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Daniela

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14 de Junho de 2012, 21:00 , por Daniela - | No one following this article yet.

As perguntas não respondidas sobre o ‘mensalão’

16 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Passada a fase da defesa dos réus, os ministros do Supremo Tribunal Federal começaram nesta quinta-feira 16 a expor seus votos sobre o chamado “mensalão”. Durante a primeira etapa do julgamento, os advogados tentaram explorar as contradições expostas na denúncia da Procuradoria Geral da República – parte dela baseada no relatório da CPI dos Correios, entregue em março de 2006. O relatório, que seria aprovado uma semana depois pelos integrantes da comissão, foi uma espécie de reconhecimento da tese do “mensalão” escancarada por Roberto Jefferson. Desde então, muitas perguntas ainda faltam ser respondidas, como mostrou uma reportagem publicada assinada por Sergio Lirio na edição de número 387 de CartaCapital.
Como recordar é viver, republicamos no site a matéria de 5 de abril de 2006, que já apontava todas as brechas no documento legado pelo relator da CPI, Osmar Serraglio. Está agora nas mãos dos ministros do Supremo decidir quantas das perguntas listadas há mais de seis anos puderam ser respondidas por procuradores, advogados e réus. Confira:
PERGUNTAS AO RELATOR
O relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio.
Foto: Agência Brasil
O relatório do deputado Osmar Serraglio (PMDBPR) resistiu poucas horas. Enfático, mas vazio de provas, o trabalho desagradou a todo mundo. Na noite de 29 de março de 2006, parlamentares governistas e oposicionistas reuniram-se para achar pontos de acordo que não inviabilizem a aprovação do texto. O presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), disse que o prazo final para as sugestões termina na terça-feira, 4 de abril. CartaCapital relaciona algumas perguntas não respondidas por Serraglio.
ONDE ESTÃO AS PROVAS DO MENSALÃO?
O relatório de Serraglio chama de “farsa” o argumento de que as operações do PT com o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza serviram para esconder o caixa 2 nas eleições de 2004. O texto é categórico ao defender a existência do mensalão, mas, de forma contraditória, em nenhum momento afirma que tenha havido compra de votos para aprovação de projetos de interesse do governo.
O deputado culpa a falta de provas à CPI da Compra de Votos, criada, entre outros motivos, para apurar a existência do mensalão e que acabou sem produzir relatório final. E remete ao Ministério Público Federal a responsabilidade de confirmar se houve ou não pagamento regular a parlamentares.
Após 287 dias, o trabalho de Serraglio continua com as mesmas incongruências apresentadas nos textos parciais. Dos 19 deputados acusados de receber o mensalão, sete são filiados ao PT. Por que parlamentares petistas precisariam receber dinheiro para votar com o governo? Serraglio não esclarece. Outro citado, Roberto Brant, integra o PFL, legenda que mais faz oposição a Lula no Congresso. Sem os petistas e Brant, sobram 11 parlamentares da base governista. É possível ganhar uma votação na Câmara pagando a tão pouca gente? Outra dúvida: se o relator confirma o mensalão, por que os parlamentares serão indiciados apenas por crime eleitoral, que pune caixa 2?
POR QUE O EX-DEPUTADO JOSÉ BORBA NÃO FOI INDlCIADO?  
Nas vésperas da divulgação do relatório, circularam boatos de que 50 novos nomes seriam incluídos na lista de beneficiários do Valerioduto. A maioria seria do PMDB, partido do relator. Serraglio teria omitido a nova listagem por considerá-la inconfiável. O ex-líder do partido na Câmara, deputado José Borba, paranaense como Serraglio, nem sequer chegou a figurar entre os possíveis indiciados. Detalhe: Borba renunciou depois de a imprensa divulgar que ele recebeu cerca de 2 milhões de reais das contas de Marcos Valério.
QUANDO O ARGUMENTO DE EMPRÉSTIMO VALE?  
Segundo Serraglio, o PT e Marcos Valério inventaram os empréstimos de 55 milhões de reais para esconder os crimes cometidos. Quando se trata do argumento petista, o relator toma o correto cuidado de usar a palavra empréstimo entre aspas.
Eduardo Azeredo, hoje deputado, teve a campanha de 1998 abastecida com dinheiro público, segundo denúncia. Foto: Luiz Alves / Agência Câmara
Eduardo Azeredo: dois pesos e duas medidas?
Foto: Luiz Alves / Agência CâmaraAdd caption
A mesma cautela não é utilizada no caso do senador tucano Eduardo Azeredo. Ao relatar a situação de Azeredo, Serraglio usa empréstimos sem aspas.
Para relembrar. Azeredo foi candidato à reeleição ao governo de Minas Gerais em 1998. O então tesoureiro da campanha, Cláudio Mourão, admitiu em depoimento à CPI ter feito um caixa 2 de cerca de 12 milhões de reais. O dinheiro teria saído de empréstimos do Banco Rural avalizados por Marcos Valério. Mais tarde, um documento assinado por Mourão, cuja autenticidade foi confirmada por peritos da Polícia Federal, relaciona um caixa 2 de 92 milhões de reais na campanha tucana. Parte substancial dos recursos teria origem em contribuições ilegais de empresas estatais mineiras, entre elas a Cemig e a Copasa.
POR QUE NÃO HÁ REFERÊNCIAS AO CASO FUNDACENTRO?  
O Ministério Público Federal comprovou desvios de 5,8 milhões de reais nas verbas publicitárias da Fundacentro, ligada ao Ministério do Trabalho, controladas pela SMP&B. À época, Marcos Seabra de Abreu Rocha, funcionário do governo de Minas Gerais, era diretor financeiro da instituição. Segundo o MP, a maior parte dos desvios ocorreu em 1998, justamente no ano em que Azeredo concorreu à reeleição.
Por causa desses fatos, Azeredo pode ser considerado o “pai do Valerioduto”. Essa linha temporal parece, porém, não ter interessado ao relator. Na descrição do funcionamento do esquema, Serraglio omite o histórico relacionado à campanha tucana de 1998. Azeredo, cujo processo acabou arquivado no Conselho de Ética do Senado, deve ser indiciado por crime eleitoral, já prescrito.
É O MAIOR CASO DE CORRUPÇÃO DA HISTÓRIA?  
Se é, o relatório não conseguiu provar. Serraglio diz que as fontes do Valerioduto foram empresas estatais e privadas. O texto final não consegue, porém, ir além do que havia sido apresentado em novembro de 2005. Em nove meses, a CPI avançou muito pouco na definição das fontes que abasteceram o esquema. O principal trunfo do relator é o repasse de 12 milhões de reais, sem serviços comprovados, às agências de Marcos Valério pela Visanet, empresa da qual o Banco do Brasil detém 33%. Outra companhia citada é a Usiminas, que teria feito uma doação via caixa 2 à campanha do deputado pefelista Roberto Brant. Valor da contribuição: 125 mil reais.
O operador Marcos Valério.
Foto: Agência Brasil
Há omissões imperdoáveis. O relator esquece de detalhar o uso de verbas das operadoras Telemig Celular e Amazônia Celular. Técnicos da CPI identificaram movimentações de 122 milhões de reais da Telemig e de 36 milhões de reais da Amazônia para as agências DNA e SMP&B, mas o relatório deixa de informar se os pagamentos correspondem a serviços prestados. Quanto à Brasil Telecom, Serraglio esquece de citar os contratos de 50 milhões de reais fechados com Valério semanas antes de o ex-deputado Roberto Jefferson dar a primeira entrevista à Folha de S.Paulo. Isso leva à próxima pergunta.
POR QUE O BANQUEIRO DANIEL DANTAS NEM SEQUER FOI CITADO NO RELATÓRIO?
A informação prestada pelo gabinete do senador Delcídio Amaral (PT-MS) é de que a omissão foi um lapso do relator. Por meio de assessores, Amaral garantiu que a participação de Dantas na crise ficará explícita no texto final, a ser aprovado em meados de abril.
A omissão chama atenção porque as referências ao banco Opportunity permeiam todo o relatório. A Brasil Telecom, operadora de telefonia administrada por Dantas até outubro de 2005, aparece como uma das principais fontes do Valerioduto.
À CPI, Marcos Valério e Delúbio Soares afirmaram que o publicitário intermediou reuniões de petistas com representantes do banqueiro. Em janeiro deste ano, CartaCapital revelou que Humberto Braz, lobista do Opportunity em Brasília, encontrou-se diversas vezes com o publicitário e com emissários petistas em meados de 2004. Foi um período extremamente difícil para Daniel Dantas. Em junho, soube-se que o orelhudo havia contratado a Kroll para bisbilhotar a vida de desafetos e concorrentes. Em outubro, a Polícia Federal apreendeu documentos na sede do banco e na casa de Dantas. Por pouco, o banqueiro não foi preso.
Chamado a depor na comissão, o banqueiro falou por 19 horas. Disse ter sido perseguido tanto pelo governo Fernando Henrique Cardoso quanto pelo de Lula. Auditoria da nova diretoria da BrT mostrou que Daniel Dantas mentiu várias vezes no depoimento à CPI e que sua ingerência na BrT era maior do que afirmava. Carla Cico, expresidente da operadora de telefonia, aliada do banqueiro, esteve diante dos parlamentares por oito horas.
COMO EXPLICAR A VIAGEM DE MARCOS VALÉRIO A PORTUGAL?
Para provar que José Dirceu era o “chefe do esquema”, o ex-deputado Roberto Jefferson mencionou uma viagem de Marcos Valério a Lisboa. Segundo Jefferson, o publicitário, acompanhado do petebista Emerson Palmieri, teria ido achacar empresários portugueses. Serraglio manteve essa versão no relatório, mas evitou aprofundar o assunto.
José Dirceu durante o lançamento do seu livro "Tempos de Planície", em 2011 Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
O ex-ministro José Dirceu.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Em janeiro de 2005, Marcos Valério reuniu-se com o presidente da Portugal Telecom, Miguel Horta e Costa. Sabe-se que a Portugal Telecom queria comprar a Telemig Celular e que Dantas tentava uma maneira de convencer os fundos de pensão a aceitar o negócio, ruim para eles. Daniel Dantas contava com o apoio de integrantes do governo Lula para dobrar os diretores das fundações, em especial Sérgio Rosa, da Previ. O relator não se esforçou para tentar elucidar a principal questão: em troca de quê Miguel Horta e Costa aceitaria “doar” dinheiro ao PT e ao PTB?
O QUE FAZER COM O SUB-RELATÓRIO DE ACM NETO?
A criação da sub-relatoria de fundos de pensão foi uma reação da “bancada do orelhudo” no Congresso, a turma do PFL que desfruta do apoio e da amizade de Dantas. Quando aumentavam as evidências de que a disputa pelo controle da Brasil Telecom, Telemig Celular e Amazônia Celular estava na gênese da crise política, a bancada amiga arrumou uma forma de desviar o foco. O objetivo era descobrir se os maiores fundos, Previ, Petros e Funcef, em disputa com o Opportunity, financiaram o Valerioduto.
O trabalho de ACM Neto, apoiado por auditores da Ernst & Young, passa longe desse objetivo. A denúncia bombástica do deputado ficou menor. Depois que os auditores limparam o trabalho de vários erros grosseiros, os supostos prejuízos de 725 milhões de reais de 14 fundos viraram 300 milhões, a maior parte concentrada em pequenas instituições. A nova quantia continua passível de novos questionamentos.
Os alvos principais da investigação saíram ilesos. O sub-relator sugere que o Ministério Público aprofunde a investigação para descobrir possíveis irregularidades na Previ e na Petros, mas não pede o indiciamento de nenhum diretor das duas instituições.
O QUE O BANCO SANTOS, A PRECE E A GEAP TÊM A VER COM O MENSALÃO?
ACM Neto propôs o indiciamento do diretor-financeiro da Funcef, Demósthenes Marques, por conta de perda de 10 milhões de reais em aplicações no Banco Santos.
É uma sugestão curiosa. Nunca houve qualquer ilação de que as aplicações na falida instituição de Edemar Cid Ferreira tenham relação com o esquema de Marcos Valério. Além disso, o sub-relator acha importante citar o prejuízo da Funcef, mas ignora o prejuízo da fundação dos empregados do Banco do Estado do Ceará, que perdeu quase 8 milhões de reais no Banco Santos. O Ceará é administrado pelo tucano Lúcio Alcântara, ligado ao presidente do PSDB, Tasso Jereissati. Tucanos e pefelistas formarão uma chapa presidencial nas próximas eleições. O próprio Jereissati foi vítima da butique financeira de Cid Ferreira. Perdeu cerca de 2 milhões de reais.
Fosse a exclusão de fundos estaduais um critério, tudo bem. Mas não é. O sub-relator sugere o indiciamento de seis dirigentes da Prece, dos empregados da companhia de água e esgoto do Rio de Janeiro, e de dois da Geap, da fundação de seguridade social.
Ambos estão subordinados a Rosinha Garotinho, cujo marido sonha ser candidato à Presidência pelo PMDB. É até possível que as caixas de previdência tenham cometido irregularidades sem-fim. Só que, mais uma vez, é necessário perguntar: Por que investigar a Prece e o Geap? Qual a participação dos dois fundos estaduais no suposto pagamento de mensalão a deputados federais? Foi para engordar a soma dos prejuízos? O sub-relatório não responde.
QUEM FINANCIOU A CORRUPÇÃO?
O deputado ACM Neto esforçou-se para achar problemas, apesar de na parte principal do relatório do colega Serraglio não ter incluído os fundos entre os financiadores do Valerioduto. Mesmo sem chegar a qualquer conclusão, o sub-relatório dedica seis páginas ao acordo que obriga os fundos a comprar as ações do Citibank na Brasil Telecom, caso as partes não consigam realizar uma venda conjunta da empresa até o fim de 2007. Na falta de provas mais concretas, abusa da acrobacia verbal. Anota, por exemplo: “A influência político-partidária, na nomeação de diretores, não permite que se afastem as hipóteses de ingerência indevida nos interesses dos fundos de pensão. Operações atípicas como o contrato de Put das ações da Brasil Telecom, bem como o direcionamento, especialmente em 2004, na aquisição de créditos de instituições bancárias como o BMG e o Rural, e investimentos em empreendimentos como Umberto Primo e Costa do Sauípe”.
O neto de Antônio Carlos Magalhães “esqueceu”
os aliados no sub-relatório
Dito dessa maneira, parece que todos os negócios foram feitos pelos atuais dirigentes das fundações. O deputado omite que os investimentos da Previ no complexo hoteleiro Costa do Sauípe, na Bahia, são de 1999. Deixa de dizer também que a Fundação dos Empregados do Banco do Brasil contabiliza prejuízos de 900 milhões de reais, o triplo dos prejuízos de 14 fundos apontados em seu trabalho. Não há menção ao fato do avô, ACM, ter pressionado para que a Previ investisse em Sauípe, apesar de análises técnicas contrárias. Antonio Carlos Magalhães, defensor dos interesses baianos, afirmou, depois de CartaCapital revelar na edição 383 (de 8 de março de 2006) sua atuação no caso: “O investimento foi bom para a Bahia, mas se fosse diretor da Previ eu votaria contra”. Fica como sugestão de epígrafe para o subrelatório do neto.
Aprendiz da manha política da família, ACM Neto conseguiu arrancar elogios de jornalistas que tiveram acesso a seu relatório com antecedência. É assim mesmo. Parte considerável dos repórteres de Brasília abre mão do espírito crítico em troca de migalhas. Houve, por isso, quem na imprensa elogiasse a proposta do deputado de criação de uma agência para fiscalizar os fundos.
CartaCapital relembra episódio narrado na reportagem “A orelha desponta”, publicada na edição 353 (de 3 de agosto de 2005). Capitaneados por ACM e Jorge Bornhausen, a bancada do PFL no Senado derrubou a Medida Provisória que criava a Superintendência Nacional de Previdência Complementar, apelidada Previc. A intenção do governo era fortalecer a fiscalização dos fundos.
O primeiro parecer sob responsabilidade da Previc dizia respeito ao uso da Fundação 14, ligada à Brasil Telecom, no interesse de Dantas. À época, a fundação patrocinou ações judiciais contra os sócios do Opportunity na BrT. Procuradores da Previc entenderam que a liminar obtida pelo fundo não tinha valor. Decidiu, portanto, contra Daniel Dantas. E foi extinta por ação dos senadores pefelistas.



Os modelos econômicos chineses

16 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

No próximo mês de outubro o 18º Congresso do Partido Comunista Chinês. Nele, serão eleitos sete dos nove membros que compõem o comitê permanente do Politburo - conforme explica Ricardo Bacelette no trabalho "Eleições na China em 2012: reflexos nas mudanças sócio econômicas", publicado na revista do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).

O fortalecimento das lideranças provinciais

Há dois órgãos de poder na China: o Comitê Permanente, composto por 25 membros; e o Politburo, com 9 membros. Em 1992, dos 25 membros do Comitê Central, 50% possuíam experiência em liderança provincial. Em 2007, 76,6%. Atualmente, dos 9 membros do Politburo, 8 exerceram liderança provincial.
Esse aumento de influência das províncias é reflexo das políticas adotadas pela China a partir de 1993. Os governos provinciais ganharam autonomia e, em meados da década de 1990 foi lançado o programa Grande Desenvolvimento Ocidental, destinado a desenvolver o oeste da China.
Hoje, na China, convivem dois modelos

O modelo globalizado

O modelo globalizado é representado pela província de Guandong e seu líder Wang Yan. É umbilicalmente ligada ao modelo global de produção, como "oficina do mundo".
Wang concedeu relativa liberdade à imprensa e tem estimulado a organização sindical. Em 2010 houve greve dos trabalhadores contra as multinacionais, que permitiu ganhos de salário de 30 a 40%. A greve foi apoiada por Wang.
Apesar do sucesso econômico, no plano social o modelo deixou a desejar.
Houve enorme avanço no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
Mas a concentração de renda aumentou de forma expressiva.
Em 1998, a renda dos 10% mais ricos era 7,3 vezes superior à dos 10% mais pobres. Em 2007 saltou para 23 vezes.
Parte dessa concentração se deve ao salário pago aos altos executivos: cerca de 128 vezes superior ao de um trabalho industrial médio, no caso das estatais; e ainda maior no caso das empresas privadas.

O modelo de desenvolvimento interno

O contraponto a Guandong é o modelo de Chongqing, liderado originalmente por Bo Xilai - e fruto da conquista do oeste empreendida nos anos 90.
Atualmente, Bo Xilai é carta fora do baralho depois de ter se envolvido em problemas de corrupção, ser deposto do cargo e expulso do PC.
Nos últimos anos superou a média nacional de crescimento de renda. Em 2008 cresceu 14,9% contra 9% de crescimento da China. Mesmo depois da eclosão da crise internacional, continuou crescendo a taxas de dois dígitos.
Xilai era o que se poderia denominar, por aqui, de político populista. Sua sensibilidade para com os problemas da população, no entanto, abriu espaço para uma experiência inédita. O modelo desenvolvido teve maior participação do investimento e consumo doméstico, fortes incentivos ao crédito das famílias e das empresas e políticas sociais expressivas.
Na China, as exportações equivalem a 32% do PIB; em Chongqing, a 7,6%. Em 2007, o investimento correspondeu a 62% do PIB, contra 42% da China.
Em 1998 o PIB per capita da província era de 4.684 yuans, contra 6.038 da média nacional. Em 2010 atingiu 27.366 yuans.
Apesar de Bo Xilai ser carta fora do jogo, o modelo de Chongqing conquistou adesões.
Luis Nassif
No Advivo



Espelho embriagado

16 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Colocado no banheiro de um famoso bar paulistano, esse espelho foi programado para mostrar os reflexos com um tanto de atraso, dando a impressão de que ele estava completamente embriagado. A ação fazia parte de uma campanha da OgilvyOne para a Allianz e tinha como intuito chamar a atenção para os perigos de dirigir depois de beber – afinal, o seu reflexo vai estar bem parecido com o do espelho, não é?

Nota: A ação foi feita em português, apenas o vídeocase é que é mostrado em inglês.



Troca de nome do Engenhão mobiliza o futebol

16 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Abaixo-assinado pede à prefeitura do Rio de Janeiro a troca do nome Estádio Olímpico João Havelange para Estádio João Saldanha
João Saldanha: jornalista e treinador de futebol - Reprodução 
Desde a divulgação, há um mês, do documento da Suprema Corte da Suíça que comprova que o ex-presidente da Fifa, João Havelange, e o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, receberam propina da empresa suíça de marketing esportivo ISL para facilitar a aquisição de direitos de transmissão de partidas, um novo movimento político ganha força no Rio de Janeiro. Consequência da denúncia de que Havelange teria recebido indevidamente 1,5 milhão de francos suíços, nasceu e já tem muitos adeptos a ideia de trocar o nome do Estádio Olímpico João Havelange – o popular Engenhão – para Estádio João Saldanha.
O movimento se iniciou quando o Núcleo de Estudos e Projetos de Esporte e Cidadania, colegiado que debate e elabora políticas para o esporte há quatro décadas, lançou um abaixo-assinado na internet para pedir à prefeitura do Rio de Janeiro a troca do nome do estádio, que é administrado pelo Botafogo em regime de concessão. Em pouco tempo, a mobilização em torno do nome de Saldanha ganhou a adesão de jornalistas, políticos, advogados e botafoguenses ilustres. Apesar de nenhuma pesquisa ter sido ainda realizada, percebe-se nas ruas do Rio que também a torcida alvinegra apoia em peso a ideia da troca.
Profundo conhecedor da história do Botafogo e escritor de quatro livros sobre o clube da Estrela Solitária, Roberto Porto se diz favorável à ideia porque Saldanha, segundo ele, é um símbolo do Botafogo: “Desde o momento em que chegou ao Rio de Janeiro, vindo do Rio Grande do Sul, ele foi um homem sempre ligado ao Botafogo. Ele chegou a jogar algumas vezes pelo clube, mas realmente não era um jogador de futebol. Depois, ele se ligou ao clube de todas as maneiras possíveis e imagináveis, transformou-se em dirigente, foi técnico do time campeão estadual em 1957, reabilitando o Botafogo, que não era campeão estadual desde 1948. Foi sempre um defensor do Botafogo em todos os níveis”, diz.
Porto, companheiro de redação de Saldanha em “uma equipe gloriosa” no Jornal do Brasil na década de 1970, que contava ainda com outros renomados jornalistas botafoguenses, como Sandro Moreyra e Oldemário Touguinhó, ressalta que a ligação do “João sem Medo” com o Botafogo transcende as quatro linhas: “Como jornalista, o João cobriu as coisas ocorridas com o Botafogo e sempre escreveu defendendo o clube nos assuntos polêmicos. Nunca tentou esconder o fato de que era botafoguense. Nunca tentou disfarçar sua simpatia pelo clube que torcia – coisa que muitos jornalistas fazem hoje em dia e faziam também no passado. Era um homem extremado em relação ao Botafogo. A troca do nome do Engenhão seria uma homenagem fantástica a um dos maiores nomes da história do clube”, opina.
Sobrinho de Saldanha e integrante do Núcleo de Estudos e Projetos de Esporte e Cidadania, o historiador Raul Milliet Filho avalia que o nome do tio, que também foi técnico da Seleção Brasileira, é bem aceito também pelas outras torcidas do Rio de Janeiro e do país: “O nome de João Saldanha é supraclube. Ele teve grandes ideais em relação ao futebol, como a defesa da ética e do futebol-arte e o combate ao excesso de mercantilização”, disse, em entrevista ao jornal Lance!.
'De todas as torcidas'
Autor da biografia “João Saldanha: Sobre Nuvens de Fantasia”, o jornalista João Máximo, mais um que trabalhou ao lado de Saldanha no JB, também concorda com a mudança, mas faz uma ressalva: “Seria bem legal o Engenhão um dia vir a se chamar Estádio João Saldanha. Nenhum outro mereceria mais dar seu nome ao estádio do Botafogo. Por outro lado, acho que essa justa homenagem poderia acontecer mais para frente, em um momento oportuno, pois não é muito humano esse caráter de punição em relação ao João Havelange que o movimento pela troca adquiriu. Ele é um homem de mais de 90 anos e que atravessa dificuldades de saúde”, diz.
Outro biógrafo, autor de “João Saldanha – Uma Vida em Jogo” e co-autor – ao lado de Beto Macedo – do elogiado filme documentário “João”, o jornalista André Iki Siqueira se vale do Twitter para apoiar o movimento pela troca do nome do Engenhão: “Quero ler a manchete: o Engenhão trocou de João. Seria um justo acerto de contas da história”, escreveu. Siqueira, que é torcedor do Vasco, também acha que Saldanha agrada a todas as torcidas: “O Engenhão não é só do Botafogo, é do Rio e de todas as torcidas. João Saldanha era Botafogo e de todas as torcidas”.
Repúdio a Havelange
A força do movimento pela criação do Estádio João Saldanha cresce aliada a um sentimento de repúdio ao ex-presidente da Fifa: “O futebol, que é um dos pilares da nação brasileira, não pode ter em um dos seus maiores símbolos o nome de alguém que não tem mais credibilidade”, diz Raul Milliet Filho. Por sua vez, André Iki Siqueira é irônico: “Se for para deixar o nome do Havelange no Engenhão, poderiam também batizar um estádio de Demóstenes Torres e outro de Paulo Maluf”.
Roberto Porto lembra que Saldanha “não gostava de Havelange” e conta uma história curiosa: “Chamar o Engenhão de João Havelange é um absurdo, pois ele sempre se declarou torcedor do Fluminense. O Havelange nunca teve nada a ver com o Botafogo, apesar de ter jogado pólo aquático no antigo Clube de Regatas Botafogo (que se fundiu ao Botafogo Futebol Clube em 1942, dando origem ao atual Botafogo de Futebol e Regatas), já que o Fluminense não tinha na época esportes aquáticos. Mas o João [Saldanha] dizia que o Havelange detestava o Botafogo. Quando se fundiram os dois Botafogos, o João, que era da diretoria do clube de futebol, foi voto vencido. Sempre polêmico, ele dizia que era contra porque o Clube de Regatas Botafogo estava repleto de tricolores, entre eles Havelange”
Maurício Thuswohl
No Brasil de Fato



35 años sin el humor alocado e irreverente de Groucho Marx

16 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Falleció el 19 de agosto de 1977, a los 86 años
Junto a sus hermanos revolucionó el humor
El próximo 19 de agosto se cumplen treinta y cinco años de la muerte de Groucho Marx. Un genio autor de algunas de las frases más memorables del cine.
Groucho era su nombre artístico. El de verdad, Julius Henry Marx no hacía presagiar que aquel muchacho nacido en Nueva York el 2 de octubre de 1890 sería el mito en el que más tarde se convirtió.
Groucho Marx fue el cuarto de seis hermanos: Manfred, Harpo y Chico eran los mayores y Gummo y Zeppo, los menores. Juntos formaban una bulliciosa familia judía, de origen alemán, criada en Nueva York bajo la enorme influencia de su madre, Mimmie Schoeberg. Y de su padre, Samuel Marx, del que tomaron el apellido que los haría famosos.

Sus inicios artísticos

Pronto todos los hermanos se lanzaron a cantar bajo el nombre de Six Musical Mascots. En los años 20 cambiaron el nombre por el definitivo de los Hermanos Marx. Bajo esta etiqueta conquistaron Broadway con el espectáculo The cocoanuts.
La primera película de Groucho fue Humor Risk un cortometraje producido en 1921 del que no existe ningún rastro. Después de esta primera desgraciada incursión en el cine, Paramount sería la productora encargada de lanzar a los hermanos Marx en el floreciente cine sonoro. Empezaron con Los cuatro cocos, la adaptación del musical que había hecho famosos a los hermanos. Cinta que supuso el inicio de una sucesión de éxitos…
Enseguida Groucho se apropió de un humor surrealista. El propio Salvador Dalí cautivado con los Marx llegó a escribir un esbozo de guión para ellos. Un humor a veces demencial, y siempre sarcástico, radical, irreverente y fatalista… Como si nunca se tomara en serio la vida…

El éxito

En Plumas de caballo Groucho fue el desquiciado profesor Quincy Adams Wagstaff y en Sopa de ganso, sátira política y quizá la película más recordada del entonces cuarteto formado por Harpo, Chico, Groucho y Zeppo, fue Rufus T. Firefly, el bocazas más grande que ha dado la gran pantalla… ¿vendrá de aquí la expresión de gansada?
Poco después abandonaron la Paramount para fichar por la Metro-Goldwyn-Mayer, Zeppo abandonó el grupo, y ya con el trío definitivo llegaron los clásicos de la década de los treinta…
Una serie de películas en las que cada uno de los hermanos tenía su personaje consolidado: Groucho era el amago de snob, con frac, gafas de metal, bigote pintado con betún y el sempiterno puro que agitaba mientras se movía a ritmo de andares de pato y una verborrea imparable.
Junto a él siempre se encontraba la dama de alta alcurnia, casi siempre fascinada con Groucho, que soportaba con condescendencia sus barrabasadas… un personaje que encarnó de maravilla Margaret Dumont.
Los años cuarenta aún serían dorados para redondear la fama de los Marx…

Uno de los humoristas más influyentes

Pero los ciclos se cierran y Groucho, ya sin sus hermanos, protagonizó Copacabana…
Marilyn Monroe consiguió reunirlos de nuevo en Amor en conserva, la última película protagonizada por los hermanos Marx…
Groucho fue el único de los hermanos que supo perpetuar su fama en otros medios, la radio le dio la oportunidad de continuar con sus discursos delirantes y la televisión le permitió permanecer en antena durante once años en el programa You bet your life.
Ya entrado en años llegaron los reconocimientos en 1972 recibió el premio especial del Festival de Cannes y dos años más tarde el Oscar honorífico.
Fue modelo de comportamiento para otros humoristas verbales, el más claro ejemplo de ello es sin duda Woody Allen. Además cuatro libros tienen su firma, fue investigado por Marxista por el FBI, y aunque siempre fue fiel a sus ideas en una ocasión llegó a decir: "Estos son mis principios, aunque si no le gustan, tengo otros".
Groucho Marx falleció el 19 de agosto de 1977 a la edad de ochenta y seis años.