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Daniela

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junio 14, 2012 21:00 , por Daniela - | No one following this article yet.

Quando absolutizadas, as leis podem ser instrumento de golpistas

junio 26, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet

No Diário Gauche



Cientistas políticos são péssimos em fazer previsões

junio 26, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet

"Alertas de ação" desesperados chegam em minha caixa de entrada. Eles são da American Political Science Association e de colegas, muitos dos quais temem graves "ameaças" à nossa disciplina. Como defesa, eles têm fornecido "talking points" que podemos usar para dizer aos congressistas que a ciência política é uma "parte crítica de nossa agenda científica nacional."
Os cientistas políticos estão defensivos estes dias, porque, em maio, a Câmara aprovou uma emenda a um projeto de lei eliminando subsídios da National Science Foundation para cientistas políticos. Em breve o Senado pode votar uma legislação similar. Colegas, especialmente aqueles que receberam subsídios do NSF, vão me odiar por dizer isso, mas apenas desta vez serei solidária aos republicanos anti-intelectuais que estão por trás desta alteração. Por quê? O projeto de lei incitou um debate nacional sobre um assunto que tem me perturbado por décadas: o governo - de forma desproporcionada - apoia a pesquisa que é passível de análises estatísticas e modelos, embora todos saibam que equações limpas mascaram realidades bagunçadas que os conjuntos de dados inventados e pressupostos não conseguem, e não podem, capturar.
É um segredo aberto na minha disciplina: em termos de previsões políticas precisas (o ramo do campo que é considerado como ciência), meus colegas falharam espetacularmente e desperdiçaram quantidades colossais de tempo e dinheiro. O exemplo mais óbvio pode ser a insistência de cientistas políticos, durante a guerra fria, de que a União Soviética iria persistir como ameaça nuclear aos Estados Unidos. Em 1993, no periódico International Security, por exemplo, o historiador da guerra fria John Lewis Gaddis, escreveu que o fim da União Soviética era "de tal importância que nenhuma abordagem para o estudo das relações internacionais que reivindica clarividência e competência deveria permitir-se falhar em ver que isto aconteceria." E, no entanto, ele observou: "Nenhuma, na verdade o fez". Carreiras foram feitas, prémios atribuídos e milhões de dólares de pesquisa distribuídos aos especialistas das relações internacionais, embora o astrólogo de Nancy Reagan possa ter tido habilidades de previsão superiores.
Prognosticadores políticos saem-se muito mal em política interna. Em um periódico com revisão por pares, o cientista político Morris P. Fiorina escreveu que "parece que nos estabelecemos em um padrão persistente de governo dividido" - de presidentes republicanos e congressos democratas. As idéias do Professor Fiorina, que estava bem sincronizados com a sabedoria convencional da época, apareceu em um artigo em 1992 - pouco antes da vitória presidencial do democrata Bill Clinton e da aquisição republicana de 1994 da Câmara.
Infelizmente, pouco mudou. Algum dos proeminentes pesquisadores financiados pela NSF previu que uma organização como a Al Qaeda iria mudar a política global e doméstica por pelo menos uma geração? Nope. Ou que a Primavera Árabe iria derrubar os líderes no Egito, Líbia e Tunísia? Não, de novo. E sobre propostas para pesquisa sobre questões que possam favorecer políticas democráticas e que os cientistas políticos procuram NSF financiamento não perguntam - talvez, um colega sugere, porque oficiais da NSF os desencorajam? Por que meus colegas se prostrando ao Congresso por dinheiro para pesquisa que vêm atados com cordões ideológicos?
O cientista político Ted Hopf escreveu em um artigo de 1993 que os peritos não conseguiram prever o colapso da União Soviética, em grande parte porque a instituição militar desempenhou um papel muito grande na definição de prioridades de financiamento do governo. "Dirigido por esta lógica da guerra fria, os dólares para pesquisa fluiram de fundações privadas, agências governamentais e burocracias militares individuais." Agora, quase 20 anos depois, o web site da APSA Web alardeia a colaboração dos meus colegas com o governo, "sobretudo na área de defesa," como uma razão para manter o financiamento NSF para a ciência política.
Muitos dos estudos revisaods por pares de hoje oferecem confirmações triviais do óbvio e documentos políticos cheios de erros flagrantes e perigosos. Meus colegas agora apontam para pesquisa dos cientistas políticos e bolsistas da NSF bolseiros James D. Fearon e David D. Laitin que afirma que guerras civis resultam de estados fracos, e não são causadas por ressentimentos étnicos. Numerosos estudiosos, no entanto, criticaram de forma convincente o trabalho dos professores Fearon e Laitin. Em 2011, Lars-Erik Cederman, Nils B. Weidmann e Kristian Skrede Gleditsch escreveram na American Political Science Review que "rejeitar fatores de 'confusão', como as queixas e as desigualdades", que são difíceis de quantificar, "pode levar a modelos mais elegantes que podem ser mais facilmente testados, mas a verdade é que alguns dos mais intratáveis e prejudiciais processos de conflito no mundo contemporâneo, incluindo o Sudão e a antiga Iugoslávia, são em grande parte sobre injustiça política e econômica ", uma observação que políticos podem recolher a partir de um subscrição a este periódico e que, todavia, é mais astuta do que as contribuições oferecidas pelos professores Fearon e Laitin.
Como sabemos que estes exemplos não são atípicas cerejas colhidas por um teórico da política mastigando uvas verdes? Porque na década de 1980, o psicólogo político Philip E. Tetlock começou sistematicamente a perguntar a 284 especialistas políticos - a maioria dos quais eram PhD's em ciência política - sobre dezenas de questões básicas, como se um país iria para a guerra, deixar a OTAN ou alterar suas fronteiras, ou se um líder político permaneceria no cargo. Seu livro “Expert Political Judgment: How Good Is It? How Can We Know?” ganhou o prêmio da APSA por melhor livro publicado sobre governo, política ou assuntos internacionais.
O principal achado do Professor Tetlock? Chimpanzés jogando dardos aleatoriamente nos possíveis resultados teriam se saído quase tão bem quanto os especialistas.
Estes resultados não surpreendem o guru do método científico, Karl Popper, cujo livro de 1934 "A Lógica da Descoberta Científica" continua a ser a pedra angular do método científico. No entanto, o próprio Popper ridicularizava as pretensões das ciências sociais: "Profecias de longo prazo podem ser derivadas de previsões científicas condicionais apenas se elas se aplicam a sistemas que podem ser descritos como bem isolados, parados, e recorrentes. Estes sistemas são muito raros na natureza, e a sociedade moderna não é um deles ".
O governo pode - e deve - ajudar os cientistas políticos, especialmente aqueles que usam história e teoria para explicar mudança de contextos políticos, desafiar nossas intuições e nos ajudar a ver além das manchetes dos jornais diários. A investigação destinada a previsão política está fadada ao fracasso. Pelo menos se a ideia é prever com mais precisão do que um chimpanzé arremessando dardos.
Para proteger a investigação de desvios disciplinares do momento, o governo deveria financiar os estudiosos através de uma loteria: qualquer pessoa com um Ph.D. em ciência política e um orçamento defensável poderia se candidatar a bolsas em níveis diferentes de financiamento. E, claro, o governo precisa financiar estudos de alunos de pós-graduação e minuciosas coletas de dados demográficos, políticos e econômicos. Estou ansiosa para ver o que acontecerá com a minha disciplina e com a política mais geral, uma vez que pararmos de confundir estudos de probabilidade e significância estatística com conhecimento.
Jacqueline Stevens, professora de ciência política da Universidade Northwestern e autora, mais recentemente, de “States Without Nations: Citizenship for Mortals.”



Charge online - Bessinha - # 1319

junio 26, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet



Os escândalos de Londrina e os livros didáticos da Abril

junio 26, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet

Londrina é uma cidade imersa em escândalos sucessivos.
No momento, o quadro é tão crítico que motivou uma manifestação da própria Igreja Católica no município.
Diante da situação política pela qual passa nosso Município, o clero de Londrina, reunido no dia 24 de maio, dirigi-se a todos os fiéis e a todas as pessoas de boa vontade com a presente Nota.
A política é a organização do bem comum e expressão da democracia, da cidadania, da participação do povo nas coisas públicas. Assim, os pilares da política são: a verdade, a justiça, o bem, a liberdade. Ainda não alcançamos este ideal, pois, hà vários anos acontecem denúncias, investigações, escândalos, prisões no âmbito da política londrinense.
Nos últimos dias foram presos em flagrante o secretário de governo e um empresário, acusado de suborno. O Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado) trabalha na denúncia de que vereadores manipularam resultados de votação na Câmara Municipal.
A prefeitura de Londrina teria muito a temer se uma publicação nacional resolvesse investir no escândalo que sacode a cidade, nacionalizando-o.
Dentro desse quadro, surgiu a denúncia de que duas editoras do Grupo Abril – Ática e Scipione – conseguiram vender livros para todas as escolas municipais.
Trata-se de caso graúdo, visto que o Ministério da Educação fornece livros gratuitamente – inclusive das duas editoras – através no Programa Nacional do Livro Didático.
Segundo o site Bonde (a partir de dica do leitor jcosta):

MP e Câmara recebem nova denúncia de compra de livros

Uma nova denúncia de compra  de livros didáticos foi protocolada no Ministério Público (MP) e enviada à Câmara Municipal de Londrina. No início da sessão desta terça-feira (26), o vereador Rony Alves (PTB), informou que, conforme a denúncia, quase todas as escolas municipais compraram livros da Editora Ática e Scipione.
O professor justificou que é o fato"estranho", pois os docentes das escolas devem se reunir para a escolha dos materiais que serão adquiridos sem qualquer tipo de interferência externa. "Ática e Scipione, duas editoras compradas pela Abril, são seríssimas", ponderou o vereador durante o discurso (ouça aqui) 
De acordo com Alves, questionada pelo telefone, a secretária de Educação, Virgínia Laço, negou a existência de irregularidades ou direcionamento da compra. No entanto, o professor mostrou no plenário uma circular da Secretaria de Educação que convidava as escolas da rede municipal para uma palestra de uma autora da Editora Ática. "Isso é muito perigoso. Alguma coisa de estranho aconteceu em Londrina e nós vamos investigar", prometeu.
No Advivo



O Bolsa Família e seus inimigos

junio 26, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet

O pensamento conservador brasileiro – na política, na mídia, no meio acadêmico, na sociedade – tem horror ao Bolsa Família. É só colocar dois conservadores para conversar que, mais cedo ou mais tarde, acabam falando mal do programa.
Não é apenas no Brasil que conservadores abominam iniciativas desse tipo. No mundo inteiro, a expansão da cidadania social e a consolidação do chamado “Estado do Bem-Estar” aconteceu, apesar de sua reação.
Costumamos nos esquecer dos “sólidos argumentos” que se opunham contra políticas que hoje em dia são vistas como naturais e se tornaram rotina. Quem discutiria, atualmente, a necessidade da Previdência Social, da ação do Estado na saúde pública, na assistência médica e na educação continuada?
Mas todas já foram consideradas áreas interditas ao Estado. Que melhor funcionariam se permanecessem regidas, exclusivamente, pela “dinâmica do mercado”. Tem quem pode, paga quem consegue. Mesmo se bem-intencionado, o “estatismo” terminaria por desencorajar o esforço individual e provocar o agravamento – em vez da solução – do problema original.
O axioma do pensamento conservador é simples: a cada vez que se “ajuda” um pobre, fabricam-se mais pobres.
Passaram-se os tempos e ninguém mais diz essas barbaridades, ainda que muitos continuem a acreditar nelas. Hoje, o alvo principal das críticas conservadoras são os programas de transferência direta de renda. Naturalmente, os que crescem e se consolidam. Se permanecerem pequenos, são vistos até com simpatia, uma espécie de aceno que sinaliza a “preocupação social” de seus formuladores.
Mas é uma relação ambígua: ao mesmo tempo que criticam os programas de larga escala, dizem-se seus mentores. Da versão “correta”. Veja-se a polêmica a respeito de quem inventou o Bolsa Família: irrelevante para a opinião pública, mas central para as oposições. À medida que o programa avançou e se expandiu ao longo do primeiro governo Lula, tornando-se sua marca mais conhecida e aprovada, sua paternidade começou a ser reivindicada pelo PSDB. Argumentavam que sua origem era um programa instituído pelo prefeito tucano de Campinas, José Roberto Magalhães Teixeira, em 1994.
Ele criou de fato o Programa de Renda Mínima, que complementava a receita de pessoas em situação de miséria. Por razões evidentes, limitava-se à cidade e beneficiava apenas 2,5 mil famílias, com uma administração tão complexa que era impossível expandi-lo com os recursos da prefeitura.
Tem sentido dizer que o Bolsa Família nasceu assim? Que esse pequeno experimento local é a matriz do que temos hoje? O maior e mais bem avaliado programa do gênero existente no mundo e que serve de modelo para países ricos e pobres?
O que a discussão sobre o Renda Mínima de Campinas levanta é uma pergunta: se o PSDB estava convencido da necessidade de elaborar um programa nacional baseado nele, por que não o fez?
Não foi Fernando Henrique Cardoso quem venceu a eleição de 1994? O novo presidente não era amigo e correligionário do prefeito? Ou será que FHC não levou o programa do companheiro para o nível federal por ignorá-lo?
Quem sabe conhecesse a iniciativa e até a aplaudisse, mas não fazia parte do arsenal de medidas que achava adequadas para enfrentar o problema da pobreza. Não eram “coisas desse tipo” que o Brasil precisava.
Goste-se ou não de Lula, o fato é que o Bolsa Família só nasceu quando ele chegou à Presidência. E é muito provável que não existisse se José Serra tivesse vencido aquela eleição.
Fazer a arqueologia do programa é bizantino. Para as pessoas comuns não quer dizer nada. Como se vê nas pesquisas, acham até engraçado sustentar que o Bolsa Família não tem a cara de Lula.
Não é isso, no entanto, o que pensam os conservadores. Para eles, continua a ser necessário evitar que essa bandeira permaneça nas mãos do ex-presidente. O curioso é que não gostam do programa. E que, toda vez que o discutem, só conseguem pensar no que fazer para excluir beneficiários: são obcecados pela ideia de “porta de saída”.
Outro dia, tudo isso estava em um editorial de O Globo intitulado “Efeitos colaterais do Bolsa Família”: a tese da ancestralidade tucana, a depreciação do programa – apresentado como reunião de “linhas de sustentação social (?) já existentes” –, a opinião de que teria ficado “grande demais”, a crítica de que causaria escassez de mão de obra no Nordeste, e por aí vai (em momento revelador, escreveu “Era FHC” e “período Lula” – como se somente o primeiro merecesse a maiúscula).
Para a oposição – especialmente a menos informada –, o Bolsa Família é o grande culpado pela reeleição de Lula e a vitória de Dilma Rousseff. Não admira que o deteste.
Para os políticos, as coisas são, porém, mais complicadas. Como hostilizar um programa que a população apoia?
Por isso, quando vão à rua disputar eleições, se apresentam como seus defensores. Como na inesquecível campanha de Serra em 2010: “Eu sou o Zé que vai continuar a obra do Lula!”.
Alguém acredita?
Marcos Coimbra
No CartaCapital