Folha chama vantagem de Elmano em Fortaleza de "empate técnico"
October 18, 2012 21:00 - Pas de commentaireAntes de falar sobre os 3% de margem de lucro erro, analise bem os dados: a intenção de voto mostrada na pesquisa é entre 39 e 45% para Elmano e 34 e 40% para Roberto Cláudio. Somente na pior hipótese possível para Elmano haveria uma ligeira vantagem de 40 x 39 para Roberto Cláudio. Acreditando-se na validade da pesquisa e na correção de seus números é extremamente provável que Elmano lidere a intenção de voto no momento, embora ainda não fique fora da margem de lucro erro. Tente imaginar a Folha chamando uma vantagem de 5 pontos a favor de Serra de "empate técnico".
Datafolha aponta empate técnico na disputa a prefeito de Fortaleza
DO COORDENADOR DA AGÊNCIA FOLHA
Os candidatos Elmano de Freitas (PT) e Roberto Claudio (PSB) aparecem tecnicamente empatados na disputa do segundo turno em Fortaleza, de acordo com pesquisa Datafolha encomendada pelo jornal "O Povo".
Elmano tem 42% das intenções de voto, contra 37% de Claudio. Declarações de voto em nulo e em branco somam 11%. Indecisos são 9%.
A margem de erro da pesquisa, realizada terça (16) e quarta (17) na capital cearense, é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
Na situação em que Elmano estivesse próximo do limite mínimo, e Claudio, de seu máximo, os dois estariam empatados em 40% ou 39%.
Nos votos válidos, quando são excluídos brancos, nulos e indecisos, o petista aparece com 53%, ante 47% do candidato do PSB. No primeiro turno das eleições, Elmano obteve 25% dos votos válidos, contra 23% de Claudio.
O Datafolha mediu a rejeição dos candidatos: 41% não votariam de jeito nenhum em Claudio, e 38%, em Elmano.
O Datafolha ouviu 1.281 eleitores em Fortaleza. A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral com o número CE-00180/2012.
No EsquerdopataDatafolha antes da Folha: Haddad 49%, Serra 32%
October 18, 2012 21:00 - Pas de commentaire
Diferença de 17 pontos é ainda maior que a do Ibope, que apontou 48% a 32%; estranhamente, instituto do grupo Folha ainda não divulgou os resultados da sua pesquisa desta semana, a cujos números 247 teve acesso
Depois de o Ibope apontar distância de 16 pontos percentuais entre Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB) na corrida pela Prefeitura de São Paulo, o Datafolha aponta diferença ainda maior: 49% a 32%. Estranhamente, contudo, instituto do grupo Folha ainda não divulgou os resultados da sua pesquisa desta semana. 247 teve acesso aos números inéditos e os divulga antes mesmo da empresa autora da pesquisa.
A pesquisa do Datafolha corrobora o Ibope no registro do desastre que foi a abordagem da campanha de Serra sobre o famigerado 'kit gay' do Ministério da Educação. A exemplo do que ocorreuna campanha presidencial de 2010, o tucano só se desgastou ao adotar o discurso conservador, desta vez escorado em pastores, como Silas Malafaia.
Até aí, nada de novo. Estranho mesmo é o fato de o Grupo Folha ter os dados, e seu jornal, Folha de S.Paulo, não os ter publicados, como faz, com exclusividade, assim que eles são consolidados.
No 247
Kit Serra
October 17, 2012 21:00 - Pas de commentaire
Os incidentes entre José Serra e repórteres multiplicam-se. O repórter brasileiro está entre os mais mansos. Mesmo quando suscita tema delicado, mantém-se distante, muito distante, dos modos incisivos dos repórteres americanos e europeus, que não admitem a função profissional condicionada a cuidados com ares hierárquicos, muito menos a ares intimidatórios.
José Serra conviveu bastante em jornal, no grupo de formulação de editoriais da Folha. Como político, pôde ver a maneira quase dócil do repórter brasileiro na abordagem e na relação funcional com políticos, empresários de porte e ocupantes de cargos de relevo em governo. Como frequentador de redação, José Serra pôde ver que a transposição do trabalho dos repórteres no jornal depende do trabalho interno de edição. Este, sim, definidor dos realces, do tom, das localizações, do uso de fotos (e das legendas do tipo "Fulano segura um copo", para a foto do fulano segurando um copo).
Apesar daquelas oportunidades de aprendizado e compreensão, José Serra mantém um clima hostil e intimidatório na proximidade de repórteres. Daí seguem-se agressões verbais em direção errada e às quais não falta um componente de covardia, dada a improbabilidade da resposta adequada.
Mas é indispensável reconhecer que os jornalistas não são alvos exclusivos da agressividade verbal de Serra. Sua prometida campanha na base de paz e amor é mensurável pela sucessão de artigos que cobram menos ataques pessoais e alguma abordagem de temas paulistanos. Nessa deformação da campanha Fernando Haddad tem sua cota de responsabilidade.
Se Haddad tem ideais a propor a São Paulo, não se justifica que adira à troca de agressões alheia à razão de ser de eleições. Não falta matéria-prima - na campanha, na política, na vida - para uns dois tarugos que deem resposta a Serra, e pronto. A partir disso, é olhar para o que interessa ao eleitor.
A tentativa de homicídio verbal é própria de campanhas eleitorais. Mas desde que seja em torno de posições quanto aos problemas preocupantes do eleitorado, desde que se dê motivada pelo confronto conservadorismo administrativo (predominante em São Paulo) ou de buscas inovadoras. Chega de jogo sujo nas campanhas. Rebaixá-las assim é trapaça.
Não tenho capacidade de imaginar como é a cabeça de um prefeito e a de governador que esbanjam fortunas em festividades, obras de engodo, dia disso e daquilo, futebol, tudo onde "a espera por atendimento de um endocrinologista é de dez meses", "pacientes reclamam que exames mais específicos, como densitometria, chegam a demorar até dois anos", revelação do jornalista Nilson Camargo sobre medicina em certas áreas da capital (Folha, pág. A2, 13/10/12).
A meu ver, não menos doentes do que tais necessitados são o prefeito e o governo de sua rica São Paulo. Mas doentes de outros males. Cabeças razoavelmente sensatas, ou medianamente sadias, não tolerariam desperdiçar nem um minuto e nem um centavo dos seus poderes enquanto não exterminassem realidades revoltantes como a da perversidade exposta por Nilson Camargo.
Diante disso, a disputa eleitoral em São Paulo-capital volta a ser submetida ao "kit Serra", composto de insultos, desdizer-se, agressões verbais e mania de perseguição.
Os incidentes entre José Serra e repórteres multiplicam-se. O repórter brasileiro está entre os mais mansos. Mesmo quando suscita tema delicado, mantém-se distante, muito distante, dos modos incisivos dos repórteres americanos e europeus, que não admitem a função profissional condicionada a cuidados com ares hierárquicos, muito menos a ares intimidatórios.
José Serra conviveu bastante em jornal, no grupo de formulação de editoriais da Folha. Como político, pôde ver a maneira quase dócil do repórter brasileiro na abordagem e na relação funcional com políticos, empresários de porte e ocupantes de cargos de relevo em governo. Como frequentador de redação, José Serra pôde ver que a transposição do trabalho dos repórteres no jornal depende do trabalho interno de edição. Este, sim, definidor dos realces, do tom, das localizações, do uso de fotos (e das legendas do tipo "Fulano segura um copo", para a foto do fulano segurando um copo).
Apesar daquelas oportunidades de aprendizado e compreensão, José Serra mantém um clima hostil e intimidatório na proximidade de repórteres. Daí seguem-se agressões verbais em direção errada e às quais não falta um componente de covardia, dada a improbabilidade da resposta adequada.
Mas é indispensável reconhecer que os jornalistas não são alvos exclusivos da agressividade verbal de Serra. Sua prometida campanha na base de paz e amor é mensurável pela sucessão de artigos que cobram menos ataques pessoais e alguma abordagem de temas paulistanos. Nessa deformação da campanha Fernando Haddad tem sua cota de responsabilidade.
Se Haddad tem ideais a propor a São Paulo, não se justifica que adira à troca de agressões alheia à razão de ser de eleições. Não falta matéria-prima - na campanha, na política, na vida - para uns dois tarugos que deem resposta a Serra, e pronto. A partir disso, é olhar para o que interessa ao eleitor.
A tentativa de homicídio verbal é própria de campanhas eleitorais. Mas desde que seja em torno de posições quanto aos problemas preocupantes do eleitorado, desde que se dê motivada pelo confronto conservadorismo administrativo (predominante em São Paulo) ou de buscas inovadoras. Chega de jogo sujo nas campanhas. Rebaixá-las assim é trapaça.
Não tenho capacidade de imaginar como é a cabeça de um prefeito e a de governador que esbanjam fortunas em festividades, obras de engodo, dia disso e daquilo, futebol, tudo onde "a espera por atendimento de um endocrinologista é de dez meses", "pacientes reclamam que exames mais específicos, como densitometria, chegam a demorar até dois anos", revelação do jornalista Nilson Camargo sobre medicina em certas áreas da capital (Folha, pág. A2, 13/10/12).
A meu ver, não menos doentes do que tais necessitados são o prefeito e o governo de sua rica São Paulo. Mas doentes de outros males. Cabeças razoavelmente sensatas, ou medianamente sadias, não tolerariam desperdiçar nem um minuto e nem um centavo dos seus poderes enquanto não exterminassem realidades revoltantes como a da perversidade exposta por Nilson Camargo.
Diante disso, a disputa eleitoral em São Paulo-capital volta a ser submetida ao "kit Serra", composto de insultos, desdizer-se, agressões verbais e mania de perseguição.
Janio de FreitasNo Falha
Serra de 2012 pinta como o Alckmin de 2006
October 17, 2012 21:00 - Pas de commentaire
Tucanos já sabem como é chato ter menos votos no segundo turno em relação ao primeiro; candidato a prefeito está fazendo tudo certo para que o vexame se repita
Em 2006, o então candidato a presidente Geraldo Alckmin teve 41,63% dos votos no primeiro turno da eleição presidencial contra Lula, que venceu o pleito com 48,6%.
No segundo turno, enquanto o petista encontrava palanques em todo o País, o tucano cometeu erros feitos de estratégia. Lembro bem de um deles.
Por questão de economia de recursos, o atual governador paulista aceitou proposta do PT de adiar em uma semana o horário eleitoral gratuito no segundo turno, um campo de batalha em que ele havia se dado bem. Era uma armadilha. Com menos tempo de televisão, sem o apoio efetivo de José Serra, eleito governador de São Paulo (no dia seguinte à sua vitória em primeiro turno, em lugar de arregaçar as mangas para trabalhar por Alckmin ou, ao menos fazer uma declaraçãozinha a favor do, digamos, parceiro, Serra preferiu ser visto plantando uma árvore no quintal de sua própria casa, no bairro do Alto de Pinheiros), e de Aécio Neves, igualmente com vitória assegurada no primeiro escrutíneo, eleito governador de Minas – já se falava, ali, na chapa 'Lulécio' -, Alckmin conseguiu a proeza de ter 2,4 milhões de votos a menos que ele próprio obtivera na primeira rodada. Fechou a eleição com 39,17%.
Esses 33% de intenções de voto para José Serra, apurados pelo Ibope, contra 30% de votos reais obtidos por ele nas urnas de primeiro turno, já acenderam todas as sirenes e sinais amarelos dentro da campanha tucana. Com tão pequeno crescimento – o adversário Fernando Haddad, ao contrário, pulou de 29% para 49%, desfrutando de costuras bem realizadas pelo apoio de Gabriel Chalita, do PMDB, e das barbeiragens do próprio Serra – o ex-governador corre o risco do vexame de ter menos votos no domingo 28 do que o volume que obteve no domingo 7.
Acontecerá, neste caso, não uma derrota eleitoral pura e simples. Mas uma derrota política, o que é muito pior. O risco só aumenta porque, como se sabe, Serra não é dado a ver, ouvir, enfim, ter atenção ao que outros dizem. Corrigir sua rota de colisão com o que está no inconsciente coletivo vai ser muito, muito difícil. Até mesmo para o paciente e competente marqueteiro Luiz Gonzales, com quem Serra já anda se atritando. Uma campanha em caos.
Marco DamianiNo 247