Golpistas paraguaios exageraram na farsa que montaram
junio 28, 2012 21:00 - no comments yetO crime perfeito contra Lugo
O sociólogo Felippe Ramos (Universidade Federal da Bahia) fez para o site da revista "América Economia" o que os jornalistas deveríamos ter feito antes: visitou a peça de acusação que serviu para o fuzilamento sumário do presidente Fernando Lugo.
Fica evidente que Lugo estava condenado de antemão. No item "provas que sustentam a acusação", se diz que "todas as causas [para o impeachment] são de notoriedade pública, motivo pelo qual não precisam ser provadas, conforme o ordenamento jurídico vigente".
Como é que Lugo - ou qualquer outra pessoa - poderia provar o contrário do que não precisa ser provado? Impossível, certo?
O processo pode até ter seguido as regras constitucionais e o "ordenamento jurídico vigente", mas, nos termos em que foi colocada a acusação, só pode ser chamado de farsa. Veja-se, por exemplo, a primeira das acusações: Lugo teria autorizado uma reunião política de jovens no Comando de Engenharia das Forças Armadas, financiado por instituições do Estado e pela binacional Yacyretá.
Se esse é argumento para cassar algum mandatário, não haveria presidente, governador ou prefeito das Américas que poderia escapar, de direita, de centro, de esquerda, de cima ou de baixo. Ademais, não consta que a Constituição paraguaia proíba o presidente ou qualquer outra autoridade de autorizar concentrações de jovens. Aliás, é até saudável que se estimule a participação política dos jovens.
Mais: o evento foi em 2009. Se houvesse irregularidade, caberia ao Congresso ter tomado à época as providências, em vez de esperar três anos para pendurá-lo em um processo "trucho", como se diz na gíria latino-americana.
A acusação mais fresca, digamos assim, diz respeito, como todo o mundo sabe, à morte de 17 pessoas, entre policiais e camponeses, em um incidente mal esclarecido no dia 15 passado. Diz a acusação: "Não cabe dúvida de que a responsabilidade política e penal dos trágicos eventos (...) recai no presidente da República, Fernando Lugo, que, por sua inação e incompetência, deu lugar aos fatos ocorridos, de conhecimento público, os quais não precisam ser provados, por serem fatos públicos e notórios".
De novo, a acusação dispensa a apresentação de provas e condena por antecipação o réu, como faria qualquer república bananeira ou qualquer ditadura.
Nem o mais aloprado petista pediu o impeachment do presidente Fernando Henrique Cardoso por conta da morte de 19 sem-terra em Eldorado dos Carajás (Pará), em abril de 1996, no incidente que mais parentesco tem com o que ocorreu há duas semanas em Curuguaty, no Paraguai.
É importante ressaltar que líderes dos "carperos", os sem-terra paraguaios, disseram que os primeiros disparos no conflito do dia 15 não saíram nem deles nem dos policiais, mas de franco-atiradores.
Enquanto não se esclarecer o episódio, qualquer "ordenamento jurídico" sério vetaria o uso do incidente em qualquer peça de acusação.
Deu-se, pois, o crime perfeito: cobriu-se um processo sujo com o imaculado manto da Constituição.
Artigo do jornalista Clovis Rossi, da Folha (leia-se família Frias, apoiadores civis do golpe de 1964 no Brasil), publicado hoje no referido diário.
Lavrov afirma que Moscú vetará cualquier injerencia en Siria
junio 27, 2012 21:00 - no comments yetRusia no apoyará la intromisión extranjera en los asuntos de Siria en la conferencia internacional sobre la crisis siria que se celebrará a nivel de ministros de Exteriores el próximo sábado 30 de junio en Ginebra, declaró hoy el canciller ruso Seguéi Lavrov tras conversaciones con su colega tunecino Rafik Abdessalam.
“No apoyaremos ni podemos apoyar ninguna injerencia extranjera ni la imposición de recetas a Siria”, dijo. Para eliminar la crisis siria hace falta un período de transición. Pero su contenido y los mecanismos de realización los debe determinar el pueblo sirio en el contexto de un diálogo entre el Gobierno y todos los grupos de la oposición, puntualizó Lavrov.
Por su parte, Abdessalam, señaló que la actividad de los grupos terroristas que declararon guerra al Gobierno de Siria es contraproducente y sólo puede provocar una mayor confrontación entre diversas confesiones a escala regional. Al descartar la injerencia foránea, Abdessalam dijo que hace falta realizar reformas profundas en Siria respondiendo a la aspiración de su pueblo a tener más libertad, democracia y justicia.
A la Conferencia de Ginebra fueron invitados los cinco miembros permanentes del Consejo de Seguridad de la ONU (China, EEUU, Francia, Gran Bretaña y Rusia), así como a Turquía, Irak, Kuwait y Qatar; a los secretarios generales de la ONU y la Liga Árbe ya la alta representante de la diplomacia europea.
Desde hace más de un año Siria es escenario de violentos enfrentamientos entre las fuerzas leales al presidente Asad y la oposición. Las víctimas mortales de ese conflicto ya exceden 10.000, según Naciones Unidas. Las autoridades sirias a su vez dicen que más de 2,5 mil militares y policías perecieron al luchar contra los grupos armados ilegales y que las víctimas mortales entre los civiles excedieron 3,2 mil.
De acuerdo con el plan de enviado especial de Naciones Unidas y la Liga Árabe, Kofi Annan, en el país fue declarado el armisticio en abril pasado. Pero las dos partes en conflicto denuncian con regularidad nuevos enfrentamientos armados y nuevas víctimas humanas.
No RIA Novosti
Mercosul suspende o Paraguai
junio 27, 2012 21:00 - no comments yetSuspensão é inédita em 21 anos de história do bloco e deve ser anunciada nesta sexta-feira
Os chanceleres do Brasil, Argentina e Uruguai decidiram nesta quinta-feira suspender o Paraguai das reuniões e decisões do Mercosul até a realização de eleições presidenciais em abril do ano que vem. Fontes diplomáticas afirmaram ao Estado que esta suspensão - inédita nestes 21 anos de História do Mercosul - será confirmada nesta sexta-feira na reunião de presidentes do bloco do cone sul na cidade argentina de Mendoza.
O chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, participou da reunião realizada pelos ministros Antonio Patriota, do Brasil; Luis Almagro, do Uruguai, e o argentino Hector Timerman.
A presença da Venezuela na reunião tem motivos de sobra, já que o país caribenho pede desde 2006 a entrada no Mercosul como membro pleno. O ingresso venezuelano no bloco havia sido aprovado nos últimos anos pelos parlamentos do Brasil, Uruguai e Argentina. No entanto, o pedido de ingresso estava travado no senado paraguaio. Mas, com o Paraguai suspenso, surge a possibilidade de entrada da Venezuela no bloco.
A suspensão temporária do Paraguai havia sido anunciada no domingo à noite em um comunicado da chancelaria argentina, em nome do Mercosul. O motivo da suspensão foi o rápido e controvertido processo de impeachment de Fernando Lugo. Os governos do Mercosul consideraram que o vice de Lugo, Federico Franco, o novo presidente paraguaio, era o responsável pela interrupção da ordem democrática em seu país.
"Esta é uma forma de combater os ‘neo-golpes’ que os setores conservadores querem aplicar nos governos da região, afirmou ao Estado um diplomata argentina engajado no kirchnerismo. Na reunião de chanceleres hoje, o Mercosul definiu um prazo para esta suspensão.
No Esquerdopata
Desencontro com Fátima Bernardes
junio 27, 2012 21:00 - no comments yetRecife (PE) - O programa Encontro com Fátima Bernardes tem sido mesmo irresistível a qualquer manifestação de boa vontade. Irresistível até de risos. A produção não precisava contratar humoristas, como foi noticiado: “para definir o elenco humorístico da atração matinal, Fátima não precisou mesmo de muito esforço. Marcos Veras disse que aceitaria o convite de qualquer forma. ‘Desde que soube que havia espaço para o riso no programa, eu me coloquei à disposição’. Além destes, ‘Encontro’ conta ainda com a participação do humorista Victor Sarro”. Para quê? À sua revelia, o programa possui humor claro, desbragado, sobre as preocupações do mundo daslu.
Não pensem que o colunista exagera. A realidade, escabrosa, já vem prontinha. Se duvidam, olhem só as enquetes, quadros e reportagens do esbarrão no Encontro: “Você dá mesada para o seu filho? Sabe dar o laço perfeito na gravata? Sabe como pintar as unhas da mulher? Como é o processo de adoção de crianças na Inglaterra?” Hem? E mais esta: “Você sabia que no Japão a gorjeta é uma ofensa, mas nos Estados Unidos é obrigação?”. Imagine o leitor passar a vida sem saber as respostas dessas questões fundamentais.
Nos vários sentidos da palavra, o encontro com Fátima Bernardes tem sido mais de encontrão, de choque de corpos. Ou de encontro que é um embate, briga entre coisa nenhuma e quem se achava ser alguma coisa. Mais uma vez, insisto, não exagero.
Nem mesmo em assuntos “femininos” a apresentadora está à vontade. Ao entrevistar profissional que faz unhas, ela, a repórter, humorista sem saber vai mal. Está em pé, e mais de uma vez, a entrevistada passa a impressão de ser mais inteligente que a estrela do programa. Fátima atropela a fala do entrevistado, em mais de uma entrevista, como era costume no Jornal Nacional. Será isso um estilo de entrevistador no comando?
Em outro instante, um quadro de comediantes com improvisações é mais constrangedor que elogio falso a filho de anfitrião. Mais primário que adolescente infantilizado. Na realidade trash da nova comédia, grossa, a graça de Fátima Bernardes fica perdida como se a apresentadora fosse uma barata sob inseticida. A coitada não sabe onde fica no chão, no palco.
Mas vamos ao mais grave. Mesmo quando fala de assuntos sérios, como a adoção de crianças, a estrela global não é técnica, informativa – está bem, isso não é sua praia - nem “humana”, porque o programa deseja mostrá-la diferente. Ela quer ser asséptica, clean, para usar o jargão, de uma realidade humana que não é limpa, nem suave nem pura.
Mais, de um ponto de vista técnico, o desencontro aborda várias pautas, em que uma só delas geraria um ou mais programas, como no caso da adoção. Por quê? É que o Encontro com Fátima Bernardes adota a feição frankestein de um noticiário, de um Jornal Nacional para a família. Mas a apresentadora só se sai bem no regime autoritário, de perguntas fechadas e tempo mínimo do JN. Assim como ela e o marido fizeram na entrevista com a candidata Dilma Roussef, por exemplo.
É incrível como os criadores da Globo levaram meses para produzir um encontro murcho, medíocre. Talvez porque desejassem a reinvenção da roda. Daí que pegaram um rosto conhecido, com aparência de madame frágil, “feminina”, e produziram um desastre. De um ponto de vista teórico, esses criadores dispunham de todas as armas, mas lhe faltaram inteligência e sensibilidade no gatilho, digamos. É claro, considerações estéticas, revolucionárias, humanistas, jamais moveram os produtores. Eles querem o sucesso dos negócios da Globo. O problema é que o ibope – juiz supremo de suas vidas – caiu e ruma para a mesma audiência da simples logomarca, fixa, parada na tela, sem mais nada. Com a imagem do resíduo da inércia.
O mercado – as pessoas que compram e consomem – mudou, e a produção e os chefões não viram. No país que elegeu Dilma Roussef, na terra e no tempo em que surge a memória dos anos da ditadura, em um mundo de crise funda do capitalismo, o Encontro com Fátima Bernardes elegeu e elege a realidade dos estúdios da tevê. Não veem nem sabem que a mulher não é mais a de antes, que mudou para melhor, apesar de todas infâmias sobreviventes. Essa nova pessoa o programa não descobriu, porque fala para uma velha mulher, de classe média, dos anos com mofo. Em pleno ar, entre as 10 e 30 e o meio-dia deste 2012 .
Deveria ser dito, enfim, Encontro com Fátima Bernardes está no ar, mas sem qualquer sustentação. E por isso vem caindo, no ibope e na zombaria.
Urariano MotaNo Direto da Redação
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Globo já se conformou com os desencontros de Fátima Bernardes com o telespectador
O povo não é bobo. Em quatro dias, a audiência do novo programa da Fátima Bernardes despencou. É ladeira abaixo. Quase metade das pessoas que assistiram à atração no primeiro dia não aguentou e a abandonou. Mas não esperem humildade da Globo para reconhecer que o programa é ruim, que os críticos especializados e o público nas redes sociais têm razão. Não esperem também que tenham humildade para admitir o segundo lugar nas manhãs (ou o interesse por ele).
Em um surto de honestidade, Octávio Florisbal, diretor-geral da Globo, chegou a reconhecer o óbvio – que o programa precisa de “ajustes”. Mas durou um só dia: em nota, Florisbal declarou hoje que o programa “tem atingido nossos objetivos de conteúdo e audiência”. Então, tá.
Se for assim, podemos concluir que a emissora está resignada em perder 40% da audiência em apenas três dias. Também significa que já se conformou em ficar no máximo em segundo lugar no horário e a colocar no ar um programa padrão baixo de qualidade. Já pode chamar de “Desencontros de Fátima Bernardes”.
Desencontro entre a Globo e a realidade, entre o programa e o que o telespectador quer ver. Um erro difícil de admitir, uma turma que não muda. Mas que agora, estranhamente, se contenta com o segundo lugar.
No O Provocador