Os sucateiros do Estado apoiam o funcionalismo?
August 11, 2012 21:00 - Pas de commentaireA greve de setores do funcionalismo público tem sido canibalizada com voragem por esferas do dispositivo midiático demotucano. Veículos e gargantas que se notabilizaram pelo aplauso esférico ao ciclo de privatizações promovido nos governos do PSDB, servindo como lubrificante ideológico ao desmonte do Estado, agora se esponjam no conflito entre as reivindicações dos grevistas e as respostas, inábeis, em certos casos, do governo.
Nesta sexta-feira, (10-08), o jornal Folha de São Paulo conseguiu desengavetar a palavra 'caos' trazendo-a de volta às manchetes em letras garrafais: ' Greve trava estradas e gera caos em Cumbica'. Isso para descrever uma operação padrão que atrasou vôos e gerou filas de caminhões em alfândegas. A soma de todos os engarrafamentos por certo equivale a um farelo do colapso permanente do trânsito em São Paulo, onde a competência tucana conseguiu o colosso de construir a média anual de 1,5 km de metrô em 17 anos de poder no Estado.
No sábado (11-08), o mesmo jornal que se notabilizou como sirene da retroescavadeira neoliberal, carregou no tom desaforado e provocativo da chamada: 'Dilma diz a grevistas que tem outras prioridades'.
Disse mesmo?
Nas páginas internas, o ardiloso editor já se desmente e calça o exagero com outro título: 'Em meio a protesto, presidente diz querer serviço público de qualidade'. Na letra miúda do texto, lê-se o seguinte relato dos fatos: 'sem citar diretamente as greves a Presidenta disse que tem de olhar o que é mais importante no país (...) assegurar empregos para aquela parte da população que é a mais frágil, que não tem direito à estabilidade, que sofre porque pode e esteve, muitas vezes, desempregada'.
A Presidenta foi vaiada por um grupo de docentes, alunos e servidores de instituições federais de ensino, diz a Folha. Em seguida informa: eram 35.
A recomposição das carreiras, salários e quaros do serviço público é uma prioridade da agenda progressista brasileira. Atacada por uma campanha implacável durante os dois primeiros governos do PT, ganhou margem de manobra ideológica com a crise, que escancarou o risco de se entregar a sociedade aos desígnios dos mercados, sem o contrapeso de um poder estatal eficiente e transparente.
Reduzir a despesa rentista com os juros, como tem feito o governo, é um passo importante para gerar folga orçamentária, capaz de beneficiar a educação, a saúde e a infraestrutura pública. Nada disso se fará sem uma atenção gêmea com carreiras, salários e servidores qualificados, capazes de colocar planos e projetos de pé.
Não se trata de 'ideologismo estatizante'. O país vive uma situação kafkiana:'sobram' recursos públicos em algumas áreas sem que planos de investimentos consigam migrar das intenções para os canteiros de obras.
Será difícil reordenar a macroeconomia do desenvolvimento sem novas empresas públicas que funcionem como espelho e alavanca. O exemplo vem dos bancos estatais que em seus segmentos induzem o mercado a trabalhar pela sociedade, como evidencia a queda nos juros do financiamento imobiliário.
A porta entreaberta pela desordem neoliberal exige ousadia. O mito da eficiência dos livres mercados trincou; sepultá-lo, porém, exige instituições, recursos e desassombro que subordinem os interesses a ele associados. Sem isso, o passado continuará a asfixiar o futuro, como se comprova na agonia européia sob tacão ortodoxo.
Faltam recursos? Para isso existe a política, por definição uma disputa entre prioridades de classes divergentes. Ademais, recorde-se que a elite nativa que inaugura 'impostômetros' e enche a boa para denunciar a 'carga' ocupa o 4º degrau no pódium dos maiores sonegadores do planeta. Tem US$ 520 bilhões acantonados em paraísos fiscais. Como esse dinheiro chegou lá? Não chegaria sem a inestimável colaboração de bancos e instituições do mercado cujos chefes de departamento de 'análise econômica' inundam os jornais com alertas sobre o 'desequilíbrio fiscal' e oferecem o antídoto:'as reformas', cujo cerne é o escalpo de direitos, serviços públicos e folhas de servidores do Estado.
O jornalismo engajado no apoio à greve dos servidores é filho dessa mesma cepa. Tem sido um porta-voz militante contra 'a gastança', incluindo-se aí o custo da 'corrupção', inerente à 'companheirada sindical-petista', como se sabe, e se tenta provar no STF.Demonização e desqualificação do servidor constituem uma das armas preferidas dessa pregação.
O conjunto carrega a inoxidável determinação de jogar a classe média contra tudo o que remeta ao interesse público, como se fosse possível pavimentar a convivência compartilhada sem solidariedade fiscal. Habilidosamente, alimenta-se a esquizofrenia que torna o imaginário social receptivo ao discurso dos Demóstenes de plantão: exige-se cortes de gastos nas páginas de economia; denuncia-se a insegurança pública na cobertura policial.
Foi assim também que se deformou o discernimento do país para legitimar o corte de R$ 40 bilhões no orçamento da saúde pública, com a extinção do CPMF, em 2007. Ato contínuo, a mídia 'isenta' discorria sobre o 'caos' no atendimento da saúde.
Programas sociais nucleados em torno do Bolsa Família padecem de identico tratamento. Com apenas 0,47% do PIB eles fornecem um piso de renda a 25% da população, expandindo o mercado interno em plena crise mundial. Mas a atenção prioritária do dispositivo midiático é com os 'desvios' dos benefícios, pinçados com lupa para comprovar o 'descontrole da máquina pública'.
Governos e grevistas não podem menosprezar esse pano de fundo histórico sobre o qual se trava a atual campanha salarial. Sem um denomidador comum feito de compromissos políticos em relação ao país e ao futuro, o risco é se perderem numa dízima de porcentagens, oferecendo combustível desagregador a quem sempre esteve do outro lado da mesa.
O Instituto Teotônio Vilela, insuspeito think tank tucano, repõe em um texto recente a verdade dessa correlação ao elencar os dados e a posição do conservadorismo sobre fatos hipocritamente dissimulados na cobertura da greve atual. Com a palavra, o PSDB:
"Em 2010, o gasto da União com pessoal atingiu R$ 183,3 bilhões. Isso equivale a mais de R$ 500 milhões por dia. Em 2002, havia sido de R$ 75 bilhões, em valores correntes. O salto registrado ao longo do governo petista foi astronômico", acusa o instituto tucano: "em termos nominais, isto é, sem considerar a inflação, as despesas cresceram 144%. Em valores reais, o ganho do funcionalismo foi de 56%, ou seja, muito acima da elevação do custo de vida no período. Não há quem seja contra um Estado que preste melhores serviços à população. Para tanto, é importante remunerar bem o servidor, motivá-lo e preservá-lo nas carreiras públicas. Mas a questão é saber se a sociedade está disposta a arcar com os custos desta política, uma vez que ao crescimento da folha sempre corresponde a cobrança de mais tributos".(ITV- nCARTAS DE CONJUNTURA ITV – Nº 74 – ABRIL/2011)
Saul LeblonNo Blog das Frases
Por que a Seleção leva todas na Copa e nunca leva o Ouro Olímpico?
August 11, 2012 21:00 - Pas de commentaireA seleção brasileira, que aparentemente vence com mais facilidade uma copa do mundo, nunca consegue obter o ouro nos jogos olímpicos de verão.
Pode ser a mesma equipe, a mesma escalação, mas o que pode ser uma tarefa muito fácil em certas copas do mundo, soa praticamente impossível quando se trata de uma olimpíada.
A dois anos da copa do mundo da Fifa Brasil 2014, a seleção brasileira não conseguiu vencer a seleção do México, na partida de ontem, em Londres. Era a final do campeonato de futebol masculino no evento olímpico, e o técnico Mano Menezes havia acreditado que a sua seleção levaria o ouro olímpico, como disse em uma entrevista recente.
O ouro acabou sendo para a seleção mexicana, que levou mais vantagens nos jogos e nas oportunidades de gol. Foram dois gols da seleção mexicana, e apenas um da seleção brasileira. E a seleção contava com Neymar, o arroz-de-festa do momento, e Alexandre Pato, o ex-marido da belíssima Stephany Brito.
A princípio, ão dá para entender por que a seleção brasileira que ganha fácil numa copa dificilmente vence numa olimpíada. Mas, analisando melhor as coisas, dá para perceber que, numa olimpíada, a influência dos "cartolas" da Fifa e da CBF é bem menor que a de uma copa do mundo, porque, é óbvio, neste último caso eles são os chefões do espetáculo.
Desde os anos 90 a seleção brasileira nunca consegue fazer jogadas confiáveis, manter um time coeso, com jogadas velozes e uma capacidade estável de fazer dribles admiráveis. E isso vale até mesmo em copas onde a seleção, aparentemente, saiu vitoriosa, como em 1994 e na desastrosa e corrupta copa de 2002.
Em 2002, então, o jogo Brasil X Inglaterra, se fosse realizado não na copa da Fifa, mas numa olimpíada, teria dado na derrota fatal da seleção brasileira. Os jogadores ingleses jogaram melhor, estavam com muita fome de bola, os brasileiros, por outro lado, estavam nervosos e Ronaldinho Gaúcho perdeu a cabeça e foi expulso.
Mas, como numa encenação, os jogadores ingleses "liberaram" o campo de defesa e a seleção brasileira, que havia jogado mal na partida, "venceu" por 2 a 1. As aspas mostram que a vitória foi muito estranha, porque todos os times sempre vencem ou perdem partidas num dia, mas a tendência natural era que a seleção inglesa vencesse, porque estava em condições semelhantes à da seleção mexicana na partida que deu a medalha de prata para os brasileiros.
Não foi 1958
Em relação aos dez anos do "penta", a grande mídia até tentou fazer uma comemoração. Fora o hype habitual da Rede Globo, a comemoração tinha que ser mesmo tímida e pouco marcante. Não havia muita coisa para se dizer sobre a copa do Japão e Coreia do Sul de 2002, porque ela foi tomada pela mediocridade e pela estranha derrota de seleções boas.
A copa de 2002 nem de longe pode se comparar com a da Suécia, em 1958, quando a seleção brasileira se destacou, pela primeira vez, pelas suas jogadas admiráveis, pela cumplicidade dos jogadores e pelos gols que garantiram a vitória de então.
Ano que vem serão os 55 anos desta vitória e até mesmo a mais tendenciosa cobertura midiática fará diferença ao falar e escrever sobre 1958 em relação ao que fez sobre 2002. Seria, mais ou menos, como falar do "sucesso mundial" de Michel Teló e depois celebrar o sucesso mundial verdadeiro de João Gilberto.
A mediocridade pode ser exaltada pela mídia, pela intelectualidade e até ter a defesa violenta da trolagem na Internet. Mas ela não tem qualidades suficientes para que se faça uma defesa substancial, ou, quando ela se torna coisa do passado, uma recordação realmente saudosa.
A copa de 2002 cairá no esquecimento. Foi a copa da mediocridade, a seleção brasileira que lá jogou foi a seleção de Ricardo Teixeira e Galvão Bueno. Não foi a seleção do povo brasileiro. Tudo foi tendencioso, artificial, até as jogadas eram muito iguais para que se levasse o evento esportivo a sério.
A copa de 1994, nos Estados Unidos, pelo menos foi uma piada. A de 2002, não. Foi o espetáculo da corrupção mais escancarada, fruto da indústria de "resultados" que movimenta empresas anunciantes no futebol e mobiliza todo um mercado legal e até mesmo clandestino para pressionar a "vitória" de uns privilegiados.
Podemos dizer que a seleção brasileira de 2002 foi também a seleção da Nike. E que, mudados os jogadores mas mantida a "filosofia de trabalho", deu conta de seu verdadeiro recado ao deixar a medalha de ouro para o time mexicano. Um verdadeiro "Brasil X Inglaterra 2002", sem a "ajudinha amiga" de Ricardo Teixeira, da Globo e da Nike.
Alexandre FigueiredoNo Mingau de Aço
Documentos da Ação Penal 470 - Mensalão
August 11, 2012 21:00 - Pas de commentaire
Provas cabais e contundentes da inocência de Henrique Pizzolato nos levam a pensar... Por que mesmo tendo estas provas nas mãos , Gurgel o IGR (Inquisidor Geral da República) quis incriminar um inocente?
Se você assistir ao vídeo aqui, você começara a entender melhor as provas contundentes na mensagens e imagens dos documentos que se seguem provando a inocência de Henrique Pizzolato.
Continuando... O Comp@ Alexandre Cesar Costa Teixeira disponibilozou na página do Cidadania Plena no Facebook as seguintes provas da inocência de Henrique Pizzolato Abaixo o link para download do depoimento de Otavio Florisval http://www.4shared.com/office/G4TOyyOT/Vol_140_pg30-40_depoim_Otavio_.html? POR RECOMENDAÇÃO DE MEU AMIGO HENRIQUE PIZZOLATO envio-lhe a mensagem abaixo:
a principal acusação contida na "denúncia" que a PGR faz a Henrique Pizzolato na AP 470, em curso no STF, é a de ter sido o "pagador" que DEU o dinheiro "público" à empresa do publicitário Marcos Valério.
O valor que está na "denúncia" contra Pizzolato é exatamente o mesmo da soma total das notas que seguem em anexo.
Em que pese o significado em mídia da avalanche que foi endereçada a Pizzolato, a mais cristalina REALIDADE é que a "denúncia" é INVERÍDICA.
1) a VISANET é uma empresa PRIVADA, portanto NUNCA se poderia falar em recurso "público";
2) a VISANET efetivamente depositou recurso de seu próprio fundo nas contas da empresa DNA de Marcos Valério;
3) Henrique Pizzolato NUNCA teve qualquer ingerência na empresa VISANET;
4) As ordens do Banco do Brasil para a VISANET pagar a empresa DNA comprovam (segue anexo) o que aqui é afirmado pois são outras pessoas que o fizeram;
5) A questão dos BV´s (bônus de volume) são enfaticamente esclarecidas por um alto dirigente da Rede Globo que foi convocado como testemunha na própria AP 470 e depondo em juízo federal afirmou categoricamente que os BV´s SEMPRE pertenceram as agências de propaganda e o próprio TCU assim decidiu em diversas situações da espécie, inclusive no próprio caso em tela;
O fato é que Henrique Pizzolato por ser petista e ocupar, à época, cargo de relativo destaque no Banco do Brasil, foi guindado à condição de "pagador" sem ter PODERES institucionais para tanto. Os motivos desta barbaridade da PGJ ... bem ...
É importante ainda destacar que em perguntas dirigidas pela então CPI à VISANET indagando: "qual era a relação de Henrique Pizzolato com a VISANET ?" Sabem qual foi a resposta da VISANET, em DOCUMENTO CONFIDENCIAL, dirigido a então CPI, pasmem, foi em apenas uma palavra: NENHUMA
Se houver lisura jornalística que tenha a audácia de enfrentar o império da distorção midiática difundida por "autoridades" políticas e da área da justiça (Ministério Público e Judiciário), esses documentos em anexo são a PROVA cabal do MAIS DESCARADO ENGODO JÁ PERPETRADO EM NOSSO PAÍS com finalidades político partidárias inconfessáveis.
E ai vão as provas lembrando que por óbvio que este documento é para divulgarmos amplamente uma vez que ele é uma COMPROVAÇÃO DEFINITIVA de que mesmo após ter a vida vasculhada nos últimos 25 (vinte e cinco) anos pela Receita Federal, NADA CONSTA contra Pizzolato.







segue DOCUMENTO CONFIDENCIAL onde se destaca o seguinte trecho:
"qual era a relação de Henrique Pizzolato com a VISANET?" Sabem qual foi a resposta da VISANET, em DOCUMENTO CONFIDENCIAL, dirigido a então CPI, pasmem, foi em apenas uma palavra: NENHUMA
Esse importante documento a PGR SEMPRE teve em mãos e estranhamente "decidiu" desconsiderá-lo e está também nos autos da AP 470 no STF.












Quando Lula afirmou em entrevista com blogueiros que iria contar TUDO sobre a tentativa de golpe que hj está "encadernada" na AP 470, alguns entenderam a fala dele como tendo sido mera retórica política. Enganaram-se os que assim "perceberam" a então fala presidencial. A realidade está disponível para os que buscam a VERDADE, mas, se desejam,esses poucos, continuar a ser vítima da avalanche midiática GOLPISTA, sinto muito.
No Xeque-MateAcusação e defesa
August 11, 2012 21:00 - Pas de commentaireOs advogados que até agora atuaram no julgamento do mensalão não merecem menos aplauso e defesa do que têm recebido, com fartura, o procurador-geral e acusador Roberto Gurgel. Não bastando que sua tarefa seja mais árdua, os defensores são alvos, digamos, de uma má vontade bem refletida na imprensa, por se contraporem à animosidade da opinião pública contra os seus clientes.
Ainda que não assegurem, necessariamente, a inocência de tal ou qual acusado, numerosas contestações pareceram muito mais convincentes, em pontos importantes, do que as respectivas acusações.
Na maioria desses casos, a defesa se mostrou mais apoiada do que a acusação em testemunhos e depoimentos tomados pelo inquérito, assim como em documentos e fatos provados ou comprováveis.
Com isso, outros pontos importantes da acusação estão ainda mais em aberto. É o caso, crucial, do mensalão como múltiplos pagamentos para assegurar votos ao governo na Câmara ou como dinheiro para gastos de campanha eleitoral.
A acusação não comprova a correspondência entre as quantias entregues a deputados e os votos na Câmara. Nem, sobretudo, a relação entre os pagamentos com valores tão diferentes e os votos que teriam o mesmo peso na contagem.
Não fica resolvida também, na acusação, a afirmada finalidade de compra de votos na Câmara e o dinheiro dado, por exemplo, aos leais deputados petistas Professor Luizinho e João Paulo Cunha, entre outros bem comportados aliados do governo também agraciados.
E houve, ainda, dinheiro destinado a seções partidárias estaduais, que nada tinham a ver com votações de interesse federal.
A afirmação de compra de votos, sustentada pelo procurador-geral Roberto Gurgel, foi tomada à CPI dos Correios por seu antecessor, Antonio Fernando de Souza, para formular a denúncia ao Supremo Tribunal Federal, há cinco anos.
A afirmação prevaleceu na CPI, porém, por conveniência política da oposição, e não porque os fatos apurados a comprovassem. Acertos de campanha eram muito mais coerentes com o constatado pela CPI. E já figuravam nas acusações de Roberto Jefferson, quando admitiu também haver recebido do PT, para o PTB e para candidatos petebistas.
Outro exemplo de afirmação fundamental e em aberto, porque construída de palavras e não de comprovações, está na acusação agora apresentada por Roberto Gurgel ao STF: "Foi José Dirceu quem idealizou o sistema ilícito de formação da base parlamentar de apoio ao governo mediante pagamento de vantagens indevidas" - e segue.
Seriam indispensáveis a indicação de como o procurador-geral soube da autoria e a comprovação de que José Dirceu "idealizou" o "sistema ilícito". Não só por se tratar de acusação com gravidade extrema.
Ocorre que o "sistema ilícito" foi aplicado já em 1998 por Marcos Valério, com suas agências de publicidade, e pelo Banco Rural para a frustrada reeleição de Eduardo Azeredo ao governo de Minas. Foi o chamado "mensalão do PSDB", descrito pela repórter Daniela Pinheiro, como já indicado aqui, na revista "piauí" deste mês.
Logo, para dar fundamento às palavras do procurador-geral Roberto Gurgel, só admitindo-se que José Dirceu "idealizou" tudo uns cinco anos antes do mensalão do PT. E, melhor ainda, que "idealizou" o "sistema ilícito" para beneficiar o PSDB de Eduardo Azeredo, hoje senador ainda peessedebista.
Os votos dos ministros do Supremo não suscitam expectativa só por carregarem consigo a absolvição e a condenação, mas pela maneira como encarem as divergências perturbadoras entre acusação e defesas.