Por que Haddad será eleito
27 de Outubro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaA menos que haja um terremoto de oito pontos na escala Richter, ou os céus derramem de novo o dilúvio – e desta vez só sobre São Paulo - Fernando Haddad deverá ser eleito hoje prefeito da maior cidade do Hemisfério Sul.
O ex-ministro da Educação não é ainda uma figura carismática da política, mas sendo homem jovem, não lhe foi difícil comunicar-se com a população. Homem de boa formação, soube dialogar com os auditórios de classe média e, não sendo de postura arrogante, tampouco teve dificuldades em conversar com os que sofrem na periferia. Além disso, a candidatura de seu adversário, fora outras dificuldades, arrastava o fardo da administração Kassab. Os paulistanos queriam mudança.
A cidade de São Paulo é, em si mesma, realidade política própria – pela densa população, pela identidade cultural, e pela economia que, há quase cem anos, é a mais importante da federação. Os poderes de fato da grande cidade raciocinam com pragmatismo e, em certo momento da campanha do primeiro turno, perceberam que não deviam ver o candidato do PT como ameaça aos seus interesses. Contra os seus interesses, sim, seria a eventual vitória de Russomano, comparável a uma caixa preta indevassável.
É certo que esses poderes não decidem, por eles mesmos, uma eleição desse porte, mas ao reduzirem seu apoio a Serra – que já iniciara a corrida com os pés amarrados a uma rejeição pesada – favoreceram, de alguma maneira o candidato do PT. Essa postura se deve à circunstância de que, nas duas vezes em que o Partido dos Trabalhadores administrou a cidade – com Luísa Erundina e com Marta Suplicy – seu desempenho foi excelente. Com todos os problemas crônicos da cidade, que se explicam no mau planejamento do passado e a conseqüente expansão urbana desordenada, e a manifestação aguda dessas dificuldades - sobretudo com as enchentes, apagões e violência -, o PT agiu com zelo e prudência quando governou a capital. Essa prudência e esse zelo contrastam com os últimos oito anos de governo dos tucanos, que transformaram São Paulo em uma cidade inabitável, conforme denunciam os mais conhecidos e respeitáveis intelectuais brasileiros, que redigiram e assinaram o manifesto em favor de Haddad - que pode ser lido nesta Carta Maior. Como se sabe, e o Manifesto destaca, o programa de governo de Haddad nasceu dos encontros com a população e com ela foi discutido exaustivamente. Seu propósito é o de devolver São Paulo ao humanismo e ao sentimento de solidariedade de todos para com todos os seus habitantes.
Esse passado a ser corrigido, somado às condições conjunturais da política, deu impulso à candidatura proposta por Lula. Houve também o convencimento político de Marta e de Erundina, de que não podiam fazer da presença do tempo de televisão de Maluf a razão para entregar a Serra a prefeitura. As duas engoliram em seco o que lhes pareceu demasia, e ajudaram a campanha, exatamente ali onde seus conselhos são mais ouvidos: na periferia.
Tempos novos pedem homens novos. Estas eleições são as primeiras que se disputam sob a vigência da Ficha Limpa. E, ao contrário do que muitos temiam, o julgamento da Ação 470, pelo STF, em nada influiu sobre o comportamento dos eleitores. Em todos os lugares, em que ganhou e perdeu e em que ganhará ou perderá hoje, o PT esteve e está sujeito ao seu desempenho próprio na circunscrição eleitoral em questão. Os eleitores, ao contrário do que, de um lado e do outro, podem pensar candidatos e partidos, está, sim, aprendendo a votar de acordo com os seus interesses e os interesses da comunidade.
Por tudo isso, pela sua gestão como Ministro da Educação, em que atuou decididamente para levar os pobres à Universidade, e mais o prestígio de Lula e Dilma, o que não é pouco, Haddad deve ganhar, e com folga, as eleições de hoje em São Paulo.
Seria o Estadão um jornal “nascido para perder”?
27 de Outubro de 2012, 22:00 - sem comentários ainda
Segundo o jornalista Mylton Severiano da Silva, que publicou livro sobre os Mesquita, a família perde disputas políticas desde 1932, quando enfrentou Getúlio Vargas. Neste domingo, comandado por Francisco de Mesquita Neto, o jornal pregou que São Paulo resista contra Fernando Haddad. A derrota é vocacional?
“Nascidos para perder”. Assim o jornalista Mylton Severiano da Silva, conhecido no meio como “Miltainho”, batizou um livro que lançou sobre a família Mesquita, do jornal Estado de S. Paulo, no início deste ano. Um livro que, naturalmente, mereceu o silêncio dos demais meios de comunicação. No subtítulo, Miltainho foi ainda mais explícito: “História do Estadão, jornal da família que tentou tomar o poder pelo poder das palavras – e das armas”.
No 247
Caray !
27 de Outubro de 2012, 22:00 - sem comentários ainda![]() |
Mário Moreno - Cantinflas |
* Y como decia Napoleón: "El que parte y reparte, le toca su Bonaparte".
"Se você quiser dar o salário pro cara dê. O cargo eu não dou"! Aí a briga começou.
Como seria o encontro entre Cantinflas e Almodóvar para ler na mesa o roteiro do mensação?
Oh vida dura! A biografia do ministro Joaquim Barbosa, nos surpreende, ao mostrar sua origem: além de pobre e negro, arrimo de família entre oito irmãos. As variáveis preconceituosas, o racismo dautônico sapateava, buliçosamente, em seu palco. Não há preconceito, entre iguais, no Brasil?
Oh vida dura! A biografia do ministro Joaquim Barbosa, nos surpreende, ao mostrar sua origem: além de pobre e negro, arrimo de família entre oito irmãos. As variáveis preconceituosas, o racismo dautônico sapateava, buliçosamente, em seu palco. Não há preconceito, entre iguais, no Brasil?
Se por seu lado "comeu o pão que o diabo amassou", por outro socializando a miséria, coisa que só os pobres são capazes reservou, uma fatia daquele pão envelhecido, ao ex-ministro Chefe da Casa Civil José Dirceu.
- É mensalão!
- É caixa dois!
O grande ministro do STF defendeu e ganhou: É mensalão sem Habeas Corpus. A última palavra é a primeira que detém o poder; que manda.
Essa novidade na justiça maior do brasil criada pelo ministro Joaquim, quer queiramos ou não, nos faz relembrar momentos contraditórios e degradantes, proporcionados por HCs coloridos.
Baseados em parcerias suspeitas, alguns HCs concedidos pela nossa última instância da lei. Lá no fundo do baú, podemos ver, o simpático e divertido banqueiro Cacciola e Dani Dantas, que inspiraram a Súmula Vinculante nº11, popularmente conhecida como "Súmula Cacciola-Dantas, ou o 'adeus às algemas'.
Juízes federais, no entanto, debocham e protestam contra a súmula ridícula.
Roger Abdelmassih, outra aberração 'legal' do velho STF. Estava na cadeia, meteu sob o braço um HC e aterissou no Líbano. Ele nos deve 278 anos de prisão por ter violentado 37 senhoras.
O despejo coletivo da Comunidade Pinheirinho que ocupava o terreno pertencente à massa falida da Seleta S/A do manjado Naji Nahas, representa uma força estranha conhecida pelos pobres: "A corda arrebenta no lado mais fraco".
Angélica A. S. Teodoro furtou num supermercado um pote de manteiga de R$3,10. Após cinco meses de prisão foi decidido, a seu favor, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) um HC de soltura. O juíz não lê a realidade, apenas o Código Penal.
Joaquim Barbosa mineiro de Paracatu encontrou uma mineira de Belo Horizonte, na papelada do Gurgel, presidente do mineiro Banco Rural, Katia Rabello. Minas Gerais é um tapete acobertando um número desconhecido de corruptos. Nada contra o Estado mineiro do leite, do queijo e do Azeredo. Quem conhece sua história e sua geografia, um dos estados mais lindos do Brasil.
J. Barbosa não perdeu a oportunidade, condenou Katia Rabello, na Ação Penal 470. A primeira condenação feminina do STF ninguém esquece. Ela Dançou. Não esquece também o envolvimento 'acidental' do Banco Rural no esquema PC Farias. Há quanto tempo!
O julgamento é político, ideológico e por isso emocional. O trato entre políticos, investidos de mandato ou de cargo executivo, não cabe gentilezas. Solidariedade ou qualquer outra dose que sugira compreenções emocionais, muito menos. O cargo, o espaço ocupado por um quadro, sempre será o objetivo de outrem.
Uma frase forte, finalizando uma cobrança, de alguém que não renunciou: "Se você quiser dar o salário de presidente pro cara, dê; o cargo eu não dou"! Aí a briga começou.
O espaço da justiça em sua instância de poder, como encinou Montesquieu (executivo;legislativo;judiciário), por direito cabe ao político munido de suas imunidades, defender com seu discurso, contra ou a favor de um objetivo, em seu ambiente público.
O grito do afogado que agarra qualquer coisa para flutuar, partiu da boca de Roberto Jeferson, com o intuito de salvar a própria pele, para liquidar com a carreira política de José Dirceu:
- O chefe do mensalão é Zé Dirceu, bradou Jeferson. Eis a evidência criminosa.
Em política, o discurso é volátel, pode ser verdadeiro ou não. Nos tribunais onde se julgam crimes, o aditivo principal são as provas concretas reais e legitimas, para se chegar a um resultado justo. Ouvi dizer que disseram, não presta como prova.
É possível acreditar na palavra de RJ? Há entre os ministro os que acreditam sem o menor esforço: "Bati o olho na porta do armário" falou o deputado. O armário em questão, possivelmente, seja um dos seguranças da Esplanada.
Onde entra Maquiavel, e em que capitulo dessa história, com sua sabedoria política? A luta pelo poder de forças independentes e tão próximas, legislativo e judiciário, ambas ante a precariedade moral, perante a sociedade, o roto punindo o rasgado, num momento de grande exposição midiática, em plena campnha eleitoral a honra do supremo exposta será lavada.
Os brasileiros não aceitam mais presos com colarinho branco sem algemas. Chega! Quem perde na primeira e segunda instâcia não merece acesso ao STJ, muito menos receber de algum figurão togado um Habeas Corpus dourado.
As reflexões políticas de Machiavelli (1469-1527), sobre corrupção estão presentes em todos os personagens, entre juízes e suspeitos, num formato senoidal e ninguém pode dizer que não é isso. Após o poder político conquistado justificam-se os crimes de traições, saques, falsidades ideológicas; vender liberdades e propriedades do Estado como se fossem bens privados; Roubar? Nesse meio, "os fins justificam os meios"?
Aguardamos a extinção das coligações e dos partidos nanicos, a eliminação dos cargo comissionados; Queremos o financiamento público de campanha, acabar com as emendas parlamentares, com a frota de automóveis de vereadores, deputados e senadores, com o fim dos apartamentos funcionais e impedir a distribuição farta de dinheiro público entre um coletivo gigantesco de assessores, absolutamente, descartáveis.
Não é pouca coisa, para opróximo presidente do STF o juíz Joaquim Barbosa, tudo é possível. Coragem não lhe falta. Aquela coragem de moleque de rua, aquele moleque que pode mudar a sociedade. Sociedade pobre que precisa de coragem, antes de qualquer coisa, para ser pobre.
O menino ainda não mudou o Brasil - menos, Veja, menos... - Há poucos dias, um dos pares de JB, declarou durante um 'bate boca' emocional, que este não estaria preparado para assumir a presidência do supremo. "Não é assim Joaquim".
Para isso bastam as evidências?
- E as provas?
- Só lá no posto Ipiranga!
* "No sospecho de nadie, pero desconfio de todos".
A desconfiança sufoca nossa consciência. Pensar em crer no supremo, mas com que roupa? De uma hora para outra, Senhor ministro, cede uma exclusiva para a Globo? Furou o esquema - as altas mídias não estão à procura de justiça - a direita quer os préstimos do juíz.
E nós que optamos pelo caixa dois, qual é o nosso caminho, para acreditar e conviver neste universo escandaloso? O juíz Ricardo Lewandoviski quer provas. As evidências são ou não são suficientes? E a razão, o contraditório e a dignidade etc. Coisas estranhas acontecem nesse ambiente habitado por funcionários públicos, otimamente remunerados, que não abdicam nada do "por fora".
Almodóvar faria uma comédia feminina erótica e deliciosa. Lá nas Alagoas, o ex-prefeito Beroaldo pagou no Amanda Night Club, um show erótico, com cheque da prefeitura sem fundos. A gostosona Denise Rocha transformou o gabinete de um senador em locação de filme privé.
O ambiente é pesado. Dificil acreditar que estão acontecendo coisas novas no palco da justiça. Perdoe-nos ministro, mas vamos dar um tempo.
Pra nós os leigos: É caixa dois!
* Cantinflas (1911-1993)