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Daniela

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June 14, 2012 21:00 , par Daniela - | No one following this article yet.

Argentina: instruções para preparar panelaço

October 30, 2012 22:00, par Inconnu - 0Pas de commentaire

 
O ato de 8 de novembro que vem sendo convocado pelas redes sociais é organizado em minúcias (a recomendação de vestuário, por exemplo, tem por objetivo impedir imagens de senhoras e senhores elegantes batendo panelas de grife), e faz parte de uma polarização cada vez mais aguda insuflada tanto por grandes conglomerados do agronegócio, dos grandes grupos de comunicação, dos segmentos mais conservadores da Igreja Católica e dos setores mais recalcitrantes da direita mais radical.
Conforme 2012 se encaminha para a reta final, aumenta a tensa polarização vivida na Argentina – e valentemente insuflada pelos grandes grupos da comunicação, acastelados ao redor dos jornais Clarín e La Nación – entre partidários e adversários do governo da presidente Cristina Kirchner e, principalmente, entre os que apoiam e os que criticam o projeto de país implantado a partir de 2003, com a chegada ao poder do falecido presidente Néstor Kirchner e levado adiante pela sua viúva.
A guerra aberta travada entre o grupo Clarín e o governo tem data para o embate decisivo, que poderá ser o derradeiro: 7 de dezembro, a primeira sexta-feira do mês. Nesse dia, e a menos que até lá a Justiça mude de ideia e de rumo, expira a liminar concedida ao grupo, que deverá cumprir o que determina a Lei de Meios, aprovada pelo Congresso por maioria absoluta, com amplo apoio inclusive da oposição. Ou seja: terá de ‘desenvestir’, eufemismo para se desfazer de parte substancial de suas licenças para cumprir o que estabelece a nova legislação. A lei estabelece um limite máximo de 24 licenças de rádio e canais de televisão a cabo. Atualmente, o grupo Clarín detém 270, controla 47% do mercado, e delas obtém 70% de sua receita. É compreensível que tenha anunciado que não cumprirá a lei.
Antes do 7 de dezembro, porém, há outra data anunciada para mais um confronto aberto entre seguidores e críticos do governo: a quinta-feira, 8 de novembro. Para esse dia está sendo convocado, pelas redes sociais – que na Argentina têm um peso específico –, uma nova manifestação nas ruas de Buenos Aires e das principais cidades do país, tendo como foco central a Praça de Maio e a Casa Rosada, sede do governo.
Até agora, e sobretudo a partir do panelaço ocorrido em setembro e que reuniu mais de 200 mil manifestantes em todo o país (dos quais pelo menos a metade em Buenos Aires), defendia-se a tese de que se tratava de ‘manifestações espontâneas’, como se não fosse algo milimetricamente organizado. Já não tem mais jeito de se defender essa versão: um muito bem azeitado mecanismo de difusão e preparação divulgado pela internet mostra que a coisa é muito bem organizada. Tanto é assim, que existe recomendação até mesmo para o tipo de roupa a ser usada (camiseta branca, calças escuras, tênis ou sapatos confortáveis) e instruções claras para as palavras de ordem.
E é aí que o suflê ameaça desandar no forno. Há quem proponha que se grite ‘Basta às drogas’ e quem queira reivindicar ‘Educação sexual para a juventude’, quem defenda um sonoro ‘Basta de querer doutrinar nossos filhos’ a quem reivindique ‘Basta de impunidade’, sem se referir exatamente a qual. Não há nenhuma recomendação para temas que sobressaíram no panelaço do dia 13 de setembro, como a reivindicação ao direito de comprar dólares.
Outras recomendações são interessantes, como a de não falar com a imprensa, para evitar ‘que os meios oficialistas’ desvirtuem as declarações espontâneas dos manifestantes, ou a de evitar ‘protagonismos pessoais’, referência direta a Yamil Santoro, que teve a peregrina ideia de participar do ato de setembro totalmente nu. Foi preso, é claro, mas usufruiu um momento fugaz de fama.
Os partidos políticos insistem em querer se manter à margem, mas trata-se de uma tentativa frustrada. O PRO do prefeito de Buenos Aires e potencial candidato às eleições presidenciais de 2015, Mauricio Macri, pretende não aparecer, mas em muitas das páginas de internet e das redes sociais que convocam o ‘ato espontâneo’ algumas de suas estrelas são especialmente enfáticas.
Tudo isso seria curioso e pitoresco, se não fosse possível uma constatação nítida: o ato é organizado em minúcias (a recomendação de vestuário, por exemplo, tem por objetivo impedir imagens de senhoras e senhores elegantes batendo panelas de grife enquanto reclamam contra sabe-se lá o quê), é parte de uma polarização cada vez mais aguda insuflada tanto por grandes conglomerados do agronegócio, dos grandes grupos de comunicação, dos segmentos mais conservadores da Igreja Católica e dos setores mais recalcitrantes da direita mais radical, os mesmos que protestam com veemência contra a aplicação da Justiça aos responsáveis e aos cúmplices do terrorismo de Estado implantado durante a mais recente ditadura militar (1976-1983) que sacudiu o país.
Cristina Kirchner enfrenta uma série de problemas, a começar pela forte desaceleração da economia e da crescente dificuldade para obter divisas e honrar seus compromissos em dólares, para não mencionar uma inflação galopante que seu governo teima, de maneira tão torpe como obstinada, em negar. Numa população extremamente politizada, o risco de exacerbar tensões é muito alto, e essa polarização tem se acentuado nitidamente este ano.
Depois do panelaço anunciado com antecipação e organizado em detalhes, resta ver qual será a reação do governo. Haverá um intervalo curto de tempo – um mês – até a grande batalha contra o grupo que controla, praticamente em regime de monopólio, os meios de comunicação do país. Ou seja: há muita tensão, e tensão enorme, no ar.
Eric Nepomuceno
No Carta Maior



Histeria da mídia é medo do fim do gigantismo

October 30, 2012 22:00, par Inconnu - 0Pas de commentaire

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Ataques coordenados de Folha, Abril e Globo à aplicação na Argentina da Ley de Medios, aprovada no Congresso por Cristina Kirchner, ressaltam interdição que mídia tradicional do Brasil promove sobre o debate da reorganização do setor; o que os barões mais temem é regulação sobre a propriedade cruzada de veículos de comunicação; EUA faz restrições a gigantismo de empresas do setor desde 1930
A histeria com que as famílias que controlam os veículos de comunicação mais tradicionais do País reagem à iminente aplicação da chamada Lei de Meios na Argentina é compreensível – mas é dificilmente justificável.
No 247



Saiba por que Lei dos Meios argentina é um modelo para o mundo

October 30, 2012 22:00, par Inconnu - 0Pas de commentaire



A FCC saiu do armário

October 30, 2012 22:00, par Inconnu - 0Pas de commentaire

FCC, sigla tabu: os americanos preferem ignorá-la porque simboliza o demônio regulador. Seus parceiros fingem que ela não existe para não perderem o sono. No entanto, o presidente da entidade-fantasma, Julius Genachowski (nomeado por Barack Obama), esteve recentemente em São Paulo e deu sopa. Em termos: só falou sobre o desenvolvimento da banda larga e para veículos altamente técnicos. Sobre regulação da mídia, nem uma palavra.
Criada em 1934 pelo democrata Franklin Delano Roosevelt para proteger a nascente indústria telefônica (e a única operadora norte-americana, a AT&T), a Federal Communications Commission (FCC) é uma agência ostensivamente reguladora, atua na esfera da radiodifusão (rádio e todas as modalidades de TV) e agora também na internet.
Vinculada ao Senado americano, presta contas ao governo federal e à sociedade. Posteriormente incorporou às suas funções o importantíssimo papel de controladora da concorrência (como um super-CADE), evitando que empresas multimídia controlem determinados territórios ou transformem-se em monopólios informativos.
Poucas matérias
Como órgão regulador, a FCC e os seus presidentes evitam ao máximo a exposição pública. A discrição impede que os seus poderes possam ser abusivamente multiplicados – e isso se estende além-fronteiras, porque o Estado americano não quer interferir nos negócios internos de outras nações. Sobretudo em áreas tão sensíveis como a regulação da mídia, hoje um campo minado na América Latina.
No primeiro mandato do nosso Conselho de Comunicação Social (2003-2005), em vão tentou-se trazer um representante da FCC para explicar aos conselheiros e parlamentares as sutilezas do seu funcionamento e os segredos da sua eficácia na pátria da livre iniciativa.
Ao longo de 2011, o programa televisivo do Observatório da Imprensa tentou entrevistar o atual presidente Julius Genachowski em Washington, sem êxito. Finalmente, em agosto, por meio de manobras circulares, conseguiu-se um depoimento gravado com Reed Hundt, ex-presidente da entidade (1993-1997). Nenhum órgão da grande mídia brasileira aceitou designar um representante para comentar o didático depoimento de Hundt (ver “O exemplo americano de regulação da mídia”).
De repente, eis na praça o todo-poderoso e ultradiscreto galã Julius Genachowski falando apenas para Valor e Veja (onde foi entrevistado pelo decano Ethevaldo Siqueira, que acaba de deixar sua coluna no Estadão para dedicar-se ao seu blog ­– ver aqui).
Ao que se sabe, o regulador da mídia nos EUA encontrou-se também com o Sebrae-SP para “trocar impressões” sobre ações tecnológicas destinadas a incentivar o desenvolvimento de pequenas e média empresas. Nas raras matérias sobre o visitante, a FCC aparece como equivalente da Anatel (falso: é muito mais interventora). Veja chegou mais perto, explicando que “a FCC é o regulador de todas as formas de comunicação eletrônica”.
Um mérito
A FCC é muito mais do isso: pode interferir na programação de rádio e TV, multar emissoras e apresentadores por indecência e, principalmente, coibir a chamada “propriedade cruzada” em cidades de porte evitando que uma mesma empresa seja dona de um jornal e emissora de TV, o que a tornaria imbatível localmente.
Um dos antecessores de Genachowski, Michael Powell (filho do general Collin Powell, ex-secretário de Estado), foi escolhido por George W. Bush para dirigir o órgão. Seu mandato foi marcado por acirrados confrontos judiciais. Sua ideia sobre regulação era peculiar – devia ser banida, pois que nociva ao progresso.
A fulminante passagem de Julius Genachowski por São Paulo teve um grande mérito: a FCC saiu da lista negra da mídia brasileira. A palavra regulação saiu do armário. Existe. E pode contribuir “para a promoção e a manutenção da paz mundial”.
Alberto Dines
No Observatório da Imprensa



Em Nota, Ministério da Justiça acusa governo Alckmin de mentir sobre ajuda em segurança

October 30, 2012 22:00, par Inconnu - 0Pas de commentaire

Nota

Em face de afirmações de autoridades do Estado de São Paulo no sentido de que a responsabilidade pela violência no Estado seria do Governo Federal em decorrência da suposta falta de fiscalização nas fronteiras, e ainda de que o Governo Federal nunca teria oferecido ajuda ao governo do Estado de São Paulo na área de Segurança Pública, o Ministério da Justiça esclarece:
1. Em diversas oportunidades o Governo Federal ofereceu apoio ao Governo do Estado de São Paulo na área de segurança pública. Essa proposta foi reiterada, inclusive, em reunião do Ministro da Justiça com o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, em junho deste ano, em que questões da área de inteligência policial foram debatidas.
2. A proposta de apoio consistiu na elaboração de um plano conjunto de ações voltadas ao combate do crime organizado e da criminalidade violenta, a exemplo do que vem sendo executado por outros estados brasileiros, como o Rio de Janeiro e Alagoas, cujos índices de criminalidade, nas áreas focadas, reduziram drasticamente.
3. Não cabe ao Ministério da Justiça ser um mero repassador de recursos financeiros para substituir o custeio ordinário de ações na área de segurança pública. O orçamento do Estado de São Paulo é um dos maiores do país e, por isso, a proposta de apoio federal sempre foi feita na perspectiva da elaboração de um plano integrado de ações, com uma matriz de responsabilidades recíprocas definidas.
4. Para que não exista qualquer dúvida sobre a proposta apresentada ao governo do Estado, o Ministro da Justiça encaminha nesta terça-feira (30/10) ofício ao governador Geraldo Alckmin em que manifesta, mais uma vez, a intenção de que seja pactuado um plano integrado de segurança pública, com compartilhamento de dados de inteligência e oferecimento de vagas nos presídios federais, para que possam ser abrigados líderes de organizações criminosas que de dentro de presídios estaduais estejam comandando ações do crime organizado.
5. Finalmente, é inaceitável, além de inverídica, a afirmação de que a elevação da violência em São Paulo deriva do descontrole nas fronteiras. O Plano Estratégico de Fronteiras, lançado em junho de 2011, sob coordenação da Vice-Presidência da República, tem resultados positivos mensuráveis: desarticulou  mais de 50 organizações criminosas transnacionais, apreendeu mais de 227 toneladas de drogas, 9 milhões de pacotes de cigarro, 145 mil garrafas de bebida e 1.171 armas de fogo, além de prender mais de 7,5 mil pessoas em flagrante. No mesmo período em que a violência sobe no Estado de São Paulo, em outros, o nível de violência caiu, como no caso de Alagoas, que teve redução de 10% de crimes violentos, sendo 20% somente em Maceió, e 83% de resolução dos inquéritos, em apenas quatro meses da atividade conjunta entre o governo do Estado e o Ministério da Justiça.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Justiça