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Daniela

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Com texto livre

июня 14, 2012 21:00 , by Daniela - | No one following this article yet.

O silêncio

сентября 30, 2012 21:00, by Unknown - 0no comments yet

A substituição da máquina de escrever pelo computador não afetou muito o que se escreve. Quer dizer, existe toda uma geração de escritores que nunca viram um tabulador (que, confesso, eu nunca soube bem para o que servia) e uma literatura pontocom que já tem até os seus mitos, mas mesmo num processador de texto de último tipo ainda é a mesma velha história, a mesma luta por amor e glória botando uma palavra depois da outra com um mínimo de coerência, como no tempo da pena de ganso.
O novo vocabulário da comunicação entre micreiros, feito de abreviações esotéricas e ícones, pode ser um desafio para os não iniciados, mas o que se escreve com ele não mudou. Mudaram, isto sim, os entornos da literatura.
Por exemplo: não existem mais originais. Os velhos manuscritos corrigidos, com as impressões digitais, por assim dizer, do escritor, hoje são coisas do passado: com o computador só existe versão final. O processo da criação foi engolido, não sobram vestígios. Só se vê a sala do parto depois que enxugaram o sangue e guardaram os ferros.
Nos jornais, o efeito do computador foi muito maior do que o fim da lauda rabiscada e da prova de paquê. O computador restabeleceu o que não existia nas redações desde — bem, desde as penas de ganso. O silêncio.
Um dia alguém ainda vai escrever um tratado sobre as consequências para o jornalismo mundial da substituição do metralhar das máquinas de escrever pelo leve clicar dos teclados dos micros, que transformou as redações, de fábricas em claustros.
A desnecessidade do grito para se fazer ouvir e a perda da identificação do seu ofício com um barulhento trabalho braçal mudou o caráter do jornalista. Se para melhor ou para pior, é discutível.
Defendo, sem muita convicção, a tese de que a mudança da máquina de escrever para o computador também determinou uma migração da esquerda para a direita nas redações brasileiras. Se hoje não vale mais a velha máxima de que jornalista era de esquerda até o nível de redator chefe e de direita daí para cima, a culpa é da informatização. A nova direita é filha do silêncio.
Mas é no futuro que a troca do bom preto no branco pelo impulso eletrônico e o texto virtual fará a maior confusão.
A internet está cheia de textos apócrifos, inclusive alguns atribuídos a mim pelos quais recebo xingamentos (e tento explicar que não são meus) e elogios (que aceito, resignado), contra os quais nada pode ser feito e que, desconfio, sobreviverão enquanto tudo que os pobres autores deixarem feito por meios obsoletos virará cinza e será esquecido. Nossa posteridade será eletrônica e, do jeito que vai, será fatalmente de outro.
Luís Fernando Veríssimo



Marilena Chauí com Haddad

сентября 30, 2012 21:00, by Unknown - 0no comments yet



Lições da Pesquisa

сентября 30, 2012 21:00, by Unknown - 0no comments yet

As pesquisas que o Ibope faz para Confederação Nacional da Indústria (CNI) são sempre importantes.
Compõem a mais longa série disponível de levantamentos sobre a opinião pública nacional, com foco em temas de governo e economia. E permitem comparar o modo como todos os presidentes da República modernos foram avaliados.
São, além disso, feitas regularmente, em datas previsíveis. Não é o que acontece com outras, realizadas em função de decisões editoriais e do uso que se pretende dar a elas.
A mais recente, divulgada na quarta-feira, era especialmente significativa. Havia grande curiosidade a respeito de seus resultados, pois vinha depois de um período peculiar, marcado por intensas especulações, muita torcida e alguns temores.
A pesquisa ajudou a esclarecer as coisas.
Sua conclusão mais relevante é que, entre junho e o final de setembro, aumentou a aprovação do governo Dilma: a proporção dos que acham que é “ótimo”ou “bom” subiu de 59% para 62%.
De acordo com a pesquisa, a melhora veio da mudança na avaliação “regular”, que recuou três pontos percentuais: diminuíram os que achavam regular e aumentaram os que consideram positivo o desempenho do governo.
A opinião de que é “ruim”ou “péssimo” permaneceu estável, indo de 8% para 7%.
São novos recordes para chefes de governo nessa altura do mandato. É mais que Lula tinha no final de 2004 e muito mais que Fernando Henrique em 1996.
Andaram em direção igual os números relativos à confiança na presidente. De junho para cá, a proporção dos que dizem confiar nela foi de 72% para 73%. Quase dois terços dos entrevistados, 62%, disseram acreditar que sua administração será “ótima” ou “boa” até o final.
Em outras palavras: bem avaliada hoje, expectativas elevadas para os próximos dois anos.
São resultados que deixariam satisfeitíssimo qualquer governante atual. Em plena crise internacional, com as economias em dificuldades, tamanha aprovação é raridade.
O fato de ela estar subindo no final de um ano eleitoral não é anormal. Desde o primeiro mandato de FHC, existe esse padrão. Os presidentes costumam atravessar o segundo ano de governo com a popularidade em ascensão.
O mais importante - e, para muitos, inesperado - na pesquisa é que Dilma melhorou no auge do assunto “mensalão”. Era a respeito das consequências do julgamento na sua popularidade que se especulava.
Sempre esteve claro que o alvo primordial da campanha para fazer do “mensalão” o “maior escândalo politico da história brasileira” - e de seu julgamento no Supremo Tribunal Federal o “julgamento do século” - é Lula. Em segundo lugar, o PT. Em terceiro, seus candidatos a prefeito nas capitais e grandes cidades.
Mas, por seus vínculos com o ex-presidente, apostava-se que Dilma sairia arranhada do julgamento. Que sua imagem sofreria.
A pesquisa mostra que não. E sugere o porquê.
Apesar do esforço dos veículos da grande indústria de comunicação para promover o assunto, não mais que 16% dos entrevistados pelo Ibope disseram que o “mensalão” era a “principal notícia” política recente. Não muito mais que os 11% que qualificaram assim a redução do valor das tarifas de energia elétrica.
Não basta anabolizar um tema. É preciso que tenha relevância real para a maioria.
O saldo da pesquisa é que Dilma melhorou seu potencial eleitoral. Tinha já 60% das intenções de voto nas pesquisas conhecidas. Até onde pode ir?
Ou seja: no confronto que realmente conta, a sucessão presidencial em 2014, o “lulopetismo” possui dois candidatos muito fortes. Dilma, que se consolida a cada dia. Lula, por ser quem é.
Face a isso, ganhar ou perder as prefeituras de algumas cidades, mesmo importantes, quer dizer pouco. Ou nada.
Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi



Quatro anos depois, vídeo pode mudar eleição de BH

сентября 30, 2012 21:00, by Unknown - 0no comments yet

Em 2008, uma paródia feita por Tom Cavalcante decidiu a eleição em favor do atual prefeito Marcio Lacerda. Desta vez, não é humor. É o próprio vice de Lacerda, Délio Malheiros,  quem o ataca virulentamente, dias antes de ingressar na chapa e o vídeo começa a bombar no YouTube. Possibilidade de segundo turno entre Lacerda e Patrus Ananias é crescente
Quatro anos depois, um vídeo na web volta a chamar a atenção e pode ser decisivo na eleição para a Prefeitura de Belo Horizonte. O novo material, que traz frases nada abonadoras do deputado Délio Malheiros sobre o atual prefeito Marcio Lacerda (apenas cinco dias antes de o parlamentar aceitar ser o companheiro de chapa de Lacerda), foi postado na tarde da última sexta-feira (28/09). Menos de 48 horas depois, já tem quase 40 mil visualizações no Youtube - é, até o momento, o maior hit da eleição de BH no Youtube. O fenômeno repete o que ocorreu no pleito de 2008, quando imitações do humorista Tom Cavalcante lembrando a “caipirice” do então adversário de Lacerda (o peemedebista Leonardo Quintão) bombaram no Youtube.
O novo vídeo mostra trechos de entrevista coletiva do então pré-candidato do PV à prefeitura, Délio Malheiros em 29 de junho (clique aqui e veja a cobertura que o Minas 247 fez do assunto naquele dia).
Délio, que é deputado estadual, fazia oposição ferrenha ao atual prefeito Marcio Lacerda. Cinco dias depois, ele desistiu da candidatura e aderiu à chapa pela reeleição, como candidato a vice. O ponto mais polêmico, e que tem gerado mais comentários nas redes sociais, é quando Délio denuncia supostas obras “eleitoreiras” de Lacerda. “Pode escrever aí: semana que vem ele vai fazer um buraco na Praça 7 e falar que começou a sondagem para o metrô”. Coincidência ou não, o tal buraco de fato foi feito em plena campanha eleitoral, acompanhado de uma placa na qual se lê “execução de sondagens”, acompanhada de outra: “O metrô é a solução”. Assista abaixo ao vídeo:
O sucesso do vídeo se dá pela contundência das afirmações do deputado do PV, o que causou espanto a muita gente que não conhecia suas posições políticas antes da adesão a Lacerda. Na época da mudança, Délio alegou à imprensa que estava mudando de lado porque o PT teria abandonado a PBH. “Quem estiver contra o PT, conta comigo”.
Em 2008, no segundo turno envolvendo Lacerda e o deputado federal Leonardo Quintão (PMDB), um vídeo postado inicialmente na internet também roubou a cena. Daquela vez, era uma ficção, mas o resultado foi bombástico: com milhares de visualizações, todos se divertiam com as imitações do humorista Tom Cavalcante, em paródias que lembravam o jeitão caipiria de Quintão e sua suposta falta de propostas para BH. O assunto é polêmico, mas muita gente acredita que os vídeos do humorista foram fundamentais para convencer o eleitorado da capital mineira a votar em Marcio Lacerda.
Não se sabe o real efeito que o vídeo com Délio Malheiros terá sobre o eleitor - se é que terá algum. No campo petista, há certo otimismo com o último Datafolha, que mostrou redução na diferença entre Lacerda e Patrus Ananias, e principalmente com as últimas sondagens internas - uma delas teria mostrado Patrus ligeiramente à frente do candidato à reeleição.
Assista também ao vídeo de Tom Cavalcante:
No 247



Charge online - Bessinha - # 1498

сентября 30, 2012 21:00, by Unknown - 0no comments yet