio Abreu, ex-diretor da Delta, construtora da qual Cachoeira atuava como uma espécie de sócio secreto, na conta do diretor financeiro e sócio da empresa, Tiago Neiva Parrode. Em abril de 2011, segundo escuta lícita da Polícia Federal (PF), Cachoeira avisa Abreu que o governo de Tocantins contrataria oito agências de publicidade, e sugere que eles deveriam entrar no negócio.
– Eles (no governo do Tocantins) vão contratar mais oito (agências). Põe uma lá – ordena Cachoeira.
Quando a licitação foi concluída, no início deste ano, a Ginga Rara foi uma das oito contratadas para gerir uma verba de de R$ 5,2 milhões. Fundada em fevereiro de 2009, na capital goiana, a agência abriu uma filial em Palmas em 2011. O contrato em Tocantins é o único da agência com o poder público. Até a véspera, a casa em nome de Eduardo constava no site da empresa como seu endereço na capital do Tocantins, segundo constataram repórteres do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo que também estiveram no suposto endereço da empresa.
“Não havia ninguém no local, protegido por um muro alto e cercas elétricas”, disseram na reportagem.
Coincidência
Para a assessoria de Eduardo Siqueira Campos, o fato de uma agência do esquema Cachoeira ocupar um imóvel do secretário e governador de facto, segundo voz corrente no Estado, não passa de uma coincidência. O imóvel, explica, não foi cedido para agência Ginga Rara Propaganda, mas alugado e Campos não teve “contato ou interferência quanto à escolha do inquilino”. O contrato de aluguel, assinado em fevereiro de 2011, tem as assinaturas de Polyanna Teixeira, mulher de Campos, e Alencar Gonçalves de Oliveira, sócio da agência. O valor do aluguel no documento, que não foi registrado em cartório, é de R$ 1,3 mil mensais, por um período de 18 meses.
A Ginga Rara, por sua vez, explicou que a saída do imóvel, na semana passada, ocorreu porque o contrato estava prestes a expirar. Pelo documento, o contrato venceria no mês que vem. Segundo Antônio Parrode, diretor da Ginga Rara, seu filho Tiago Parrode não tem relação com o dia a dia da empresa. Segundo afirmou, há um erro no cadastro da Associação Brasileira de Publicidade, no qual Tiago consta como diretor financeiro. Ele negou que haja relação entre a empresa e Cláudio Abreu ou qualquer outro investigado na CPI do Cachoeira.
Garota de programa
Eduardo Siqueira Campos, no entanto, já figura no inquérito da Operação Monte Carlo, da PF, em outra situação delicada. Segundo nota, divulgada pelo colunista Leandro Mazzini, no Correio do Brasil, nas gravações realizadas com autorização judicial, há um trecho revelador dos expedientes que eram usados pela quadrilha de Cachoeira para obter vantagens nas suas aproximações de governos. Como a empreiteira Delta Construções tinha interesse em fechar contratos no Tocantins, o contraventor Carlinhos Cachoeira pagou um jantar e contratou uma garota de programa para acompanhar Eduardo Siqueira Campos, o então secretário de Planejamento do Tocantins.
“De acordo com o relatório da Polícia Federal, o jantar de Eduardo Siqueira Campos, ex-deputado e ex-senador, com a garota de programa aconteceu no dia 19 de maio de 2011, em Goiânia. No dia seguinte, segundo interceptação telefônica que consta do inquérito, Cachoeira conversou com o ex-diretor da Delta para a região Centro-Oeste sobre o ‘arranjo’ para agradar ao secretário. Cachoeira reclama do valor da conta, R$ 1 mil, e Abreu o ironiza: ‘Você deu para vir de Brasília só para tomar vinho, bem feito!”, diz a nota.
No Correio do BrasilUm caso emblemático
julio 11, 2012 21:00 - no comments yetNo próximo dia 9 de outubro completam-se 22 anos da morte do cadete Márcio Lapoente da Silveira na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). Por sugestão do Grupo Tortura Nunca Mais, familiares de Márcio entraram com uma ação na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA). Isso aconteceu em 2004.
Foi reconhecido então ter sido o cadete Márcio, de 19 anos, vítima de torturas e maus tratos que o levaram à morte. Um caso considerado pela OEA como grave violação aos direitos humanos.
Ficou decidido também que na AMAN, em Resende, será inaugurada uma placa em homenagem a Márcio e aos cadetes falecidos em atividade de instrução no decorrer do Curso de Formação de Oficiais. O Exército brasileiro reconheceu a sentença, mas alguns militares da reserva, em linguagem odiosa de sempre, não aceitam a decisão e alguns disseram que reagirão. A placa será fixada e permanentemente mantida nas instalações da Academia Militar das Agulhas Negras com os seguintes dizeres:
“Homenagem do Exército Brasileiro e da Academia Militar das Agulhas Negras aos cadetes falecidos em atividade de instrução no decorrer do Curso de Formação de Oficiais.Homenagem do Exército Brasileiro e da Academia Militar das Agulhas Negras decorrente do Acordo de Solução Amistosa junto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, referente ao Cadete Lapoente da Silveira.”
O acordo entre a família do Cadete e o Exército ficou de ser divulgado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, no Diário Oficial e em um quarto de página em um jornal de ampla circulação nacional. A Advocacia-Geral da União e o Ministério da Defesa darão publicidade em seus sítios na Internet.
Aguarda-se a realização da cerimônia. Será uma forma também de demonstrar que o processo democrático avança no Brasil e que os defensores da democracia não se intimidam diante da lingugem de ódio dos militares da reserva, gênero óleo queimado da história.
Na OEA, o Estado brasileiro se comprometeu a ampliar o ensino de direitos humanos no currículo de formação militar, conforme previsão da Estratégia Nacional de Defesa, aprovada pelo Decreto n. 6.703, de 18 de dezembro de 2008. E também, por meio da Secretaria de Direitos Humanos, se comprometeu a solicitar ao Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) que analise 23 casos de supostas violações aos direitos humanos ocorridas no âmbito das Forças Armadas, conforme estudo elaborado pelo Grupo Tortura Nunca Mais (GTNM/RJ).
Para complementar, os próprios militares deveriam aceitar as sugestões crescentes no sentido de reformar o currículo da Academia Militar das Agulhas Negras, adaptá-lo à realidade atual, totalmente diferente dos tempos hediondos da ditadura e da Guerra Fria.
Mário Augusto JakobskindNo Direto da Redação
A Globo vai blindar Havelange e Teixeira?
julio 10, 2012 21:00 - no comments yetComo se sabe, Teixeira, Havelange, a CBF e a Fifa no Brasil são uma extensão do poder da Globo.
Saiu na Folha:
Teixeira e Havelange receberam R$ 40 milhões de suborno da ISL
O ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, 65, e o presidente de honra da Fifa, João Havelange, 96, receberam 19,25 milhões de francos suíços (R$ 40 milhões) em subornos da ISL. O envolvimento foi confirmado no dossiê do caso liberado hoje pela Justiça Suíça (veja a íntegra, em inglês (em PDF)
A ISL foi durante a década de 1990 e o início da última década a principal parceira comercial da Fifa. Quando foi a falência, um processo judicial na Suíça demonstrou que houve pagamentos de mais 100 milhões de francos suíços para dirigentes em troca de benefícios nas negociações comerciais, envolvendo direitos de televisão e marketing.
Apesar das acusações de envolvimento dos cartolas brasileiras –feitas pela emissora britânica BBC e pelo jornal suíço “Handelszeitung”–, o processo judicial sempre foi mantido em sigilo até hoje quando foi liberado para jornalistas que tinham entrado com ação pedindo a transparência integral dele. A Folha teve acesso ao dossiê por meio de um dos jornais que o obtiveram hoje.
Na ação, está descrito que Teixeira ganhou 12,74 milhões de francos suíços (equivalente hoje a R$ 26,5 milhões) por meio da empresa Sanud, cuja ligação com o cartola já tinha sido estabelecida por meio da CPI do Futebol, no Senado. A Renford Investments Ltd foi outra empresa, com ligações com Havelange e Teixeira, que recebeu 5 milhões de francos suíços (R$ 10 milhões). Não sabe qual a divisão do dinheiro entre os dois neste caso.
(…)
Como se sabe, Teixeira, Havelange, a CBF e a Fifa no Brasil são uma extensão do poder da Globo.Do alto da sua rústica arrogância, Ricardo Teixeira chegou a dizer que, enquanto o jornal nacional o blindasse, ele não tinha o que temer.Quem o desblindou foi a TV Record, que deu repercurssão à denúncia da BBC.Foi a BBC que tirou a tampa desse processo que desmascara Havelange e Teixeira na Suíça.Foi o repórter da BBC quem eternizou aquela pergunta “did you accept the bribe, Mr. Teixeira?”Até agora, a Globo blindou a dupla Havelange e Teixeira.Vamos ver se o programa da Fátima, do Bial e todos os outros do Ali Kamel tratam da Copa do Mundo, do Brasileirinho e da corrupção no futebol brasileiro.Em tempo:Liga o Vasco para perguntar se o Cala a Boca Galvão vai chamar o did you accept the bribe para o próximo “Bem, amigos”.Porque bem amigos eles eram.Paulo Henrique Amorim
Corregedoria recomenda processo contra Leréia e inocenta Otoni e Sandes Júnior
julio 10, 2012 21:00 - no comments yetDeputados foram denunciados por supostos envolvimentos com o contraventor Carlinhos Cachoeira
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Comissão de sindicância: há indícios de uma relação muito próxima entre Leréia e Cachoeira. |
A comissão de sindicância da Corregedoria Parlamentar recomendou, nesta quarta-feira, a abertura de processo por quebra de decoro contra o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO). Segundo o relator da representação, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), há indícios de uma relação muito próxima entre Leréia e o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que estava tentando exercer influência no governo de Goiás por meio do deputado.
O relator disse que ainda não poderia dar maiores detalhes do processo porque ele continuará secreto até que a Mesa Diretora da Câmara avalie se fará a denúncia formal contra o deputado no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
Inocentados
Na mesma reunião, em outra decisão, a comissão de sindicância resolveu arquivar as denúncias contra os deputados Rubens Otoni (PT-GO) e Sandes Júnior (PP-GO). “Poderíamos mandar os casos para o Conselho de Ética, mas a própria Policia Federal [PF] não encontrou indícios do envolvimento dos deputados”, ressaltou Jerônimo Goergen.
O corregedor da Câmara, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), disse que, se somente houver fatos novos, esses deputados poderão ser novamente investigados pela Corregedoria. Segundo ele, os relatórios que inocentaram Sandes Júnior e Rubens Otoni se basearam nas escutas telefônicas que estão em posse da CPMI do Cachoeira e nos depoimentos dos delegados da PF naquele colegiado.
Caso a caso
Na avaliação de Goergen, há bastante diferença entre os casos. Apesar de os três deputados terem sido citados nas gravações das operações Vegas e Monte Carlo da PF, os delegados que cuidam do caso negaram que tenham encontrado indícios contra dois deles.
O deputado Leréia admitiu ser amigo pessoal de Cachoeira, mas segundo Goergen as relações também são políticas e de negócios. Além de possivelmente serem sócios, o contraventor tentou usar a influência do deputado junto ao governo de Goiás, comandado pelo PSDB, para derrubar dirigentes da polícia e obter favorecimento em contratos.
Já sobre Rubens Ottoni, Goergen disse que as acusações são de 2004, e mesmo a gravação divulgada recentemente em que ele e Cachoeira negociam valores para a campanha do deputado não foi definitiva para condená-lo. “Estão vendo que Cachoeira gravava todo mundo, e isso não quer dizer que o deputado esteja envolvido no esquema de corrupção”, disse.
Sobre Sandes Júnior, nem mesmo uma gravação foi encontrada. “Se nem a polícia encontrou provas, nós não podemos fazer esse julgamento político, que seria como uma condenação”, Goergen.
Mesa Diretora
A recomendação da Corregedoria deve ser encaminhada à Mesa Diretora da Câmara, que decide se encaminha ou não processos de cassação contra os três deputados. Geralmente essa decisão é apenas formal, mas pode demorar, porque não há reuniões da Mesa marcadas para antes do recesso.
Como frisou o próprio corregedor, nada impede que, mesmo após a sindicância, partidos políticos façam denúncias contra os mesmos deputados diretamente ao Conselho de Ética. Nesse caso, seriam abertos processos independentemente da decisão das sindicâncias.
Marcello Larcher No Agência Câmara de Notícias