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Daniela

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June 14, 2012 21:00 , by Daniela - | No one following this article yet.

O tabuleiro de Aécio

July 24, 2012 21:00, by Unknown - 0no comments yet

Cálculo. Mesmo a derrota, em 2014,
abre caminhos.
Foto: Moreira Mariz/Agência Senado
Aécio Neves será candidato a presidente da República em 2014. É o destino, dirão os aliados. Ele se preparou a vida inteira para isso, insinuarão os desafetos de José Serra, no PSDB. Agora é óbvio, antes não era. Isso, por circunstâncias políticas, e não por predestinação. Um ditado mineiro, aliás, explica a decisão do ex-governador de Minas: sapo pula por necessidade e não por belezura. Por isso, Aécio implodiu a aliança entre o PSDB e o PT que, em 2008, elegeu Marcio Lacerda (PSB) à prefeitura de Belo Horizonte. A ruptura foi vista ora como ousadia, ora como audácia. Nada disso. Essas não são características de políticos mineiros. Menos ainda as características desse neto do hábil e cauteloso Tancredo Neves.
Sem opção tucana em Minas, o PSDB usou um quadro do PSB. Veja o que afirma, submetido ao fato consumado, o governador Eduardo Campos (PE), presidente nacional do PSB: “O Marcio é mais aecista que socialista”.
Marcio Lacerda é um trunfo político de Aécio Neves no jogo nacional. Se Lacerda for reeleito para a prefeitura de BH, disputará o governo do estado, em 2014, com Aécio na competição para a Presidência. Em razão disso, a eleição de agora na capital mineira ganha mais importância. Talvez até maior que o confronto na capital paulista.
Sem opção é a solução dos tucanos. E competir, em 2014, é uma excelente opção para ele. Essa etapa se encaixa naturalmente nos planos de Aécio. Além disso, as circunstâncias internas no partido o favorecem. Por essa razão, está predestinado a concorrer. Mesmo ciente de que pode perder. Aos 52 anos ainda tem mais tempo na política.
Os eventuais adversários internos do tucano mineiro seriam dois tucanos paulistas: o governador Geraldo Alckmin, derrotado em 2006, e o ex-governador José Serra, derrotado em 2002 e 2010. Os dois, no entanto, estão fora da disputa presidencial.
Vejamos Serra. Se perder a eleição para a prefeitura, desaparecerá. Se vencer, vai readquirir força interna no PSDB sem nenhuma condição, no entanto, de abandonar a prefeitura, em 2014. Por isso anunciou que adormeceu o sonho presidencial até 2016. Desta vez, entretanto, vai valer a palavra dada.
Alckmin, governador, quer a reeleição, em 2014. E estará pronto para o que der e vier em 2018. Para essa data, tem um acordo com Aécio. Especula-se sobre o teor do compromisso: o paulista pode ser candidato a vice.
O fator Alckmin pode inibir as reações de Serra contra Aécio.
A situação externa, diferentemente da interna, é muito adversa. Para ganhar a eleição, Aécio dependerá do desmoronamento completo da economia brasileira. Só isso. Nada mais, nada menos, desconsiderando o sobrenatural e admitindo somente os fatores essenciais de análise. Sem essa catástrofe, a candidatura dele terá de cruzar um céu de nuvens pesadas e atravessar um mar proceloso.
É o que projetam, por exemplo, as pesquisas de intenção de voto. Em momento tão distante da eleição, pesquisa é, mais ainda, apenas uma referência do momento, mas é também um ponto de partida. Pesquisas de intenção de voto, com variados cenários, indicam hoje Dilma com índices acima de 60%. Serra alcança 15% e Aécio 10%. Mesmo a derrota, em 2014, servirá como plataforma para a consolidação e a projeção nacional do nome dele para a etapa seguinte.
Em 2018, o “predestinado” mineiro terá mais chances, embora ações políticas que dependem de dois movimentos para dar certo sejam sempre mais arriscadas.
Maurício Dias
No CartaCapital



49% seguem Lula, mas 76% não votam com Luizianne

July 24, 2012 21:00, by Unknown - 0no comments yet

Pesquisa O Povo/Datafolha mostra o efeito positivo e o negativo causado pelos apoios de Lula, Dilma, Cid, Luizianne e Tasso Jereissati
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderá definir a eleição a favor do candidato que apoiar em Fortaleza, segundo mostra pesquisa O Povo/Datafolha, a primeira consulta de intenções de voto após o início da campanha. O respaldo da prefeita Luizianne Lins (PT) também é capaz de decidir o pleito, mas contra aquele que tiver seu apoio.
O paradoxo, todavia, é que o mesmo candidato reúne o apoio tanto de um quanto de outra. Saber qual deles irá prevalecer poderá definir o rumo da candidatura de Elmano de Freitas (PT), talvez com efeito direto para o resultado da eleição.
Os números do Datafolha mostram que a força de Lula como cabo eleitoral é incomparável. Houve 49% de eleitores entrevistados que responderam que o apoio do ex-presidente os levaria a votar, com certeza, nesse candidato. Outros 18% admitiram a possibilidade de escolher em função do respaldo do líder petista. Entretanto, 32% disseram não votar no candidato de Lula.

Luizianne e Dilma

O impacto positivo do apoio de Luizianne é bem menor, segundo o Datafolha. Responderam que certamente votariam no candidato da prefeita 11% dos eleitores. Outros 13% disseram que talvez optassem pelo candidato em função da ligação com ela. Mas a maioria – 76% - afirmou não votar em quem estiver ao lado de Luizianne na disputa.
Outra apoiadora de Elmano, a presidente Dilma Rousseff (PT) divide opiniões. A maior parcela de eleitores ouvidos na pesquisa disse que não votaria em quem fosse apoiado por ela: 45%. Os que disseram que seguramente escolheriam o aquele que estivesse vinculado à presidente da República somam 28%, enquanto 26% admitem a hipótese de talvez aderir a essa candidatura.
O apoio do ex-presidente, da atual governante do País e da prefeita de Fortaleza são os principais trunfos de Elmano, que apareceu com 3% das intenções de voto na pesquisa O Povo/Datafolha. Foi o menor percentual entre os sete candidatos mais competitivos, embora tecnicamente empatados com Roberto Cláudio (PSB), que tem 5%, e com Marcos Cals (PSDB) e Renato Roseno (Psol), com 6%.

Apoio do governador

O apoio do governador Cid Gomes (PSB) a um candidato a prefeito de Fortaleza também divide opiniões. A maioria, 52%, respondeu que não votaria em quem recebesse o respaldo do chefe do Poder Executivo estadual. Os que responderam que certamente definiriam o voto em função da posição de Cid somam 22%. Outros 25% admitem a possibilidade de escolher o concorrente aliado ao governador.
A aliança com Cid é o principal trunfo de Roberto Cláudio (PSB), que aparece com 5% das intenções de voto na pesquisa.

Fator Tasso

Segundo os eleitores ouvidos pelo Datafolha, a presença do ex-governador Tasso Jereissati (PSDB) ao lado de um candidato a prefeito de Fortaleza tem mais impacto em afastar que em atrair adesão. Responderam que não votariam em quem recebesse o apoio dele 62% dos pesquisados.
Os percentuais tanto dos que disseram que com certeza escolheriam o postulante em função do apoio de Tasso quanto o dos que talvez se definissem com base nesse critério ficaram iguais: 19%.

Metodologia

O Datafolha ouviu 831 eleitores de Fortaleza nos dias 18 e 19 de julho. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) com o número CE-00004/2012.



Charge online - Bessinha - # 1363

July 24, 2012 21:00, by Unknown - 0no comments yet



Investigações sobre indígena morto no Mato Grosso do Sul são encerradas com 18 prisões

July 24, 2012 21:00, by Unknown - 0no comments yet

Após controversas, Polícia Federal admite que cacique Guarani-Kaiowa foi morto, mas o corpo ainda não foi encontrado
Nísio Gomes foi morto no ano passado, quando a comunidade Guaviry, 
no Mato Grosso do Sul, sofreu um ataque de dez pistoleiros 
(Foto:Survival)
São Paulo – A Polícia Federal concluiu as investigações para identificar os responsáveis pelo assassinato do cacique Guarani-Kaiowa Nísio Gomes, morto em novembro do ano passado, quando a comunidade Guaviry, próxima ao município de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, sofreu um ataque de dez pistoleiros. As prisões começaram em junho, e nesta semana, de acordo com nota divulgada ontem (20), a PF encerrou a segunda fase do inquérito policial. Foram indiciadas 23 pessoas, das quais 18 estão em prisão preventiva. Entre elas, os cinco fazendeiros que travam o conflito por terra com a comunidade indígena e o proprietário da empresa de segurança Gaspem, o ex-militar Aurelino Arce, de quem os assassinos eram funcionários.
Foi indiciado também um funcionário da Funai por crime de formação de quadrilha e coação de testemunhas, e um indígena, líder guarani de uma aldeia próxima, contratado pelos fazendeiros para atrapalhar as investigações. O funcionário da Funai teria orientado testemunhas a darem informações equivocadas. A PF não pôde informar seu nome porque o processo tramita em segredo de justiça. O líder guarani, por sua vez, dizia que Gomes estava escondido em território paraguaio – a região do massacre é fronteiriça com o país vizinho.
No início de julho, entretanto, ele confessou que Gomes fora de fato assassinado durante o massacre, e que era pago por fazendeiros para dar essa informação equivocada, segundo o delegado da Jorge André Figueiredo, da PF em Ponta Porã, um dos responsáveis pela investigação. “A gente fez várias diligências, com oitivas de testemunhas, pesquisas de campo e contatos com autoridades do Paraguai, o que deu para fazer uma contraposição com algumas informações que ele estava fornecendo. Constatamos que elas não eram verídicas. Chegou um determinado momento, em que ele ficou sem ter o que dizer, não conseguindo encontrar sustentação para a mentira dele”, contou Figueiredo. De acordo com ele, além do dinheiro, do qual boa parte já foi paga, os fazendeiros prometeram ao indígena que promoveriam uma campanha eleitoral para elegê-lo vereador. O nome do indío, a aldeia à qual ele pertence e a quantia de dinheiro prometida são dados que a PF não forneceu.
Agora, resta encontrar o corpo de Nísio Gomes. Segundo a nota da PF, a investigação para localizá-lo é o motivo para os 18 envolvidos permanecerem em prisão preventiva. “Alguns dos fazendeiros presos sabem exatamente onde o corpo estaria escondido”, diz a nota, “no entanto nenhum deles demonstrou interesse em colaborar com as investigações”. Os fazendeiros negam qualquer envolvimento. As defesas de envolvidos, como o dono da empresa de segurança e o presidente do Sindicato dos Ruralistas de Aral Moreira, Osvin Mittank, entraram com pedidos de habeas corpus, que foram negados, e até agora, os advogados não conseguiram tirá-los dos presídios em que se encontram. Ainda falta apurar, também, o exato envolvimento das cinco pessoas indiciadas que não estão presas.
Figueiredo disse que o processo de investigação se deparou com constantes empecilhos, criados pelos fazendeiros, como essas técnicas de fornecer informações erradas. “A experiência no Brasil mostra que quanto maior o poder aquisitivo das pessoas envolvidas mais dificuldades se encontram nas investigações. Esse caso não fugiu essa regra.”
Ele comentou que o resultado do inquérito é um marco na história dos conflitos por posses de terras indígenas no Mato Grosso do Sul. “Nunca tantas pessoas tinham sido indiciadas e presas no estado por terem se utilizado da violência para tentar expulsar indígenas da área de fazendas invadidas. É um exemplo de que a melhor forma é sempre buscar os meios legais existentes para qualquer resolução de conflitos”, disse Figueiredo.



Pela extinção da PM

July 24, 2012 21:00, by Unknown - 0no comments yet

No final do mês de maio, o Conselho de Direitos Humanos da ONU sugeriu a pura e simples extinção da Polícia Militar no Brasil. Para vários membros do conselho (como Dinamarca, Espanha e Coreia do Sul), estava claro que a própria existência de uma polícia militar era uma aberração só explicável pela dificuldade crônica do Brasil de livrar-se das amarras institucionais produzidas pela ditadura.
No resto do mundo, uma polícia militar é, normalmente, a corporação que exerce a função de polícia no interior das Forças Armadas. Nesse sentido, seu espaço de ação costuma restringir-se às instalações militares, aos prédios públicos e aos seus membros.
Apenas em situações de guerra e exceção, a Polícia Militar pode ampliar o escopo de sua atuação para fora dos quartéis e da segurança de prédios públicos.
No Brasil, principalmente depois da ditadura militar, a Polícia Militar paulatinamente consolidou sua posição de responsável pela completa extensão do policiamento urbano. Com isso, as portas estavam abertas para impor, à política de segurança interna, uma lógica militar.
Assim, quando a sociedade acorda periodicamente e se descobre vítima de violência da polícia em ações de mediação de conflitos sociais (como em Pinheirinho, na cracolândia ou na USP) e em ações triviais de policiamento, de nada adianta pedir melhor "formação" da Polícia Militar.
Dentro da lógica militar, as ações são plenamente justificadas. O único detalhe é que a população não equivale a um inimigo externo.
Isto talvez explique por que, segundo pesquisa divulgada pelo Ipea, 62% dos entrevistados afirmaram não confiar ou confiar pouco na Polícia Militar. Da mesma forma, 51,5% dos entrevistados afirmaram que as abordagens de PMs são desrespeitosas e inadequadas.
Como se não bastasse, a Folha mostrou no domingo que, em cinco anos, a Polícia Militar de São Paulo matou nove vezes mais do que toda a polícia norte-americana ("PM de SP mata mais que a polícia dos EUA", "Cotidiano").
Ou seja, temos uma polícia que mata de maneira assustadora, que age de maneira truculenta e, mesmo assim (ou melhor, por isso mesmo), não é capaz de dar sensação de segurança à maioria da população.
É fato que há aqueles que não querem ouvir falar de extinção da PM por acreditar que a insegurança social pode ser diminuída com manifestações teatrais de força.
São pessoas que não se sentem tocadas com o fato de nossa polícia torturar mais do que se torturava na ditadura militar. Tais pessoas continuarão a aplaudir todas as vezes em que a polícia brandir histericamente seu porrete. Até o dia em que o porrete acertar seus filhos.
Vladimir Safatle