Lula chora aos gritos dos estudantes, de Lula guerreiro do povo brasileiro
сентября 23, 2012 21:00 - no comments yetA desnacionalização fundiária
сентября 23, 2012 21:00 - no comments yetHá cem anos, sobre um vasto território entre o Paraná e Santa Catarina, uma empresa norte-americana, a Southern Brazil Lumber & Colonization, reinava absoluta. Com a maioria de empregados norte-americanos, contratados por Percival Farquhar, que pretendia transformar o Brasil em vasta empresa de sua propriedade, a Lumber abatia todas as árvores de valor comercial, da imbuia à araucária. Todas as manhãs, ao som de um gramofone, os empregados – incluídos os brasileiros – reunidos na sede da empresa, em Três Barras, entoavam o hino norte-americano, The Star-Spangled Banner, enquanto a bandeira de listras e estrelas era hasteada. Ao anoitecer, repetia-se a cerimônia, ao recolher-se o pavilhão. Ali mandavam e desmandavam os ianques. O imenso espaço em que se moviam os homens de Farquhar estava fora da jurisdição brasileira.
Embora não houvesse sido a única razão do conflito, a Lumber esteve no centro da Guerra do Contestado, um dos mais épicos movimentos de afirmação nacionalista do povo brasileiro. Nele, houve de tudo, dos interesses econômicos de Farquhar e seus assalariados pertencentes às oligarquias políticas, ao fanatismo religioso, em que não faltou uma Joana d’Arc – a menina Maria Rosa morta aos 15 anos na beira do Rio Caçador, lutando como homem.
Enquanto houver nações, a terra, o sangue e a honra continuarão unidos para dar corpo ao que chamávamos pátria, e de que nos esquecemos hoje. Quem conhece história sabe que os movimentos internacionalistas, quase sempre a serviço dos impérios, acabam sendo vencidos pelos sentimentos mais poderosos dos povos identificados pela cultura, pelas crenças – e pela língua. Nós podemos conhecer muitas línguas, mas só saberemos expressar os sentimentos mais fortes naquela que aprendemos dos lábios maternos. Podemos conhecer todas as paisagens do mundo, mas só nos identificamos com aquelas que os nossos olhos descobriram sob o sol da infância.
Mas há duas formas de pisar o chão pátrio: a dos ricos e a dos pobres.
Isso explica por que os grandes agronegocistas brasileiros estão pressionando o governo e o Congresso, a fim de que sejam abolidas as restrições (já de si débeis) à aquisição de terras nacionais pelos estrangeiros. Eles querem ganhar, ao se associarem aos capitais de fora ou participando da especulação de terras. Calcula-se que mais de um por cento das terras brasileiras já pertençam, e de forma legalizada, aos alienígenas. A essa enorme área há que se acrescentar glebas imensas, adquiridas de forma subreptícia, e sem conhecimento público, porque os cartórios de imóveis estão dispensados de registrar a nacionalidade dos compradores.
O Congresso está para aprovar a flexibilização das leis que regulam o assunto, ao estender à agropecuária a Doutrina Fernando Henrique Cardoso, que considera empresa nacional qualquer uma que se estabelecer no Brasil, com o dinheiro vindo de onde vier e controlada por quem for, e que tenha sua sede em Nova Iorque ou nas Ilhas Virgens.
Nós tivemos, no século 19, uma equivocada política colonizadora, que concentrou, nos estados meridionais, a presença de imigrantes europeus.
Isso implicou a criação de enclaves culturais que se revelariam antinacionais, durante os anos 30 e 40 do século passado. Foi difícil ao Brasil conter a quinta-coluna nazista e fascista que se aliava ao projeto de Hitler de estabelecer, no Cone Sul, a sua Germânia Austral. O governo de Vargas foi compelido a atos de firmeza – alguns com violência – a fim de manter a nossa soberania na região. Só no Piauí, a venda de glebas aos estrangeiros aumentou em 138% entre 2007 e 2010. São terras especiais, como as do sudoeste da Bahia, que estão sendo ocupadas até mesmo por neozelandeses.
estamos em momento histórico delicado, em que os recursos naturais passam a ser disputados com desespero por todos. As terras férteis e molhadas, de que somos os maiores senhores do mundo, são a garantia da sobrevivência no futuro que está chegando, célere. Nosso território não nos foi doado. Nós o conquistamos, e sobre ele mantivemos a soberania, com muito sangue e sacrifícios imensos. Não podemos cedê-los aos estrangeiros, a menos que estejamos dispostos a viver contidos em nossa própria pátria, desviando-nos das colônias estrangeiras, cada uma delas marcada por bandeira diferente.
Ao contrário da liberalização que pretendem alguns parlamentares do agronegócio, que esperam um investimento de 60 bilhões na produção de soja e milho transgênicos no país – o que devemos fazer, e com urgência, é restringir, mais ainda, a venda de terras aos estrangeiros, sejam pessoas físicas ou jurídicas. Do contrário, e em tempo relativamente curto, teremos que expulsá-los, seja de que forma for, e enfrentar, provavelmente, a retaliação bélica de seus países de origem.
É melhor evitar tudo isso, antes que seja tarde.
No Carta Maior
A folha corrida, quer dizer, o “currículo” de Russomano
сентября 23, 2012 21:00 - no comments yet
O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo não é um candidato de muito currículo, mas tem história.
Russomano é mais velho do que eu, mas a gente já esteve próximo num certo momento da vida. Ele fazia o programa Circuito Night and Day e eu o Contramão, na TV Gazeta. O programa do qual fui repórter, ia para o ar antes do dele. Eu conheço algumas histórias do atual líder nas pesquisas, mas dando uma googlezada achei outras também bastante interessantes.
Apesar dessa imagem quase heróica que cultiva, Russomano possui uma folha corrida, ops…, um passado complicado. Como o candidato não aceita falar dessas questões, César Tralli que o diga, relaciono abaixo a “folha” do “herói” do consumidor.
Crime de peculato
Em 2008, Russomano foi acusado no STF de peculato, que nada mais é que a apropriação, ou desvio, de recursos públicos em proveito próprio. O candidato do PRB teria desviado verba da Câmara para pagar salário de uma funcionária de sua empresa quando era deputado federal.
O caso chegou ao STF em 2008, mas como Russomano deixou o cargo de deputado em 2010, o processo atualmente tramita na Justiça do Distrito Federal. Testemunhas ouvidas no STF afirmaram que Sandra Nogueira, funcionária do gabinete do então deputado federal Celso Russomano, trabalhava em São Paulo como gerente da produtora de TV de Russomano, a da Night and Day Produções.
Crime de falsidade ideológica
Celso Russomano é acusado pelo Ministério Público de São Paulo de ter cometido o crime de falsidade ideológica. Para o órgão, o candidato mentiu sobre seu endereço eleitoral para disputar a prefeitura de Santo André em 2000. A lei eleitoral exige que os candidatos morem na cidade onde se vai disputar um cargo eletivo por três meses, antes de solicitar a transferência do domicílio eleitoral.
A acusação contra o candidato do PRB foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho. Após o Supremo receber a denúncia, o processo voltou para a primeira instância, uma vez que Russomano deixou o cargo de deputado federal e não possui mais direito ao foro privilegiado.
Para o Ministério Público, embora tenha afirmado em documento oficial que residia em um apartamento na região central de Santo André, Russomano jamais teria morado no imóvel. A ação é fundamentada no depoimento do porteiro do edifício e no vizinho de porta do apartamento de Russomano. Ambos afirmam nunca terem visto o candidato no prédio.
Outro indício contra Russomano é o consumo de energia do imóvel no período em que ele teria residido no mesmo. O consumo de energia no apartamento foi de zero kWh em dois meses e de 12 kWh em outro, média menor que o consumo mensal de uma geladeira.
Em sua defesa, Russomano apresentou quatro testemunhas. Porém, a promotoria as desqualificou, afirmando que uma era locador do imóvel, outra era filiada ao seu partido e as outras duas disseram tê-lo visto somente uma vez.
CPI do Cachoeira
Reportagem do jornal Correio Braziliense, publicada em julho deste ano, revelou que Russomano teria R$7 milhões em uma conta no exterior operada pela organização de Carlinhos Cachoeira.
Russomano teria recebido este dinheiro quando era deputado federal. De acordo com o jornal, a existência desta conta aparece em um relatório da Polícia Federal enviado à CPI.
Lobby para a Dolly
O empresário Laerte Codonho é o dono da marca de refrigerantes Dolly. Além disso, também é sócio de Celso Russomano na ND Comunicação e Publicidade desde 2007. Os dois se conheceram em 2003, quando Codonho patrocinava o programa 100% Brasil, apresentado por Russomano e exibido pela RedeTV.
Codonho também foi o maior doador para a campanha do candidato nas eleições de 2010, quando concorreu ao governo paulista. Na ocasião, deu R$250 mil para Russomano por intermédio da empresa Tholor do Brasil.
Com todo esse envolvimento, Russomano usou seu mandato de deputado federal para defender o empresário, que foi condenado à prisão por crime contra a ordem tributária.
Em 2004, Russomano apresentou à Comissão de Defesa do Consumidor, na Câmara dos Deputados, o requerimento de número 301, no qual pedia para que fossem investigadas denúncias sobre suposta concorrência desleal da Coca-Cola contra a Dolly.
Codonho armou uma guerra com a gigante multinacional. Acusou a Coca-Cola de espionagem, agressões fiscais e de querer “quebrar” sua empresa. Até funcionário plantado ele disse que a Coca-Cola colocou em sua empresa.
Nessa guerra, Russomano interveio ao defender que a Coca-Cola deveria informar se havia na composição do refrigerante extrato vegetal feito a partir da folha de coca – Codonho alegava que as substâncias derivadas da coca eram usadas e feriam normas brasileiras, além de causarem dependência. “O consumidor final precisa ter o direito de escolher no mercado de consumo o melhor e mais barato. Quero saber também se existe realmente algum derivado (da folha de coca)”, disse Russomano na época.
O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou Codonho e a Rede TV! a pagarem indenização de R$2 milhões por danos morais à Coca-Cola. Cabe recurso.
Bens bloqueados
Em 19 de março deste ano, a Vara da Fazenda Pública de Diadema bloqueou os bens da ND Comunicação, agência de publicidade da qual Celso Russomano é sócio juntamente com o dono da Dolly, Laerte Codonho, já citado no caso acima.
O bloqueio foi pedido pela Fazenda Nacional. Russomano admitiu em entrevista que a ND é devedora da Fazenda Nacional e está no Refis.
Lobby para a Valor Capitalização
Russomano procurou o governo federal em 2004 para defender interesses da Valor Capitalização (empresa controlada pelo Banco Santos), a mesma que um calote em 110 mil pessoas e quebrou pouco depois. A empresa e o banco estão em processo de liquidação judicial.
Então deputado federal, Russomano pediu à Advocacia Geral da União (AGU) um “parecer técnico” sobre a proposta da Valor Capitalização para que os bingos, fechados em fevereiro de 2004, pudessem vender títulos de capitalização.
Russomano alegava que essa era uma maneira de ocupar os imóveis que ficaram ociosos com o fim dos bingos e dar emprego a seus ex-funcionários. Porém, no caso da Valor Capitalização, seria uma maneira de ampliar suas receitas e salvar o negócio.
O pedido foi rejeitado por consultores do Ministério da Fazenda que examinaram o caso a pedido da AGU. Na época da proposta de Russomano, a Valor Capitalização era alvo de reclamações de investidores que consideravam-se lesados. Em 2004, a empresa acumulava 186 processos nos Procons e 1.957 na Justiça.
Passagens aéreas com dinheiro público
Celso Russomano, na época em que era deputado federal, utilizou sua cota parlamentar de passagens aéreas para levar seus familiares em viagens ao exterior. Segundo o relatório de passagens fornecidas para o gabinete do ex-deputado, entre 2007 e 2009, foram emitidos oito bilhetes de sua cota parlamentar para familiares do ex-deputado.
De acordo com informações do jornal O Estado de S.Paulo, em 2007, foram emitidos dois bilhetes de ida e volta para Nova Iorque em nome da filha do ex-deputado, Luara Russomano. O valor para cada trecho foi de R$2.373,00. A filha de Russomano realizou um programa de intercâmbio nesse ano.
Já em 2008, foi emitido um bilhete em nome da esposa do ex-deputado, Lovani Russomano. O bilhete teve como destino Montevidéu e custou R$1.281,14 aos cofres públicos. Na época, Russomano integrava o Parlasul (Parlamento do Mercosul) e realizava viagens frequentes ao Uruguai para sessões.
No período da emissão de passagens da cota parlamentar para familiares de Russomano, a Câmara não tinha regulamentação específica para a emissão dos bilhetes. Em 2009, o escândalo conhecido como a “farra das passagens” estourou e atingiu 261 dos 513 deputados federais. Pressionada pela repercussão negativa do caso, a Câmara instituiu uma regra que determinou que as passagens só podem ser emitidas para os deputados ou para funcionários de gabinete.
Difamação
Em julho de 2011, Russomano foi condenado a pagar R$100 mil ao ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, em primeira instância.
O candidato havia declarado ter presenciado a prisão do engenheiro, em junho de 2010, por suspeita de receptação de uma joia roubada, e disse ainda que Paulo Preto portava dinheiro nas meias. Afirmou também que a delegada do caso “estava sofrendo a maior pressão” de autoridades para liberá-lo, o que ela negou em depoimento.
Rádio ilegal
Russomano foi acusado, em reportagem do jornal Folha de S.Paulo, de operar uma rádio em Leme, cidade do interior paulista, sem a devida concessão do Ministério das Comunicações.
À Justiça Eleitoral, o candidato declarou ser o dono da rádio Rede Brasil. Porém, a concessão pertence a uma empresa de Cametá, cidade do interior do Pará. A concessão foi destinada pelo Ministério das Comunicações à empresa Amazônia Comunicações, registrada em nome de um médico de Cametá, João Batista Silva Nunes.
O Ministério das Comunicações afirmou que não existe nenhum processo de transferência da concessão da Amazônia para a Rede Brasil.
Advogado sem OAB
Apesar de se apresentar como “advogado”, Russomano não passou no exame da OAB. O candidato é bacharel em Direito pelas Faculdades Integradas de Guarulhos, mas não é advogado, uma vez que ele não passou no exame da Ordem, necessário para obter o registro que autoriza o exercício da profissão. Em 1988 ele foi processado pela OAB por exercício ilegal da profissão, o que configura crime.
Aliciamento de clientes
Celso Russomano também foi denunciado na OAB pela prática de aliciamento de clientes. A denúncia foi motivada por anúncios do Plantão Jurídico veiculados na televisão.
Russomano mantinha o serviço “Plantão Jurídico”, pelo sistema 0900, em que oferecia pessoalmente pelo telefone uma “orientação de seus direitos”. O serviço custava R$3,95 por minuto. Ainda que Russomano fosse advogado, a captação de clientes por meio de anúncios é ilegal.
Acusação de suborno
Durante a CPI do Narcotráfico, em 1999, o motorista Adilson Frederico Dias Luz acusou Russomano, sub-relator da comissão, de tentar suborná-lo. O objetivo, de acordo com Adilson, era que ele acusasse o advogado Artur Eugênio Matias.
O motorista afirma ter acusado o advogado em troca de sua liberdade. Na época, a OAB/SP comunicou o fato às corregedorias do Tribunal de Justiça e do Ministério Público de São Paulo.
Caso Inadec
No último mês de seu mandato como deputado federal, em 2010, Russomano tentou direcionar R$1,1 milhão ao Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (Inadec), entidade presidida por ele, por meio de emenda no Orçamento.
O deputado havia destinado a emenda para o Inadec com o argumento de que não seria mais deputado em 2011, quando o Orçamento seria executado e por isso não via irregularidade na emenda. A Lei de Diretrizes Orçamentárias proíbe que o parlamentar destine verbas para instituições que comanda.
Descoberta a manobra, Russomano remanejou metade dos recursos para o Instituto do Coração (Incor) e a outra metade para a Faculdade de Medicina da USP.
Ou seja, Russomano tem, digamos, muito a explicar. Como um outro candidato quer tem um livro todo dedicado a ele. Um certo livro cujo título é A privataria tucana.
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