O referendum islandês e os silêncios da mídia
October 21, 2012 22:00 - Pas de commentaireOs cidadãos da Islândia referendaram, ontem, com cerca de 70% dos votos, o texto básico de sua nova Constituição, redigido por 25 delegados, quase todos homens comuns, escolhidos pelo voto direto da população, incluindo a estatização de seus recursos naturais.
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Os cidadãos da Islândia referendaram, ontem, com cerca de 70% dos votos, o texto básico de sua nova Constituição, redigido por 25 delegados, quase todos homens comuns, escolhidos pelo voto direto da população, incluindo a estatização de seus recursos naturais. A Islândia é um desses enigmas da História. Situada em uma área aquecida pela Corrente do Golfo, que serpenteia no Atlântico Norte, a ilha, de 103.000 qm2, só é ocupada em seu litoral. O interior, de montes elevados, com 200 vulcões em atividade, é inteiramente hostil – mas se trata de uma das mais antigas democracias do mundo, com seu parlamento (Althingi) funcionando há mais de mil anos. Mesmo sob a soberania da Noruega e da Dinamarca, até o fim do século 19, os islandeses sempre mantiveram confortável autonomia em seus assuntos internos.
Em 2003, sob a pressão neoliberal, a Islândia privatizou o seu sistema bancário, até então estatal. Como lhes conviesse, os grandes bancos norte-americanos e ingleses, que já operavam no mercado derivativo, na espiral das subprimes, transformaram Reykjavik em um grande centro financeiro internacional e uma das maiores vítimas do neoliberalismo. Com apenas 320.000 habitantes, a ilha se tornou um cômodo paraíso fiscal para os grandes bancos.
Instituições como o Lehman Brothers usavam o crédito internacional do país a fim de atrair investimentos europeus, sobretudo britânicos. Esse dinheiro era aplicado na ciranda financeira, comandada pelos bancos norte-americanos. A quebra do Lehman Brothers expôs a Islândia que assumiu, assim, dívida superior a dez vezes o seu produto interno bruto. O governo foi obrigado a reestatizar os seus três bancos, cujos executivos foram processados e alguns condenados à prisão.
A fim de fazer frente ao imenso débito, o governo decidiu que cada um dos islandeses – de todas as idades - pagaria 130 euros mensais durante 15 anos. O povo exigiu um referendum e, com 93% dos votos, decidiu não pagar dívida que era responsabilidade do sistema financeiro internacional, a partir de Wall Street e da City de Londres.
A dívida externa do país, construída pela irresponsabilidade dos bancos associados às maiores instituições financeiras mundiais, levou a nação à insolvência e os islandeses ao desespero. A crise se tornou política, com a decisão de seu povo de mudar tudo. Uma assembléia popular, reunida espontaneamente, decidiu eleger corpo constituinte de 25 cidadãos, que não tivessem qualquer atividade partidária, a fim de redigir a Carta Constitucional do país. Para candidatar-se ao corpo legislativo bastava a indicação de 30 pessoas. Houve 500 candidatos. Os escolhidos ouviram a população adulta, que se manifestou via internet, com sugestões para o texto. O governo encampou a iniciativa e oficializou a comissão, ao submeter o documento ao referendum realizado ontem.
Ao ser aprovado ontem, por mais de dois terços da população, o texto constitucional deverá ser ratificado pelo Parlamento.
Embora a Islândia seja uma nação pequena, distante da Europa e da América, e com a economia dependente dos mercados externos (exporta peixes, principalmente o bacalhau), seu exemplo pode servir aos outros povos, sufocados pela irracionalidade da ditadura financeira.
Durante estes poucos anos, nos quais os islandeses resistiram contra o acosso dos grandes bancos internacionais, os meios de comunicação internacional fizeram conveniente silêncio sobre o que vem ocorrendo em Reykjavik. É eloqüente sinal de que os islandeses podem estar abrindo caminho a uma pacífica revolução mundial dos povos.
A nova oposição
October 21, 2012 22:00 - Pas de commentaireA provável derrota de José Serra, para a prefeitura de São Paulo, derrotado pelo adversário Fernando Haddad e pelos seus próprios índices de rejeição, marca simbolicamente o fim de uma era, a dele e de seu padrinho FHC.
A grande questão pela frente é sobre quais bases se sustentará a política brasileira, o partido da situação e a oposição.
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Nenhum partido que se pretende hegemônico, disputando o poder, se constrói a partir do vazio de propostas. Os alicerces, a base central são um conjunto de ideias sobre as quais se assentarão as primeiras lideranças, os primeiros quadros, as primeiras bases sociais para depois se expandir pelo país.
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Desde o século passado, na política brasileira, a formação de ideias políticas se dava a partir dos grandes movimentos ocidentais, as grandes ondas ora pendendo para o liberalismo financeiro, ora para a maior participação do Estado.
Competia aos líderes políticos nacionais farejar os ventos externos e adaptá-los aos movimentos internos, geradores de um pensamento autônomo.
Embora fundamentalmente intuitivo, JK não prescindia do arcabouço teórico dos nacionalistas do ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros).
No final dos anos 80, Fernando Collor assimilou os conceitos do tatcherismo, trouxe um discurso liberalizante mas temperado com conceitos desenvolvidos internamente – desde a teoria da “integração competitiva”, de Júlio Mourão, aos princípios de gestão e inovação.
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Quando FHC assumiu o poder, o PSDB dispunha dos seus isebianos, um conjunto de pensadores capazes de dar racionalidade aos rumos da liberalização.
Tudo foi deixado de lado pela falta de vontade crônica de FHC de costurar um pensamento autônomo sequer, de adaptar os princípios do neoliberalismo às condições brasileiras, de perceber os ventos que sopravam os coqueiros daqui, não as nogueiras de lá.
Tivesse um mínimo de sensibilidade em relação ao mundo real brasileiro, teria percebido a importância da inclusão social, não apenas como objetivo de governo mas como projeto de país.
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Nos próximos anos, o PT continuará surfando nas ondas da inclusão e da redução das desigualdades. Como lembrou André Singer, em seus estudos sobre o lulismo, trata-se de uma tendência irreversível, duradoura, a ser abraçada por qualquer partido que ambicione o poder, seja o PT ou outro que vier.
Com Dilma Rousseff, à bandeira da inclusão somaram-se as da gestão e do desenvolvimentismo – mais duas bandeiras deixadas de lado pelo PSDB, preso ao discurso monocórdico das privatizações de FHC.
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Qual será o desenho, então, da oposição? Nos últimos anos, FHC e especialmente Serra, limitaram-se a entrar na onda do rancor, do negativismo, refletindo a posição de alguns articulistas.
É bem provável que, depois da radicalização liberalizante de FHC, o pêndulo da economia volte-se cada vez mais para o intervencionismo estatal da nova era. Como em todo movimento pendular, no início obedece a demandas racionais e legítimas. Depois, cria sua própria lógica e vira o fio.
É possível que em um futuro distante, uma das bandeiras da oposição possa voltar a ser a redução do papel do Estado.
No entanto, a discussão sobre o papel do Estado não pode estar divorciada da discussão maior: a busca do bem estar dos cidadãos e a ampliação da inclusão social.
O neoconservadorismo - 1
Os conservadores autênticos sempre amarraram o tema redução do Estado ao da promoção da igualdade de oportunidades. Ocorre que a crítica ao Estado – formulada pelo pensamento neoconservador que se apossou da mídia – vem acompanhada de um discurso deplorável contra qualquer forma de inclusão social, de políticas igualitárias. Com isso tirou toda a legitimidade, restringiu o discurso no cercadinho da intolerância.
O neoconservadorismo – 2
Políticas sociais brasileiras – Bolsa Família, Prouni, Luz para Todos – são incensadas internacionalmente. Tornaram-se um contraponto à falta de sensibilidade social do neoliberalismo. Principalmente porque deixam a opção de gastar o dinheiro (ou escolher a Faculdade) para o próprio beneficiário, sem interferência do Estado. Esse tipo de política sempre foi bandeira liberal. Não por aqui, com trogloditas políticos.
O neoconservadorismo – 3
No novo quadro político brasileiro haverá espaço para um partido conservador, mas que não ambicione disputar poder. E esse partido não será o PSDB. Ao longo de sua história política, a atual cara mais visível do PSDB – Serra – comportou-se com um oportunismo que o tornou alvo de desconfianças gerais, à esquerda e à direita, e afastou do partido toda uma nova geração de intelectuais.
O neoconservadorismo – 4
Dias atrás FHC criticou-o por supostamente ter jogado o PSDB no conservadorismo do pastor Malafaia e companhia. Na fase inicial da intolerância religiosa e política, o próprio FHC estimulou essa radicalização. Serra nunca teve fôlego intelectual para montar um conjunto articulado de princípios-guia. Essa tarefa cabia a FHC. Mas seu tempo político passou.
A nova oposição
Agora, há duas lideranças despontando, Aécio Neves e Eduardo Campos, governador de Pernambuco. Aécio não disse a que veio, sequer demonstra vontade política de abdicar dos prazeres da vida. Campos tem se mostrado o melhor governador da atual safra. Em caso de desgaste na agenda petista, seria uma alternativa presidencial (provavelmente em 2020), mas preservando os princípios originais do lulismo.
Ventos externos
Restaria aguardar por ventos externos. Mas internacionalmente assiste-se aos estertores do neoliberalismo, com políticas antipopulares, economicamente desastrosas, sendo impostas goela abaixo dos países europeus. Para a falta de ideias de FHC, não haverá 7º de Cavalaria que o salve dos ataques indígenas. Assim, só restará o esperneio da intolerância reiterada e politicamente suicida.
Luis NassifNo Advivo
Uma noite de 21 de outubro há 45 anos
October 20, 2012 21:00 - Pas de commentaireUma noite em 67
Era 21 de outubro de 1967. No Teatro Paramount, centro de São Paulo, acontecia a final do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. Diante de uma plateia fervorosa - disposta a aplaudir ou vaiar com igual intensidade -, alguns dos artistas hoje considerados de importância fundamental para a MPB se revezavam no palco para competir entre si. As canções se tornariam emblemáticas, mas até aquele momento permaneciam inéditas. Entre os 12 finalistas, Chico Buarque e o MPB 4 vinham com "Roda Viva"; Caetano Veloso, com "Alegria, Alegria"'; Gilberto Gil e os Mutantes, com "Domingo no Parque"; Edu Lobo, com "Ponteio"; Roberto Carlos, com o samba "Maria, Carnaval e Cinzas"; e Sérgio Ricardo, com "Beto Bom de Bola". A briga tinha tudo para ser boa. E foi. Entrou para a história dos festivais, da música popular e da cultura do País.
"É naquele momento que o Tropicalismo explode, a MPB racha, Caetano e Gil se tornam ídolos instantâneos, e se confrontam as diversas correntes musicais e políticas da época", resume o produtor musical, escritor e compositor Nelson Motta. O Festival de 1967 teve o seu ápice naquela noite. Uma noite que se notabilizou não só pelas revoluções artísticas, mas também por alguns dramas bem peculiares, em um período de grandes tensões e expectativas. Foi naquele dia, por exemplo, que Sérgio Ricardo selou seu destino artístico ao quebrar o violão e atirá-lo à plateia depois de ser duramente vaiado pela canção "Beto Bom de Bola".
O documentário Uma Noite em 67, dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, mostra os elementos que transformaram aquela final de festival no clímax da produção musical dos anos 60 no Brasil. Para tanto, o filme resgata imagens históricas e traz depoimentos inéditos dos principais personagens: Chico, Caetano, Roberto, Gil, Edu e Sérgio Ricardo. Além deles, algumas testemunhas privilegiadas da festa/batalha, como o jornalista Sérgio Cabral (um dos jurados) e o produtor Solano Ribeiro, partilham suas memórias de uma noite inesquecível.
Jogo do Galo foi ontem
October 20, 2012 21:00 - Pas de commentairePara quem pensava que estava assistindo ao vivo o jogo Atlético Mineiro e Fluminense, o UOL esportes informa que o jogo foi ontem!
O astro do Atlético-MG Ronaldinho Gaúcho teve uma chance preciosa de abrir o placar na decisiva partida contra o Fluminense, neste sábado. Ele cobrou uma falta e a bola foi para as redes. No entanto, o gol foi anulado devido a um empurrão de um dos companheiros de R49 que estava na barreira.
O árbitro Jaílson Macedo Freitas considerou que Leonardo Silva empurrou de forma faltosa rivais do Fluminense quando estava posicionado ao lado da barreira. A marcação gerou protestos dos jogadores atleticanos e da torcida.
Denúncia – Cidadão processado por expôr aumento de vereadores em 105,84%
October 20, 2012 21:00 - Pas de commentaireEmail de Eduardo Dhein, o Gaúcho Ateu:


VÍDEO EXPLICANDO O CASO DETALHADAMENTE:
No dia 11 de Agosto de 2012, criei uma página no Facebook para protestar contra os vereadores que aumentaram seus próprios salários na cidade de Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul, em 105,84%, passando de R$4.858,00 para R$10.024,00 (mesmo salário de Campinas que tem 1.300.000 habitantes, enquanto Cachoeirinha tem 120.000).
https://www.facebook.com/Cachoeirinhalimpa?ref=ts
https://www.facebook.com/Cachoeirinhalimpa?ref=ts
Na fanpage, há várias montagens que fiz para protestar contra quem foi a favor do aumento, seja votando, propondo o projeto ou simplesmente falando ”todo político precisa de aumento para não roubar” – frase proferida por Maurício Medeiros.
Como já era de se esperar, fui processado pelo Presidente da Câmara de Vereadores, senhor Joaquim Fortunato, que alega que fui injurioso nas palavras de protesto. Ele reclama que usei ‘vagabundos’ em comentários que admito que fiz a TODOS os que aumentaram os próprios salários; e corja, que também usei para classificar o tipo de gente que nos representa. Até aí tudo bem, ser processado por político é um elogio, mas o fato que me chamou a atenção quando recebi o processo (imagem ao lado) foi onde ele tenta forçar o juiz a tomar providências analisando meu perfil através de minha descrença em divindades (sou ateu).
Como já era de se esperar, fui processado pelo Presidente da Câmara de Vereadores, senhor Joaquim Fortunato, que alega que fui injurioso nas palavras de protesto. Ele reclama que usei ‘vagabundos’ em comentários que admito que fiz a TODOS os que aumentaram os próprios salários; e corja, que também usei para classificar o tipo de gente que nos representa. Até aí tudo bem, ser processado por político é um elogio, mas o fato que me chamou a atenção quando recebi o processo (imagem ao lado) foi onde ele tenta forçar o juiz a tomar providências analisando meu perfil através de minha descrença em divindades (sou ateu).
Neste vídeo ele chega a insinuar que eu faço ‘aversão’ à algo quando mostro os gatinhos de meus dois filhos (imagem ao lado). http://www.youtube.com/watch?v=WVJyk4QFkRw
E neste próximo onde tem cortes de duas sessões da Câmara, eles demonstram todo o preconceito religioso deles.
http://www.youtube.com/watch?v=ASrnlpaoat8&feature=relmfu
http://www.youtube.com/watch?v=ASrnlpaoat8&feature=relmfu
O vlogueiro Daniel Fraga expôs o caso:
http://www.youtube.com/watch?v=LbsWGZQ2UNw&feature=plcp
http://www.youtube.com/watch?v=LbsWGZQ2UNw&feature=plcp
Outro vlogueiro, o Pirulla, também expôs meu caso junto com o canal do Otário:
http://www.youtube.com/watch?v=bUU8MkQPsyQ&feature=results_video
http://www.youtube.com/watch?v=bUU8MkQPsyQ&feature=results_video
O jornal diário de Cachoeirinha também expôs conforme registros abaixo:




O maior Blogueiro ateu do Brasil também expôs o caso.
http://www.paulopes.com.br/2012/09/vereador-diz-que-ser-ateu-e-desrespeitar-todas-as-religioes.html
http://www.paulopes.com.br/2012/09/vereador-diz-que-ser-ateu-e-desrespeitar-todas-as-religioes.html
A página da ATEA tb.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=465947096769211&set=a.191647587532498.43552.172083906155533&type=1&theater
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=465947096769211&set=a.191647587532498.43552.172083906155533&type=1&theater
Gostaria que fizesse algo para expôr a repressão que estou sofrendo por aqui…
Sem contar que este mesmo presidente da Câmara de Vereadores foi flagrado em 2006 jogando caça-níqueis em horário de trabalho quando era secretário de obras de Cachoeirinha, conforme registros abaixo:
Sem contar que este mesmo presidente da Câmara de Vereadores foi flagrado em 2006 jogando caça-níqueis em horário de trabalho quando era secretário de obras de Cachoeirinha, conforme registros abaixo:




Obrigado pela atenção!
E agora tem mais um sendo processado…